terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Bioshock - Análise

Esta é a análise de Bioshock, lançado pela 2K Games em 2007 para o Playstation 3Xbox 360 e PC.

File:BioShock cover.jpg

Introdução

Quando uma excelente equipe que desenvolveu um clássico tremendamente inovador como o System Shock 2, de 1999, anuncia que está produzindo uma sequência espiritual desse clássico, o que é que podemos esperar? Um novo clássico, não é mesmo? Muitos achavam difícil que a equipe liderada por Ken Levine conseguisse criar algo tão inovador em uma era onde a criação anda cada vez mais em baixa. Porém, o que vemos aqui vai além de um novo clássico: uma obra de arte, muito difícil de se definir enquanto gênero, e ainda mais difícil de se definir enquanto obra. Localização perfeita, unida a uma ambientação única e uma história sem precedentes fazem o nome dessa franquia que nasceu para ser inesquecível na cabeça de todos os gamers.

BIOSHOCK


Informações técnicas

Publicado por: 2K Games
Desenvolvido por: Irrational Games
Gênero: First-Person Shooter
Diretor: Ken Levine
Plataforma: Playstation 3, Xbox 360 e PC
Data de lançamento: 21 de agosto de 2007
Faixa etária: Mature

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Bioshock é uma daquelas histórias que são fruto de alucinógenos poderosos. O texto criado por Ken Levine, seus personagens e a trama são totalmente nada a ver com nada e desconexos com tudo o que você pode já ter visto. Trata-se de uma visão objetivista acerca da sociedade contemporânea como um todo, com fortes apelos futuristas e muita influência impressionista. Vamos para a história.

O ano é 1960. Tudo começa quando o protagonista está fazendo uma tranquila viagem de avião. O protagonista se chama apenas Jack. Há quase nenhuma imagem dele disponível em qualquer lugar, mas essa é a melhor imagem dele:

Jack Ryan Portrait.png

Tudo parecia bem, até que, do nada, o avião cai no meio do Oceano Atlântico. Jack aparentemente foi o único que conseguiu sobreviver ao acidente, quase sem nenhum arranhão. Jack nada então para um farol, que havia ali perto do local do acidente. O problema é que, dentro desse farol, ele encontra uma batisfera. Essa batisfera leva Jack ao subterrâneo, onde, para sua surpresa, ele encontra uma sociedade totalmente alternativa. Ele encontra um local diferente de tudo o que ele já viu, uma cidade inteiramente submersa, chamada Rapture. Aqui, só se toca música clássica, e não vale nenhuma regra do mundo externo. Trata-se de uma fortaleza, totalmente alheia a tudo o que acontece na superfície do planeta. Essa cidade possui as suas próprias leis, seu próprio governador, e seus habitantes são livres das amarras e das garras da sociedade, para fazer o que bem entenderem... Pelo menos, parece bom a princípio. É o que veremos.

Jack é imediatamente apresentado, através de vídeos, ao governador e fundador da Rapture: um homem chamado Andrew Ryan.


Andrew Ryan, na verdade, nasceu chamado Andrei Rianofski. Nascido na Rússia, viveu a Revolução Russa e a tomada do poder autocrático no país. Maravilhado pelo que viu, Andrei descobriu que grandes sociedades são construídas por grandes homens, e que os fracos apenas servem para destruir. Disposto a criar uma sociedade perfeita, dentro de um ambiente considerado inimaginável, Andrei mudou seu nome para Andrew Ryan, e, com muito esforço, construiu a cidade de Rapture debaixo do oceano. Ele também fundou a Ryan Industries, a principal indústria de Rapture.

Ryan apresenta a cidade como se tratasse de um passeio turístico. A cidade onde tudo é possível. A cidade onde cada um pode fazer as suas escolhas, sem precisar se ater a qualquer religião, ao capitalismo, socialismo, ao comunismo, enfim, a qualquer ideia pressuposta.

Chegando ao local, Jack presencia um ser humano ser brutalmente morto pelo que parece ser um monstro. A batisfera é então atacada por esse ser estranho, que tenta entrar na batisfera, mas não consegue. Bela recepção. Ele então recebe sinal de um rádio que estava na batisfera. Através desse rádio, um homem chamado Atlas tenta guiar Jack lá dentro, auxiliando a sua progressão. Atlas se comunica usando um forte sotaque irlandês. Ele orienta Jack a pegar alguma coisa para servir de arma e se defender desses monstros. Por algum motivo, Atlas usa as palavras "would you kindly", que, em tradução livre, significa "poderia fazer a gentileza", sempre que quer dar um conselho a Jack...

Jack logo consegue uma chave inglesa pesada para se defender, e prossegue. Ele entra em combate contra esses monstros semi-humanos, e descobre que eles são Splicers. Splicers é o nome que se dá aos antigos habitantes de Rapture, antes de se tornarem monstros. Eles são extremamente violentos e atacam todos que aparecem pela frente. Veja um exemplo de Splicer:

Crawler Complete.png

Mais tarde, Jack é orientado a adquirir enormes seringas com substâncias coloridas, e injetá-las em seu próprio corpo. Essas seringas contém plasmids, que são modificadores celulares que incrementam e aperfeiçoam o corpo humano. Injetando essas seringas, Jack vai adquirindo mais força, mais agilidades, e às vezes poderes especiais, como o poder de soltar raios, fogo, entre muitos outros. Esses plasmids são produzidos por eles mesmos, com a intenção de se tornarem uma sociedade mais avançada do que a que habita a superfície.

Avançando um pouco mais, Jack se encontra com uma menininha que usa uma seringa enorme para extrair alguma substância de cadáveres espalhados pelo local. Atlas explica que essas garotas se chamam Little Sisters, e são as frágeis detentoras de ADAM. Veja uma imagem dela:

Little Sister.png

Elas eram garotas comuns, filhas dos moradores de Rapture, mas foram sequestradas e levadas a um orfanato. Lá, sob forte uso de drogas e de intensas lavagens cerebrais, elas se tornaram escravas da Ryan Industries. Sua função é ir de cadáver em cadáver, sugando o ADAM de seus corpos. ADAM é justamente  uma espécie de substância que permite ao portador adquirir mais e mais plasmids. Essa substância é altamente viciante, mas é necessária caso a pessoa queira dominar mais plasmids.

Por serem a única de ADAM acessível, as Little Sisters correm ameaças frequentes por parte dos Splicers, que sempre tentam matar essas garotas para roubar o ADAM que elas possuem. Para evitar que esse ADAM seja roubado, cada Little Sister é protegida por um robô que serve como segurança, chamado carinhosamente de Big Daddy. Deem uma olhada na graça e elegância deles:

Bouncer Rendered Model.png

Esses Big Daddies são seres humanos normais, hipnotizados. Após sofrerem a lavagem cerebral, eles foram colocados dentro de resistentes e poderosos trajes de mergulho, e treinados para obedecerem apenas às Little Sisters. Eles têm por objetivo proteger as Little Sisters enquanto eles trafegam pela Rapture, e, se estiverem perdidos, localizá-las para então protegê-las.

Atlas orienta a Jack que elimine todos os Big Daddies que encontrar, para que possa chegar até a Little Sister e roubar todo o ADAM que puder. Jack até chega a tentar fazer isso, mas ele é interceptado por uma mulher chamada Brigid Tenenbaum, pelo rádio.

Brigid Tenenbaum BS2 clearer.png

Sem dar muitas informações sobre si mesma, ela informa que as Little Sisters são crianças, e não têm culpa do que estão fazendo. Ela pede que Jack não as mate: que ele use uma plasmid específica nelas, para que possam despertar e voltar ao normal. Ela alerta que, salvando as Little Sisters ao invés de matando-as, não ganhará muito ADAM, mas ela irá lhe recompensar se ele fizer isso. Cabe ao jogador apenas decidir se ele quer matar ou salvar as Little Sisters que encontrar.

Continuando, Jack acaba sendo confrontado por um médico cirurgião chamado J.S. Steinman.

J.S. Steinman.png

Steinman era um dos melhores cirurgiões plásticos de toda a Rapture. Porém, após uso excessivo de ADAM, ele se tornou um lunático sanguinário aficionado por beleza estética. Julgando, através de sua pervertida avaliação, que os habitantes de Rapture não eram bonitos o bastante para ele (uma alusão à paixão nazista pelo modelo ariano de perfeição estética), ele decidiu por contra própria provocar cirurgias em todos eles, cirurgias essas que mais aparentam ser sessões de tortura medieval. Deformando completamente as feições dos habitantes, chegando mesmo a substituir partes do corpo por componentes mecânicos, como facas e foices, Steinman foi o responsável pela aparência da maioria dos Splicers.

Após matar Steinman, Jack segue em frente. Logo ele se depara com mais um lunático, chamado Peach Wilkins.

Peach Wilkins.png

Wilkins é um operário que veio trabalhar em Rapture, em busca de uma condição social mais favorável. no entanto, assim que Rapture ficou pronto, todos os operários foram escravizados e proibidos de saírem do local para verem suas famílias, o que revoltou a todos e gerou a Guerra Civil. Líder de uma das facções de oposição a Ryan, ele é inimigo declarado do governo. Ele aparentemente sofre paranoia, e proíbe a entrada de Jack ao seu recinto. Exigindo fotos de alguns inimigos para permitir sua passagem, ele obriga Jack a obedecê-lo. Com as fotos em mãos, ele ordena que Jack deixe suas armas e entre no local. No entanto, logo em seguida Jack é traído, e atacado por ele em companhia de vários outros revolucionários. Jack consegue eliminá-los e escapar dali.

Atlas informa que a esposa e a filha dele se encontram em um submarino. Ele ordena que Jack vá resgatar a família dele, porém, chegando próximo ao local, Andrew Ryan manda explodirem o submarino. Atlas fica furioso, e ordena que Jack vá até onde se encontra Andrew Ryan, para matá-lo.

Conforme Jack avança por Rapture em direção à prisão, onde se esconde Andrew Ryan, ele descobre que Ryan teve um filho em uma relação com uma dançarina e prostituta de luxo chamada Jasmine Jolene.

Jasmine Jolene.jpg

Jolene era cantora da Broadway antes da construção da Rapture. Ryan se apaixonou por ela, e a convidou para vir a Rapture, anunciando que ela se tornaria uma estrela em sua cidade. Ela aceitou, é claro, e não demorou muito para que adquirisse uma vida de luxo. Satisfazendo os desejos insaciáveis de Andrew Ryan sempre que ele sentia vontade, não demorou muito para que ela acabasse engravidando. Isso aconteceu em 1956. Ryan era inicialmente contra a criança, mas acabou permitindo que essa criança se desenvolvesse. Porém, Ryan ameaçava Jolene constantemente, a ponto de que ela achou melhor ir embora dali. Sem dinheiro e condições de se sustentar sem ser pelas mãos de Ryan, ela é abordada por um homem chamado Fontaine. Ele oferece a ela muito dinheiro, em troca do seu feto. Sem muita escolha, ela vende seu feto a Fontaine, e consegue a grana. Porém, Ryan descobre o ocorrido, e, envolto em fúria, assassina brutalmente Jasmine Jolene na mesma cama em que ela se entregava à sua volúpia.

Antes de continuarmos com a história, vale a pena falarmos um pouco sobre Frank Fontaine.

Fontaine.png

Fontaine era um garoto órfão de Nova Iorque. Fugiu do orfanato e arrumou um emprego em uma companhia de teatro, onde aprendeu muito bem como se disfarçar de outras pessoas, inclusive como disfarçar a própria voz. Ele descobriu a chance de subir na vida quando se percebeu muito semelhante a um famoso empresário de mesmo nome. Ele matou o homem e se tornou dono da Fontaine Fisheries,  uma empresa que servia peixes aos operários durante a construção da Rapture. Usando a Fontaine Fisheries como desculpa, ele conseguiu acesso a Rapture, e, quando descobriu o tipo de experiências que faziam ali dentro, percebeu uma oportunidade de se tornar rico. Rapidamente criou um partido de oposição contra o governo de Andrew Ryan, e mobilizou um pequeno grupo de operários em uma Guerra Civil que culminou com a quase destruição de Rapture (o estado em que vemos a cidade é decorrente dessa destruição). Fontaine é o arqui-rival de Andrew Ryan, e um homem em que ninguém pode confiar.

Bem, vamos voltar à história. Jack continua seguindo até onde se encontra Ryan. Ele eventualmente acaba encontrando Arcadia, uma floresta criada em um arboreto com a intenção de prover todo o oxigênio necessário para todo o sistema do Rapture. O local foi criado e é mantido por Julie Langford.

Julie Langford.png

Julie Langford é uma das mais brilhantes cientistas sob controle de Ryan. Ela criou Arcadia. Quando Jack chegou a Arcadia, Ryan decidiu soltar uma toxina no lugar que mataria todas as árvores e acabaria com o oxigênio local. Jack vai até Langdom, mas ela é assassinada por Ryan. Sem alternativa, Jack encontra em documentos pessoais dela a fórmula para um soro chamado Lazarus Vector. Esse soro teria o poder de curar as árvores e neutralizar a toxina. Jack consegue fazer esse soro e salvar toda a Rapture.

Seguindo adiante, Jack acaba encontrando o corpo de uma moça chamada Anna Culpepper.

Anna Culpepper.jpg

Anna era uma das maiores amigas de Jasmine Jolene. Foi ela uma das principais incentivadoras para que ela saísse da Rapture o quanto antes. Ela começou trabalhando como cantora e compositora dentro dos teatros da Rapture. Por sua personalidade forte e criatividade, logo ela conquisto o respeito de todos e se tornou membro do Conselho Central da Rapture. Porém, o próprio Ryan era contra a permanência dela na cidade, uma vez que Anna possuía pensamentos subversivos. Na verdade, Anna era contra a maioria dos ideias de Ryan. Ela considerava-o um lunático, e incapaz de gerenciar de forma adequada uma cidade como a Rapture. Ela não deixa de estar certa... Avidamente contra os ideias de seu chefe, ela logo começou a compor músicas e peças nos quais ela debochava de Ryan, e de suas ideias estúpidas. Ryan não gostou nada disso e mandou seu principal lacaio, Sullivan, matar Anna o mais rápido possível.

Aliás, creio que já chegou a hora de apresentar Sullivan.

Sullivan.jpg

Sullivan era o chefe de segurança principal de Rapture. Um lacaio sob ordens de Andrew Ryan, ele agia majoritariamente como um assassino de aluguel sob ordens de seu mentor. Bastava Ryan mandar matar que Sullivan se encarregava de fazer o serviço, mesmo que, para isso, tivesse de utilizar o vasto sistema de segurança da Rapture no lugar dele.

Por fim, Jack encontra-se ainda com mais um pau-mandado de Ryan, chamado Sander Cohen.

Sander Cohen.png

Cohen é um artista completo. Poeta, compositor, escritor, escultor, cantor e ainda ator. Ele sempre fez tudo com muita beleza e magnificência, motivos pelo qual Ryan sempre o prestigiou, mas, devido ao excesso de ADAM, acabou se tornando corrupto e apenas um vil assassino. Torturador nato, ele se tornou apenas um algoz a serviço de Ryan. Se Andrew quiser alguém morto, Cohen pode ir fazer o serviço, mas sempre com muita classe, e ao som de música clássica. Apaixonado pelas mortes alheias, ele ordena que Jack mate cinco pessoas sob sua ordem, apenas para fotografar seus cadáveres, e, com isso, montar um quadro especial que ele diz que será eternamento lembrado. Um psicopata da pior espécie.

Percebendo o perigo, Ryan aciona um mecanismo de auto-destruição da Rapture. Conforme Jack se aproxima mais e mais de Ryan, é possível perceber pequenas ligações entre Ryan e o local. Tudo se revela quando Jack finalmente se encontra com Andrew Ryan. Ryan não parece surpreso com o fato de Jack ter chegado até ali. Aparentemente disposto a morrer, primeiro ele faz uma série de revelações. Ele revela a Jack que ele é o pai dele. Jack é o filho que Ryan teve com a Jasmine, e que foi roubada dele por Frank Fontaine. Jack nasceu em 1956, apenas quatro anos antes, mas ele foi geneticamente modificado de modo a alcançar a fase adulta em apenas quatro anos de existência. Ele sofreu uma lavagem cerebral, por isso ele não se lembra de muita coisa. Mas a vinda dele até ali não foi por acaso. Ele foi ordenado a ir até ali. O avião tinha ordens de se auto-destruir exatamente naquele ponto, com a intenção de que Jack chegasse a Rapture, onde ele nasceu. E isso nem é tudo: Jack foi controlado o tempo todo. Ele foi programado, desde criança, a sempre obedecer, sem questionar, quando alguém dissesse a ele a frase "Would you kindly". Como um teste, até para demonstrar seu poder, Ryan ordena que Jack o mate. Jack não consegue resistir ao poder hipnótico daqueles palavras, e obedece prontamente.

Com Andrew Ryan morto, Jack consegue desligar o sistema de auto-destruição da Rapture. Mas não acabou ainda. Atlas finalmente revela a sua verdadeira identidade: Frank Fontaine. Fontaine se fez passar pelo nome de Atlas para que Jack não suspeitasse dele, e fizesse exatamente aquilo que ele queria: assassinar Ryan e dar o controle da Rapture a ele. Usando o poder hipnótico da frase Would you kindly, ele manipulou Jack sem que percebesse, fazendo-o cumprir cada tarefa que ele arquitetou.

Fontaine tenta, então, matar Jack, mas eis que algumas Little Sisters aparecem para salvar Jack. Jack é levado aos cuidados de Brigid Tenenbaum. Lembra-se dela? É aquela moça que, no começo do jogo, tentou nos convencer a salvar as Little Sisters e não matá-las. Pois ela é do bem. Ela resgata Jack e tenta ajudá-lo. Ela diz que conseguiu tirar o mecanismo que foi inserido nele, para que ele obedecesse à ordem Would you kindly. Isso não quer dizer que Jack deixará de seguir as ordens, apenas irá durar mais os efeitos de consciência. Ao descobrir que Jack está vivo, Fontaine continua a ordenar que Jack se suicide. Jack não obedece às ordens, mas seu coração começa a bater cada vez mais devagar. Para se curar de forma definitiva dessa hipnose, Jack precisa encontrar uma substância chamada Lot 192. Ela foi criada pelo Dr. Yi Suchong para evitar controle mental.

Yi Suchong.jpg

Suchong não foi mencionado ainda, mas ele é um dos mentores por trás da Rapture. Um pesquisador brilhante, e um dos maiores cientistas do local, foi ele que criou os plasmids, os Splicers, as Little Sisters e também os Big Daddies, sem contar que foi ele que pessoalmente fez a lavagem cerebral em dezenas de pessoas, contando com o próprio Jack.

Jack finalmente consegue o Lot 192, e se torna imune aos ataques cerebrais de Fontaine. Então, Jack começa a se dirigir ao local onde se encontra Fontaine. Só que Fontaine se esconde em uma área protegida, onde só entram Little Sisters e Big Daddies. Sem muita escolha, Jack vai até a fábrica de Big Daddies e se disfarça com a roupa de Big Daddy. Usando esse traje especial, ele consegue acesso a tal sala, e consegue finalmente se encontrar com Fontaine. Ao se ver encurralado, Fontaine injeta em si mesmo quantidades absurdas de ADAM, se tornando um monstrengo enorme. Jack ainda consegue derrotá-lo, usando uma seringa emprestada de uma das Little Sisters para sugar todo o ADAM do corpo de Frank Fontaine. Sem o ADAM para fortalecê-lo, ele se torna fraco. Fontaine, então, é morto pelas próprias Little Sisters, que sugam todo o ADAM dele até matá-lo.

Ao final da história (caso tenha feito o final feliz), Jack consegue sair do Rapture e voltar à superfície, junto com algumas Little Sisters. Ele vive por pouco tempo, por causa dos efeitos do aceleramento genético que sofreu antes de nascer, mas ainda dá tempo de ver as Little Sisters crescerem, se formarem na faculdade e se casarem. O jogo acaba aí, então.

Sobre o jogo

É bem difícil definir o que seria Bioshock. Seria um First-Person Shooter com elementos de Survival-Horror  e de Role-Playing Game? Seria um Survival-Horror com First-Person Shooter e elementos de Role-Playing Game? Ou será um Role-Playing Game com elementos de Survival-Horror e First-Person Shooter? A dúvida prossegue, e é possível formar um debate a respeito, mas, para fins de conformidade, defini Bioshock como um First-Person Shooter, bem Survival-Horror e com elementos de Role-Playing Game. E ainda estou aberto a discussões.
Bioshock é diferente de tudo aquilo que você já viu. Quer dizer, também nem tudo. Há alguns games por aí que misturam os elementos que nem Bioshock, mas não exatamente como Bioshock faz. Bioshock explora tudo o que há de melhor em cada gênero, faz uma mistura coesa e envolvente e então vira tudo de cabeça para baixo, de uma forma impressionante. Desde a história, até a concepção e o modo como o jogador encara o jogo é diferente dos outros jogos  Vou explicar porquê.
O jogo reflete um conflito de valores enorme, do começo ao fim. Há tantos personagens, lutando de tantas frentes diferentes, mas cada um com seus ideais, seus sonhos e sua razão para sentir amor ou ódio por alguma coisa. Até os pensamentos mais irracionais, mais subversivos e mais nojentos são motivados por raciocínio lógico, ao final das contas, tudo pode ser explicado quando se procura entender porque tal pessoa ficou de tal forma. Entender os personagens e procurar se identificar com eles (para conhecê-los melhor) não é necessário, de forma alguma, para conhecer a história, mas é maravilhoso fazer isso. Vale a pena prestar atenção em cada diálogo, ou nas fitas que encontramos pelas fases (as quais revelam grande parte da trama), só para apreciar a riqueza de detalhes que cerca cada local, cada personagem ou cada grande evento do game. É como se assistíssemos uma belíssima peça de tragédia.
Jogando, o game não se difere tanto assim dos outros. A perspectiva de visão é em primeira pessoa, assim como a movimentação. O jogador logo pode usar uma chave inglesa como arma, mas ele vai adquirindo novas e mais poderosas armas conforme vai avançando pelas fases. O arsenal se amplia de um revólver para uma espingarda, uma metralhadora, um lança-granadas, uma besta e até mesmo um lançador de projéteis químicos. A alternância entre as armas é rápida e simples. As fases são imensas e o jogador é autorizado e incentivado a explorar o máximo que puder cada cenário. O jogador pode abrir bolsas, sacolas, latas de lixo, malas, caixas registradoras, e que o mais ele puder encontrar em busca de itens valiosos, que pode ser munição, itens de cura, dinheiro ou mesmo bebidas alcoólicas. Tudo funciona como um jogo First-Person Shooter deve ser.
A novidade vem pela inserção de magias ao jogo. O jogador pode encontrar plasmids, que, quando injetadas, oferecem novos poderes. Esses poderes podem ser ofensivos, ou seja, usados para ataque, como podem ser passivos. Os plasmids passivos aperfeiçoam o Jack, deixando-o mais rápido, mais resistente ou qualquer coisa assim. Os ofensivos podem ser equipados a qualquer instante, como se fossem armas, mas eles ficam em um menu separado. Eles gastam uma barra de EVE quando são usados, que é como se fosse mana ou MP. Apesar de usar magias com a mão esquerda e armas com a mão direita, não é possível usar os dois ao mesmo tempo. Porém, a alternância é muito rápida, possibilitando ao jogador uma série de combos. É possível, por exemplo, usar uma magia elétrica para paralisar o oponente, então rapidamente sacar uma pistola e disparar na cabeça do monstro paralisado. Assim como dá para congelá-lo usando uma magia de fogo, então arrebentá-lo na porrada, ou derretê-lo usando uma arma que lance chamas, logo em seguida. Fique à vontade para criar esses combos que a sua mente puder criar. De qualquer forma, você sempre pode restaurar seu MP com itens pelo cenário.
E o jogo não se resume a apenas criar combos. É possível observar o cenário e adquirir dicas interessantes para derrotar mais facilmente os inimigos. Por exemplo, se os inimigos se encontram sobre a água, use um raio elétrico na água, afetando a todos no local com um dano ainda maior que o comum. Da mesma forma, se os inimigos estão sob óleo, queime-os, e eles irão sofrer muito mais do que o normal. Isso sem contar uma das mais potentes e interessantes magias do jogo, útil para todas as horas (e uma das minhas preferidas): Telekinesis. Essa magia permite ao jogador agarrar alguma coisa, qualquer coisa, e arremessá-la de volta ao adversário. O oponente fica jogando granadas ou cocktail moltovs em você? Pegue-as em pleno ar e arremesse de volta na cabeça deles. Acabou a munição? Pegue uma cadeira, um boneco, uma lata de lixo, um pedaço de pau, qualquer coisa que esteja espalhado pelo cenário, e jogue no inimigo (bem semelhante ao que fazemos em Dead Space). Melhor ainda: tem um barril explosivo na área? Tente reunir o máximo de inimigos que puder em um só ponto e exploda todos de uma só vez de maneira exemplar. Enfim, dá para economizar muita munição se souber explorar o cenário a seu favor.
Além de analisar o cenário, é preciso analisar os inimigos. Sim, porque, além de providenciar um rol considerável de armas à nossa disposição, Bioshock ainda apresenta uma variedade de munições disponíveis para cada arma. Tem aquela munição básica, convencional, e também munições variadas, mais potentes ou específicas para algum tipo de oponente. Tem munição que é eficiente contra seres humanos, então logicamente vale mais a pena guardá-la para usar contra seres humanos. Tem munição que é eficiente contra robôs e máquinas de metal, então deixe para inimigos desse tipo, e assim por diante. Saber usar a munição certa para cada tipo de inimigo é essencial para economizar munição e ampliar as suas chances de sobreviver nos momentos mais críticos.
Explorar o cenário também é importante para alguns elementos stealth do jogo, como evitar armadilhas, por exemplo. Sim, Rapture está repleta de sistemas de alarme, com câmeras, minas, armadilhas explosivas, metralhadoras automáticas e até lança-foguetes automatizados. Sem contar com umas metralhadoras voadoras que aparecem do nada para te metralhar. Tocar alarmes fará com que a sala em que se encontra se enche de inimigos, então é sempre bom evitar. Caso toque o alarme, basta desligar o sistema através de terminais espelhados por toda Rapture.
Um dos maiores perigos são as metralhadoras montadas. É relativamente fácil se livrar delas: você pode equipar uma arma eficiente contra metal e destruí-las. Mas isso não é o mais aconselhável. É possível paralisá-las, com o ataque de raio, ou congelá-las, com a magia de gelo, e passar por elas numa boa. Mas tem algo que é ainda melhor: torná-las suas aliadas.
Isso porque Jack possui uma habilidade peculiar bem útil: o de hackear as coisas. Tudo que é mecânico no jogo pode ser hackeado. Sempre que tentar hackear alguma coisa, terá de passar primeiro por um breve mini-game que é bem interessante. Trata-se de um mini-game no qual temos de revelar peças em um tabuleiro e remontar o tabuleiro de forma a criar um caminho no qual um fluido deve pertencer até o final. É mais viciante do que parece! É, na verdade, bem simples, e só exige mesmo raciocínio lógico e velocidade de movimentos. Caso o jogador erre ou não consiga a tempo, ele pode acabar soando um alarme ou tomando choque e recebendo dano. Ele pode tentar novamente em seguida, se assim quiser. Aconselha-se salvar o jogo antes de cada tentativa de hackear. Se der errado, basta dar load game e tentar novamente. Além disso, há um item especial (e raro de se encontrar) chamado Automatic Hack Tool, que lhe permite hackear instantaneamente, sem a necessidade de qualquer mini-game.
Hackear instrumentos fornece diversos benefícios. Se hackear câmeras de vigilância, por exemplo, ela não irá mais apitar quando ver Jack, mas apitará se aparecerem inimigos no local. É melhor do que tê-la simplesmente destruída ou desativada. As metralhadoras automáticas e lança-mísseis hackeados deixam de atacar o Jack para atacar os seus oponentes (nem preciso afirmar o quanto isso é útil e legal de se ver). Realmente, é muito legal aliciar todas as armadilhas do jogo para que trabalhem a seu favor. Sem contar que há algumas portas que só é possível abrir se você hackear, ou ainda cofres secretos que quase sempre guardam valiosos itens, que só se abrem se forem hackeados também.
A maioria dessas magias você pode encontrar pelos cenários (principalmente em locais esquecidos ou escondidos). Mas alguns estão disponíveis em postos de compra. Pois é, é possível comprar coisas nesse jogo, também. Explicarei isso a seguir.
Há diversos postos de compra no jogo. Usando o dinheiro que encontramos revirando o cenário e os corpos dos inimigos, podemos comprar munição para as armas, comprar itens de cura, entre outras coisas. Cada posto de compra serve para uma coisa específica. Uns só vendem munição, por exemplo. Saber economizar dinheiro é uma boa ideia, mas, no entanto, você pode encontrar tanto dinheiro (e a quantidade máxima suportada é apenas 500) que é aconselhável que se gaste relativamente à vontade. E, para economizar uma grana, ainda é possível hackear as máquinas de compra, conseguindo descontos especiais. Sim, eu recomendo que faça isso sempre antes de comprar qualquer coisa.
Se comprar itens não é bem a sua, Bioshock ainda permite a você fabricar coisas. Explorando os cenários, encontrará coisas inúteis, como cápsulas vazias de balas, fios, cordas, plaquetas, coisas assim. Esses utensílios podem ser "reciclados" em máquinas especiais, e transformados em itens novinhos em folha! Reciclar itens é bem mais vantajoso do que gastar dinheiro, e pode fornecer itens únicos. Vale a pena explorar o cenário só para adquirir mais desses itens e sair fabricando munição e itens por aí.
Ah, e não acabou não. Como se não bastasse, ainda é possível fazer upgrades em suas armas. Sim, é isso aí: chegando a postos especiais, quase sempre escondidos em cantos obscuros do cenário, o jogador poderá aperfeiçoar as suas armas. É sempre um upgrade por máquina. Cada arma do jogo possui até dois upgrades. Poderá ampliar a força de algumas armas, a resistência da munição (para a besta), velocidade de disparo, e até alguns efeitos extras (como o fato de não receber dano da explosão das próprias granadas arremessadas do seu lança-granadas, por exemplo). Trata-se de uma excelente inovação.
A variedade de armas e de magias que o jogo oferece é tão grande, mas tão grande, que muitas vezes você nem vai querer usar novas magias, preferindo ficar com as antigas. Pode até ser, mas, sempre que puder, experimente as novas magias. Veja o que elas podem lhe oferecer. Tente inventar novos combos. Porque a graça do jogo é que você pode trucidar e humilhar os inimigos de formas muito criativas. Principalmente os chefões e os mais mortais inimigos do game, que são os temidos Big Daddies.
Vamos falar sobre os seres que praticamente representam Bioshock: as Little Sisters e os Big Daddies. As Little Sisters são as menininhas que exumam corpos do jogo. Elas possuem ADAM, que são a moeda de troca mais importante do jogo. Mas não é tão simples assim de se conseguir, é claro. Antes que possamos chegar perto de uma Little Sister, antes temos de nos livrar dos guarda-costas grandalhões delas: os populares Big Daddies. Esses seres são fortes, muito resistentes e rápidos. Derrotar esses brutamontes não é fácil, a menos que você use de estratégia. Claro, aliado a uma boa quantidade das munições mais fortes,  e um terreno propício (amplo e sem muitos obstáculos, de preferência que tenha ainda metralhadoras automáticas ou barris explosivos por perto). Também vale a pena preparar tudo antes, colocando minas e armadilhas por todo o canto, antes de entrar em combate (eles não atacam a menos que você os ataque primeiro). Terá de enfrentar muitos deles, preparem-se.
Derrotando os Big Daddies, poderá ir até a pequena Little Sister e então retirar dela o ADAM, mas de duas formas: matando a Little Sister ou resgatando-a. Matar dá muito mais ADAM do que resgatar, só que, resgatando, o jogador receberá presentes, que são brindes especiais, que fornecem mais ADAM e outros itens extras. São 21 Little Sisters ao total, e você sempre pode conferir quantas tem em cada fase (e quantas já encontrou) a qualquer momento, apertando START.. Caso o jogador mate todas, ele conseguirá uma quantidade muito maior de ADAM do que aqueles que apenas resgatarem todas, porém, tem um fator a mais aí. Bioshock mexe com a moralidade do jogador. O final do jogo depende do fato de ele ter escolhido resgatar ou matar as Little Sisters. Resgate todas para obter o melhor final, mate todas para obter o pior final, e intercale os dois para obter um final "mediano".
E o que você faz com ADAM? Compra coisas, ora! Diferentemente do dinheiro, com o qual pode comprar coisas básicas, ADAM lhe permite comprar coisas realmente interessantes. É possível comprar novos plasmids, versões mais poderosas dos plasmids que já possui, aumentar a barra de HP, de EVE, entre outras coisas. Trata-se de uma quantidade bem limitada, por isso não compensa desperdiçar, mas sem dúvida é muito bom poder gastar seu suado ADAM comprando coisas que realmente valem a pena.
Tem mais coisas que podem ser feitas em Bioshock. Mais uma adição interessante ao game é a máquina fotográfica. Com ela, poderemos fotografar os inimigos. Para quê serve isso? Além de servir para algumas missões importantes e necessárias do jogo, ainda servirá para aprender mais sobre os inimigos. Quanto mais fotos tiramos dos oponentes, mais fortes nos tornamos contra eles. Começamos a causar mais e mais dano neles, e podemos receber dicas interessantes de como derrotar alguns. É sempre útil fotografar todos os oponentes que puder, principalmente se estiverem dando sopa por aí.
Por essa análise, deu para ver que tem muita coisa bacana para se fazer em Bioshock. Trata-se de um excelente FPS, um dos mais inovadores dessa nova geração, sem sombra de dúvida.

Minha análise do jogo

Gráficos
Bioshock é tecnicamente e formalmente impressionante. Tudo no jogo condiz para criar uma atmosfera única. Os gráficos são a porta principal para se acessar o mundo criado pela mente louca de Ken Levine, e eles não decepcionam em nenhum aspecto. Os cenários foram brilhantemente modelados e estão tão bem feitos que eu os coloco entre os cenários mais realistas que já vi em um videogame (mesmo se tratando de uma loucura como a Rapture). A modelagem dos personagens também está de primeira linha. As animações praticamente não existem - a história toda é contada in-game, e isso é espetacular, pois não há quebra de ritmo no jogo em nenhum momento, e nem perda de qualidade visual. Os efeitos especiais que podemos ver, então, são um show à parte, tanto pelas magias que enchem a tela de cores quanto pelos jatos de água, de fogo, de gás e explosões que pipocam aqui e ali. Não tem palavras que descrevam, o empenho da Irrational Games com esse jogo foi magnífico. Máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Som
Já tive a oportunidade de falar sobre o compostor Garry Schyman em outra oportunidade: o mesmo de Destroy All Humans, Resistance: Retribution e Dante's Inferno, só para citar alguns games. O cara manda bem, e, nesse game, ele mostrou o porquê de ser tão requisitado. Belíssimas composições marcam o game do começo ao final. Belíssimas e bem estranhas, mas todas condizem bem com o estilo do jogo. As dublagens dos personagens também está de primeira qualidade, e os efeitos sonoros que podemos presenciar no decorrer do jogo, todos os efeitos, são memoráveis. Tudo no jogo flui de forma impecável, e é gratificante ver um desempenho sonoro tão bom quanto esse. Parabéns para o empenho da Irrational Games, que foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
Quando a Irrational Games arquitetou a jogabilidade desse game, o próprio plano já deve ter sido motivo de assombro. Mesclar tantas armas, com tantas magias, e tantas possibilidades, inúmeras estratégias e mais um monte de elementos, deve ter sido um caos. Mas não é que deu tudo certo? Comandos rápidos e flexíveis que permitem ao jogador entrar de cabeça na ação sem problemas. Menus simples e fáceis de se usar. Mas nem tudo é perfeito. Uma coisa que pode incomodar um pouco é o fato da troca de armas e também de magias ser um pouco mais complicado do que deveria. Ter de parar a ação frequentemente para trocar de armas e magias pode atrasar um pouco a eficiência do combate. Em um jogo que explora bastante justamente esse elemento de flexibilidade de opções, isso caracteriza um fator que poderia ter sido incrementado. Além disso, ter de recorrer a máquinas o tempo todo para trocar plasmids também é algo que eles poderiam ter melhorado. São pequenos detalhes, que não significam tanta coisa no plano geral, mas já são o suficiente para que eu não considere a jogabilidade desse game perfeita. O empenho da Irrational Games com a jogabilidade foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Diversão
A diversão em Bioshock tem de ser analisada de diferentes perspectivas. A exemplo dos melhores Role-Playing Games que podemos encontrar até hoje, o jogo apresenta quase infinitas formas de se eliminar hordas de inimigos e de completar a maioria das sidequests do game. A exemplo dos melhores survival-horrors, o jogo apresenta um clima de suspense que se mantém em um ritmo frenético o tempo todo. Só que tudo isto está dentro de um First-Person Shooter, e isso impressiona ainda mais! Como se não fosse o bastante, a história ainda é cativante o bastante para ser considerada um elemento à parte. Mesmo que a história pareça cliché em alguns momentos, ela ainda é tão cheia de reviravoltas e de personagens tão críveis que beiram a perfeição, que chama a atenção. Não tem como negar: a Irrational Games teve um empenho incrível com a diversão do game.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade
Bioshock leva cerca de 20 horas para se fechar. Talvez um pouco menos, caso esteja disposto a correr e não aproveitar o jogo como deve ser aproveitado. Trata-se de uma quantia razoável, ainda mais se tratando de um First-Person Shooter. Pelo fato de o jogo não possuir modo multiplayer, a Irrational Games incluiu outros fatores para aumentar a longevidade do game. Há três modos de dificuldade, que saciarão aqueles a fim de um desafio, e ainda três finais distintos, que farão com que o jogador tenha de fechar o jogo pelo menos três vezes, para poder ver tudo o que tem para ser visto. Isso equivale a algo em torno de 50 ou 60 horas de jogo ao todo, o que já é bastante, ainda mais quando comparado a outros jogos lançados na mesma época. Empenho máximo por parte da Irrational Games, com a longevidade.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação
Bioshock é uma mistura de elementos muito sólida. A mistura que encontramos em Bioshock não é necessariamente única. Há jogos, lançados vários anos antes de Bioshock, que já demonstravam essa mescla de elementos, de survival-horror com FPS e com RPG. Até mesmo os jogos anteriores criados pela mesma empresa, como o System Shock, já apresentavam esses elementos. Porém, nenhum deles consegue fazer o que Bioshock faz. Bioshock usa o maior poderio tecnológico da geração de games atual para levar esses elementos a um outro nível, de uma forma nunca antes vista ou sequer imaginada. Focando na ação rápida, na alternância entre poderes especiais e armas diversas, no uso do terreno a seu favor, e no traçar de estratégias de combate a todo instante, Bioshock desvia o jogador sutilmente do foco do jogo, que é a história muito bem planejada e um conflito de valores intenso do começo ao fim. Trata-se de um jogo superior, direcionado a um tipo de jogador superior. Não é qualquer um que saberá dar o valor que Bioshock merece. Bioshock impressiona pelo modo como ele se distancia de tudo o que já foi feito, e apresenta uma experiência de jogo completamente nova ao jogador, que se sente a todo instante refém dessa imersão absurda. A Irrational Games teve um empenho máximo com a inovação nesse game.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 29/30 (Excelente)

Em resumo: Bioshock é uma peça de arte. Uma obra artística. É muito gratificante poder jogar um game e perceber tanto empenho realizado em prol de tornar esse game único em todos os aspectos. Se você já era fã da franquia System Shock, da qual Bioshock se deriva, se você curte uma excelente narrativa, se você gosta de suspenses daqueles que emocionam, ou se você acha que os games não são capazes de providenciar uma experiência semelhante às das principais obras literárias e cinematográficas, lhe faço um convite: conheça melhor Bioshock. Não irá se arrepender, de qualquer forma.

bioshock, wallpaper, games 

Análises profissionais

A média pela Metacritic para Bioshock é 96/100.

Detonado em vídeo

Este detonado em vídeo é o melhor disponível na internet. Ele se encontra muito bem compactado, e com excelente qualidade de imagem. O jogador mostra como acessar várias áreas secretas e também a localização de diversos itens especiais, além de estratégias interessantes para se usar contra os chefes. Possui comentários do autor do vídeo, mas não atrapalha em nada a apresentação. Vale a pena conferir.

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7



E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

Um comentário:

  1. Gostei muito sua análise, você realmente gostou do jogo, e entende ou procurou entender sobre ele. Não que você tenha alguma a coisa haver, mas eu costumo ser orgulhoso e resistente a análises mais detalhadas de jogos, só que eu gostei de ler essa análise pessoal e explicação dos personagens, pois não tive a mesma paciência, e talvez inteligência mesmo pra compreender os diálogos.

    ResponderExcluir