sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Final Fantasy XIII - Análise


Esta é a análise de Final Fantasy XIII, lançado pela Square Enix em 2009 para Playstation Xbox 360.

Introdução

O 13º capítulo da saga Final Fantasy veio ao Playstation 3 em 2009, no Japão, e em 2010 nos Estados Unidos. A exemplo de todos os outros da série, não tem exatamente nada a ver com todos os 12 anteriores, e provavelmente não terá com os subsequentes, afinal, cada história é única. O jogo trouxe algumas mudanças que foram consideradas cruciais para alguns fãs da série, e que quebraram diretamente o estilo previamente trabalhado em jogos da série, chegando mesmo a gerar a dúvida se o game não teria mudado demais.

FINAL FANTASY XIII


Informações técnicas

Publicado por: Square Enix
Desenvolvido por: Square Enix  Product Development Division 1
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Motomu Toriyama
Plataforma: Playstation 3 e Xbox 360
Data de lançamento: 17 de dezembro de 2009
Faixa etária: Teen

Sobre a história (contém spoilers)

A história é complexa, então preste atenção:

A história se passa em um mundo totalmente doidão e nada a ver com nada, como é bem típico da série. O mundo se chama aqui Gran Pulse, e é dividida em dois planetas, sendo eles Pulse, uma terra árida habitada por monstros e Cocoon, um planeta esférico que flutua sobre Pulse. Ambos são governados por um governo corrupto e filho-da-mãe chamado Sanctum. Nesta terra, os nobres e donos da verdade são os fal'Cie, enquanto os seres humanos são seres inferiores, a ralé mesmo, chamados de l'Cie. Os l'Cie são filhos de um deus misterioso chamado Maker, e já nascem com um objetivo a ser cumprido, chamado Focus. Se o l'Cie conseguir cumprir seu Focus antes que o tempo acabe (não há nenhum tipo de cronômetro ou algo parecido, é realmente na base da sorte mesmo), eles recebem um prêmio. Qual é o prêmio? Ser transformado em um bloco de cristal gigante e imóvel, com vida eterna. Quer dizer, pelo menos até que alguém lhe derrube e quebre, quer dizer. E tem mais: se o l'Cie não conseguir cumprir sua missão, ele vira um monstrengo deformado chamado Cie'th pelo resto da vida. E aí, o que prefere? Virar um monstro ou um bloco de cristal? Digamos que não são escolhas muito razoáveis, né?

Nesta bagunça toda surge a Lightning, uma ex-soldado do grupo de forças especiais do fal-Cie que virou a casaca e agora luta contra os fal'Cie. Ela é a protagonista da história:


Ela virou a casaca porque quer resgatar a sua irmã, Serah. No trem que ela usou para entrar na base dos fal'Cie, ela conhece Sazh Katroy, um ex-piloto que também está a fim de entrar nessa bagaça. Este é Sazh:


Sim, ele é negro e tem um cabelo black power, no qual usa como um ninho para seu bichinho de estimação, o chocobo filhote dele. Sazh era um homem feliz, com uma esposa e um filho, mas a mulher dele morreu e o filho dele, chamado Dajh, virou cristal também; então, deprimido e sem outra alternativa, ele decidiu invadir a base  de Cocoon com a Lightning.

Nesse meio termo, os fal'Cie estão exilando um bando de l'Cie simplesmente porque eles tiveram uma ligação com gente de Pulse, considerado a escória do jogo só porque os Sanctums querem. Logicamente, os exilados não iam deixar barato e começaram uma rebelião sob comando de um rapaz chamado Snow Villiers. Este é Snow Villiers:


Este rapaz muito mal-educado é metido a fortão e luta usando as próprias mãos. Ele é noivo da Serah, irmã da Lightning, então ele entra no grupo de resgate.
Snow lidera o grupo revolucionário NORA, do qual pertencem diversos exilados, entre eles a família Estheim. Nesta família, está Hope Estheim.


Hope é uma criança infeliz que foi praticamente forçada a lutar. A mãe dele, Nora Estheim, com o qual morava, nos abrigos subterrâneos, morreu durante uma batalha porque quis e pediu para morrer, mas o Hope culpa sei lá porquê Snow, o único que tentou salvá-la. Idiota que só ele, entende tudo errado e pensa que o Snow deixou a mãe dele morrer. Ele se junta ao grupo contra a sua vontade, nutrindo um ódio interior  pelo Snow, mas, como é fraco e incapaz de sobreviver sozinho, ele acaba por não realizar a sua vingança. Ele já foi expulso do grupo várias vezes, mas ele sempre consegue voltar, alegando que "vai ficar mais forte"...Na verdade, ele passa a maior parte do tempo causando problemas para todo mundo, atrapalhando todo mundo e tendo de ser humilhantemente resgatado do perigo pelos outros. Um exemplo de incompetência em pessoa, e um dos piores membros do grupo.

Mas, pra falar a verdade, Hope só se meteu nessa confusão toda por causa de uma outra garota. Hope acaba ficando amigo (e nada mais do que isso) de uma menininha simpática e bem gatinha chamada Oerba Dia Vanille. Deem uma olhada em Vanille:


Agora que viram Vanille, me respondam: ela parece ser alguém do mal? Pois não se deixe enganar pelo olhar doce e pelo rosto meigo dela: ela é a principal mentirosa e traidora do grupo. Ah, e ela é a narradora da história, também. Na verdade, ela veio de Pulse, e não de Cocoon, como os outros, e ela é a responsável pela guerra que houve tempos atrás e também por quase tudo de ruim que acontece com os outros membros do grupo, como por exemplo pela transformação do filho do Sazh em cristal.
Aí, o grupo da alegria se reúne e saem em busca de encontrar a Serah. Só que a má-sorte deles é tanta que, assim que eles a encontram, ela vira cristal. Lembra, lá no começo da minha explicação da história, que virar  cristal é uma coisa boa? Pois é, mas ninguém gosta. Todo mundo fica puto, mas ninguém pode fazer nada a respeito. Como se não fosse o bastante, eles ainda recebem uma marca e um Focus. Ou seja: ou eles realizam seu Focus ou viram monstros. E adivinha qual o Focus deles? Nada menos do que destruir Orphan, um gigante fal'Cie adormecido que protege Cocoon. Destruindo Orphan, Cocoon já era.
Nesta busca, eles encontram Oerba Yun Fang, outra l'Cie de Pulse que pertence à cavalaria de Pulse. Esta é a Fang:


A Fang só aparece mais para a metade final da história, se junta ao grupo por falta do que fazer e porque conhece um cara que tem uma nave espacial irada.

Time formado, eles resolver ir encontrar o tal Orphan. O problema é que Orphan não pode ser derrotado por mãos humanas, então eles precisam reanimar Ragnarok, um summon com poder para tal. Apenas Fang e Vanille podem se propor a tal coisa. Só que, para impedi-los, existe um grupo religioso, os Sanctum. O maior líder deles é um cara metido a poderoso mas que é um inútil, chamado Galenth Dysley:


Chegando até Orphan, ele desperta. Fang começa a se transformar em Ragnarok, mas depois ela para, a pedidos de seus colegas, que por pouco não viram Cie'th. Como é de esperar em todo game que se preze, o mal sempre parece que vai ganhar, mas, no final, acaba perdendo. Orphan é derrotado e o planeta Cocoon cai em cima de Pulse. Fang e Vanille, transformados em Ragnarok, se transformam em cristal para salvar Pulse do desastre, e assim a história termina. Serah, irmã de Lightning, e Dajh, filho de Sazh, voltam milagrosamente ao normal (apesar de ninguém entender bem porquê que isso aconteceu), e todos vivem felizes para sempre. Quer dizer, até que mais alguma desgraça aconteça.

Sobre o jogo

O sistema de batalha é único, sendo uma mistura interessante de diversos modos de luta de Final Fantasys anteriores. A estranha barra de ATB voltou. Isso quer dizer que os personagens ficam parados apanhando por alguns segundos, até que a barra se encha, quando eles resolvem fazer alguma coisa. Então, quando ela se enche, o personagem pode escolher usar um comando específico ou apenas apertar e botão e deixar que o computador selecione qual o melhor comando de luta para o personagem principal. Sendo que o computador quase sempre toma a melhor decisão, é possível sim passar 99% do jogo sem ter de tomar nenhuma decisão, apenas deixando no piloto automático. Até mesmo muitos chefes podem ser derrotados assim. Não há mais barra de MP, então isso significa magias à vontade. A questão estratégica das batalhas agora passou para a escolha das profissões do grupo. Cada personagem possui três profissões padronizadas, de um total de seis, e podemos trocar de profissões a qualquer momento durante a batalha, com poucos botões. Como apenas podemos controlar o personagem principal, enquanto os outros realizam  funções dadas inteiramente pelo computador, de acordo com a profissão, é comum ter de trocar de profissão de dez em dez segundos, em cada batalha.
As profissões são:
  • Commando - ataca com muita força, e seus ataques enchem mais a barra de Stagger
  • Ravager - atacam o mesmo alvo que o Commando, e ajudam a completar a barra de Stagger
  • Synergist - melhora os atributos dos companheiros
  • Saboteur - Aplica atributos negativos nos inimigos
  • Sentinel - faz nada e só defende
  • Medic - cura os que estão feridos
Mesclando estas profissões, pode-se criar estratégias que são absurdamente eficientes contra certos oponentes, tornando as batalhas simples e bizarramente fáceis. Basicamente, a ideia é bater em seguida em um oponente por vez, até encher a barra de Stagger, e, com ela cheia, ele ficará vulnerável a mais dano, então é só bater ainda mais nele. Faça isso repetidamente, com um inimigo por vez, e pronto. Ah, e agora se recebe uma pontuação ao final da batalha, através do qual é selecionado a quantia de experiência a se ganhar.
Os summons voltaram, com o criativo nome de Eidolons. Cada um possui o seu Eidolon, o qual é, em geral, fraco e praticamente inútil. Além de gastar uma barra especial, duram pouco tempo e não chegam a ser impressionantemente forte, como eram em outros Final Fantasies. O melhor de se usar um é que o HP dos personagens enche ao máximo.
Um dos fatos exaustivamente criticados em relação a Final Fantasy XIII é a linearidade. 90% do jogo é linear. Isso quer dizer que temos um único caminho a seguir, sem ter como se perder. No máximo, há algumas ramificações, que diferem um pouco os inimigos e itens que podem ser encontrados, mas não vai além disso. O caminho é reto e, se o jogador conseguir a difícil tarefa de se perder, ele pode se guiar pela seta que indica o caminho certo. Há apenas um curto trecho, onde temos um campo aberto e podemos fazer submissões não obrigatórias, e tal, mas é um trecho levemente curto, e, quando for ver, já está seguindo por um caminho reto novamente.
Não há lojas físicas no jogo. Em cada savepoint, podemos acessar menus de lojas virtuais com nomes exóticos que nos permitem comprar armas, equipamentos, itens e outras quinquilharias, além de fazer upgrade os equipamentos. Para evoluir os personagens, nós usamos o Crystarium, uma tela com upgrades específicos, que vamos acessando conforme ganhamos pontos.

Análise do jogo

Gráficos
Final Fantasy XIII apresenta gráficos excelentes, sem dúvida. Há cenários imensos, característicos, variados e absurdamente belos, personagens caracterizados e modelados de forma exemplar e cenas com tantos efeitos que parecem uma propaganda da capacidade gráfica da nova geração. As artistas Isamu Kamikokuryo e o lendário Tetsuya Nomura fizeram um trabalho magnífico na concepção dos personagens. Impossível achar defeitos, e se alguém achar algum, com certeza eles não chegarão nem perto das virtudes. O exagero de cores e de efeitos especiais do jogo, principalmente quando magias são usadas e eidolons são invocados, deixa o jogador boquiaberto. Empenho máximo por parte da Square Enix.
Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Som
O jogo apresenta belíssimas atuações de voz, e músicas muito bem selecionadas. Apesar de algumas das músicas não serem tão impactantes e memoráveis quanto outras músicas da série, elas são um show à parte, e se encontram em um patamar superior até mesmo a outros RPGs de outras produtoras. Como não poderia deixar de ser, afinal, o compositor Masashi Hamauzu, responsável por essa seleção, é experiente e sabe agradar o público fiel da série. Empenho máximo da Square Enix.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
Os combates foram reestruturados completamente, e as adições que podemos perceber, principalmente dentro dos combates, foram muito bem-vindas. As melhorias tornaram a ação muito mais frenética, dinâmica e bem desenvolvida. Sem contar que essa velocidade toda, mesclada à incrementação substancial na tomada de estratégias, não diminuiu em nada o gosto que os fãs tradicionais da franquia tinham pelo método antigo. Trata-se de uma evolução excelente e muito bem-vinda, que retirou alguns problemas dos jogos passados e não trouxe novos. O empenho foi exemplar por parte da Square Enix.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Considerável)

Diversão
Final Fantasy XIII é um RPG rápido e repleto de ação, com excelentes cenas que contam a bela história de forma emocionante. Porém, o excesso de linearidade no jogo apaga um pouco a maestria da concepção do jogo. Deixa tudo com cara de adventure, e não ficou tão legal em um Final Fantasy. O desenvolver da história se tornou um tanto quanto prejudicado por causa dessa linearidade. Praticamente não há exploração, uma vez que o jogador sempre tem um caminho único a traçar. Isso só será resolvido a partir do jogador, quando finalmente poderemos curtir um pouco mais de exploração. Outro fator que atrapalha a diversão do game é a total ausência de qualquer mini-game. O jogo se resume apenas a batalhas, batalhas e batalhas, uma depois da outra, e o tempo todo. Não há qualquer joguinho ou coisa para distrair; o jogador se resume a lutar e lutar o tempo todo, seja no jogo principal como nas sub-quests. Não tem como negar que isso enjoa consideravelmente depois de um certo tempo. RPGs precisam de mais coisas do que montes de inimigos pelo caminho e um bom sistema de batalha para ser divertido, e a Square pecou nesse sentido. Por causa disso, posso afirmar que o empenho da Square Enix com a diversão do jogo foi considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Excelente)

Longevidade
O jogo leva, em média, de 50 a 60 horas para ser terminado. Isso é bastante coisa. E estamos falando de uma jogabilidade viciante, com muita variedade de armas e estratégias, e a opção de se customizar totalmente o arsenal de cada personagem. O jogo principal em si acaba até ficando sem graça quando nos deparamos com todas as sub-missões que podemos realizar. Há inimigos que encontramos escondidos pelos cenários que chegam a ser bem mais difíceis de matar do que vários dos chefes do jogo! E sempre fica aquela vontade oculta de levar o personagem até o máximo que ele pode ir. Caso o jogador queira se aprofundar no jogo e desenvolver bem seus personagens, melhorar os equipamentos e realizar todas as missões paralelas, isso irá somar mais de 120 horas de jogo, no mínimo. Trata-se de uma quantia excelente,
marcando o empenho máximo que a equipe teve com a longevidade do jogo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação
Não é nem preciso dizer que Final Fantasy XIII revolucionou em diversos aspectos tudo o que se podia esperar de um novo Final Fantasy. Algumas mudanças foram muitíssimo bem-vindas, como as batalhas mais rápidas e diretas, e outras nem tanto, como a total linearidade do jogo, mas o fato é que a 13º versão da franquia continua com a cara de um Final Fantasy, mas ao mesmo tempo muito superior aos outros Final Fantasies. A Square conseguiu uma cara própria para o jogo, o que demonstra uma vontade ferrenha de ser  original e inovador. Ela colocou a sua cara a tapa, e, quer goste das novidades ou não, não tem como dizer que o empenho da Square em fazer algo diferente do que já foi visto não foi máximo. 
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 28/30 (Excelente)

Em resumo: A essência do jogo é igual a todos os outros Final Fantasies, com uns toques que podem atrair e outros toques que podem afastar fãs da série. O jogo é excessivamente linear, mas é movimentado e cheio de ação do repleto ao final. Saiba que o mesma melodrama da história está presente, assim como os chefes gigantescos e apelões que exigirão algumas tentativas frustradas até descobrirmos a estratégia correta para derrotá-lo. Muitas possibilidades estratégicas estão presentes, criando um ritmo de jogo viciante e veloz. Um jogo obrigatório aos fãs da série, e para os adoradores de RPG de modo geral.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para Final Fantasy XIII é 83/100.

Detonado em vídeo

O detonado a seguir é bem longo, mas está completíssimo, e possui uma excelente qualidade de imagem. O detonado está realmente completo, abrangendo não apenas as missões principais como várias sub-missões e algumas partes extras secretas. Além da estratégia usada pelo jogador, ele fornece informações adicionais muito úteis, que valem a pena conferir. Sem contar que está muitíssimo bem compactado. Acompanhe:


Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7


Parte 8


Parte 9


Parte 10


Parte 11


Parte 12


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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