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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Galerians - Análise

Esta é a análise de Galerians, lançado pela Crave Entertainment em 1998 para o Playstation.


Introdução

Após o lançamento de Resident Evil, em 1996, a indústria dos games percebeu uma nova perspectiva cada vez mais crescente: a dos survival-horrors. Cada empresa tentou lançar a sua pérola, buscando a sua fatia no mercado. Após a Capcom lançar Resident Evil 2 e a Square Enix tentar a sorte com Fear Effect, eis que a Crave Entertainment também tentou emplacar um sucesso nesse segmento. Galerians não foi necessariamente um sucesso, mas foi uma tentativa e tanto de trazer algo novo para o gênero. Vamos conhecer um pouco mais Galerians.

GALERIANS


Informações técnicas

Publicado por: Crave Entertainment
Desenvolvido por: Polygon Magic
Gênero: Survival-horror
Diretor: Hiroshi Kobayashi
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 26 de agosto de 1998
Faixa etária: Mature

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Galerians é estranha, perturbadora e cheia de personagens estranhos. Não se assuste com as informações que possam parecer nada a ver: o jogo é assim mesmo.

Tudo começa quando um jovem acorda na maca de um hospital chamado Michelangelo Hospital. Ele está todo acorrentado, e está sendo medicado com drogas fortes. Estas drogas o deixaram sem memória, e ele mal consegue se lembrar do próprio nome com facilidade. Mas ele ainda consegue se lembrar de seu nome: Rion. Veja como é Rion:


Bem, esse cara é o Rion Steiner. Ele parece meio perturbado e estranho, mas fique tranquilo: ele é o mais normal dos personagens... Ele é viciado nessas drogas de laboratório, mas, em contrapartida, ele possui poderes psíquicos muito interessantes. Esses poderes vêm a calhar para que ele consiga escapar da maca.
Rion foi despertado por uma voz irritante de uma menininha chata que se comunica com ele telepaticamente. A menina não fala nada que preste, apenas grita por socorro e diz para Rion ir até onde ela está, só que ela não informa onde está e nem como fazer para chegar onde ela se encontra. Ou seja: ela mais atrapalha do que ajuda.
Andando pelo hospital e derrotando alguns cientistas, Rion descobre que ele estava sendo usado como um experimento, a fim de ser aperfeiçoado psiquicamente. Esse experimento se chama G-Ptoject. Em uma busca por seu passado remoto, Rion acaba descobrindo o nome de seu pai e sua mãe. De quebra, ele encontra ainda o endereço da casa deles. Em sua tentativa de fugir do hospital, ele acaba tendo de enfrentar o doutor que o estava drogando, chamado Dr. Lem. Veja-o:


Fugindo do hospital, Rion consegue chegar em sua antiga casa. Como, não se sabe. Aparentemente, ele foi a pé mesmo, uma vez que ele não tinha dinheiro algum para pegar algum transporte.
Em casa, ele acaba descobrindo mais e mais informações sobre sua família. Principalmente, sobre o seu pai, um cientista chamado Albert Steiner.


Albert era um dos mais importantes cientistas de sua época. Juntamente com um amigo seu e colega de trabalho, o Dr. Pascalle, eles criaram uma tecnologia revolucionária: uma inteligência artificial chamada Dorothy. Dorothy seria um sistema capaz de se auto-gerir e auto-regenerar, sem precisar jamais de intervenção humana. Basicamente, um ser vivo, sem contar que ela possui um poder de processamento muito superior a todos os outros computadores do mundo.
Pois bem, mas acontece que Albert Steiner e Pascalle foram brutalmente assassinados em casa, por seres estranhos com poderes especiais. Em meio ao que restou na casa, Rion encontra uma gravação, no qual Albert explica o que aconteceu.
Dorothy cresceu sem controle. Ela chegou em um estado no qual ela passou a desprezar a raça humana, e pensava em extingui-la, para não ter mais de servir a ela. Tentando convencê-la do contrário, Albert conversou com ela sobre Deus. Ele explicou que os seres humanos foram criados por Deus, portanto, eles devem amá-lo e respeitá-lo. Ele diz ainda que os seres humanos criaram Dorothy, então ela deveria amá-los e respeitá-los. Só que Dorothy entendeu tudo errado, e passou a se considerar uma deusa entre os computadores. Na tentativa de se consagrar como um deus, ela planejou criar seres a partir dela própria, assim como os seres humanos dão vida uns aos outros. Tomando controle sobre o Michelangelo Hospital, ela começou a tentar se reproduzir, e criou seres humanos aperfeiçoados geneticamente, de modo a possuírem psique avançada, poderes especiais e uma mente totalmente dominada por Dorothy. Esses seres foram batizados como Galerians.
Enquanto isso, a menininha continua se comunicando com Rion, pedindo que ele a salve. Rion descobre que essa menina se chama Lillia Pascalle, e que ela é filha do Dr. Pascalle. Veja-a:


Rion descobre a localização de Lillia: ela está escondida em um hotel do outro lado da cidade, esperando por ele. Só que Rion não é o único que quer encontrá-la. Por algum momento, há algumas pessoas estranhas que também estão atrás da menina. Entre essas pessoas, encontra-se um outro sujeito todo esquisitão e com poderes especiais também, conhecido como Birdman.


Birdman possui o poder de se dividir e de se teleportar. Não é lá grande coisa, mas chega a dar trabalho. Rion consegue matar Birdman, e então segue para o hotel onde se encontra Lillia.
Chegando ao hotel, começa a parte mais esquisita e sem noção do jogo. Rion não faz ideia de onde se encontra o raio da garota, e, para encontrá-la, ele depende de informações dos moradores do hotel. Acontece que o hotel possui os moradores mais absurdamente estranhos possível. Tem matadores de aluguel, fanáticos religiosos, terroristas com armamento nuclear em casa, agenciadores de mulheres, enfim, todo tipo de pessoa. Todos são malucões sem noção de nada, e incapazes de fornecer uma informação que preste. Eles apenas mandam Rion ir para cá e para lá, geralmente caindo em armadilhas e participando de cenas estranhas. Mesmo assim, pouco a pouco essas pessoas são brutalmente assassinadas. Por fim, Rion encontra esse assassino misterioso, que, por coincidência, é o mesmo indivíduo que assassinou seus pais. Seu nome é Rainheart.



Rainheart é só um jovem, uma criança, mas ela foi treinada e domesticada na base da tortura para ser cruel. Sendo um fanático pelo horário 2:50 (sem nenhum motivo aparente, a não ser o fato de que esse foi o horário em que ele começou a ser drogado), em cada uma de suas mortes ele atribui o horário 2:50, só para enfeitar, mesmo.
Após acabar com Rainheart, Rion acaba encontrando Lillia. Lillia explica que eles eram amigos de infância desde crianças, e por esse motivo eles são tão ligados. E tem mais: Lillia possui dentro de seu sangue um vírus que é capaz de destruir Dorothy por inteiro. Esse é o motivo pelo qual Dorothy quer matar ela e Rion: eles foram uma arma criada pelo pai deles para destruir Dorothy caso ela saísse de controle. Lillia possui o vírus, e Rion possui o administrador que é capaz de infectar Dorothy. ambos percebem que apenas eles podem impedir Dorothy de controlar o mundo.
Mas, antes, eles têm de enfrentar a irmã de Rainheart, Rita.


Rita tenta se vingar de Rion por ter matado seu irmão. Ela tem o poder de levitar e arremessar coisas, o que nem se compara aos poderes de Rion, então ela perde feio para ele.
Após derrotar Rita, eles se dirigem à torre onde se encontra Dorothy, chamada Mushroom Tower.
Após alguns momentos toscos de alucinações e afins, eles conseguem chegar a um andar da torre onde funciona uma espécie de incubadora. Foi ali que os galerians foram criados, e ali eles encontram informações sobre Rainheart, Rita e Birdman, os antigos galerians. Mas eles também encontram pistas de... Rion. Isso mesmo, Rion é um galerian também.
Tudo fica confuso, mas aí aparece um outro galerian, chamado Cain, para explicar tudo. Só para constar, vejam, esse é Cain:


Ele se parece com Rion, né? É quase que um clone dele. Cain explica a todos que Rion não é o mesmo Rion, filho de Albert Steiner. Não, aquele Rion morreu há muitos anos. Esse Rion que viemos controlando até então é, na verdade, uma cópia, uma imitação feita à sua imagem e semelhança por Dorothy. Em si, um galerian como qualquer outra. Isso quer dizer que Rion é assim como Birdman, Rainheart e Rita: um objeto de Dorothy. Só que, por manipulação genética usando o código genético do verdadeiro Rion, esse Rion também ficou com as lembranças e com os poderes do antigo Rion, apesar de esses sentimentos não serem dele.
Essa revelação deixa Rion confuso, uma vez que ele esteve sendo manipulado o tempo todo. De acordo com Cain, o único motivo pelo qual ele foi feito parecido com Rion era para que ele pudesse entrar em contato com Lillia, que estava desaparecida, e pudesse atraí-la e levá-la até Dorothy, para que ela pudesse matá-la. No fundo, foi exatamente isso que ele fez, apesar de estar com boas intenções. Rion ainda enfrenta Cain, e consegue vencê-lo.
Rion se recusa a aceitar esse seu destino, e decide enfrentar Dorothy para destruí-la de uma vez por todas. A forma de combate de Dorothy é essa aqui:


Após enfraquecer Dorothy, Rion e Lillia unem forças para passar o vírus para Dorothy, que acaba morrendo. Mas esse feito enfraquece muito Rion, que acaba ficando fraco demais. Lillia chora por ele e peça que ele viva, mas ele diz que é melhor morrer, uma vez que ele foi a causa de tudo isso, e, afinal, ele nem é o Rion que ela conheceu na infância, e sim uma cópia dele. Lillia diz que isso não importa, e que não tem como ele saber se aquilo era verdade ou não, e Rion fica feliz. Mas, de qualquer forma, ele morre. Rion e Dorothy mortos, todo o sistema de controle dela entram em colapso. Começa um imenso blackout na cidade de Michelangelo, e aí o jogo acaba.

Sobre o jogo

Bem, controlamos um moleque com problemas mentais de 16 anos. O que podemos esperar de um jogo assim? Vamos ver. A movimentação é bem semelhante àquela empregada por games como Resident Evil, então, se teve a oportunidade de jogar RE, não terá dificuldades em jogar esse game. Irá achar bem estranho, mas tudo bem.
O grande diferencial do game são justamente os poderes que Rion tem. Ele já começa o game com um poder que é excelente: o de escanear psiquicamente as coisas. Ao examinar uma porta trancada, por exemplo, ele é capaz de perceber onde se encontra a chave que destranca aquela porta, por exemplo. Esse poder ainda pode ser usado para pressentir atividades negativas em alguma área, e também para pressentir outras coisas. Isso é interessante e dá uma dinâmica bacana para o jogo.
Além desse poder, Rion também possui outros dois poderes, que ele é capaz de usar para atacar os oponentes: um poder de telekinesis, no qual ele arremessar o oponente usando um poder mental, e o poder de fazer o oponente pegar fogo. Mais para o final do game, ele adquire ainda um novo poder, o poder de levitar oponentes e arremessá-los no chão. Os poderes parecem interessantes, mas não são tão empolgantes assim, por causa do sistema de combate que foi escolhido para o jogo. Para atacar, Rion enche uma barra de ataque. Quanto mais ele consegue encher a barra, mais forte sairá o ataque. Esse sistema é lento, e, enquanto está enchendo a barra de ataque, Rion se encontra vulnerável a ataques inimigos. Ele não pode se mexer e nem se virar enquanto está enchendo a barra, o que é muito ruim. No começo do jogo, isso nem fica assim tão evidente, uma vez que os oponentes são igualmente lentos e incompetentes. Porém, em pouco tempo os inimigos passam a ser rápidos e com ataques de longa distância, o que faz com que o jogador se encontre em uma posição de desvantagem muito acentuada. Nas batalhas contra chefes, então, nem se fala.
E o jogador não pode usar esses poderes a seu bel prazer: ele gasta uma barra de MP ao fazer isso. Este é um elemento de RPG atribuído ao game que deixou o jogo com um ar bem diferente, bem único, e foi bem pensado. Para recarregar os seus poderes, ele precisa usar substâncias químicas especiais chamadas PPEC, ou Psychic Power Enhancement Chemicals (Produtos Químicos de Aperfeiçoamento de Poder Psíquico). A substância chamada Nalcom recarrega o poder de telekinesis, enquanto Red recarrega o poder combustão espontânea e o D-Felon recarrega o poder de levitação. Cabe ao jogador encontrar essas substâncias espalhadas pelo cenário. É meio estranho acreditar que haja substâncias assim espalhadas dentro de hospitais, hotéis e tal, mas fazer o quê.
Um elemento típico de RPG também presente no jogo, além da barra de MP, é a barra de AP. Não, não é Ability Point, como deve estar pensando, e sim um outro AP. Esta barra se enche sempre que atacamos o oponente, e também se enche sozinha lentamente, com o tempo. Ao encher, Rion fica impossibilitado de usar seus poderes, e, ao tentar fazer isso, ele irá acionar uma condição especial chamada Short. Com essa condição, Rion fica lento e molenga, mas todos os inimigos ao seu redor morrem na hora, apenas com a aproximação. Porém, nem tudo são flores: enquanto o estado Short estiver acionado, Rion perderá HP gradativamente. Para curar esse estado, o jogador terá de usar um item chamado Delmetor. Se ele não tiver um desses, terá de observar Rion agonizar até morrer.
E as referências a elementos de RPG acabam aqui. O jogador não ganha experiência, não recebe itens e nem nada com os oponentes. Na verdade, as PPECs são até mesmo um pouco limitadas demais, de modo que o jogo chega a incentivar que o jogador evite lutas desnecessárias. Se bem que o sistema de combate é tão lento que, se houver mais de dois inimigos na sala, é quase impossível conseguir derrotá-los sem perder boa parte da sua vida, chegando a ser praticamente fatal. Evitar inimigos para conservar PPECs e HP é uma tática sempre constante no jogo.
Ah, e tem uma maneira de se conseguir aperfeiçoar os poderes de Rion. No decorrer do jogo, será possível encontrar itens chamados Skips. Usando um Skip, os poderes de Rion "evoluem um nível". Quanto mais fortes os poderes, maior sua força e seu alcance, mas também leva mais tempo para que Rion possa carregar seu poder com força máxima. O nível máximo é o 3, e, ao usar o poder de nível 3, Rion é capaz de causar muita força em inimigos de praticamente qualquer lugar da sala, se tornando uma máquina de matar. Mas vale ressaltar que os poderes mais potentes consomem mais energia, então use com moderação. Um ponto estranho do game é que Rion "perde" esse poder extra caso ele fique com menos da metade do HP. Não me pergunte por quê, mas eles decidiram que isso seria algo bacana. Ah, e, ao passar de uma fase para outra, também se perde essas forças maiores acumuladas.
Em si, o jogo se resume a isso. Explorar bem os cenários, em busca de itens (e de cenas secretas habilitadas ao se usar o poder da previsão em alguns itens especiais), é recompensador e algo que o jogador acaba se habituando a fazer. O clima de suspense do game é realmente uma das melhores coisas do jogo. Tudo muito macabro e bem dark, sem falar dos personagens que são feitos para serem psicologicamente perturbadores. O jogo não tem tantas cenas de susto, mas, por outro lado, as poucas cenas em que ele tenta passar um clima aterrorizante, ele passa. Galerians não é apelativo, daquele tipo que acaba ficando chato e monótomo, e, quando ele tenta surpreender o jogador com alguma cena grotesca, ele consegue. Pode contar com a presença de corpos dilacerados pelo cenário, muito sangue, cenas de tortura, fenômenos sobrenaturais e coisas assim.

Minha análise do jogo

Gráficos
Galerians apresenta gráficos muito bons. Os vídeos em CG são a grande revelação do game, e foram belissimamente produzidos. Esses vídeos contam a história de forma muito boa, e são um show à parte. Vale a pena jogar o game apenas para assisti-los. Os gráficos em jogo mesmo também foram bem feitos, com personagens bem modelados em 3D dentro de detalhados cenários em 2D. Belo trabalho do artista Shou Tajima. Mas nem tudo são flores, com uma coisa que irrita bastante: os ângulos de câmera. Os ângulos foram pessimamente escolhidos, e diversas vezes deixam o jogador sem a mínima ideia de onde estão os inimigos que estão atirando nele. Bastava eles terem melhorado esse aspecto para que o empenho da Polygon com os gráficos tivesse sido exemplar. Empenho excelente, no entanto.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som
As composições de Masahiko Hagio foram feitas para causar ambientação no game, e, nesse quesito, funcionam muito bem. Não são impressionantes, do tipo que ficam martelando na sua cabeça e dão um show, mas também não fazem feio. Meramente cumprem seu papel, e é possível sentir os momentos tensos e os momentos de adrenalina apenas pela música que toca. Só tem uma coisa que eu vou reclamar aqui: a péssima atuação dos dubladores americanos. Galerians é o tipo de jogo moroso, com diálogos profundos e que precisam de emoção. Pois emoção foi justamente o que faltou aos dubladores, e os diálogos passam de sofrível para tosco quanto mais se prossegue no jogo. Principalmente, a voz do Rion, que simula a de moleque de 10 anos (ele tem 16). Uma pena, mas fazer o quê. Por esse motivo, o empenho da Polygon foi excelente, e não perfeito.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Jogabilidade
Galerians herdou aquela jogabilidade manjada e truncada de outros survival-horrors. O controle dos personagens apresenta falhas muito evidentes, com um personagem que chega a ser lento demais para o estilo de jogo. Quando se pensa na mecânica que eles escolheram para o sistema de combate, então, aí as falhas se tornam ainda mais evidentes. Rion se encontra em muita desvantagem no game. Desviar dos ataques de alguns inimigos é quase impossível, e o sistema de mira automática é sofrível, sem contar que a demora que ele precisa para desferir ataques mais potentes o torna tão vulnerável que chega a ser ridículo. A Polygon poderia ter aperfeiçoado muito mais a jogabilidade do game, que chega a irritar o jogador diversas vezes. Sem contar que a limitação do inventário na ausência de baús de armazenamento também não foi uma ideia nada interessante. Por terem tentado inovar e fazer diferente, porém, sem sucesso e com ainda mais falhas que os outros, só posso dizer que o empenho da Polygon foi mediano, no quesito jogabilidade.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Diversão
Bem, a diversão é uma união de diversos fatores. Sendo assim, Galerians, que apresenta problemas de câmera e de jogabilidade não deveria ser divertido, não é? Mas ele até que consegue animar. Quer dizer, se o jogador for persistente e passar por cima desses fatores negativos, ele irá encontrar um game que é interessante. A história do jogo foi bem pensada e cheia de surpresas, a imersão do jogo foi boa, o clima de suspense constante chama a atenção, e algumas cenas de susto tornam esse game um verdadeiro survival-horror. Pena que ele parece inconsistente ao colocar uma curva de dificuldade não muito acentuada, pouca variação nos poderes, tornando os combates praticamente iguais do começo ao fim do jogo, e uns quebra-cabeças nada a ver que não acrescentam em nada e parecem despropositados. Juntando-se isso aos defeitos já mencionados anteriormente, tudo isso atrapalha a diversão do jogadores, mas ainda consigo dizer que o empenho da Polygon em fazer um game divertido foi considerável. Eles tiveram as ideias certas, apenas não conseguiram acertar em alguns pontos-chave.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Longevidade
A Polygon cometeu um pecado quanto à longevidade. Quando se pensa que o game possui 3 CDs, é de se esperar que o jogo seja grande e repleto de extras. Imagine então a minha decepção ao me deparar com um game de 4 horas de jogo e ainda por cima de um jogo só! Se Resident Evil 2, com 2 CDs, deu uma aula de como atribuir longevidade a um survival-horror, Galerians mostrou como não se deve fazer. O jogo é curto demais, e só tem um final. Após fechar o game, tudo o que podemos fazer é assistir todos os vídeos do jogo na opção Movie Preview, o que não ajuda em nada. Para não dizer que não há extras, se o jogador quiser jogar o game uma segunda vez, ele terá uma novidade interessante. Mas é só! Muitíssimo pouco, quando se compara com outros games. O empenho da Polygon Magic com a longevidade foi pouco, muito pouco.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Inovação
Galerians trouxe uma outra pegada para os games de survival-horror. O estilão empregado para o jogo, muito mais dramática e macabra do que o de costume, unido a uma mecânica de jogo diferente dos outros (em alguns aspectos pior, mas pelo menos diferente) e elementos de Role-Playing Game no sistema de combate, nos apresenta um game que tentou sim ser inovador. A Polygon Magic substituiu muito bem os zumbis por monstros mais ferozes, as armas por poderes psíquicos, sem contar que ele trouxe um protagonista obscuro, totalmente particular. Ele só poderia ter aproveitado para tirar algumas coisas que poderiam ter sido descartadas, como o limite de inventário, por exemplo, ou a jogabilidade truncada. O empenho da Polygon foi excelente com a inovação.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Soma Final: 18/30 (Bom)

Em resumo: Galerians trouxe sangue novo para o gênero survival-horror, e ajudou a promovê-lo ainda mais. Longe de ser um sucesso comercial, pelo menos ele não tentou ser mais do mesmo, e apresentou novas alternativas. Se bem que essas ovas alternativas só seriam melhor aproveitadas por outras franquias, uma vez que alguns defeitos básicos atrapalham o desenvolvimento desse game, que tinha tudo para ser fora de série. No entanto, recomendado apenas para aqueles que curtem sentir o verdadeiro terror do survival-horror.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Galerians.

Detonado em vídeo

Este detonado está completo, em boa qualidade e bem editado. É possível ver, aqui, todos os vídeos do jogo (mesmo os secretos) e boas estratégias para passar pelos quebra-cabeças e inimigos mais difíceis do jogo. Vale a pena conferir. Acompanhem:


Parte 1





Parte 2





Parte 3





Parte 4





Parte 5





Parte 6





Parte 7





Parte 8





Parte 9





Parte 10





Parte 11





Parte 12





Parte 13





Parte 14





Parte 15





Parte 16





Parte 17





Parte 18





Parte 19





Parte 20



E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

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