sábado, 5 de fevereiro de 2011

First Person Shooter - História dos Games

Dando continuidade à nossa seção de história dos gêneros de games, vamos agora para uma matéria de um dos gêneros mais comuns e mais populares do dia de hoje: o First-Person Shooter. Confiram:



Localização

O gênero First-Person Shooter caracteriza-se como um sub-gênero do gênero Shooter, que, por sua vez, é um sub-gênero do gênero Action. 

Definição

First-Person Shooter, conhecido como FPS, significa Tiro em Primeira Pessoa. Este gênero de jogos eletrônicos se difere pela ação com perspectiva em primeira pessoa, do ponto de vista do personagem. O gênero se baseia em cenas de ação preferencialmente com armas (apesar de não ser obrigatório) ambientadas sempre em primeira pessoa. Desta forma, o jogador se sente mais imerso dentro da ação, uma vez que ele a limitação do alcance da visão do personagem é a mesma do jogador, criando um elo de semelhança entre os dois.

Popularidade

O gênero sempre foi popular, desde a sua criação, e, hoje em dia, é um dos mais rentáveis e populares gêneros de jogos eletrônicos já feitos. O gênero passou por um período curto de decadência mas já se reergueu e se encontra em seu ápice. Várias listas dos melhores jogos já feitos incluem jogos do gênero first-person shooter.

História

First-Person Shooter, conhecido como FPS, significa Atirador em Primeira Pessoa. Este gênero de jogos eletrônicos se baseia em cenas de ação preferencialmente com armas (apesar de não ser obrigatório) ambientadas por trás dos olhos do protagonista, ou seja, em primeira pessoa. Em si, é demarcado especificamente pela perspectiva em primeira pessoa. Caracteriza-se como um sub-gênero do gênero de tiro, que, por sua vez, é um sub-gênero do gênero ação. Sempre foi um gênero popular, desde a sua criação, e, hoje em dia, é um dos mais rentáveis e populares gêneros de jogos eletrônicos já feitos. Vários dos "melhores jogos" de respectivas épocas, e até mesmo de todos os tempos, incluem jogos do gênero first-person shooters em suas listas.
A história dos FPSs é antiga. O primeiro jogo do gênero FPS foi Maze War, feito para computadores em 1974.


A ideia era simples: controlávamos um personagem preso em um labirinto com outros personagens. O objetivo era encontrar os outros personagens e matá-los. Ganhávamos pontos por matar adversários e perdíamos ao morrer. Quem fizesse mais pontos ao final vencia a disputa.

A ideia é simples, mas a dinâmica foi inovadora para a época. Afinal, Maze War explorou a perspectiva 3D em primeira pessoa, e ainda em multiplayer, o que permitiu a criação de muitos outros FPSs dali em diante. Em 1987, lançou-se um popular jogo multiplayer de FPS para Atari ST, chamado MIDI Maze.


Trata-se de um jogo em que diversos "pac-mans" armados com bolas andavam por um labirinto. A ideia era encontrar os outros pac-mans e matá-los a boladas. Você podia jogar online com os amigos, customizar o seu pac-man, e também podia criar suas próprias arenas de combate, usando simples editores de texto. O jogo virou uma febre, na época.

MIDI Maze recebeu, futuramente, adaptações para Game Boy e SNES. O jogo era popular, mas o verdadeiro FPS ainda não havia chegado. Ele só viria em 1992, para o MS-DOS, publicado pela ID Software. Seu nome é Wolfenstein 3D.


Wolfenstein 3D deu origem ao FPS como nós conhecemos hoje: variedade de armas, de movimentos, de localidades e tiroteio intenso com múltiplos inimigos e chefes inacreditavelmente poderosos. Em Wolfenstein 3D, controlávamos o soldado americano William Blazkowicz. Seu objetivo era fugir do Castelo Wolfenstein, guardado pelos nazistas, e então seguir para a base onde ficava Adolf Hitler, com a intenção de matá-lo. O jogo era separado em 6 episódios, cada qual possuía 10 fases cada, sendo uma delas secreta, que tinha de ser encontrada pelo jogador. William tinha de matar muitos inimigos em seu caminho, usando um total de três armas disponíveis: uma pistola, uma sub-metralhadora e uma metralhadora giratória, além de uma faca, caso acabasse a munição. Entre os inimigos, havia cachorros e soldados. Ao final de cada episódio, William tinha de enfrentarum chefe de fase, que geralmente era um grandalhão de alta patente com uma arma extremamente forte. Hitler aparece no jogo, mas não como o último chefe, e sim como um dos chefes intermediários. William tinha de vasculhar os cenários atrás de salas com itens, como munição e kits medicinais, mas também podia encontrar armadilhas e salas repletas de inimigos.

Wolfenstein 3D foi copiado miseravelmente. Diversos jogos seguiram seu estilo, servindo para popularizar ainda mais o gênero. Mas o jogo de maior popularidade do gênero até então ainda seria publicado pela própria ID Software, em 1993: o inesquecível Doom.


Doom ampliou toda a gama que podíamos conhecer de FPS. Trouxe muito mais fases, inimigos, armas, muito mais violência, e ainda permitia disputas multiplayer online e continha muitas expansões à venda, contendo ainda mais fases, armas e desafios. Doom se tornou uma das franquias mais populares da história dos games de todos os tempos. Controlávamos um marinheiro espacial sem nome, que foi enviado para Marte como punição por ter desacatado seu comandante em uma missão. A ideia era que ele ficasse um tempo preso, apenas. Mas ele acaba tendo de lutar pela vida, pois um portal de teleporte alienígena dá errado, e acaba trazendo muitos monstros para Marte. Então, o protagonista tem de impedir que os marcianos venham para a terra, matando-os. Para acabar com as criaturas, começamos com uma pistola e com nossos punhos, mas podemos encontrar pelas fases uma serra-elétrica, uma espingarda, uma metralhadora giratória, um lança-mísseis, um rifle de plasma e a arma mais poderosa do jogo, BFG 9000, um lançador de bolas de plasma que matava com um único tiro. Fora isso, havia muitos itens especiais que podiam ser encontrados, como óculos de visão noturna, kits medicinais, armaduras, itens que aumentavam a capacidade de vida do personagem, itens que aumentavam a capacidade de munição, mapas da fase, roupas protetoras de ácido, invisibilidade e até um poder que deixa o personagem super-poderoso por um certo tempo. Muitos desses itens tinham de ser encontrados pelo jogador, em locais secretos das fases. Além de monstros terríveis, tínhamos de enfrentar chefes e tomar cuidado com poças de ácido e com tetos que caíam.
Doom foi eleito o melhor jogo de todos os tempos durante muito tempo. Tornou-se popular por ter um modo cooperativo viciante e um modo deathmatch com até 4 oponentes ainda mais viciante. Muitos jogos-clones foram lançados. O único jogo que chegou perto de alcançar tamanha fama foi Quake, também da ID Softare, lançado em 1996 para o PC.


Mas Quake não nos trouxe nada de muito inovador, apenas um modo multiplayer mais incrementado, e novas armas ainda mais violentas. O gênero FPS só viria a sofrer mais um grande passo de evolução em1996, com Strife.


Strife é um jogo do gênero first-person shooter lançado para os computadores em 1996, pela Rogue Entertainment. Diferentemente dos jogos retratados aqui até então, Strife não fez sucesso. Apesar de muito inovador, ele foi praticamente esquecido pela crítica e pela mídia, que se preocuparam com lançamentos de continuações de outros first-person shooters, menos inovadores porém mais populares. Qual a diferença de Strife em relação aos demais? Este foi o primeiro a incorporar toques de RPG em seus jogos. Trata-se de uma incrível mistura de first-person shooter com RPG, incluindo o que há de melhor nos dois. A história é: há uma ordem religiosa obscura no mundo, chamada The Order. Esta ordem usa ciborgues que controlam seres humanos. Na pele de um humano que pertence às forças de resistência, sem nome, temos de combatê-los. Em primeira pessoa, temos de trocar tiros com os inimigos usando muitos tipos de armas e poderes. Até aí, tudo parece um bom e velho FPS. Agora, a diferença: não há fases. Todos os locais são interligados em um mundo aberto, onde podemos ir ao local em que bem entendermos. Podemos conversar com as pessoas, com diálogos dublados e convincentes, e aceitar as missões, que podem envolver tiroteios intensos ou não. Aceitar umas missões e não outras envolvem sempre escolhas, que vão além do conceito de certo e errado. Você pode fazer parcerias, encerrar parceiras, transformar inimigos em amigos e vice-versa. A história praticamente toda pode ser alterada, e espere por múltiplos finais, de acordo com as suas escolhas. Não há uma ordem fixa de acontecimentos que têm de ser seguidos: você faz a sua história. Além disso, podemos visitar cidades, comprar novos equipamentos e incrementar os nossos equipamentos, deixando-os ainda mais destrutivos. São tantas as inovações ao gênero FPS que pode ser considerado o precursor dos hoje conhecidos FPS-RPGs, como Fallout e Mass Effect.
Strife representou um passo na evolução dos FPSs, mas um passo pouco conhecido. Já os demais passos evolutivos a seguir foram sucessos de crítica. Um dos mais importantes foi em 1997,mas esse passo não foi dado nos computadores, afinal. O próximo passo na evolução dos FPSs foi dado em um console, mais especificamente no Nintendo 64. Sim, estamos de GoldenEye 007.


A Rare lançou para o Nintendo 64 uma adaptação para os videogames do filme GoldenEye 007, de 1995, em 1997. Incluindo elementos stealth,  a Rare alterou o modo como o jogador via e jogava os FPSs. Na pele do agente 007, temos como objetivo o mesmo do filme: impedir que o sindicato soviético Janus Syndicate use o satélite GoldenEye contra a Inglaterra. 007 terá de invadir bases, matar líderes soviéticos e resgatar agentes aprisionados. Para isso, ele conta com muitas armas, mas a estratégia de combate é muito inovadora. 007 possui armas silenciosas e armas de longo alcance, e, fazendo uso destas armas, poderemos evitar combate direto contra hordas de inimigos, eliminando-os secretamente, pelas costas, com disparos precisos na cabeça, seja de perto ou bem de longe. É a primeira vez que este modelo de jogo entra em cena, e marcou a história com cenas de ação de tirar o fôlego. São 20 missões, e cada fase é única, particular e desafiadora. As fases não são lineares, e há muitas formas de se atravessar a fase, chegando ao final. Podemos escolher entre caminhos mais rápidos e com combate direto, ou caminhos mais intrincados, eliminando inimigos pelas costas. Isso faz com que cada missão exija uma estratégia inteiramente nova e variadapara se prosseguir. Tudo isso serve para uma experiência nunca antes vista no mundo dos videogames, o que permitiu a GoldenEye 007 substituir Doom como o melhor jogo de todos os tempos, na opinião de muitas empresas. Mas não foi só o modo dee um jogador que trouxe inovações. O modo multiplayer veio com muitas inovações importantes também. Para começar, todo o modo multiplayer é customizável. Cada detalhe, como cenário, personagens, armas e condições de jogo, podem ser selecionadas para um combate exatamente da forma como você quer. Podemos jogar com todos os personagens do jogo, sejam ele inimigos, nos mais diversos trajes, chefes ou outros personagens, como o Q. São, no total, 33 personagens diferentes. Você pode configurar as armas que serão usadas, e os tipos de jogo, que vão além do mata-a-mata. Há modos em que temos de capturar a bandeira, e modos em que temos de acessar uma arma dourada que mata com um tiro. Há modos para todos os estilos, e para todos os níveis de jogador, atraindo todos os gostos. Além disso, pode ser jogado com até quatro jogadores ao mesmo tempo. Um jogo simplesmente imperdível.
Mas o FPS ainda tinha o que evoluir. E essa evolução voltou aos computadores, no ano seguinte, em 1998, com o lançamento de Half-Life.


A Valve Corporation trouxe ao mundo o incrível Half-Life para os PCs em 1998. A franquia se tornaria mundialmente famosa por incrementar o gênero FPS a um nível ainda maior, chegando muito próximo ao que conhecemos hoje em dia. Foram adicionadas à fórmula de FPS de até então estratégias intensas de combate, e resolução de intrincados quebra-cabeças. Não há cenas de vídeo: toda a história do jogo é narrada enquanto o jogador se movimenta. A história se passa com um o Dr. Gordon Freeman, um físico que tem de fugir de uma base de pesquisas subterrâneas, depois que um experimento de teletransporte dá errado e traz muitos monstros para a base. O jogador então tem de enfrentar não só os monstros, mas também os agentes que foram enviados para eliminar as testemunhas dos experimentos. Para isso, usaremos um pé-de-cabra, pistolas, espingardas, metralhadoras, revólveres, lança-foguetes e outras armas, como bestas e armas alienígenas, além de canhões experimentais de alto impacto. O jogo usa muitas armas estritamente realistas, com design e nomes reais, além de características que se assemelham muito às armas reais. O realismo do jogo é fantástico. Talvez por isso ele tenha recebido tantos prêmios de melhor jogo para PC de todos os tempos.
Half-Life deu origem a um novo tipo de FPS, e muitas franquias foram criadas a partir dele. A própria franquia Half-Life se deu muito bem, clamando muitos fãs incondicionais da série. A partir de Half-Life, algumas evoluções seriam mais delicadas, com alterações apenas uma questão de ponto de vista. Um exemplo é Counter-Strike, um jogo criado pela mesma produtora de Half-Life, na verdade apenas uma adaptação, mas uma adaptação importante.

A partir de 1999, é impossível falar de FPS sem mencionar Counter-Strike. O jogo, que é uma versão de Half-Life focada inteiramente no modo multiplayer, recria uma batalha entre terroristas e uma força tática especial. Entrando em grupos em um dos dois lados, o jogador compra armas, pega armas e mata todos os adversários que puder. Ao matarmos, ganhamos dinheiro para comprar armas e munição, e, ao perdermos, recomeçaremos no mesmo instante, com armas básicas, tendo de reaver o equipamento perdido. Um sistema viciante que atraiu legiões de fãs online. CS é o jogo online mais jogado no mundo. Há mais de 90.000 jogadores online nos dias de hoje, e muitas ligas profissionais que vivem apenas de jogar esse jogo em campeonatos internacionais. Tal popularidade se deve ao forte apelo multiplayer, repleto de opções, armas e possibilidades de jogo. Veja uma imagem de Counter-Strike:

Outro jogo que trouxe novas mudanças ao gênero, desta vez nos consoles, foi Medal of Honor, lançado em 1999 para o Playstation, pela Dreamworks.


Medal of Honor trouxe como ambientação um evento real, a Segunda Guerra Mundial. Estreou toda uma gama de jogos baseados em eventos reais, que encheriam os consoles nos anos subsequentes. Jogos baseados em guerras, em discussões, em tudo o mais, enchem os consoles hoje, mas eles começaram no Playstation, com o Medal of Honor. Repleto de dados verídicos, localizações baseadas em localidades reais da época, armas realistas, nomes reais, estava tudo aqui, é praticamente um documento histórico em forma de game. Os combates eram feitos com muitas armas e muitos movimentos, e até mesmo há fases em que podemos nos disfarçar de inimigo para invadir bases e espionar. Um passo interessante na evolução. Ainda é permitido o multiplayer com até dois jogadores.

Bom, após Medal of Honor, pouco se evoluiu até hoje, em termos de inovação e originalidade, além de mecânica de jogo em si. O jogo que contribuiu de fato para dar um passo adiante nos FPS foi o também campeão de vendas Halo, para o Xbox.


A Bungie lançou Halo exclusivamente para o Xbox em 2001. Quebrando praticamente todos os paradigmas de FPS, tornou-se notável e conquistou legiões de fãs. A história que conta a trajetória de Master Chief, um ser humano ciberneticamente modificado para enfrentar a raça alienígena Covenant, já é mundialmente conhecida. Nunca um FPS ofereceu batalhas tão intensas e bem-trabalhadas quanto Halo. A inteligência artificial é uma das melhores já feitas, avançando e recuando na ordem certa, se escondendo, revidando a ataques e coordenando emboscadas. Eles usam o ambiente ao seu favor, e fogem quando o líder deles é eliminado. Master Chief usa uma boa seleção de armas futurísticas, pode pilotar uma boa variedade de veículos, e também pode avançar silenciosamente. Ou seja: é uma união de muitos dos fatores apresentados pelos jogos anteriores, criando o que se pode chamar de "última etapa" da evolução dos FPS.
E desde Halo até hoje, não houve evolução? Esta é uma questão pessoal de análise. De 2001 até hoje, as franquias foram se reinventando, trazendo novas e interessantes mudanças, porém apenas superficiais. Muitas séries, hoje milionárias, e franquias de sucesso absurdo, como Battlefield e Call of Duty, para não citar outras, se mantiveram no gênero first-person shooter e jamais deixaram de surpreender os jogadores. DeusEx, Fallout e Mass Effect incrementaram o segmento FPS-RPG criado por Strife até patamares jamais pensados. Far Cry 2 trouxe ao estilo mapas imensos, com mundos abertos e amplamente interativos. Resistance: Fall of Men trouxe uma narrativa linear espetacular. Rainbow Six: Vegas foi o primeiro a incrementar com elementos muito usados em terceira pessoa, como, por exemplo, a possibilidade de se tomar cobertura atrás de objetos. Killzone 2 também levou isso ao nível máximo. Novas temáticas à parte, novas histórias e combates cada vez mais envolventes e impressionantes estão presentes, mas, se parar para pensar, tudo isso é apenas mais daquilo que já estava presente em Halo.
Bem, é isso. Em resumo, os jogos que escolhi para representarem a evolução do gênero first-person shooter são:
  • Maze War
  • MIDI Maze
  • Wolfenstein 3D
  • Doom
  • Quake
  • Strife
  • GoldenEye 007
  • Half-Life
  • Counter Strike
  • Medal of Honor
  • Halo
Esqueci-me de algum jogo? Comente. Vamos discutir e levar esse assunto adiante.
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