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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Army Men 3D - Análise


Esta é a análise de Army Men 3D, lançado pela 3DO em 1998 para o Playstation.


Introdução

A franquia Army Men começou no PC, ainda no começo do ano de 1998. Apesar de, na época, o gênero ser um Real-Time Strategy, ele conseguiu sua popularidade por seu estilo único. A série começou então a amadurecer, e buscar novos horizontes em novos gêneros. No mesmo ano de 1998, chegou às lojas japonesas uma versão para o Playstation das clássicas guerras entre os soldados de plástico verdes e os amarelos. Trata-se de um remake do jogo original, mas desta vez em um game do gênero Action. Será que a mudança repentina de gênero viria a atrapalhar o andamento da franquia? Iria piorar ou iria alavancar ainda mais o sucesso da série? é o que tentaremos desvendar no decorrer desta análise.

ARMY MEN 3D


Informações técnicas

Publicado por: 3DO
Desenvolvido por: 3DO
Gênero: Action
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 20 de novembro de 1998
Faixa etária: Teen

Sobre a história (contém spoilers)

A história do game não é nada que realmente vá fazer a diferença. Trata-se de uma história muito básica e comum do que se poderia esperar de um jogo de ação ambientando bonecos de ação que misteriosamente receberam vida própria. Vamos lá.

Tecnicamente, os exércitos verde e amarelo sempre se digladiaram. Não há um motivo concreto para isso, mas tudo bem. Acontece que, de tempos para cá, o exército amarelo conseguiu um poder muito peculiar. No controle de um sargento do exército verde, chamado Sarge, temos o objetivo de detê-los. Esse é o Sarge:


Sarge, como dito, é um sargento do exército verde. Trata-se de um sargento muito hábil em batalha, mais do tipo "exército de um boneco só". Ele é capaz de manipular toda sorte de armas de fogo, é perito em explosivos e sabe pilotar um vasto número de veículos militares. Não muito resistente a tiros, mas muito competente e fiel às suas ordens, Sarge obedece as ordens de seus superiores sem titubear, por mais difíceis que sejam.

Sarge é o protagonista da história, e na verdade o único personagem que tem um nome. Então, é mandado de um lado para outro do mundo, atrás de informação sobre esse poder secreto do exército amarelo. Através de informações obtidas de espiões do exército azul, assassinato de líderes do exército amarelo e proteção de membros do alto escalão do exército cinza, aos poucos Sarge vai descobrindo que poder é esse. Seja qual for esse poder, ele precisa obter três chaves especiais que se encontram em poder do exército amarelo. Com muito esforço e após várias missões, eis que Sarge consegue encontrar essas três chaves, e descobre o segredo: trata-se de um portal. Esse portal secreto é capaz de levar os bonecos ao mundo real, o mundo dos humanos. E, bem, é esse o segredo. Ao final da história, Sarge acaba entrando sem querer no portal misterioso, ficando preso no mundo real, enquanto, no mundo dos bonecos, ele é dado como desaparecido. O jogo acaba assim mesmo.

E essa é a história do game. Eu avisei que era simples!

Sobre o jogo

Bem, o jogo gira em torno de uma guerra. Entre bonecos. Isso quer dizer que o jogo é um game de guerra comum, com armas bélicas, veículos de guerra, emboscadas e tudo o mais. Só que o diferencial é que, como são bonecos que estão lutando, não haverá uma gota sequer de sangue, e sim muito humor. Logo, não ofenderá a sensibilidade de ninguém com esse jogo, e não há a necessidade de se tirar as crianças da sala para jogar. De fato, nunca foi tão divertido sair jogando granadas por aí. E com faixa etária Teen ainda por cima.
Não se deixe enganar pela aparência simples do game: Army Men 3D não é um jogo de ação comum. Ele conseguiu trazer os elementos de Strategy de suas origens no PC para formar um estilo muito misto dentro do Playstation. Apesar de ser tridimensional, e em terceira pessoa, com várias armas, e tudo o mais, diversos elementos de um jogo de ação, a estratégia está, sim, inclusa no game. Como? Eu explico.
O tempo todo, controlará um único homem, Sarge. Com ele, poderemos andar, atirar, se agachar, rolar no chão, rastejar e algumas coisas mais. Acontece que Sarge é forte e corajoso, mas é um soldado só. Ele morre fácil, como se fosse de verdade: basta uma saraivada de balas de metralhadora, umas granadas bem colocadas ou alguns segundos diante de um lança-chamas em funcionamento, e ele já era, mesmo na dificuldade normal. Por isso, esse game não é daquele tipo "Rambo", no qual equipamos nossa metralhadora e saímos por aí metendo bala em todo mundo a torto e a direito. Se tentar fazer isso, irá morrer dezenas de vezes sem conseguir sair das primeiras fases. Não, um boneco de plástico precisa, acima de qualquer coisa, usar a cabeça.
Sarge já começa o jogo com um rifle de longa distância e munição infinita. Acredite: esta é uma das melhores armas do jogo inteiro. Ela possui um imenso alcance e é potente o bastante para abater um boneco inimigo com um ou dois disparos. Só o que tem a fazer é avançar com muita cautela pelos cenários. Acompanhe o mapa no canto inferior direito, e logo verá a localização dos inimigos. Chegue apenas perto o bastante para que os disparos possam chegar até eles, e mate-os. Use o alcance da arma para matá-los antes que eles percebam que você está por perto. Essa é a forma mais segura de se manter vivo no game.
Vale muito mais a pena tomar cuidado, estudar o terreno e avançar os poucos. Por isso, esse game é mais estratégico do que os outros. Sair correndo não irá render nada de bom, apenas mortes e mais mortes. Usando o alcance do rifle de Sarge, poderá acabar até mesmo com inimigos em trincheiras, usando metralhadoras automáticas e tal. Na verdade, será até mais fácil, pois a maioria dos inimigos do game possui armas com alcance menor do que o seu, para a sua sorte.
Para sobreviver contra exércitos inteiros, Sarge tem de usar estratégia de guerra: ser furtivo, pegar inimigos desprevenidos e armar emboscadas. Uma excelente tática é localizar um inimigo atrás de uma parede, ficar do outro lado da parede e arremessar uma granada por cima do muro. Os inimigos nunca correm das granadas, e serão mortos facilmente assim. Também é uma boa plantar uma mina no chão e sair correndo para atrair os inimigos para a mina. Seja como for, sempre avance agachado, e tente se esconder atrás de árvores, pedras ou muros para não ser um alvo fácil no tiroteio.
Vale ressaltar que Army Men 3D é um jogo muito, mais muito difícil. Sarge morre muito rápido, e, apesar das vidas que podemos encontrar pelas fases, basta um ataque surpresa bem sucedido para termos de recomeçar a missão do começo. Isso mesmo: não há checkpoints, mesmo nas missões mais complexas e extensas. Morreu? Tudo de novo. Isso pode ser frustrante, mas, como as missões são curtas, só começará a perceber o quanto isso atrapalha mais para o final do jogo, quando as missões começam a ficar consideravelmente grandes. Por isso, terá de ficar sempre alerta, pois, sabendo que um erro pode ser fatal, terá de pensar duas vezes em fazer uma curva antes de olhar bem o que pode encontrar do outro lado. Isso irá garantir um nível de tensão e de suspense muito bom para jogos desse gênero. De qualquer forma, o jogo possui três modos de dificuldade. Se não aguenta a pressão, pode colocar no Easy. Mas, se conseguir fechar no Normal e ainda quiser um desafio ainda maior, é só colocar no Hard e começar a sofrer! Prepare-se para o massacre!
Já que estamos falando de trocar tiros, vamos falar sobre o sistema de mira. O jogo possui um sistema de mira semi-automático. Isso quer dizer que Sarge não mirará em nada, mas, quando você se virar de frente para o oponente, Sarge irá atirar onde ele estiver, seja logo em frente, mais abaixo ou no alto de uma colina. Não tem como regular a altura do disparo, nem na mira manual. Sarge escolhe sozinho em quem ele irá atirar. Isso é estranho e não funciona tão bem, porque muitas vezes não é possível nem saber em quem o Sarge está mirando. Não tem como saber se a nossa mira está ou não travada no alvo que está nos atirando, por exemplo, e isso pode ser fatal. Não será estranho gastar uma saraivada de balas tentando acertar um inimigo que está logo na sua frente, te enchendo de balas, e morrer sem acertar um único tiro, tudo porque Sarge não conseguiu mirar direito. O jogo exige que o jogador confie na mira semi-automática de Sarge, mas a mira é falha e confusa de se usar!
A inteligência artificial do game tem muitos altos e baixos. Às vezes, ela é tosca demais, e às vezes ela surpreende de forma incrível. O jogo deixa fácil ataques furtivos, do modo que, muitas vezes, você pode encontrar um soldado inimigo de costas, atirar nele uma vez e ele continuar parado sem nem se mexer, permitindo que você acabe de matá-lo. Os soldados que lançam granadas ficam parados lançando granadas em você, independente da situação. Eles podem estar levando tiros que eles nem se mexem. Da mesma forma, um alvo à distância que esteja tentando lhe acertar, mesmo atrás de uma parede ou árvore, vai ficar atirando indefinidamente nesta parede ou árvore, independente de estar lhe acertando ou não. Isso é patético. Mas, tem momentos em que realmente a IA lhe surpreende. Soldados inimigos armam verdadeiras emboscadas, cercam o personagem, o levam para armadilhas, se escondem, se camuflam e pedem ajuda. É muito fácil ser surpreendido por um muito bem armado ataque-surpresa que envolve ataque conjuntos por todos os lados, por exemplo. Como eu disse, são altos e baixos.
As missões do jogo são muito simples. Logo no começo de cada missão, lhe são dados informações básicas sobre o que tem de ser feito: invadir uma base, matar alguém, explodir um gerador, encontrar uma chave, matar um espião, resgatar soldados capturados, roubar informações secretas, explodir uma ponte, enfim, qualquer coisa assim. Tudo muito simples e intuitivo, sem muitos detalhes ou problemas. Às vezes, terá um tempo limite, mas nada que gere tanta preocupação. As fases são relativamente pequenas, e, mesmo que se sinta perdido, poderá acessar a qualquer momento um mapa muito bem detalhado que irá lhe ajudar bastante a se localizar. Recebeu as ordens? Vá até o local e cumpra. Às vezes, a missão acaba logo no mesmo momento; outras, terá de ir até uma área de evacuação. Aí, você pode salvar o jogo e ir para a próxima missão.
O jogo fornece uma boa variedade de armas. Além do rifle inicial, que tem munição infinita, também há metralhadoras automáticas, granadas, morteiros, bazucas, minas e lança-chamas. Você encontra as armas espalhadas pela fase mesmo. As mais poderosas geralmente se encontram nos locais mais afastados, escondidos atrás de objetos e em becos sem saída, estimulando o jogador a explorar os cantos do cenários. Também é possível obter essas armas após matar soldados inimigos que as usavam. Com exceção do rifle, todas tem munição finita, mas nem todas são úteis. Veja bem: o rifle é a melhor arma do jogo, seguido das granadas e do morteiro, que são armas mais estratégicas. De resto, não chegará a usar tanto. A bazuca ainda consegue ser muito útil contra tanques de guerra, é claro. Mas as metralhadoras são um pouco mais rápidas que o rifle, no entanto mais fracas, mais barulhentas e com menor alcance, tornando o rifle uma arma melhor. E o lança-chamas é tão lento e dispendioso, além de ter alcance muito curto, que chega a ficar quase que inútil dentro do nosso arsenal. Minas também não são lá aquelas coisas, mas podem salvar vidas em momentos de desespero.
Por falar em minas, terá de se deparar com elas diversas vezes no decorrer do game. Há vários campos minados, e passar por eles será ligeiramente simples. Tudo o que tem a fazer é equipar um detector de minas e sair andando no meio do campo minado. O detector imediatamente localiza as minas ao redor de Sarge e as desarma, deixando-as inúteis. Tudo bem que Sarge anda lentamente quando usa o detector, mas basta caminhar pelo local para ficar tranquilo. O problema é achar o bendito detector, que muitas vezes se encontra no meio de um campo inimigo. Outro pequeno problema será enfrentar inimigos que estejam do outro lado de um campo minado. Trocar de armas o tempo todo pode ser perigoso.
O jogo não possui propriamente chefes de fase, apenas inimigos comuns. Mas você nem chegará a sentir muita falta deles, uma vez que o jogo irá lhe rechear de inimigos. Tem para todos os gostos: granadeiros, bazuqueiros, snipers, operadores de metralhadora, e... Os tão perigosos tanques de guerra. Esses sim serão uma espécie de "chefão" do jogo, tamanha a preocupação que você deve ter com eles. Rápidos e extremamente perigosos, os tanques têm de ser lidados com muito cuidado. Às vezes, é muito simples derrotá-los, bastando se agachar atrás de alguma proteção, como um trincheira, ou mesmo atrás de uma casa, e ficar de lá lançando granadas e balas de morteiro até eles explodirem. Mas, quando tiver de enfrentá-los em campo aberto, esqueça essa estratégia. Sarge terá de equipar a bazuca e começar uma batalha pela vida, correndo do tanque ao mesmo tempo em que rola pelo chão, fugindo dos disparos. Seja como for, tome muito cuidado!
No decorrer do game, resgatará pessoas, e Sarge poderá controlá-las. Não diretamente, mas dar ordens para elas, do tipo "siga-me" ou fique aqui". Os soldados resgatados possuem péssima inteligência, e uma tendência suicida muito forte. Eles sempre se jogam de cara na ação, independente do perigo, e, apesar de não ajudar em nada na batalha e nem acertar tiros direito, eles fazem questão de sair correndo na direção de todos os tiros que eles vêm. Se acha que é bom tê-los como companheiros, esqueça, porque, se eles morrerem, a missão falha, e eles são suicidas! Uma dica que eu dou é: ordene que eles fiquem parados, vá e mate todos os inimigos sozinho, depois volte e pegue-os. É muito mais seguro. Isso é, se eles não ficarem presos que nem idiotas em alguma parede ou trincheira no caminho.
Sarge ainda é capaz de dirigir veículos. Isso acontecerá raramente, só em algumas poucas fases, mas poderá dirigir jipes, tanques de guerra e até caminhões. Eles são armados com metralhadoras com munição infinita, de modo que não ficará indefeso dentro delas. Geralmente usados para carregar reféns libertados, eles também podem ser usados estrategicamente para combates, principalmente os tanques de guerra, que podem ser usados contra tanques adversários. É preciso um pouco de perícia no combate "tanque vs. tanque", pois os comandos são um pouco confusos e o tanque é bem vulnerável a ataques, de modo que poderá ser destruído antes do adversário, então cuidado. Use apenas quando necessário.
Por fim, creio que só resta falar do modo 2 Players. Disponível desde o começo, é possível jogar com dois jogadores, sendo um contra o outro. As opções não são muitas e variadas, é verdade, mas a diversão é garantida. São, no total, 5 fases que podemos abrir para jogar. Cada fase possui suas características, suas armas pré-definidas e seu terreno. O objetivo é simples: captura à bandeira. Temos de invadir a base inimiga, pegar a bandeira e voltar para nossa base. Em meio a isso tudo, fica o intenso tiroteio, e a estratégia. Poderemos armar emboscadas com minas, usar tanques, jipes, todas as armas, e ainda ter soldados sob nosso comando. Não há outro modo de jogo: é isso e pronto, goste ou não. Não tem como modificar, escolher armas, regras ou mesmo qual personagem ser. Está tudo pré-definido. Ainda assim, é muito interessante jogar com um amigo, e ver quem se sai melhor nas estratégias de guerra. Algo que manterá o jogo em uso por mais algum tempo, pelo menos.

Minha análise do jogo

Gráficos
Os gráficos definitivamente não são o forte de Army Men 3D. Os personagens não são muito bem expressivos. São bonecos, sim, mas sua movimentação ainda não chega nem perto de ser convincente. A movimentação é muito tosca, e chega a ser hilária de tão mal feita. Os bonecos se decompondo ao levarem tiros ou estarem em chamas não diferem muita coisa. Ficou muito feio. Os cenários não chegam a ser toscos, mas deixam a desejar, por não possuírem muitos detalhes e serem muito comuns e sem imaginação. As construções são feias e pouco realistas. As cenas de animação são poucas, breves e fracas, não melhoram a aparência geral do game. Além disso, há muito pouca resolução em todo o jogo. Some isso a inimigos e coisas que "aparecem" do nada, paredes e objetos que somem ao virar a câmera e verá que tem algo muito errado no departamento gráfico. Levando em consideração que se trata de um jogo lançado no quarto ano do console, chega a ser inadmissível esse padrão de qualidade. Eles podiam ter melhorado bastante, e, por isso, merecem uma nota baixa. O empenho que a 3DO teve com os gráficos desse jogo foi, sem dúvida, muito pouco.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Som
O departamento de som do jogo também deixa muito a desejar. As músicas do jogo são apenas marchas do exército sem graça, que não contribuem em nada com a ação. As vozes se encontram presentes nas ocasionais narrações das animações, e também durante as missões, como quando Sarge envia ordens aos seus superiores. Mas as dublagens estão medianamente convincentes. No entanto, os sons de disparos e explosões são realistas. Um empenho maior nas músicas poderia criar um clima ainda mais animador, mas, do jeito que está, é apenas mediano. Empenho mediano da 3DO.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Jogabilidade
Apesar de serem bonecos de guerra, as movimentações dos personagens são variadas, incluindo toda a gama de movimentos necessária para um jogo de ação. Você pode se abaixar, rastejar, se ajoelhar, rolar para os lados, mirar enquanto anda, enfim, fazer a maioria das coisas que se tem de fazer. Nesse ponto, o jogo não deixa a desejar, até mesmo propiciando o controle eficiente de veículos. Só que o jogo é muito problemático. É muito fácil ver o personagem ficar preso em uma pedra minúscula, um desnível do terreno, ou mesmo no canto da parede, por mais que podemos ver que não tem porquê estar preso ali. Uma pena. Além disso, tenho de reclamar do sistema de mira. A mira é semi-automática, e possui muitas e perigosas falhas. Essas falhas ocasionarão muitas mortes bobas e desnecessárias ao personagem. Por esses problemas, que comprometem seriamente a jogabilidade, só posso afirmar que o empenho da 3DO com a jogabilidade foi apenas mediano.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Longevidade
Army Men 3D possui 18 missões. Mesmo assim, elas são curtas em extensão. Jogando com calma e paciência, levará cerca de dez minutos nas missões mais complicadas. Ao todo, cerca de três horas de jogo, quatro no máximo. Isso é muito pouco, sem dúvida. Dá para fechar esse jogo em um fim de semana, tranquilamente. Mas a 3DO colocou três níveis de dificuldade, o que deixa o jogo um pouco mais longo, pois o jogo já é difícil no modo normal, e fechar no modo difícil será realmente um desafio a ser superado. A questão é: não há nada de novo em fechar o jogo novamente. Nenhum final a mais, nenhuma novidade, nenhuma descoberta. A única coisa que não fará o jogador esquecer esse jogo após fechá-lo uma vez é o modo multiplayer. Combater contra o amigo é interessante, e a mecânica do jogo ajuda bastante a tornar as batalhas bem animadas. São poucas as opções de combate (apenas 5 fases e sem possibilidade de escolher outras mecânicas do combate), mas tudo o que está presente no modo história estará presente no modo multiplayer, ou seja, vence quem for mais estratégico. Um bom adendo, mas ainda não deixa o jogo muito mais longo. Trata-se de um jogo para se jogar por um fim de semana, fechar, curtir um pouco o modo 2 Player e depois esquecer. Poderia ser bem melhor. Empenho mediano.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Inovação
Army Men 3D trouxe algumas coisas de novo. Seu gênero, seu estilo e a sua concepção de jogo já eram manjados, na época de seu lançamento. Mas a combinação é diferente, e apela para um público diferente do tradicional para o gênero. Army Men 3D se destaca pelo seu foco intenso na estratégia, e não no tiroteio desmedido, como outros jogos de guerra. É como se fosse um jogo do gênero Strategy em terceira pessoa, com elementos de ação. Sua despreocupação com fatores triviais, tentativa de ser diferente e o foco na diversão devem servir de exemplo para muitos jogos que virão no futuro. Army Men 3D inovou em trazer uma série esperada ao Playstation, revelando o lado mais divertido e inocente da guerra, sem perder o que há de mais interessante: o sentimento de ser o herói. Ah, e além de tudo, o jogo não possui uma gota de sangue sequer, sendo portanto aconselhável para crianças, mostrando que nem todos os jogos de guerra precisam ser violentos e sangrentos. Empenho excelente por parte da 3DO.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)


Diversão
A diversão é um dos pontos fortes de AM 3D. A 3DO quis deixar o jogo realista e divertido – e conseguiu. O clima de tensão e a ação que ocorre entre os tiroteios são emocionantes, e as fases contribuem para um sentimento de que podemos ser atacados a qualquer momento. Teremos de usar muito mais estratégia do que em outros jogos do gênero, o que pode frustrar alguns amantes de ação, mas apenas deixa esse jogo mais único. Para os que gostam de partes realmente complicadas, que exigem intricadas estratégias de batalha, ou seja, os jogadores mais hardcore que curtem um desafio, este jogo é um prato cheio. Pode esperar muito desafio pela frente, que só cresce a cada fase, além de cenas inesquecíveis, e muita satisfação ao final das missões mais difíceis. O sucesso ou o fracasso depende inteiramente de sua atenção e capacidade de raciocínio, mais do que seu reflexo ou habilidade nos controles, e isso é um ponto positivo. Além de um diferencial para muito joguinho de ação no mercado. Além disso, o modo multiplayer também oferece muita diversão. Uma pena que as diversas falhas que o jogo possui na jogabilidade chegam a atrapalhar ligeiramente a diversão a longo prazo. Além disso, a história poderia ter sido melhor incrementada, e um ou outro problema estrutural do game (como o fato de inimigos aparecem realmente "do nada" na sua frente, às vezes) ser solucionado para esse game receber a nota máxima. Por isso, posso afirmar que o empenho da 3DO com a diversão foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Soma Final: 15/30 (Mediano)

Em resumoA primeira tentativa de transportar a franquia Army Men para o gênero de ação em terceira pessoa não ficou boa, se tornando um game muito fraco tecnicamente. Apesar de possuir os elementos de sucesso que marcaram as versões para PC, faltou capricho na concepção do jogo em si, e no seu transporte para o Playstation. Mais um pouco de esforço na transposição, e seria um jogo memorável. Mas, do jeito que se encontra, se trata de um jogo ultrapassado e facilmente esquecível, repleto de problemas e irremediavelmente curto. Mesmo se for um fã da franquia (e apenas se), vale mais a pena apenas alugar do que tê-lo em sua coleção. Por outro lado, procure os jogos mais antigos ou mais recentes da franquia.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Army Men 3D.

Detonado em vídeo

Não há um detonado em vídeo completo para esse jogo até o momento. O único detonado em vídeo em qualidade razoável que encontrei vai até a fase 6, o que equivale a um terço do jogo. Confira:

Parte 1 - Intro


Parte 2 - Level 1


Parte 3 - Level 2


Parte 4 - Level 3 (1/2)


Parte 5 - Level 3 (2/2)


Parte 6 - Level 4


Parte 7 - Level 5 (1/2)


Parte 8 - Level 5 (2/2)


Parte 9 - Level 6 (1/2)


Parte 10 - Level 6 (2/2)


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

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