segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Mega Man 8 - Análise


Esta é a análise de Mega Man 8, lançado pela Capcom em 1996 para o Playstation.


Introdução

1997 foi o ano no qual nosso querido robozinho azul completou dez anos de existência. Para comemorar, a Capcom lançou a oitava versão de uma de suas mais adoradas e lendárias franquias. Oito jogos em dez anos é muita coisa (sem contar spin-offs), e Mega Man já começava a se mostrar cada vez mais desgastado. Mega Man 8 chega ao Playstation não como uma reformulação, como o Mega Man X3 lançado em abril do mesmo ano, mas sim como uma versão pensada de fato para o console. Com o mesmo estilo clássico e inconfundível da série, aliado a alguns novos elementos, como cenas em FMV e dublagem para os personagens, Mega Man 8 tenta reestruturar a série, mantendo os fãs tradicionais enquanto atrai novos jogadores. Será que até então ela consegue se manter atualizada? É o que veremos nessa análise.

MEGA MAN 8


Informações técnicas

Publicado por: Capcom
Desenvolvido por: Capcom
Gênero: Platformer
Diretor: Hayato Kaji
Plataforma: Playstation, Sega Saturn
Data de lançamento: 17 de dezembro de 1996
Faixa etária: Everyone

Sobre a história (contém spoilers)

A história do jogo é um tanto cliché, como não poderia deixar de ser, se tratando de um Mega Man. Todos os personagens conhecidos da franquia e do anime estão presentes. O jogo nem faz questão de apresentar ninguém supondo que o jogador que for conhecer esse jogo já conhece todo mundo de cor e salteado. Portanto, caso queria conhecer a fundo a história desse game, é imprescindível que o jogador tenha jogado pelo menos algum de seus anteriores. Mas tal desconhecimento não vai complicar nada do jogo em si. Também vale ressaltar que não se deve confundir as histórias da franquia original de Mega Man com as spin-offs conhecidas como Mega Man X, que possuem histórias completamente diferentes. Bom, sem mais delongas, vamos à história do jogo:

O ano é 20XX. Em pleno cenário futurista, robôs e seres humanos convivem em paz (diferentemente do mundo paralelo de Mega Man X, no qual convivem em guerra). Tudo começa com uma cena que mostra dois robôs poderosos se enfrentando em pleno espaço. Ambos se enfrentam e se colidem, porém, enfraquecidos pelo combate, não conseguem mais se aguentar, e despencam inconscientes. Ambos acabam despencando na Terra.
Enquanto isso, na Terra, outro embate está acontecendo, entre Mega Man e Bass. Mega Man é o pequeno robozinho azul que dá nome ao jogo e que todo mundo conhece.

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Mega Man foi criado pelo Dr. Light. Ele foi criado com uma excelente inteligência artificial, capaz de tomar decisões por conta própria. Projetado com a intenção de defender a humanidade do ataque de possíveis robôs aliciados para o mal, ele se tornou um herói muito invejado pelos cientistas do mal.
Mega Man está enfrentando seu eterno rival, Bass.

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Bass, por sua vez, é um robô criado para o mal pelo cientista maligno Wily, com a intenção de imitar o Mega Man. Ele é o maior rival do Mega Man, e ambos estão sempre se enfrentando por motivos inúteis, com a intenção de descobrirem quem dos dois é o mais forte. Bass sempre perde, mas ele sempre volta, alegando que "está mais forte do que da última vez", só para perder de novo.
Após perder pela milionésima vez, Bass acaba ficando preso em uma fiação. Bem nesse momento, a batalha é interrompida por Roll.

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Roll é uma pequena robô humanoide criada pelo Dr. Light para servir como empregada doméstica dele, e auxiliar na criação de novos robôs. Ela é considerada por Mega Man como sua irmãzinha pequena, por causa do laço de amizade que os une desde a criação de ambos.
Roll vem para avisar Mega Man que algo suspeito caiu na Terra, semelhante a um meteorito. Mega Man vai então, até o local, flutuando em cima de seu cachorro-robô, o Rush.

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Este é Rush, um cachorro-robô que serve fielmente a Mega Man. Ele foi criado unicamente para ajudar Mega Man em suas aventuras, e o acompanha para tudo quanto é lado. Carinhoso e corajoso, ele fornece suporte direto e indireto, e é capaz de se transformar em uma série de veículos de transporte.
Chegando ao local, Mega Man encontra dois robôs. Um deles foi totalmente destruído, e, em sua carcaça, jaz uma poderosa e maligna forma de energia. Mega Man decide ficar com a forma de energia para que ela não caíssem em mãos erradas, mas foi tarde demais. A ilha no qual os robôs caíram era justamente a ilha onde Wily criou a sua base secreta. O próprio Albert Wily, também conhecido como Dr. Wily, aparece.


Dr. Wily é um cientista do mal, e o principal vilão por trás da história de todos os Mega Mans. Ele foi o criador de Bass e de vários outros robôs poderosos, que Mega Man tem de derrotar a todo momento. Um gênio da engenharia robótica, ele usa seus conhecimentos para criar robôs cada vez mais poderosos, com a intenção de um dia vencer Mega Man e dominar o mundo.
Wily consegue fugir com as formas de energia, mas Mega Man percebe que o outro robô caído ainda está funcional, apesar de estar inconsciente. Ele o leva para o laboratório de Thomas Light, também conhecido como Dr. Light.

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Light e Wily se formaram juntos, no mesmo instituto de tecnologia, o Robot Institute of Technology. Ambos possuem tese de doutorado e foram até indicados ao Prêmio Nobel de Física, porém Light sempre esteve à frente de Wily. Light possuía mais fama que ele. Light venceu o Prêmio Nobel, e Wily não. Enfim, ambos são muito bons, mas Light sempre teve mais destaque, era o queridinho da turma. Wily, por ser sempre o mais invejoso da turma, acabou sendo expulso da academia por quebrar regras éticas, e se tornou do mal, enquanto Light permaneceu do bem. Um dos maiores cientistas de nossa época, Dr. Light é o criador de Mega Man, Rush, Roll e vários outros robôs do bem.
Enquanto Light se encarrega de recuperar o robô derrotado, Mega Man deve derrotar vários dos robôs de Wily que estão espalhados pelo mundo e causando terror. Mega Man enfrenta os seguintes inimigos (só vou apresentá-los, sem muitos detalhes):

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Este é Tengu Man.

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Este é Astro Man.

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Este é Sword Man.

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Por fim, este é Clown Man.
Derrotando estes quatro oponentes, Mega Man volta para o laboratório. Ele descobriu uma amostra rara de energia maligna em cada um desses robôs, muito semelhantes àqueles que foram encontrados com aquele robô caído, tempos atrás. Wily está fazendo robôs mais fortes usando essa energia. Enquanto Mega Man e Light tramavam um plano de como deter Wily, o robô que foi encontrado inconsciente finalmente desperta. Ele consegue explodir uma parede e fugir. Mega Man vai logo atrás dele.
Mega Man consegue encurralá-lo em uma espécie de fortaleza. Ambos se enfrentam, mas o robô não usa toda a sua força, se mantendo mais na defensiva. Ao ser derrotado, ele consegue escapar. Mega Man ia atrás dele, mas ele é interceptado por Proto Man.

Proto Man

Proto Man foi o primeiro robô criado pelo Dr. Light, na verdade um protótipo do seu modelo de criação de robôs humanoides, e uma espécie de "irmão mais velho" de Mega Man. Como foi criado com um pequeno defeito de energia, ele corria riscos se ficasse muito exposto. Ele fugiu do laboratório de Light pouco após sua concepção e desde então vive sozinho, sem receber ordens de ninguém. Um robô poderoso, geralmente é visto treinando Mega Man para torná-lo mais forte, mas ele raramente é visto em batalhas sérias contra Wily, preferindo confiar no trabalho de Mega Man.
Proto Man conta para Mega Man que Wily criou sua fortaleza naquela ilha mesmo, pouco mais à frente, para onde o outro robô maluco saiu correndo. Mega Man vai até o local, mas é capturado por um dos robôs de Wily. Nesse momento, ele é salvo por aquele robô fugitivo que ele enfrentou à pouco. O robô se apresenta a ele como Duo.

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Na verdade, essa não é a primeira aparição de Duo na franquia. Ele já apareceu em diversos outros jogos, mas a sua origem jamais havia sido identificada. Portanto, esse jogo tem a intenção de ser um prelúdio, anterior a outros jogos da série, por mostrar a origem desse personagem. Duo é um robô da polícia espacial criado com a intenção de procurar e destruir quaisquer amostrar de energia maligna.
Duo quer destruir a energia maligna que Wily conseguiu, mas ele não consegue entrar na fortaleza de Wily. Mega Man percebe que há um casulo protetor ao redor da fortaleza, fortalecido pela energia maligna dentro da base. Para conseguir entrar, Mega Man precisa enfraquecer esse casulo, e, para isso, ele terá de derrotar outros robôs criados por Wily espalhados pelo mundo. Duo diz então que está interessado em unir forças com Mega Man, e ficará à espera por novidades.
Mega Man então segue para destruir mais quatro robôs criados por Wily:


Este é Search Man.

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Este é Frost Man.

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Este é Grenade Man.

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E, por fim, este é Aqua Man.
Ao derrotar mais esses quatro, Mega Man já possui energia maligna o suficiente para entrar na fortaleza de Wily. Ele consegue entrar, e, após passar por diversos desafios, ele se depara com Bass. Bass foi infectado com a energia maligna de Wily, e se encontra mais forte do que nunca. Porém, mesmo assim, ele ainda não é páreo para Mega Man, e é facilmente derrotado.
Após a interrupção de Bass, Mega Man se depara com Wily. Eles se enfrentam, e Wily é, mais uma vez, vergonhosamente derrotado. Mega Man acaba bem enfraquecido, e é infectado com a energia maligna ao tentar ajudar Wily, que parecia ferido (só um detalhe: alguns podem pensar que Wily fingiu estar ferido propositalmente, para atrair Mega Man para uma armadilha. Ele já cansou de fazer isso em outros games. Mas, estranhamente, esse não é o caso nesse jogo: Wily é inocente dessa vez).
Mega Man acaba muito ferido e com perigo de se tornar maligno. Porém, Duo o encontra e consegue salvá-lo. Após curá-lo, ele o deixa a cargo de Proto Man, que o envia ao laboratório de Light. Quando Mega Man desperta, ele recebe os parabéns de todo mundo. E ele ainda recebe de Proto Man um aviso de Duo: ele foi embora, mas mandou dizer a Mega Man: "Obrigado". Mega Man agradece de volta e assim acaba a história. Espero que tenham gostado!

Sobre o jogo

Mega Man é Mega Man, e, de fato, ele não mudou muito desde a sua origem, lá em 1987. O que para alguns é sinal de que o jogo já se encontra antiquado, para outros é o mais puro saudosismo. Mega Man 8, o oitavo jogo da franquia, continua 2D, continua com a sua mesma jogabilidade simples e descompromissada, calculada para atrair os tradicionais fãs da série.
Desta vez focado em um público que já conhecia o anime e a história em si, o game recebeu algumas poucas novidades. Além de uma dublagem de voz incluída para todos os personagens, o jogo ainda conta com cenas em animação, as FMVs, muito semelhantes aos animes, e muito bem feitas. Essas animações possuem qualidade semelhante àquela apresentada em games como Street Fighter Alpha e Darkstalkers. Essas cenas, agora possíveis, por causa do carregamento do Playstation, infelizmente ainda parecem ser a única coisa que a Capcom resolveu fazer de diferente nesse jogo.
A estrutura é a mesma desde o começo da franquia, aquela estrutura que já é esperada pelos fãs da série. Afinal, mais previsível impossível: Mega Man só sabe fazer três coisas: pular, atirar e dar uma rasteira. Essa falta e movimentos já e característico, mas poderia se esperar bem mais de um game em um console de 32 bits. Parece que os novos movimentos (escalar paredes, abaixar e tal) ficaram resumidos apenas à versão X, já que esse game não possui nada disso. Pelo menos, Mega Man ainda consegue usar seu conhecido tiro carregado. Pelo menos isso.
Como já é de praxe, o jogador possui oito fases disponíveis para escolher em que ordem jogar, sendo quatro desde o começo e quatro mais ao final do game. A ordem das fases não interessa muito, deixando o jogador livre nesse ponto. As fases em si envolvem aquilo que todo bom Platformer tem que ter: um monte de inimigos, muitos buracos para pular, e alguns desafios extras, como quebra-cabeças e mini-games, em algum deles. Alguns dos mais tradicionais mini-games estão de volta, como aqueles de andar em alta velocidade ou voar em algum veículo, para deleite dos saudosistas de plantão. E um recado: eles estão mais divertidos que nunca.
Também não podem faltar os chefões. Há um chefão meia-boca ao meio de cada uma das fases, e um chefão final ao término de cada uma das fases. O chefão final é um robô que é mestre em algum tipo de elemento. Cada chefe final possui resistência a um elemento e fraqueza contra um outro elemento. Ao ser derrotado, cada chefe final de fase fornece uma nova arma para Mega Man. Desta forma, Mega Man pode possuir um total de nove armas novas, sendo oito de cada chefão e mais uma extra adquirida logo no começo do jogo. Como cada arma possui um elemento, cada arma é eficiente contra um determinado chefão. Desta forma, cabe ao jogador formar uma estratégia diferente para cada chefão.
As armas usam uma energia extra, que serve como munição. Mega Man pode restabelecer essa munição pegando itens pelas fases. Além de serem usadas para atacar apenas, as armas podem possuir outros propósitos. Munição explosiva, por exemplo, pode quebrar blocos de gelo. A espada de fogo é capaz de quebrar objetos de metal. A chuva de meteoros pode destruir o teto de alguns locais. Desta forma, possuindo as armas certas, poderá abrir várias passagens secretas em algumas fases.
E o porquê de se abrir passagens secretas? Ora, para conseguirmos as Bolts. Há um total de 40 Bolts, espalhadas em todas as fases do game. Cabe ao jogador procurá-las. Muitas vezes, será preciso ter uma determinada arma para retirar algum tipo de obstáculo do caminho. Esses Bolts podem ser usados para comprar upgrades.
Isso mesmo, comprar. Diferentemente do rumo que a série veio tomando até então, desta vez não será possível encontrar os upgrades pelas fases. Ao invés disso, o jogador coleta Bolts, que pode trocar pelos upgrades que quiser em uma lojinha. É bem mais prático, levando em consideração que você pode escolher logo o upgrade que quiser, sem precisar se limitar àquele que o jogo escolheu por você. Por outro lado, você não pode ter todos que quiser. É isso mesmo. Há 15 itens à escolha, mas, com apenas 40 Bolts à sua disposição, mesmo que consiga todos, terá apenas uns dez upgrades disponíveis para compra. Os demais não poderão ser conseguidos de forma alguma, a menos que recomece o jogo. Você constrói o seu jogo, comprando os upgrades que melhor se adaptarem ao seu estilo.
No todo, o jogo se resume a isso. Não tem muito o que dizer. Passe por cada fase, derrote cada chefão, consiga todas as armas, pegue todos os Bolts, compre os upgrades que quiser, e então termine o jogo. Uma vez fechado o jogo, não há mais nada para se encontrar aqui. Mega Man 8 não possui nada para motivar o jogador a tentar fechar novamente. Nada mesmo. É o típico jogo que nem compensa ter em sua estante. Se puder, apenas alugue-o ou pegue emprestado. Você irá jogar um game que quase não se difere dos seus anteriores, e poderá fechar em um final de semana. Depois, você pode devolver o game e se voltar para outros jogos mais interessantes. Uma pena ver que a franquia Mega Man chegou à sua oitava versão precisando muito de uma renovação urgente.

Minha análise do jogo

Gráficos
Vendo os gráficos que possui Mega Man 8, fica claro que a Capcom não se empenhou muito nisso. Os gráficos são em 2D e com tudo feito na base de sprites sobre sprites, algo bem rudimentar, típico de videogames de 16 bits. Aparentemente, a Capcom se manteve parada no tempo. A Capcom não aproveitou em nada os gráficos que o Playstation é capaz de fazer. Ela até tentou aperfeiçoar aqui e ali com um efeito de água ou de luz um pouquinho mais elaborado, mas nem isso chega a chamar a atenção. Está tudo muito simples, básico demais. Aquém do esperado. O fato da Capcom ter inserido animações em FMV não diminui em nada o fato de que ela teve empenho mínimo com os gráficos desse game.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Som
Os sons são aqueles mesmo que você poderia esperar. As músicas clássicas de Mega Man estão aqui, unidas a algumas novas composições. O compositor Shusaku Uchiyama fez um trabalho razoável quanto a essa parte: as músicas escolhidas não estão entre as mais interessantes da série, mas estão longe de ser as piores. Os efeitos de som estão bons, inferiores para a qualidade de um console de 32 bits, mas ainda assim bons. O que decepciona bastante é a dublagem. Eles inseriram uma dublagem para quase todos os personagens, mas os dubladores que eles escolheram não fizeram um bom trabalho. É sofrível ouvir algumas falas que soam totalmente desconexas, sem sentimento e na maioria das vezes com péssima qualidade. Não é apenas ruim: é péssimo, mesmo. Tudo bem, a iniciativa de se colocar dublagens foi ótima, mas não precisava ficar tão ruim assim. No todo, avaliando todos os fatos mencionados, posso dizer que a Capcom teve um empenho considerável com a qualidade sonora do game.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Jogabilidade
Ah, Mega Man é Mega Man... O que seria de Mega Man se não tivesse essa jogabilidade rápida, precisa e direta? Pois isso você com certeza encontrará nesse game. O jogador irá passar o jogo inteiro apertando dois botões: o de pulo e o de tiro, mas serão momentos muito bons. Não posso afirmar, no entanto, que a falta de versatilidade não incomoda. Porque incomoda sim. Não se pode agachar, nem fazer nada de mais (para se ter uma ideia, não se pode nem se agarrar nas paredes, outra marca registrada da série)! A impressão que se passa é que eles enxugaram tudo o que puderam da jogabilidade e deixaram para a versão X, deixando aqui o mínimo do mínimo. Não sei se isso foi um ato de nostalgia, dos tempos antigos, mas não convence aqui. Não é que a jogabilidade é ruim. Apenas esperava-se mais, muito mais. O empenho da Capcom com a jogabilidade foi meramente considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Diversão
Mega Man é divertido em qualquer época. Seu estilo inconfundível de se avançar pelas fases e de fazer o tempo passar é algo já conhecido. O jogador realmente esquece da vida enquanto destrói hordas e mais hordas de monstros, de tão viciante que é. Na verdade, como sempre foi. Mas alguns probleminhas insistem em manchar com o que poderia ser perfeito. Para começar, a dificuldade. O jogo é fácil demais. Isso pode ajudar a atrair jogadores mais jovens, mas irá com certeza afastar aqueles que são mais hardcore. Até mesmo a maioria dos chefões chega a ficar sem graça. Outro fator que eu poderia reclamar é o de que os checkpoints, em algumas fases, poderiam ser melhor explorados. Há algumas fases em que a morte é algo até corriqueiro de acontecer (como as fases de snowboarding, por exemplo). E, nessas fases, é preciso que haja checkpoints sempre presentes, para não frustrar o jogador. Mas isso não acontece. É comum sentir raiva ao morrer no final de uma parte super difícil e descobrir que terá de passar por tudo aquilo novamente.
Mas esses fatores são pequenos diante da diversão que o resto do jogo proporciona. As batalhas contra chefes foram bem pensadas (apesar de simples), e os mini-games são tão bacanas que deveriam até virar jogos à parte. Na maioria das vezes, irá se divertir bastante. Por isso, empenho excelente por parte da Capcom no quesito diversão.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Longevidade
Mega Man nunca foi um exemplo de longevidade. Afinal, o jogo possui onze fases apenas. Levando em consideração que cada fase pode levar algo em torno de quinze ou vinte minutos para ser terminada, coloque aí umas três ou três horas e meia de jogo. Isso é muito pouco, principalmente para os padrões modernos, da quinta geração de consoles. Os itens escondidos pelas fases podem incluir aí mais uma ou duas, no máximo três horas a mais, só caso o jogador queira adquirir todas, mas ainda assim é muito pouco. Sem contar que não há nada de novo após se fechar o game uma vez. Não há extras, não há finais alternativos, nem a possibilidade de recomeçar como parou, ou algo assim. Simplesmente nada. Um jogo assim, que pode ser fechado em um final de semana direto, e não incluem nada demais, são o típico jogo "alugue, e não compre". E esses jogos estão se tornando cada vez mais inadmissíveis. O empenho da Capcom com a longevidade foi inexistente.
● Nota pessoal: 0/5 (Nenhum Empenho)

Inovação
Este é o maior ponto fraco do jogo. Engana-se aquele que pensa que Mega Man tem uma tradição, e que, por causa disso, não deve ser reformulado. Toda série precisa ser reformulada, passar por uma repaginada, trazer uma experiência nova ao jogador. Senão, não há propósito em fazer um novo jogo, se todos os anteriores já passavam a mesma experiência. É preciso ser inovador. Por algum motivo, a Capcom negligenciou totalmente isso, e nos trouxe um jogo que não inova em praticamente nada. Tudo o que podemos encontrar aqui já podíamos encontrar em jogos anteriores. A Capcom perdeu a chance de usar o poderio do novo console para reciclar a série, trazer coisas novas. Uma pena, mas essa é a verdade. Sendo assim, o empenho da Capcom com a inovação desse jogo foi, realmente, nenhum.
● Nota pessoal: 0/5 (Nenhum Empenho)

Soma Final: 11/30 (Ruim)

Em resumo: Este está longe de ser a melhor versão do Mega Man. Na verdade, em um parâmetro comparativo com outras versões, até é um bom game. Mas, situando-o no console em que se encontra, na época em que está e do jeito como foi concebido, fica evidente que a série poderia estar muito melhor. Mega Man 8 é um jogo fraco, muito fraco tecnicamente, que se limita a repetir tudo aquilo que já vimos em games anteriores, e nada mais. A série deixa claro que está se tornando muito velha, e precisa de uma reforma urgente. Talvez essa reforma venha pela série X, mas com certeza não a encontrará nesse game, que, de um ponto de vista geral, chega a ser dispensável, a menos que seja um fã incondicional da franquia e do mascote de cor azul.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Mega Man 8.

Detonado em vídeo

Este detonado em vídeo é o mais completo disponível em toda a internet. Ele se encontra com excelente qualidade de imagem e muito bem compactado. Esse detonado mostra como fechar o jogo, e mostra também como conseguir todos os Bolts. Divirta-se!

Parte única


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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