sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Guitar Hero - Análise

Esta é a análise de Guitar Hero, lançado pela RedOctane em 2005 para o Playstation 2.

File:Guitarhero-cover.jpg

Introdução

O mercado de jogos musicais é extenso e remete há muito tempo atrás. Desde os primórdios dos games, havia jogos musicais, com simuladores de piano e baterias. Mas nenhum deles fez sucesso. Quer dizer, até ser lançado Beatmania, para os arcades, em 1997. Começava aí uma nova era nos games: o apelo dos jogos musicais. Seja na forma de dança, como Dance Dance Revolution, ou de música mesmo, como Beatmania, o gênero Rhythm se tornou popular e cool em todo o mundo. De modinha nas festas underground japonesas, passaram a vender centenas de milhares de unidades ao redor do planeta. Quando a Konami lançou Guitar Freaks em 1998 para o Playstation, ela não sabia, mas estava dando a inspiração para que a Harmonix e a RedOctane lançassem uma das franquias de jogos musicais mais bem sucedida de toda a história dos games: Guitar Hero. Será que eles mesmos imaginavam o sucesso que a franquia teria nos anos subsequentes? Será que eles almejavam desde o princípio criar um ícone tão conhecido assim? Bom, isso eu não sei, mas, para conhecer melhor esse clássico, leiam a análise a seguir:

GUITAR HERO


Informações técnicas

Publicado por: RedOctane
Desenvolvido por: Harmonix Music Systems
Gênero: Rhythm
Plataforma: Playstation 2
Data de lançamento: 8 de novembro de 2005
Faixa etária: Teen

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música I Wanna Be Sedated, uma das várias músicas do jogo, composta por Ramones.

Sobre a história

O jogo não possui história. Trata-se apenas da trajetória de uma banda de rock, desde o princípio difícil tocando no porão de uma casa para os amigos até grandes espetáculos a céu aberto e shows para milhares de pessoas em um estádio gigantesco. Não há muito o que contar, é isso aí.

Sobre o jogo

Guitar Hero é o jogo que mais se aproxima do ideal para aqueles que têm o sonho de se tornar o guitarrista famoso de uma banda de sucesso. Já pensou em largar tudo e viver de música? Já pensou em aprender a tocar guitarra, só para um dia dizer que conseguiu imitar um solo do Slash ou do Jimi Hendrix? Bom, quer você tenha um dia sonhado com isso ou não, Guitar Hero vai tentar lhe proporcionar algo bem semelhante.
A ideia é simples: um jogo simulador de guitarra. No entanto, não se trata de algo inédito. A fórmula não se difere muito do padrão de jogos Rhythm, como Dance Dance Revolution ou Beatmania. A ideia é que você pressione os botões do controle dentro de um ritmo determinado por efeitos sonoros ou gráficos. Enquanto isso já foi muito popular em outros tempos, principalmente com jogos de dança, o gênero ao pouco foi se estendendo a outros tipos de ritmo. Aos poucos, foram surgindo os jogos simuladores de instrumentos. Tinha bateria, piano e, por que não, guitarra. O primeiro simulador prático de guitarra foi Guitar Freaks, jogo lançado em 1998 para o Playstation. O jogo tinha até um controle em forma de guitarra para dar mais realismo aos movimentos. Acontece que o jogo não fez sucesso porque não se tornou conhecido. Muitos sequer sabem que ele existiu. Mas a Harmonix, produtora de diversos jogos de música, como FreQuency e Amplitude, não poderia deixar a oportunidade passar. Eles enxergaram uma mina de ouro, e, com a parceria da RedOctane (que fabricava os tapetes de dança dos jogos Dance Dance Revolution, na época), ousaram em um jogo até então inusitado: um simulador de guitarra que pudesse fazer sucesso.
Como já foi dito, o jogo não é tão diferente assim de outros jogos do gênero Rhythm. O design é feito em forma de guitarra, e símbolos gráficos aparecem na tela em ordem crescente, com velocidades variadas, representando as notas e acordes reais de uma guitarra. Cabe ao jogador pressionar o botão correspondente a cada acorde e nota no momento certo, de acordo com o que vai sendo indicado na tela. Quase como um jogador de Dance Dance Revolution faz para acertar os passos. Quanto mais notas e acordes se acerta, mais pontos se faz. Cada erro é contado como uma nota ruim e uma penalidade.
O que torna esse jogo tão especial é o modo interessante como ele faz tudo acontecer. Da mesma forma como os jogos de dança não teriam metade da graça se não fossem os tapetes próprios, Guitar Hero depende metade de sua diversão ao seu controle, que é bem característico. Guitar Hero é comercializado junto de um controle personalizado, feito especificamente para o jogo, em formato de guitarra. Sendo modelado com o mesmo design de famosas guitarras reais da Gibson e da Les Paul, só que com três quartos do tamanho original, eles possuem os botões das notas e acordes dispersos de forma a simular uma guitarra mesmo. Ou seja, o jogador aperta os botões como se fosse em uma guitarra de verdade. Claro, a semelhança é básica, até porque o jogo não tenta passar o sentimento 100% fiel de se tocar uma guitarra de verdade. Mas a ideia é que apenas esses 20% de realismo sejam incríveis para o jogador.
É totalmente diferente jogar Guitar Hero usando o controle convencional (é possível jogar com o controle; sendo assim, os botões superiores do controle realizam as notas) do que com o controle em forma de guitarra. Afinal de contas, a graça é poder segurar uma guitarra, acompanhar as notas, e, de quebra, poder fazer gestos e caretas acompanhando o ritmo das músicas, se achando "o" guitarrista enquanto cantarola o trecho de suas músicas prediletas. É um sentimento impagável e viciante, além de fisicamente cansativo. Não é recomendado que jogue por muito tempo seguido usando a guitarra. Seus dados agradecerão.
Agora, vamos falar do jogo em si. As notas vêm de cima para baixo, e devem ser pressionadas apenas quando elas passarem sobre um círculo na parte de baixo, que representa o tempo ideal. Há dois tipos de notas: notas curtas, que são pressionadas apenas uma vez, e notas longas, que devem ser seguradas enquanto o jogador realiza a distorção do modo como preferir. Às vezes, dois ou três notas precisam ser pressionadas ao mesmo tempo, criando combinações mais complicadas. Acertando-se as notas, ganha-se pontos. Acertando várias notas em sequência, o jogador começa a juntar multiplicadores. A cada dez notas corretas seguidas, um multiplicador é adicionado, dobrando o número de pontos em cada nota certa subsequente. Até quatro multiplicadores podem ser acumulados ao todo, mas basta errar uma nota sequer para zerar o contador de multiplicador e recomeçar a contar do zero.
Para auxiliar o jogador e tornar o game mais dinâmico e divertido, no decorrer da música, mais especificamente nos momentos mais importantes, como no início do refrão e dos solos, aparecem notas especiais, chamadas de Star Notes. Acertando essas notas, o jogador acumula Star Power, que fica armazenado, enchendo uma barrinha como se fosse de "especial" (distorcendo uma Star Note longa rende ainda mais pontos, fica a dica). Quando o jogador quiser, ele pode usar essa Star Power para turbinar os pontos que ele gera ao acertar cada nota. O Star Power gera o dobro de pontos, e ele ainda conta os multiplicadores! Ou seja, se tiver dois multiplicadores, as notas passam a valer vezes quatro com o Star Power. Se tiver quatro multiplicadores, as notas passam a valer vezes oito! Por isso, vale a pena aguardar acumular multiplicadores para poder usar o Star Power com o máximo de eficácia, rendendo o máximo de pontos possível.
Além de acumular pontos, a ideia do jogo é aguardar o público. Afinal de contas, um show só é bom se estiver agradando a galera que está lá assistindo. Há um medidor de gosto popular que indica o quanto as pessoas estão curtindo o show. Ele começa no amarelo, que é o neutro: as pessoas curtem, mas também não extrapolam. Quanto mais notas se acerta, mais combos se faz e mais pontos se acumula, a barra de gosto vai aumentando, e a galera começa a cantar junto, a pular e a gritar com mais intensidade no show. Agora, basta errar várias notas em sequência ou mandar mal nos solos para que o público comece a vaiar e criticar. Cuidado: se for muito vaiado pelo público, eles podem desistir do show e aí será Game Over, terá de tentar outra vez. Se estiver indo tão mal assim, tente usar o Star Power para incentivar a galera: sempre funciona. A ideia do jogo é terminar o show agradando o máximo que der as pessoas assistindo.
É claro que boa parte da população gamer não toca guitarra e nem está acostumado ao estilo frenético dos jogos Rhythm. Então, a Harmonix tratou de ser cautelosa na dificuldade e velocidade do jogo. Sendo assim, ela colocou diversos níveis de dificuldade. O modo Easy é para os realmente novatos no estilo, e contêm apenas três acordes. A velocidade das notas é bem lenta, e a quantidade de notas simultâneas é reduzida ao máximo. Na dificuldade Medium, já entram em cena quatro acordes, e as notas se intercalam com alguma facilidade. No modo Hard, há todas as cinco notas, e a velocidade com que elas aparecem deixam pouco espaço para o raciocínio, apelando mais para o reflexo e para o conhecimento da música do que outra coisa. Já o modo Expert, apenas para os veteranos, possui uma velocidade absurda e descomunal, de modo que só os realmente rápidos nos dedos e guitarristas natos conseguirão tocar. Vale lembrar que, em todos os modos de dificuldade, a velocidade e quantidade de notas aumenta conforme se prossegue.
Mas um dos pontos que mais chama a atenção no jogo é a seleção dedicada das músicas. Afinal, de nada adianta criar um jogo de rock sobre como tocar músicas se ele não tiver boas músicas para serem tocadas. Pois é, mas os fãs do bom rock n' roll podem ficar tranquilos, já que a Harmonix conseguiu os direitos de algumas das composições mais interessantes e emblemáticas da história do rock. Dá para reclamar de passar o dia tocando Ace of Spades, do Motörhead; Bark at the Moon, de Ozzy Osbourne; Higher Ground, de Red Hot Chili Peppers; I Wanna Be Sedated, de Ramones; Infected, de Bad Religion; Iron Man, de Black Sabbath; Killer Queen, do Queen; Smoke on the Water, do Deep Purple; Spanish Castle Magic, do Jimi Hendrix; Symphony of Destruction, do Megadeth; Take Me Out, do Franz Ferdinand; I Love Rock n' Roll, de Joan Jett & the Blackhearts; Cochise, do Audioslave; No One Knows, do Queens of the Stone Age; ou You've Got Another Thing Comin', do Judas Priest? Detalhe que só citei algumas das 30 músicas clássicas e famosas do jogo. Pode colocar na lista ainda The Donnas, White Zombie, David Bowie, Sum 41, Cream e Boston, entre muitos outros.
Mas a Harmonix não cuidou apenas de pegar músicas famosas para incluir no game. Ela tratou de correr atrás também de algumas músicas de bandas indie, em sua maioria bandas no qual os próprios integrantes do staff musical da Harmonix tocam. É uma forma de eles promoverem seu trabalho também, ué. Uma das músicas, a Cheat on the Church, do Graveyard BBQ, entrou no jogo após vencer um concurso musical feito pela própria Harmonix, chamado de Be a Guitar Hero. Podem não ser bandas famosas, mas tem música boa também. Além das 30 músicas famosas, tem mais 17 músicas indie, compondo um repertório de 47 músicas no total. Tá bom ou quer mais?
Ao acabar uma música, o desempenho do jogador é avaliado em uma forma de crítica musical. A porcentagem de notas que acertou é levado em consideração, assim como o número de notas em sequência, e também o total de pontos acumulados. Seu desempenho ainda recebe uma nota, orientada na forma de estrelas, indo de uma a cinco estrelas. Quanto melhor o show, maior o cachê por parte dos produtores. Você não precisa conseguir cinco estrelas em todas as músicas, mas a grana por ir bem nas músicas é boa, então pode ser que queira jogar várias vezes em cada música até se acostumar a ela e conseguir melhorar sua nota. De modo geral, só ir suficientemente bem para seguir em frente pode ser o bastante.
O que importa é que, após um número determinado de músicas, a banda fica mais famosa e vai avançando. Não é necessário passar por todas as músicas para seguir em frente, e modo que, se estiver com dificuldades em uma música em específico, pode deixá-la de lado e fazer outra que se saia melhor. No início do jogo, o jogador escolhe um guitarrista para interpretar (tem de tudo, desde um modelo que remete ao trash metal até um cover dos guitarristas cult dos anos 80, um punk, um guitarrista coloridão tipo Poison e uma rockeira de roupa desfiada. Escolha o guitarrista que preferir e também escolha a guitarra que ele/a vai usar. Você dá nome à banda e é o maior responsável por fazê-la seguir em frente. Acertando as músicas, a banda fica reconhecida e passa a ser convidada a tocar em lugares maiores e mais movimentados, até chegar ao ápice, que é o tour mundial e grandes espetáculos em estádios lotados. E o guitarrista passa de um zé ninguém a um ícone do rock.
O dinheiro que se ganha nas músicas pode ser usado na loja virtual interna do jogo para se adquirir diversos itens. Lá, poderá comprar músicas novas (músicas indie e alternativas), guitarristas novos (tem até a morte!), guitarras novas, imagens bacanas para decorar as suas guitarras, e, porque não, vídeos bacanas que mostram o making-of do jogo. Vale a pena juntar uma grana legal para gastar com esses extras. O jogo incentiva o jogador a querer ir bem nas músicas justamente para poder ganhar mais dinheiro e gastar tudo nos extras. Vai ser preciso uma boa grana para se comprar tudo.
Aí, depois de terminar o jogo e se tornar um astro do rock... Bem, não sobra mais muita coisa para se fazer. Você pode recomeçar tudo do zero em um modo de dificuldade maior, mas enfrentará os mesmos desafios. Claro, as músicas ficam mais complexas, mas ainda são as mesmas músicas, ordem e acontecimentos. O jogo não tem nenhum extra que incentive o jogador a querer fechar mais de uma vez. Nenhum final secreto, extra especial, nada. Jogando em outra dificuldade, terá de acumular dinheiro tudo de novo, e não poderá passar os itens que conquistou em uma dificuldade para outra dificuldade. Isso inibe um pouco o jogador de querer fechar em outros modos de dificuldade.
O que pode talvez manter o jogo interessado após fechá-lo é o modo versus. Você pode convidar um amigo seu a ir para sua casa e trazer a guitarra dele para um duelo de guitarristas. Há poucos modos disponíveis, e eles se resumem a uma disputa de quem se sai melhor em cada música. O legal é que você pode levar as músicas, guitarras e guitarristas que habilitou no modo carreira para o modo versus. Assim, você tem 47 músicas para provar para todos os seus amigos que o sangue do rock corre em suas veias.

Minha análise do jogo

Gráficos
Sim, eu entendo que a parte gráfica não é nem de longe a mais importante em um jogo de música (assim em praticamente nenhum gênero), mas ela possui seu papel a ser desenvolvido. A Harmonix não poderia ter simplesmente negligenciado o quesito gráfico e se focado em outros quesitos. Um jogo completo exige empenho nas mais diversas áreas, e saber explorá-las ao máximo é o diferencial de um grande game. Porém, novamente, tratando-se de um jogo Rhythm, não tem lá muita coisa para se planejar no quesito gráfico. Enquanto o jogador se preocupa com as notas e acordes na tela, não sobra muito tempo para admirar o cenário e os personagens. Mas eles estão lá, e um olhar mais cauteloso perceberá que eles foram bem feitos. Os membros da banda se movem e se comportam exatamente como se esperaria deles. O trabalho que eles tiveram com o sincronismo das cenas e dos movimentos com as músicas em si deixou tudo muito mais realista e agradável de se ver. O design dos cenários sempre fantasiosos e dos membros da banda (assim como o público) também mostrou um esmero artístico interessante para um jogo do gênero. Pena que o jogo não apresenta nada além disso. Não há grandes cenas, animações, e os efeitos especiais em cena são básicos demais. Eles poderiam ter incrementado bem mais a parte gráfica: não que isso teria influenciado alguma coisa o jogo em si, mas é um fator a ser medido. Não está ruim, apenas também não está ótimo. Pouco acima do mediano, não impressiona mas também não decepciona. Empenho considerável por parte da Harmonix.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Som
Agora sim! O que é um jogo de música sem um excelente trabalho na parte sonora? Em jogos desse tipo, talvez ele seja mais necessário do que a jogabilidade. E a Harmonix não pôs tudo a perder; selecionou uma lista de músicas que não tem como botar defeito. São dezenas de bandas e tantas músicas famosas, variadas e sensacionais, que dá para transformar a lista em um playlist eterno para o memorial do rock. Além de bandas consagradas, ela contou com o trabalho pouco conhecido de bandas indie que também arrebentam em composições novas e fora de padrão. Se a qualidade da trilha sonora não diz tudo por si, o trabalho que eles fizeram para tocá-las também não deixa a desejar. Sim, porque não são as bandas originais que tocam as músicas (seria demais se fosse), e sim bandas cover. Mas você mal irá perceber a diferença, pois o empenho que eles tiveram foi tamanho que ficou tudo igualzinho. Trabalho impecável das bandas cover. Não há outros fatores a serem avaliados, pois o jogo se resume à trilha sonora, então, não tem como não dizer que o empenho da Harmonix foi máximo!
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
Guitar Hero é um jogo de música. Basicamente, tocar as músicas é o que se tem para fazer no jogo, então não espere nada além disso. Se já jogou jogos Rhythm antes, deve saber como é que é a sensação de observar a tela e pressionar botões nos momentos certos. Se não... Bem, é uma boa hora para se começar, não é mesmo? O jogo se difere de outros jogos do gênero, como Dance Dance Revolution e Beatmania pelo fato de agora estarmos simulando uma guitarra - e pelo fato de estarmos, de fato, segurando uma. Até porque o jogo vem com um controle em forma de guitarra (que não é obrigatório, mas jogar Guitar Hero com o controle não tem nem metade da graça e da diversão, além de cansar muito mais) repleto de funções para executarmos. Se está com medo de não saber como prosseguir, não tem problemas: o jogo vem com um tutorial extenso que lhe auxiliará a entender como se joga de forma bem simples. Tão logo aprenda a tocar com quatro acordes, e realizar pequenas sequências, o jogo vai evoluindo o grau de dificuldade das músicas, até chegar ao nível insano, ou, se preferir, expert. Daí, técnicas convencionais não adiantarão de nada, e terá de ter dominado todos os comandos, os cinco acordes, o Star Power, os riffs e tudo o mais, ou não passará pelos solos mais complicados nem mesmo das músicas mais simples. Em resumo, o jogo não tem nada de básico, e, diferentemente de alguns jogos Rhythm por aí, ele possui amplas opções de comandos e possibilidades. Dá para se sentir realmente "jogando um jogo" enquanto se realiza os movimentos indicados na tela. Empenho máximo por parte da Harmonix.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade
Guitar Hero possui um modo carreira que é bem simples, diga-se de passagem. Poderá ir tocando diversas músicas (deixando algumas para trás) enquanto avança no jogo. Do total de 30 músicas presentes no modo carreira, só precisa realmente tocar 25 delas para fechar o jogo. Se apenas fechar for o seu intuito, poderá fazer isso em dois ou três dias, no máximo, dependendo de seu tempo e disposição. Agora, o jogo não pára por aí, não mesmo. Além das 30 músicas convencionais e obrigatórias do modo história, há mais 17 músicas-bônus, completando 47 músicas ao todo. Essas músicas-bônus podem ser adquiridas em troca de dinheiro, que é adquirido com as músicas. Tem vários extras legais que podem ser comprados, como novos guitarristas, guitarras, designs das guitarras, vídeos com making-of do jogo, e, claro, as músicas-bônus. Só tem um pequeno problema: esses extras não são necessariamente uma decorrência do desempenho do jogador. Basta acumular dinheiro para habilitá-los, e, para isso, o jogador pode até mesmo jogar no modo Easy que não terá problema algum. Aqueles jogadores hardcore, que quiserem fechar no modo expert, ou conseguir cinco estrelas em todas as músicas, ou ainda mais: completar as músicas mais difíceis com 100% de acerto, eles não receberão nada em troca de seu trabalho. Nenhum bônus, nenhum extra, nenhuma premiação, nada. O jogo não possui necessariamente muita longevidade, o que ele tem é uma boa quantidade de conteúdo interessante que pode ser facilmente adquirido. Ele não lhe incentiva a querer ser sempre um guitarrista melhor, e ficar jogando por semanas e semanas a fio. Dá para se conseguir ver tudo o que o jogo lhe oferece para ver em uns três ou quatro dias de jogo direto. Isso é pouco para os padrões modernos, mesmo tratando-se de um Rhythm. O que salva um pouco é o modo multiplayer, que é divertido, mas que também não apresenta tantas opções assim de duelo entre guitarristas. O jogo é viciante e tal, mas a Harmonix não teve o maior dos empenhos ao pensar na longevidade do game. Houve boas ideias, mas não muito bem executadas. Empenho considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Inovação
O gênero Rhythm sofre altos e baixos desde que ele foi inventado. Ele mescla períodos com vários jogos a períodos longos em que ninguém mais liga para eles, até surgir um jogo muito bom que vire novamente os holofotes para o estilo. Bem, o gênero entrou em um período de ressaca nesses últimos dias, e Guitar Hero é o jogo que irá colocar o gênero nos trilhos mais uma vez. Trata-se de um dos melhores e mais viciantes jogos Rhythm da história dos games, e capaz de gerar muita repercussão e muita idolatria em todas as idades durante muitos anos. Um jogo daqueles que marca época e que gera tanta concorrência que você passa a ouvir diversos títulos sendo mencionados como "covers de Guitar Hero". Uma obra impressionantemente original, para ficar como ícone para a posteridade. Veja bem: não é o primeiro jogo de guitarra do mundo, muito menos do gênero Rhythm, mas é um dos mais badalados e bem feitos dos últimos anos. Levando-se em consideração o período de marasmo do estilo e que esse é o primeiro jogo do tipo feito pela Harmonix, isso só impressiona ainda mais. Quando ninguém apostava nada e tudo indicava  que jamais veríamos um bom simulador de guitarra nos games (ninguém sequer esparava, na verdade), eis que a Harmonix nos dá esse show de inovação, originalidade e profissionalismo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Diversão
Se você já toca guitarra todos os dias, não tem com o que se preocupar com esse jogo, já que ele não trará nada demais. Porém, se você pertence ao grupo de 99% dos gamers que não pertencem a uma banda e não tocam guitarra, Guitar Hero será uma surpresa e tanto. O jogo retrata o mais fielmente possível - tratando-se apenas de um game - o ato de se tocar uma guitarra e pertencer a uma grande banda de rock. Aprender os acordes, pegar o ritmo pouco a pouco, ir se acostumando com a velocidade, sentir dor nos dedos de tanto se esforçar nos solos e repetir os mesmos trechos dezenas e dezenas de vezes até fazer tudo perfeitamente: isso com certeza passará a fazer parte de sua rotina quando se viciar nesse jogo. E ele vicia como poucos. Até porque ele mexe muito com o ego do jogador, fazendo-o se sentir como um guitarrista de verdade. O jogo não é tão fácil a ponto de ser bobo e nem tão difícil a ponto de se querer desistir de jogá-lo, então ele consegue cativar jogadores novos e os adoradores de games hardcore. Um jogo puramente simples, mas que exige vontade e determinação para ser dominado: exatamente como qualquer outro bom jogo por aí. Empenho máximo por parte da Harmonix.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 26/30 (Excelente)

Em resumo: Guitar Hero é um novo marco nos jogos do moderno gênero Rhythm. Com o uso da tecnologia, aplicado a uma excelente ideia e parceria com fabricantes de periféricos, a Harmonix encontrou uma mina de ouro com a concepção desse game. Enquanto apenas um jogo de videogame, talvez ele não seja tudo isso, mas, enquanto um produto de entretenimento, ele é um dos mais completos e atraentes que podemos encontrar nos últimos anos, atingindo a públicos variados e chegando a proporções impensáveis. Sua repercussão e sucesso não são à toa: não tenha medo e adquira esse game o mais rápido possível, pois com certeza ele merece estar em sua estante de jogos.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para Guitar Hero é 91/100.

Detonado em vídeo

Este é o mais perfeito detonado em vídeo do jogo disponível na internet. Ele mostra como passar por todas as músicas principais do jogo no modo de dificuldade Expert e com 100% de acerto. Ótimo para treinar aqueles solos ou aqueles riffs que está tendo dificuldades. Vale a pena conferir.


Parte 1 - I Love Rock N' Roll


Parte 2 - I Wanna Be Sedated


Parte 3 - Thunder Kiss 65


Parte 4 - Infected


Parte 5 - Smoke on the Water


Parte 6 - Iron Man


Parte 7 - You Got Another Thing Comin'


Parte 8 - More Than a Feeling


Parte 9 - Take Me Out


Parte 10 - Sharp Dressed Man


Parte 11 - Killer Queen


Parte 12 - Hey You


Parte 13 - Incubus


Parte 14 - Heart of Full Black


Parte 15 - Symphony of Destruction


Parte 16 - Ziggy Stardust


Parte 17 - Fat Lip


Parte 18 - Cochise


Parte 19 - Take It Off


Parte 20 - Unsung


Parte 21 - Spanish Castle Magic


Parte 22 - Higher Ground


Parte 23 - No One Knows


Parte 24 - Ace of Spades


Parte 25 - Crossroads


Parte 26 - Godzilla


Parte 27 - Texas Flood


Parte 28 - Frankenstein


Parte 29 - Cowboys From Hell


Parte 30 - Bark at the Moon


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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