sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Dynasty Warriors 2 - Análise

Esta é a análise de Dynasty Warriors 2, lançado pela Koei em 2000 para o Playstation 2.

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Introdução

Quando um videogame é lançado, muito se diz sobre variedade de games na época do lançamento. Todo console que se preze tem de ter um lançamento com jogos à altura, de preferência do maior número de gêneros possíveis (luta, FPS, corrida e tal), para agradar ao máximo possível de usuários. Ainda mais quando o console em questão é lançado com tanta pompa, como o Playstation 2. Quando o console foi lançado no Japão, ele veio acompanhado de jogos como Street Fighter EX3, Ridge Racer V, DrumMania e Eternal Ring. Dentro de jogos tão seletos de tantas categorias, eis que apareceram muitos games de desenvolvedoras menores, com novas ideias. A Koei então trouxe Dynasty Warriors 2, sucessor do não tão afamado jogo de luta do Playstation, Dynasty Warriors. Porém, contrariando as expectativas, o jogo veio totalmente reformulado, com um estilo próprio bem inusitado, inspiração na história lendária da China, e disposto a atrair jogadores pouco convencionais do console: fãs de estratégia e ação tática. Será que a jogada da Koei, afinal, deu certo? É o que veremos no decorrer dessa análise.

DYNASTY WARRIORS 2


Informações técnicas

Publicado por: Koei
Desenvolvido por: Omega Force
Gênero: Tactical Action
Plataforma: Playstation 2
Data de lançamento: 3 de agosto de 2000
Faixa etária: Teen

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música de introdução do jogo.

Sobre a história (contém spoilers)

Dynasty Warriors apareceu com uma proposta bem inusitada: retratar uma das maiores guerras de todos os tempos: a guerra da China, contando com seus personagens principais, heróis e vilões, lugares famosos e grandes batalhas. Acontece que o jogo era um game de luta, então isso não abria muitos precedentes para a narração de uma boa história. No segundo jogo, a Omega Force decidiu fazer um jogo de estratégia, ação e tática de guerra, e isso lhe permitiu contar a mesma história do jogo anterior, só que de um jeito bem melhor e com mais riqueza de detalhes. Se jogou o game anterior, já conhece a história, de qualquer forma.

O enredo, como eu já disse, retrata a guerra pelo domínio da China, dividida em diversos acontecimentos, indo desde 184 d.C. até 234 d.C.. Ele é totalmente baseado em fatos reais, com direito a uma ou outra lenda que é contada pelos livros. São muitos anos de batalha intensa e uma dos maiores trabalhos táticos de conhecimento bélico da história do mundo, com muitos personagens gloriosos e memoráveis em ambos os lados. Há muitas formas de se contar a história, mas o jogo optou por contar do ponto de vista do romance chinês mundialmente famoso, chamado Romance of the Three Kingdoms. A narração dos acontecimentos, a ordem cronológica e até mesmo o destaque dos personagens, tudo segue bem de perto o estilo retratado no romance.

Tudo começou por volta de 170 d.C. A China vivia sua Dinastia Han, sob domínio do imperador Ling. Naquela época, a China estava passando por uma forte crise agrária. Vários poderosos donos de terras faziam os fazendeiros de escravos, obrigando-os a trabalhar nas lavouras em troca de pouquíssima água e comida. Cobravam altos impostos, o que tornava a vida deles miserável, sem contar que a fome e a sede aos poucos ia matando todos eles, de crianças a idosos. A crise política da Dinastia Han se estendia, enquanto o povo esperava que alguém aparecesse para liderá-los. Esse alguém era Zhang Jiao.

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Zhang Jiao liderou às escondidas um grupo secreto em oposição ao governo, o qual contava com apoio que vinha de boa parte do norte da China. Ele era conhecido como "General do Céu". Zhang Jiao ainda fundou, junto de seus irmãos, Zhang Bao e Zhang Liang, a religião Taoista. Jiao era curandeiro por profissão, e se dedicava a curar os mais necessitados das diversas pragas que apareciam. Ele aprendeu a arte da magia e da feitiçaria com livros que lhe eram trazidos por viajantes.

Jiao em pouco tempo juntou um número considerável de homens, e tinha um plano em mente. No entanto, eles foram traídos antes mesmo do plano se pôr em prática. Homens próximos de Jiao revelaram seus planos para Ling, obrigando Jiao a agir quase que imediatamente, ou eles seriam perseguidos até a morte. E então, começou um feroz embate, em 184 d.C. Devido ao fato que eles se reconheciam por trajes e turbantes na cor amarela, a guerra passou a ser conhecida futuramente como Rebelião dos Turbantes Amarelos.

Entre os homens que lutavam pelo imperador contra Zhang Jiao, estava Cao Cao:

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Cao Cao era um dos mais importantes e temidos generais do imperador Ling. Líder nato, era amado por seus homens e temidos pelos adversários, pois tinha um conhecimento tático acima do comum. Sabia promover a moral de sua equipe como poucos conseguiam, e sua tropa era uma das mais fortes de todo o reino. Além de tudo, era jovem (na época tinha por volta de 36 anos).

Outra figura era Sun Jian:

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Descendente do lendário Sun Tzu, Sun Jian foi o primeiro imperador de Wu. De coragem implacável, desde jovem manejava sua espada como ninguém, e liberou diversas cidades do ataque de piratas e saqueadores. Sua habilidade com as armas e o nome que carregava o levaram a ser um dos principais nomes à frente dos exércitos chineses.

Também não podemos nos esquecer de Liu Bei:

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Liu Bei foi o fundador de Shu, e se auto-proclamou o imperador. Líder ambicioso e carismático, sabia atrair as pessoas a trabalharem com ele, guerreando ao seu lado. Um dos mais diplomatas e negociantes líderes chineses, sabia lutar muito bem, mas preferia fazer acordos que fossem beneficiários a todos. Possuía um exército forte, porém modesto, e tinha fama de ser misericordioso na guerra. Era um dos que mais tinha apoio dos jovens e dos lavradores pobres.

Como as tropas de Ling se anteciparam ao embate, eles puderam conseguir alguma vantagem sobre os muitos homens de Jiao. Jiao conseguiu causar um enorme estrago, já que seus homens dizimaram cidades inteiras, mataram muitos oficiais importantes e causaram medo em diversas partes. No entanto, as tropas de Jiao não sobreviveriam a tão forte e repentino embate. Zhang Jiao foi dado como morto em 185 d.C. No mesmo ano, parcelas menores dos rebelados ainda permaneciam firmes e fortes, marchando contra importantes sedes militares como Liaoning ou Shanxi. Só no ano de 192 d.C. é que foi declarado que os rebelados de turbante amarelo não causariam mais destruição alguma na China e a paz foi declarada. Mal sabia eles que a guerra estava apenas começando.

A Rebelião dos Turbantes Amarelos fragmentou a força política e militar do imperador. Algumas províncias menores declararam força própria, e isso aumentou a ambição de chefes militares e algumas figuras da época, que ansiavam entrar no governo. O imperador Ling morreu em 189 d.C., e começou uma pequena guerra pelo poder. He Jin era o herdeiro, mas um plano armado pelos eunucos culminou em seu assassinato em setembro do mesmo ano. Daí apareceu Yuan Shao.

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Yuan Shao era um nobre da Dinastia Han, que possuía um dos maiores exércitos da China. Ele cresceu comercialmente devido ao apoio do imperador, com quem tinha uma eterna dívida. Realmente leal a Ling, e, posteriormente, a He Jin, ele viu seu poder ameaçado quando He Jin morreu. Usou de sua influência para mandar queimar todo o palácio e assassinar o grupo de eunucos. Mas isso apenas deixou o palácio à espera de alguém que aparecesse para tomar o trono. Não demorou muito, e foi a vez de Dong Zhuo aparecer para tirar proveito.

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Dong Zhuo era um grande dono de terras local, juntou um grupo de mercenários e tomou o palácio chinês à força, em Luoyiang, se tornando o novo imperador da China. Suas capacidades enquanto lutador eram conhecidas, mas sua liderança era sempre questionada. Tirano, só mantinha suporte na base da influência e da força, sendo fraco na parte motivacional e na parte da moral. Líder da corte imperial, sua ambição era temida pelos próprios aliados, que o viam como prejudicial para o futuro da China.

Os antigos líderes militares de Ling então se juntaram para se opor contra a força de Dong Zhuo. Cao Cao foi o fundador da coalizão, que era liderada por Yuan Shao. Após dominarem Shisui Pass, as tropas se encontraram para uma feroz batalha que seria lembrada no futuro como Batalha da Passagem de Hulao. De modo a poderem chegar até Dong Zhuo, primeiro tinha de passar por Lu Bu.

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Lu Bu é uma figura lendária, e uma das mais conhecidas de sua época. Filho adotivo de Dong Zhuo, ele era considerado por todos os homens sensatos de sua era como o mais bravo e mais habilidoso guerreiro que o mundo já teve. Sua força e destreza com a arma eram incomparáveis, e muitos diziam que ele era imortal. Sua perícia com um cavalo (o qual as lendas diziam que era feito de fogo) também era conhecida. Várias lendas foram criadas em nome a ele, o maior guerreiro da história da China. Ele não servia a ninguém, não tinha mestre e nem reino, apenas gostava de guerras. Saia por aí, participando de todas as batalhas que pudesse encontrar, matando todos que se pusessem em seu caminho. Ele esteve do lado de Dong Zhuo nesse embate.

Lu Bu trouxe muitos problemas, mas, no fim, Cao Cao conseguir derrotá-lo. Por fim, a coalizão saiu vitoriosa, e Cao Cao foi o responsável pelo ataque final que culminou na morte de Dong Zhuo, e, por causa disso, ele se tornou o novo imperador da região.

Cao Cao possuía um imenso exército ao sul do Rio Amarelo. Sua força e seu carisma só cresciam dia após dia, e sua influência também se tornava cada vez maior. Isso irritava outro importante senhor de terras da China, Yuan Shao. Apesar de os dois terem se unido para derrotar Dong Zhuo, agora um atrapalhava a ambição do outro. Yuan Shao queria dominar as terras ao norte do rio, e Cao Cao as terras ao sul, de modo que, mais dia menos dia, ambos teriam de se enfrentar. A guerra teve início em 196 d.D., e teve seu clímax na região de Guandu, um forte próximo ao Rio Amarelo que levava até a cidade de Xu. A posição era estratégica, e Cao Cao criou uma enorme fortificação no local.

No ano de 200 d.C., Liu Bei, até então aliado de Cao Cao, se rebelou contra ele e tomou a província de Xu a favor de Yuan Shao. Isso prejudicou um pouco Cao Cao, e deixou Yuan Shao bem mais confiante, mas no fim Yuan Shao teve confiança demais ao tentar um ataque definitivo ao forte de Cao Cao. Quando tudo parecia perdido, e Cao Cao estava acuado em Guandu, ele ordenou que alguns de seus homens fossem até o depósito de mantimentos de Yuan Shao, em Gushi, e queimassem tudo. Tal ato desmoralizou as tropas de Yuan Shao drasticamente, pois seus homens logo começaram a passar fome, e tinham de recuar para conseguir comida em outros luares. Cao Cao se aproveitou dessa situação frágil e atacou Yuan Shao, que recuou o máximo que pôde. Mesmo com uma tropa inferior, Cao Cao dominou as terras de Yuan Shao, obrigando-o a desistir da batalha e fugir. Yuan Shao morreu dois anos depois, em 202 d.C..

Os filhos de Yuan Shao, Yuan Tan e Yuan Shang, se juntaram e tentaram vingar o pai, herdando o exército e a influência do pai, mas logo foram assassinados pelos homens de Cao Cao. Agora, Cao Cao poderia focar as suas forças no sul, dominando o que restou das tropas de Yuan Shao, inclusive indo em busca de Liu Bei, aquele seu ex-aliado que o traiu a favor de Yuan Shao. Liu Bei estava vivo e escondido, mas Cao Cao não iria desistir até encontrá-lo e matá-lo.

Cao Cao conseguiu unificar as províncias do norte da China em 207 d.C. Então, ele direcionou suas tropas para o sul, começando pela província Jing. Ambos se enfrentaram em uma batalha que ficou famosa pelo nome de Batalha de Changban, e então Liu Bei foi derrotado, mas não morto. Ele conseguiu escapar, e foi para o leste, se juntar com um antigo amigo, Sun Quan.

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Sun Quan é o segundo filho e sucessor de Sun Jian, aquele que era um dos mais fiéis generais e seguidores de Ling. Arrogante, de temperamento quente e amante de vinho e mulheres, Sun Quan levava suas decisões muito a sério e agia um pouco sem pensar, apesar de que, em batalha, costumava ser mais moderado e reflexivo do que nos atos pessoais. Seu ímpeto e determinação o levaram a ser um importante líder, o primeiro imperador de Wu, mas sua facilidade de perder a cabeça o tornavam muito vulnerável a perder tudo o que conquistava por bobagens.

Sun Quan jurou lealdade a Liu Bei e iria se opor prontamente a Cao Cao. Cao Cao conquistou auxílio de uma cidade ao sul chamada Jingling. Sun Quan enviou uma frota para bater de frente com a de Cao Cao, pegando-o de surpresa. Tal embate se tornou conhecido como a Batalha de Chibi. Tendo sido pego desprevenido, Cao Cao teve boa parte de sua frota marítima destruída pelo ataque, e não teve outra escolha a não ser bater em retirada de volta para o norte. Começou-se então uma era famosa da história chinesa: a Era dos Três Reinos. Os três reinos eram Wei (do qual Cao Cao fazia parte), Shu (liderado por Liu Bei) e Wu (liderado por Sun Quan). Cada um dos reinos tratou de se fortalecer ao máximo, sabendo que um dia teriam de se enfrentar e unificar a China para sempre.

Enquanto Sun Quan e Liu Bei conquistavam e dividiam as terras ao sul, Cao Cao dominava ao norte. Para impedir que as tropas de Liu Bei e Sun Quan subissem ao norte, Cao Cao deixou uma pequena tropa na região intermediária de Hefei, a cargo de Zhang Liao.

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Zhang Liao anteriormente servia a Lu Bu, como um de seus mais admirados generais. Quando Lu Bu foi derrotado pelas forças de Cao Cao, este decidiu por poupar-lhe a vida, e o chamou para entrar em seu grupo. Zhang Liao aceitou jurar lealdade a Cao Cao, e desde então se tornou um de seus mais fiéis aliados. Disposto a arriscar a própria vida para proteger seu mestre, Zhang é um importante e habilidoso guerreiro, com muito conhecimento sobre técnica, principalmente sobre técnicas defensivas.

Zhang Liao tinha uma importante tarefa, e poucos homens para isso. Liu Bei e Sun Quan perceberam o engano e armaram um ataque ostensivo a Hefei. Cao Cao estava ocupado na batalha de Hanzhong, e não poderia chegar a tempo. Zhang Liao tinha uma ordem clara a cumprir: impedir que Liu Bei conquistasse Hefei por tempo bastante para que as tropas auxiliares de Cao Cao pudessem chegar e dar reforços. E não é que ele conseguiu? Com apenas 800 homens à sua disposição, Zhang Liao criou um sistema defensivo tão eficiente, mas tão eficiente, que bateu de frente com os mais de 100.000 homens enviados por Liu Bei, na Batalha de Hefei. Zhang Liao conseguiu manter a base intocada até a chegada dos homens de Cao Cao.

Foi então que a família Wu e a família Shu começaram a se estranhar. Wu havia perdido moral e homens, e sabia que precisava de mais dinheiro e suprimentos para enfrentar Cao Cao e a família Wei. Sendo assim, Sun Quan decidiu bater de frente com seu antigo aliado, Liu Bei, declarando guerra contra o reino de Shu. Em 219 d.C., Sun Quando mandou seus melhores generais tomarem a província de Jing que Liu Bei havia recentemente conquistado. Seus homens dizimaram boa parte das tropas de Shu, tornando-o muito mais fraco. Liu Bei se retirou para Chengdu, a base de seu reino. Disposto a não deixar isso passar em vão, Liu Bei queria afrontar Sun Quan, apesar dos conselhos de seu conselheiro, Zhuge Liang.

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Zhuge Liang foi um dos principais conselheiros do reino de Shu. Amigo de infância de Liu Bei, sua lealdade ao seu mestre era inquestionável. Apesar de não possuir habilidades em luta, seus conhecimentos de tática bélica e uso de campo permitiam que fosse um estrategista militar eficiente e vitorioso. Conquistou o cargo com muito louvor, e até hoje seus ensinamentos são lembrados na tradição chinesa.

Zhuge Liang aconselhava Liu Bei a não afrontar Sun Quan, por ele ser muito inferior ao reino de Wu, mas o orgulho de Liu Bei não lhe deu ouvidos. Bei deixou seu filho e herdeiro, Liu Shan, ao lado de Zhuge Liang, tomar conta da base em Chengdu. Reuniu boa parte de suas forças e rumou de volta para a província de Jing, disposto a retomá-la de Sun Quan, dando início à Batalha de Yiling.

Mas essa foi uma péssima ideia de sua parte. Liu Bei sofreu diversas derrotas seguidas e até mesmo algumas humilhações. 90% de sua tropa marítima foi dizimada antes mesmo de chegar perto do local destinado. Já a tropa terrestre estava indo bem, tomando como vantagem o terreno montanhoso, mas, quando chegou à parte plana, as tropas de Sun Quan tinham vantagem. Sun Quan estava repleto de mantimentos e fortificações, enquanto as tropas de Liu Bei tinham de lidar com o cansaço constante, carência de homens, calor intenso e a demora para a chegada de mantimentos, já que Chengdu ficava bem longe. Aos poucos, Liu Bei foi perdendo mais e mais homens, até que teve que bater em retirada.

Sun Quan perseguiu e assassinou Liu Bei no ano de 223 d.C.. Liu Shang se tornou o imperador do reino de Shu, tendo Zhuge Liang como seu primeiro ministro, conselheiro e homem de relações públicas. Sob conselhos de Zhuge, ele fez um acordo de trégua com o reino de Wu, que ainda conquistou de forma definitiva a província de Jing. Com a grande maioria de suas tropas destruídas, o reino de Shu já não botava medo em mais ninguém, sendo muito vulnerável.

Já em paz,. Zhuge Liang tinha ainda uma promessa a cumprir: antes que Liu Bei partisse, Liang havia prometido vingança contra Cao Cao, que havia assassinado suas filhas na invasão anterior. O problema é que Cao Cao já havia falecido. Cao Cao morreu em 220 d.C., de reumatismo craniano. Ele chegou a ser diagnosticado por um curandeiro, que poderia tê-lo curado, mas, depois de ter sido enganado por vários falsos curandeiros que tentaram envenená-lo, Cao Cao mandou prender e matar o curandeiro. Ele morreu decorrente do reumatismo, e a notícia de sua morte percorreu a China. O reino de Wei seria então liderado na região por Sima Yi.

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Sima Yi era um intelectual muito influente na sua época. Amigo de infância de membros do reino de Wei, ele logo foi aceito a pertencer ao governo, mesmo que Cao Cao nunca tivesse ido com a cara dele. Cao Cao suspeitava que ele era arrogante e ambicioso demais para o gosto dele, do tipo que faria tudo pelo poder e que não seria confiável. Contrariando isso tudo, Sima Yi se mostrou muito leal ao imperador, pelo menos durante sua vida. Ele era conselheiro do reino de Wei, e tinha como rival particular o próprio Zhuge Liang, do reino de Shu, quem sempre considerou como um oponente à sua altura.

Sima Yi tomaria o controle sobre aquela região, substituindo Cao Cao. Zhuge Liang, então, toma a mais inusitada e desesperada de todas as medidas possíveis: ele reúne todos os homens que lhe restaram, mais alguns homens cedidos pelo reino de Wu, e segue para uma batalha definitiva contra o reino de Wei, ao norte, disposto a tomar o norte novamente. Essa seria a última batalha da Era dos Três Reinos, e seria lembrada para sempre como a Batalha de Wuzhang, sendo parte de muitas lendas, canções e poesias chinesas.

A batalha ocorreu na Passagem de Xiangu, em 234 d.C. Zhuge Liang levou 100.000 homens, mas foi recepcionado por 200.000 homens de Sima Yi, que já estavam à espera. A batalha foi feroz. Zhuge havia enviado uma carta a Wu, pedindo que ele ajudasse na batalha atacando Sima Yi ao mesmo tempo com seus homens, mas os homens de Sun Quan estavam infectados com uma doença mortal contagiosa e morreram facilmente em batalha para os homens de Sima Yi. Zhuge Liang se viu sozinho em meio a uma batalha do qual não tinha a menor chance de vencer.

Acontece que Zhuge Liang tinha uma forte e incurável doença. Ele morreu de sua doença em plena guerra, marchando contra os homens de Sima Yi. Sua perda foi sentida por toda a equipe, que perdeu bastante de sua moral, já que era Zhuge o responsável pelos planos de batalha. As lendas dizem que um brilhante cometa no céu anunciou a morte de Zhuge Liang em todo o mundo. Quem substituiu Zhuge Liang em batalha foi Jiang Wei.

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Jiang Wei era jovem quando as forças de Liu Bei dizimaram o povoado em que vivia. No entanto, ele foi recrutado para pertencer ao exército de Liu Bei. Ele trabalhou lado a lado com Zhuge Liang por quase toda a vida, e, de tanto convívio, passou a admirá-lo, e respeitá-lo como a um pai. Tornou-se um homem de confiança de Zhuge, e recebia muitos conselhos dele, que era o principal mestre do reino de Shu.

Jiang Wei se abalou com a morte de Zhuge, mas sentiu orgulho em poder tentar vingar a sua morte. Avançou com todas as suas forças em direção às tropas de Sima Yi, usando os conhecimentos que lhe foram passados pelo seu mestre. Não era suficiente, e estava perdendo cada vez mais homens. Só não foi derrotado ainda porque Sima Yi não sabia da morte de Zhuge Liang, e temia que a aparente fraqueza demonstrada pelo oponente pudesse ser uma sagaz tentativa de emboscada de Liang. Porém, em determinado momento, chega a Sima Yi a notícia de que Liang estava realmente morto. Era a deixa para colocar um ponto final definitivo no embate.

Sima Yi dizimou as poucas tropas que restavam, mas Liu Shan permanecia intacto mais ao sul, longe da batalha. Não havia mais esperanças de vitória para o reino de Shu. Jiang Wei retornou para Chengdu, e Liu Shan se rendeu para o reino de Wei, anunciando que não entraria mais em guerra contra eles. Era um tratado de trégua pacífico. Vitória do reino Wei, que conseguiu unificar todo o norte da China e ainda administrar um tratado vitalício de paz entre os reinos mais poderosos do sul da China, o Wu e o Shu. Como eles não apresentavam mais perigo, logo Wei dominaria toda a China, unificando-a de uma vez por todas, acabando com a Era dos Três Reinos e iniciando a Era do Reino Unificado.

Sima Yi se tornou o primeiro ministro da China unificada, e permaneceria no cargo durante muitos e muitos anos, mesmo com a troca constante de reinos e outras guerras que aconteceram depois. Mesmo assim, jamais houve uma guerra na China que se assemelhasse a essa intrigante guerra entre os três reinos. Sima Yi morreu de uma doença em 251 d.C., e seu neto, Sima Yan, iria tomar sua posse 14 anos mais tarde, em 264 d.C, e então daria início à dinastia Jin para a história da China.

E essa história acaba por aqui. Saiba que o enredo do jogo mistura muitos elementos reais com ficcionais, mas tudo é baseado em acontecimentos verdadeiros, contanto que de acordo com o livro Romance dos Três Reinos. Espero que tenham gostado dessa grandiosa história da China, talvez um dos melhores contos de guerra que o mudo já viu, na época em que guerras eram lutadas por ideias sensatos, entre homens de verdade.

Sobre o jogo

Se você já jogou o Dynasty Warriors anterior, lançado para Playstation... Esqueça! Esse Dynasty Warriors não possui nada a ver com o anterior, a não ser alguns dos personagens que participam da história. Tudo no jogo foi renovado, e, mesmo que a história seja a mesma, até ela sofreu alterações. Tudo foi aperfeiçoado, incrementado, renovado, não só para poder se encaixar melhor no Playstation 2, como para poder também levar a franquia a um novo nível. Muito se arriscou e muito se ousou nessa transformação drástica, que começou com a simples mudança de gênero: o game deixou de ser um Fighting para se entregar ao universo do Tactical Action.
Afinal de contas, nada melhor do que um Tactical Action para se poder narrar a história de uma guerra, não é mesmo? Essa alteração veio bem a calhar, pois a história de uma das mais famosas e tradicionais guerras chinesas merece ser contada em alto estilo. E alto estilo é bem o que a Koei idealizou para o game: quase trinta personagens fielmente retratados em três dimensões, animados com riqueza de detalhes, cenários vastos e adaptados diretamente de locações reais, grande proximidade histórica com os fatos ocorridos, a sensação de realmente estamos presentes em uma guerra magistral, e também a presença de lendas urbanas e folclore chinês para adicionar ainda mais valor cultural a essa obra que, observada do ponto de vista correto, poderia ser considerado mais um documentário do que um game.
O game possui dois modos de jogo, sendo que o principal deles é o Musou Mode, que se assemelha a um modo história. Nesse modo, temos um total de 9 personagens à nossa escolha, todos generais reconhecidos atuantes na guerra chinesa, como Zhang Fei, Xiahou Dun e Zhou Wu, só para citar exemplos. Caso queira controlar logo uma das peças-chave logo de cara, como Cao Cao, Liu Bei ou Sun Quan, sabe que até poderá controlá-los, mas primeiro terá de desabilitá-los.
O modo história do jogo se divide em diversas missões. Cada missão reflete uma fração da guerra chinesa, entre os momentos mais importantes e mais decisivos. As informações básicas são fornecidas na preparação para a missão, e ainda podemos ver um mapa que relaciona todos os envolvidos, desde os generais inimigos até os que estão sob nosso controle. É possível receber dicas e traçar planos de combate ainda na etapa de preparação, de forma informal. A ordem e prosseguir das missões é fixa, e cada personagem possui suas missões do qual participa (um personagem não poderia participar de uma missão no qual, historicamente, ele não havia participado, certo? Se bem que há diversas exceções duvidosas).
Todas as missões possuem o mesmo objetivo: elimine o líder oponente antes que ele vença o seu. Caso derrote o líder oponente, não importa em qual circunstância, imediatamente a batalha se dá por encerrado e partimos para a missão seguinte. Caso seu líder morra, terá de recomeçar do último save.
É claro que não é tão simples assim. O líder oponente se encontra sempre muito bem guardado e protegido por milhares de soldados. Sem contar que estamos em uma guerra de verdade, ou seja, o oponente possui um plano de batalha e uma estratégia a cumprir. Ele ordena que seus generais avancem e nos destruam, de forma que não podemos ficar parados esperando que eles venham para o massacre. Temos de tomar nossa posição, mas sempre de forma intuitiva e bem planejada.
Cada missão é uma batalha, e cada batalha grande se subdivide em sub-batalhas menores. É a essência da guerra. Para se vencer uma guerra, temos de ir tomando o território inimigo aos poucos, sem afobação. Temos de derrotar um a um cada um de seus comandados, e liderar os nossos comandados. Não dá para pensar na macro guerra a todo momento, tem de se pensar na micro guerra, naquela pequena batalha entre duas tropas pequenas no canto da tela. Uma pequena vitória ali nos garante outra pequena vitória ali na frente, e mais outra, e por aí vai, até virar a guerra ao nosso favor.
Naquela época, ainda não existia rifles, bombas nucleares e caças com mísseis teleguiados. Tinham nem carros, para se falar a verdade. As lutas se resolviam na base da espada, da lança, do arco e flecha e, no máximo, da catapulta. Só se podia se locomover a pé e a cavalo, e a moral de seus homens era algo tão importante quanto água ou comida. As guerras tinham honra, e apenas os melhores cavaleiros deixavam seus nomes cravados na história. Em meio a essa guerra, temos de saber nos defender, e isso envolve aprender a golpear com nossa espada. Cada personagem possui sua arma preferencial (espada, machado, lança, clava, martelo ou garra), e ela não poderá ser alterada em nenhum momento no decorrer do jogo, portanto, pense duas vezes antes de escolher alguém que tenha uma arma que não goste de usar.
Os comandos dos personagens é bem simples. Cada personagem possui suas características, como ser mais evasivo, mais forte ou mais resistente a ataques. Isso influencia drasticamente o sistema de batalha, além do que cada personagem possui seus golpes, o que varia de arma para arma. Alguns personagens possuem armas de longe alcance, e suas armas são capazes de atingir múltiplos inimigos. Outros personagens possuem golpes curtos porém muito mais poderosos, e por aí vai. A sequência de golpes é sempre igual, levando em consideração uma breve alternação de botões entre quadrado e triângulo para realizar combos. Há muita pouca variedade de golpes, já que todos os personagens possuem as mesmas sequências, sem alterações. Alternar golpes fracos e golpes fortes é a chave para conseguir deter oponentes que defendem ou hordas incansáveis de soldados ao mesmo tempo.
Mas também não há apenas essas armas brancas. Todos os personagens possuem um arco e flecha que pode ser usado a qualquer momento. Há diferentes tipos de flecha e de arremesso, com alcance e poder variados. A visão em primeira pessoa proporcionada pelo arco em flecha providencia uma excelente forma de se matar aquele arqueiro chato que fica lhe enchendo o saco do alto de uma muralha ou torre. Não é sempre que o arco pode ser útil, mas, se souber usá-lo bem, poderá armar excelentes emboscadas, de lugares altos, ou mesmo ir tirando a vida de um general inimigo aos poucos, à distância, antes de chegar perto para a finalização. Só não se esqueça que os oponentes também usam arcos, e que causam muito dano, então, se perceber que está sendo alvejado à distância, aconselho que vá atrás dos arqueiros antes de lidar com os outros soldados, por questões estratégicas.
Conforme bate nos oponentes, e conforme apanha também, enche-se uma barra abaixo do medidor de HP. Essa é a barra de musou, uma espécie de golpe especial. Essa barra, além de permitir golpes especiais nos combos, e flechas mais fortes, quando cheia, permite que seu personagem desfira um golpe muito poderoso. Cada personagem possui sua técnica secreta própria, de acordo com a arma ou estilo de cada um. Como essa barra se enche repetidas vezes, não compensa ficar guardando muito esse golpe especial para chefões ou algo do tipo, sendo preferencial usar sempre que possível.
Espalhados pelas fases, encontrará caixas com muitos itens. Há aqueles itens que enchem a vida (indispensáveis, por motivos óbvios), mas também poderá encontrar outros itens, como flechas para o arco, escudos que nos deixam com o triplo da força por trinta segundos, ou armas que nos deixam com o triplo da força por trinta segundos. Às vezes, oponentes também deixam cair esses itens. Nenhum desses itens pode ser armazenado: o uso é instantâneo. Portanto, não há porque deixar de pegar algum item: apareceu alguma coisa, pegue. Pode não ter uma segunda chance.
Além dos ataques comuns de ataque, há outros comandos também, como o de pulo, por exemplo, e o de defesa, que é útil para se proteger de alguns ataques. A câmera não é controlável, no entanto podemos focar o ângulo para trás do personagem rapidamente. Mesmo assim, é possível ainda ser surpreendido por golpes de câmera, mas não é nada muito usual. Uma das poucas coisas que dá para reclamar dos controles é a ausência de uso do analógico. Ter de movimentar o personagem o tempo todo usando os botões digitais cansa bastante depois de um tempo.
Olhando do ponto de vista básico, parece mais um Beat'em Up, é verdade. Os inimigos vão vindo e vindo, em hordas crescentes e seletivas, e só o que temos a fazer é bater no máximo de pessoas que pudermos para irmos derrotando os oponentes aos poucos. Essa é a impressão inicial que se tem, mas não leva muito tempo para percebermos que o jogo vai muito além disso. Afinal, é um Tactical Action, e portanto a tática precisa entrar em campo em algum momento. E a tática está presente em todos os momentos do jogo. Para vencer as missões e as batalhas, mais do que esmagar botões indefinidamente, temos de ter algum conhecimento sobre a arte da guerra e até mesmo alguns conhecimentos sobre a guerra chinesa em si.
As batalhas são entre exércitos, o que quer dizer que não estará sozinho. Seu personagem até pode ter alguns homens sobre seu comando, mas há vários outros generais, cada um com seu grupo, e eles tomam suas devidas decisões e traçam seus próprios planos. A guerra está acontecendo, e ela não depende exclusivamente de suas ações. Você até pode ficar parado e assistir enquanto os demais generais resolvem a  situação sozinho (às vezes, é possível), mas, se não tomar partido, estará atrapalhando todo o desenrolar da história. É preciso participar na guerra, mas não de modo desordenado, e sim da maneira mais eficiente possível. Os inimigos estão avançando pelo centro, e indo de frente com um general aliado? O que é melhor: juntar seus homens aos aliados e encará-los de frente, fornecer cobertura pelos flancos, ou dar a volta no cenário e tentar pegá-los por trás, conseguindo a vantagem de pegar o lado mais desprotegido e mais próximo do general inimigo? Cada situação é diferente, e é preciso pensar antes de agir.
Para equilibrar um pouco as coisas, há um medidor no canto superior direito que representa a moral da batalha. A moral influencia diretamente a avidez com que os homens de determinado grupo luta, a resistência que eles possuem em batalha e ainda se vão fugir ou não de alguns combates. Um exército com uma moral baixa tende mais a lutar com menos fervor, fugir mais das batalhas e se dar por vencido do que um exército com moral alta, e isso tem uma participação importante no jogo. A melhor forma de vencer uma guerra é aumentar a moral de nosso exército, consequentemente reduzindo a moral do exército inimigo.
A moral de um exército é formado pela soma da moral de cada grupo, de cada formação. Quando eliminamos um general oponente, todo o seu grupo se desespera, e tende a querer fugir de cena para não morrer também. O oponente perde a moral daquela equipe, e o grupo do general que matou o general oposto conquista uma bela moral também, podendo inclusive inverter a trajetória da guerra. Quanto maior o general morto, maior a moral que o exército perde. Por isso, deve-se sempre concentrar a vitória na guerra em cima de pequenas batalhas, contra generais específicos, de preferência um de cada vez. Concentrando suas forças em um general de cada vez, vamos diminuindo a moral do exército rival aos poucos, enquanto aumentamos a nossa moral. Da mesma forma, se perdermos um general, perdemos boa parte de nossa moral, então é preciso tomar cuidado.
Derrotar um general também não é tão simples assim. Todos os generais do jogo possuem habilidades e golpes únicos, além de uma quantidade de HP muito maior do que os oponentes comuns. Eles tiram muito mais vida do que o normal, e são bem mais resistentes. É como se os generais fossem uma espécie de "chefões" dentro de cada fase. Para complicar ainda mais, cada general sempre vem cercado de majores e outros soldados, que, por sua vez, também são mais fortes do que os soldados comuns. Pelo menos, cada major que morre costuma deixar um item de cura, o que torna as batalhas contra os generais mais fáceis. É totalmente desaconselhável enfrentar um general no mano-a-mano, a menos que ache suicídio algo legal. Atraia seu grupo para cercar o general, e priorize os outros soldados, de modo a deixar o general sozinho em campo. Dessa forma, com um exército ao seu lado cercando o general inimigo, ele será derrotado bem mais facilmente. Talvez não tão fácil, pois eles costumam usar itens de cura e outros itens especiais com relativa frequência, ainda por cima. Mas, para compensar, ao derrotar um general, ele sempre deixa um item especial, que aumenta os atributos do seu personagem de forma drástica até o final da fase, tornando as próximas batalhas contra generais mais fáceis. O problema é enfrentar dois generais de uma só vez (vai se acostumando com isso, para as últimas fases).
Nem sempre fica simples saber como proceder para vencer cada uma das fases. O embate é tão intenso, em tantas frentes, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que fica difícil tomar decisões rápidas de para onde ir, ou quem socorrer primeiro. Olhando a tela de mapa do jogo, podemos ver em detalhes tudo o que está acontecendo ao nosso redor, onde estão concentrados os grupos inimigos e onde estão os nossos grupos aliados. Sinais luminosos simbolizam pontos de conflito, e indicam onde já possui soldados se enfrentando. É através da tela de mapa que se pode traçar os planos de ataque e de defesa.
Também recebemos avisos e pedidos de ajuda a todo momento, que pipocam na tela anunciando os eventos que estão acontecendo no restante do cenário. Sempre que um general rival for morto, ou perdermos um general, ou um general aliado estiver precisando de ajuda, receberemos uma mensagem. É claro que não dá para estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e alguns cenários podem ser enormes, tornando complicado a tarefa de ajudar todo mundo que precisa de nossa ajuda. Às vezes, sacrifícios precisam ser feitos em prol da guerra, como por exemplo a velha tática de atrair o inimigo pela esquerda enquanto se avança com força total pela direita, pegando o oponente distraído. Deve-se visar sempre o líder oponente, aquele que é o nosso objetivo principal.
Mas, se eu disser que dá para formar estratégias de grande porte nesse jogo, também estaria mentindo. Na verdade, temos um controle muito limitado sobre o andar da guerra. A estratégia de ataque já começa definida, e podemos alterar muito pouco do que realmente está acontecendo. Geralmente, quando a missão começa já temos uma direção a tomar (proteja o lado esquerdo e não permita que o nosso inimigo se aproxime!), e é essa a direção que todos tomarão. Se quiser inverter os lados e fazer outra coisa, ninguém irá para onde você estava, de modo a cobrir o buraco que você deixou para trás. Não temos tanta liberdade assim, temos de seguir o pensamento do nosso estrategista.
Sequer temos controles de nossa própria equipe. Os homens que são comandados por nós respondem sozinhos por seus atos, são eles que decidem se vão ou se ficam. Não podemos ordenar que eles permaneçam num ponto, tomem postura de defesa, atraiam o inimigo para algum lado, ou avancem na nossa frente, por exemplo. Categoricamente, eles apenas seguem o comandante deles (que, no caso, é o nosso personagem), e atacam quem aparecer pela frente. Não há tantas possibilidades assim, tantas tomadas de estratégia quanto se poderia imaginar. Apenas podemos levar nossos comandados para lá e para cá, avançar todo mundo junto ou recuar todo mundo junto, e olhe lá.
Se não há comandos específicos para melhor guiar nossos soldados, pelo menos que a inteligência artificial seja eficiente. Pois é, mas nem isso eles puderam garantir. A inteligência artificial dos nossos companheiros é horrível. Caso o personagem não se intrometa, ele poderá ver um grupo de uns quinze homens ser facilmente derrotado por dois ou três oponentes, apenas porque eles não fazem quase nada. Eles até mesmo agem de vez em quando, atacando ferozmente os oponentes, mas tem momentos em que verá seus aliados apenas olhando o oponente, cercando e não fazendo nada. Não será raro ver um general inimigo conseguindo correr em meio ao seu exército como se fosse o exército dele, e ainda sem sofrer nem um arranhão sequer.
É preciso ter um conhecimento de território para saber avançar de forma eficiente no jogo. Às vezes, compensa muito mais se dedicar aos caminhos menos prováveis do que as grandes estradas e rotas principais. Quase sempre, poderá pegar atalhos, caminhos alternativos e rotas secretas para chegar por trás dos grupos inimigos ou mesmo dentro do QG inimigo. Mas, de quebra, encontrará diversas partes do cenário bloqueados para seu avanço. Encontrará portões fechados, e, para passar por esses portões, terá de derrotar o general que guarda aquele portão em específico. Esse é um dos pontos em que o jogo se torna mais linear: temos de avançar de forma pré-definida em alguns cenários.
Além de derrotar os generais que guardam os portões para podermos avançar, o mesmo vale para o quartel-general inimigo. Quase sempre, o líder inimigo se encontra em uma fortificação muitíssimo bem protegida, guardada por centenas de soldados, e ainda com um portão trancado. Para abrir o portão, temos de primeiro matar o general que guarda o portão, o qual, historicamente, quase sempre é aquele que servia como braço direito do líder em si.
Outro ponto tático que deve ser levado em consideração são os portões de acesso ao cenário. Os inimigos entram nos cenários de forma quase infinita através de pequenas vias de acesso nas laterais, que se chamam portões de acesso. Desde o começo de cada fase, há portões de acesso inimigos e aliados. Cada portão de acesso possui um guarda que o protege. Se conseguir eliminar o guarda do portão de acesso, os inimigos pararão de vir daquele portão de acesso em específico, e isso contribuirá a seu favor na hora de avançar, pois impede que mais reforços continuem chegando. Às vezes, vale muito a pena se desviar um pouco mais da sua rota original para conquistar um ou dois portões de acesso no caminho.
O avanço no jogo é bem lento. Se for do tipo cauteloso e minucioso, traçando planos de batalha o tempo todo e percebendo o rumo das coisas para depois agir, cada cenário poderá levar horas para ser completado. Para salvar o jogo, estão disponibilizados pontos de save em alguns locais escondidos pelas fases. Cada ponto de save só pode ser usado uma única vez, então escolha bem o momento de salvar (é uma péssima ideia salvar o jogo quando seu exército estiver prestes a morrer, por exemplo). Não desperdice saves, até porque, ao salvar, sempre encherá sua barra de HP e de musou. Saber salvar nos momentos certos é a chave para se vencer aquelas fases longas e aparentemente dificílimas. Por falar em dificuldade, saiba que pode alterar a dificuldade do game se estiver achando complicado demais vencer algum dos desafios impostos.
Os cenários são enormes, os inimigos estão em número absurdamente grande, e os momentos de conflito são constantes. Enquanto seu personagem e a tropa demora muito caminhando a pé, conseguir um cavalo pode ser uma boa ideia. Dá para roubar cavalos de generais inimigos, que quase sempre aparecem usando um (também pode roubar um de um general aliado, após ele ter sido derrubado, claro). Montar um cavalo torna sua movimentação bem mais rápida, podendo ir até aquele local mais distante quatro ou cinco vezes mais rápido, mas também o torna mais visado pelos inimigos e mais vulnerável a ataques. É uma faca de dois gumes, e deve ser usada com moderação.
Dynasty Warriors 2 pode ser gratificante para aqueles que gostam de estratégia, e tal, mas pode ser mortalmente frustrante para aqueles jogadores que não têm um mínimo de paciência. A quantidade absurda de inimigos na tela, a fraca inteligência artificial, a pouca quantidade de golpes, tudo isso influencia bastante para que a impressão que o jogo deixe no jogador é a pior possível. O jogo acaba ficando truncado e quase impossível de jogar, em alguns momentos. Leva-se tempo para "entender" algumas fases, e, quando for ver, estará irreversivelmente perdido, ao perceber que seus aliados foram emboscados pelos oponentes e que só sobrou você e meia dúzia contra um exército inteiro. Não há como ser um herói solitário nesse jogo, não tem como deixar toda a responsabilidade nas suas costas e sair matando geral; DW 2 não é esse tipo de jogo. Aqui, terá de ter pensamento adiantado, prever a movimentação dos inimigos, traçar estratégias condizentes e tentar se sair o melhor possível no cumprimento do plano.
Fora que fica sempre a sensação de que estamos sendo a peça de um acontecimento, não o causador geral. Seu personagem não será o centro da ação o tempo todo: seus aliados também conseguirão passos importantes. Não será ver que, enquanto caminha, um general seu derrotou um importante general inimigo. Receberá o aviso de que um aliado seu está em apuros, e, sem que faça nada, verá outros aliados irem em direção àquele que está em apuros para ajudar. Verá uma verdadeira guerra acontecer diante de seus olhos, com uma inteligência artificial que tenta simular, da melhor maneira possível, como realmente uma guerra desse porte poderia ter acontecido. São personagens reais, acima de tudo, com sentimentos como ambição, lealdade, coragem e perseverança. Quanto mais a batalha avança, cenas de animação vão narrando o andar da história, com cenas interessantes para alguns diálogos ou acontecimentos esporádicos.
Ao final de cada missão concluída com vitória, são dados pontos de experiência para cada um dos generais sobreviventes. Os generais vão ganhando pontos para cada soldado que matou, cada general que contribuiu para eliminar, cada item usado, e tudo o mais. Ficará surpreso ao ver que haverá fases em que o seu personagem esteve longe de ser o que mais contribuiu para a vitória. Com esses pontos de experiência ganhos, seu personagem vai evoluindo, crescendo de patente e ganhando mais atributos, que o tornam mais forte, mais ágil e com barra de vida maior. Portanto, ter um bom desempenho e não ficar fugindo da raia trará seus benefícios, pois será recompensado no final.
Não é só o seu personagem que evolui. Conforme se torna mais forte e sobe no ranking, seu exército também cresce. Passa a ter mais homens em seu grupo, além de homens mais fortes, mais rápidos e mais resistentes a golpes. De fato, um líder representa a força de sua equipe.
Seu personagem vai ficando mais forte a cada missão, e isso não se resume apenas ao modo história. Depois que fechar o jogo, provavelmente ainda não terá evoluído seu personagem o suficiente, com espaço para muito mais. Há o Free Mode, no qual pode escolher uma fase qualquer já vencida e continuar jogando quantas vezes quiser, tunando seu personagem predileto ao máximo, se assim quiser.
O jogo em si é curto, tem apenas oito fases ao todo, sendo que, com alguns personagens, só jogará cinco ou seis delas por vez (nem todos os personagens participaram de todas as batalhas, lembre-se disso). O tempo que levará para fechar o jogo irá variar do quanto tempo leva para passar por cada fase. Os mais apressadinhos podem fechar o game em cerca de seis ou sete horas de jogo. Nada mal, até porque os mais lentos e cautelosos podem levar boas dez ou doze horas. Ainda assim, nada demais, levando-se em consideração que só tem dois modos de jogo, o Musou Mode, que é o modo história, e o Free Mode.
Só não se esqueça de que, ao fechar o jogo várias vezes, irá liberar vários novos personagens. Poderá jogar com Cao Cao, com Liu Bei e até mesmo com Sima Yi ou Zhuge Liang, ou, ainda melhor, Lu Bu! Poderá tentar jogar controlando o lado adversário, seguindo o rumo inverso da história. Há quase trinta personagens disponíveis para controlar. Não há um final específico para cada um deles, o que tira um pouco da graça de se querer fechar com todos eles, mas ainda assim é legal se ver com vários personagens históricos à disposição. Se a ideia de fechar várias e várias vezes esse jogo lhe é atrativa ou não, dependerá de seu gosto em relação ao game, mas não se pode reclamar que o jogo não tem conteúdo adicional, porque tem.

Minha análise do jogo

Gráficos
É certo que deve-se levar em consideração que Dynasty Warriors 2 foi lançado junto com o console nos Estados Unidos. Trata-se de mais do que um jogo de primeira geração: um jogo de lançamento, daqueles que demonstram a capacidade técnica de um console do modo como ele foi concebido e chegou a público. O jogo não é feio, pelo contrário. Ele realiza feitos que não pudemos ver em um console até então. O Playstation 2 trouxe uma nova margem de performance gráfica, e não podemos compará-lo a outros jogos. De fato, Dynasty Warriors parece pertencer à geração que pertence, sendo um jogo bonito. As cenas do jogo são bem feitas. A animação dos personagens é suave e característica, repleta de detalhes. Efeitos especiais em determinados momentos, também bem realizados, com direito a alteração no ângulo de câmeras, brilhos e tal. Os cenários não são lá tão detalhados, com texturas um pouco simples demais, mas em compensação são enormes e não há loadings no decorrer das fases. As cenas de combate ficam realmente legais, com um número impressionante de personagens em cena. Nos momentos em que o combate fica mais feroz, é possível ver mais de trinta personagens animados se enfrentando ao mesmo tempo! Ficou bem legal. É claro que não é perfeito, também. Alguns movimentos de personagens, e o movimento dos cavalos também, poderiam ter sido bem incrementados. Também é possível ver alguns slowdowns nos momentos em que a tela fica cheia demais de gente, de vez em quando, fora que há momentos em que podemos presenciar inimigos e até mesmo partes do cenário aparecendo do nada no meio da tela. Nada que não poderia ter sido incrementado se tivessem tido um pouco mais de tempo disponível, mas também não é nada que possa ser simplesmente ignorado, pois pode atrapalhar um pouco o jogo. Mas o restante é surpreendente e demonstra o excelente trabalho que foi realizado. No todo, o empenho que a equipe da Omega Force teve com os gráficos foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som
O quesito sonoro talvez tenha sido a parte no qual a Omega Force tenho melhor acertado. Dynasty Warriors 2 possui um excelente trabalho sonoro, digno de uma grande produção, e que usa bem a capacidade tecnológica do Playstation 2. As composições estão de primeira linha. A princípio, pode parecer estranho ver riffs de guitarra e batidas de heavy metal em um jogo ambientado na China antiga, mas, acredite, a sensação que ele passa é exata. A Omega Force escolheu os sons mais pesados e modernos para compor o game ao invés de sons tradicionais chineses por alguns motivos convincentes: não era necessário e podia ser um baita tiro no pé. A questão é que ficou bem legal do jeito que ficou, uma trilha-sonora primorosa para um jogo de guerra. Os efeitos sonoros também ficaram legais, com uma quantidade suficiente de gritos, sons de espadadas e arcos, gemidos e tal. É legal ver como seu exército vibra quando matamos um general inimigo, ou como eles reagem na base do berro quando são cercados pelos inimigos. Pode ficar um pouco repetitivo depois de um tempo, mas tem variedade o bastante de sons e vozes para não ficar tão evidente assim. As dublagens dos personagens também ficaram boas, com vozes distintas para cada um dos personagens históricos, narrando diálogos épicos e cenas memoráveis, contando até com algum sotaque oriental para parecer mais realista. No todo, o empenho da Omega Force com a quesito sonoro foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Jogabilidade
Dynasty Warriors 2 possui os comandos típicos que poderíamos esperar de um Beat'em Up Action. Apenas foi incrementado um pouco de elementos de estratégia e também a liberdade de podermos nos movimentar pelo cenário de forma livre, o que acabou por configurar um Tactical Action. O jogo não se distingue muito pela jogabilidade, que, de certo modo, é simplista demais. Há pouca variedade de movimentos para cada personagem, tornando esse jogo um legítimo esmaga botões, já que ele sequer incentiva e determina o uso de combos diferentes. Dá para fechar o jogo usando o mesmíssimo combo do começo ao fim, sem mudar nada (somos até mesmo encorajados a fazer isso). Lamentável também o fato de os movimentos comuns de exploração serem bem básicos. A movimentação sobre o cavalo, por exemplo, poderia ter sido melhor aproveitada. Além disso, a ausência de possibilidades de controle sobre nossa própria tropa deixa o jogo um pouco vago demais, já que somos uma espécie de comandante que não comanda ninguém. Para um Tactical Action, há diversas falhas nas opções de comandos. E essas falhas têm de ser levadas em conta, pois, se não fosse por isso, o jogo deixaria de ser um Tactical Action para ser um Beat'em Up, e se sairia ainda pior. Podemos dizer que a Omega Force aproveitou mal o potencial que o jogo poderia ter tido nesse gênero pouco explorado do Tactical Action, tudo isso devido à ausência de comandos básicos e de uma jogabilidade simples demais. No entanto, a jogabilidade chega a ser intuitiva, mas é lenta. Além disso, há outros fatores que prejudicam, como o controle impreciso de câmera, a inteligência artificial ridícula dos inimigos e a impossibilidade de se usar o analógico, o que machuca bastante os dedos, tornando os comandos repetitivos do jogo ainda mais desconfortáveis. O jogo é repetitivo demais, redundante demais, beirando o intolerável, a ponto de fazer um jogador mediano literalmente cansar de jogar. Uma pena, pois isso pode atrapalhar o lado bom do jogo, e impedir o jogador de aproveitar o que o jogo oferece de melhor. Empenho mediano com a jogabilidade.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Longevidade
Dynasty Warriors 2 possui um total de 8 fases disponíveis. Trata-se de uma quantia considerável, levando-se em consideração que cada fase possui cenários enormes, uma quantidade absurda de inimigos e de momentos-chave, o que faz com que a progressão seja bem lenta e parada. Avançando de forma cautelosa e objetiva, derrotando todos os inimigos e tentando ajudar o máximo de aliados que puder, dá para passar cada fase em cerca de uma hora e meia, sendo que alguns apressadinhos podem levar algo por volta de cinquenta minutos ou uma hora. Jogadores experientes poderão passar as fases em vinte minutos ou até menos, mas isso com muita prática e sabendo o que fazer. Isso nos dá uma margem de horas de jogo que vai de sete a dez horas, já que, dependendo do personagem, poderá jogar cinco, seis ou sete fases. Poderá jogar novamente as fases o quanto quiser, no modo Free Mode. Não há muitos motivos para se querer continuar jogando após fechar pela primeira vez, a não ser liberar os diferentes personagens do jogo. São vinte e oito personagens, sendo que apenas nove estão disponíveis no começo. Para liberar os principais personagens, não será nada fácil, pois terá que primeiro fechar repetidas vezes com vários e vários personagens, sendo que cada um possui um estilo de jogo, golpes próprios, e pode ir a fases distintas, porém o final é o mesmo, o que tira um pouco da graça de se querer liberar todos os personagens só para assistir a finais diferentes. Se vale a pena ou não, é critério do jogador, mas pelo menos o jogo incentiva o jogador a fechar várias e várias vezes para se liberar o conteúdo extra que ele tem. O conteúdo se resume a esses dezenove personagens extras, também. Nada de modo extra de jogo, final secreto, ou qualquer coisa do tipo. De qualquer forma, dá para passar umas semanas jogando. Empenho considerável da Omega Force com a longevidade, eu diria.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Inovação
Dynasty Warriors 2 foi uma nova empreitada da série em um gênero até então não tão visado assim. Tactical Actions existem há gerações, mas nunca tiveram um enfoque tão aprofundado quanto nesse jogo. Aqui em DW 2, a liberdade de movimentação e a possibilidade de diferentes tomadas de ação realmente fazem a diferença em um contexto geral. O modo como o jogo simula a guerra em um panorama próximo do historicamente convincente também torna a ação mais realista do que nunca. Uma coisa é você ver a guerra acontecer do ponto de vista de um exército como um todo, em jogos como Age of Empires, por exemplo. Outra coisa totalmente diferente é lutar em uma guerra na perspectiva de um único personagem, com alguns comandados sobre seu controle (parcialmente, é verdade), sendo que a guerra acontece sozinha, e os nossos aliados caminham sobre as próprias pernas. Eles não esperam nossas ordens, sequer são influenciados por nossas escolhas. Esse é o diferencial do game: há opiniões distintas em jogo, como em uma guerra real, e temos de jogar de acordo com o jogo. Pelo menos o sentimento de fazer parte de um exército maior, em prol de uma causa maior, é um dos diferenciais do game, ainda mais em uma época no qual estamos acostumados a ver jogos com ultra-protagonistas, que resolvem tudo sozinhos e não precisam de nada e nem de ninguém. Desta vez, a união faz a força, e completar as fases sozinho é realmente um suicídio. Temos de andar em equipe, manter a moral de nosso grupo sempre em alta, e proteger nossos aliados para que não fiquemos com menos homens e mais vulneráveis a ataques e emboscadas. Temos de pensar como um comandante daquela época também devia pensar, o que é uma coisa e tanto nos dias modernos, já que cria um contraste gigantesco com o modo moderno de observar uma guerra. O empenho que a Omega Force teve com a inovação foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Diversão
Dynasty Warriors 2 é um jogo, no máximo, interessante. Deixando de lado o aspecto inovador do gênero Tactical Action e o apelo cultural do momento histórico, o jogo é cansativo demais para ser proveitoso de se jogar. Repetitivo, redundante e, em diversos momentos, previsível. Os cenários avançam e os mesmos defeitos continuam (aliados que caem em emboscadas facilmente, inteligência artificial amadora, e por aí vai), tornando a experiência de jogo quase a mesma desde a primeira fase até a última. Só o que muda, conforme o jogo avança, é a quantidade de inimigos envolvidos. Não pense que o jogo será fácil; pelo contrário, alguns cenários envolverão boas doses de estratégia. O fato de termos um controle essencialmente limitado sobre a nossa tropa frustra significantemente em um jogo como esse, já que vemos constantemente nossa própria tropa realizar coisas estúpidas sem que possamos fazer nada para contê-los. Nos sentimos mais um elemento da guerra em si do que um participante, um protagonista. O fato é que o jogo segue sozinho, influenciamos muito pouco o que acontece. Olhando em volta, percebemos a oportunidade de traçar grandes planos de ataque e defesa, só que, ao invés disso, geralmente os nossos aliados preferem largar de mão qualquer coisa semelhante a uma tática e simplesmente se jogar de peito aberto nos braços do inimigo. É revoltante não ter como mudar nada. e ainda ter de arcar com as consequência, tendo que se desdobrar para evitar que algo de pior aconteça (nem sempre é possível evitar, vá se acostumando a isso). A verdade é que a estratégia em si do jogo se resume a escolhermos ir para a direita ou para a esquerda enquanto esmagamos os mesmos botões repetidas vezes. É isso aí. Se espera um jogo envolvente e perspicaz, com grandes tramas estratégicas e tal, pode procurar outro jogo. Mas também não é um joguinho bobo. Trata-se de um jogo inteligente, é verdade, exigente, voltado para gamers mais pacientes e cautelosos. O público-alvo de Tactical Role-Playing Games e Tactical Adventures podem até curtir a parada, mas os amantes de Strategy vão odiar não terem controle algum sobre as tropas e os amantes de jogos de ação irão odiar quase tudo o que há no jogo. Tendo um público-alvo assim tão seleto, pode ser difícil encontrar alguém que se apaixone de verdade pelo estilo desse jogo, mas há quem goste. Poucas vezes encontrará um jogo no qual a diversão é algo tão "questionável" quanto nesse game. O empenho da Omega Force foi mediano, também.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Soma Final: 19/30 (Bom)

Em resumo: Dynasty Warriors 2 foi uma das gratas surpresas no lançamento do Playstation 2 nos EUA. Enquanto a maioria estava ansiosa por jogos como Dead or Alive 2, Ridge Racer V, Tekken Tag Tournament e TimeSplitters, eis que a Koei nos trouxe um Tactical Action. Pode não ser um título que costuma ser arrasa-quarteirões, mas acabou sendo um jogo que se tornou ícone cult em sua época, e originou uma franquia de sucesso. O jogo apresenta uma quantidade alta de defeitos cruciais, mas se mantém dentro da média dos jogos que foram lançados na primeira geração. Além do mais, grande parte destes defeitos foram oriundos da pressa de se terminar o jogo a tempo de lançar junto com o console. Mesmo assim, o jogo conquistou vários fãs, que se lembram dele com carinho ainda nos dias de hoje. Recomendado a todos aqueles que curtem o gênero, curtem a história Chinesa ou que curtem jogos que simulam a guerra de um modo bem pessoal.



Análises profissionais

A média pela Metacritic para Dynasty Warriors 2 é 75/100.

Detonado em vídeo

Esse é o melhor detonado em vídeo para esse jogo na internet. Esse detonado foi feito de forma especial, mostrando o modo mais rápido de se detonar o jogo em todas as fases. Boa parte dos inimigos nas fases foi simplesmente ignorada, de modo a terminar a fase no menor tempo possível. Vale lembrar que ele foi jogado no modo Free Mode, porém na mesma ordem e nas mesmas fases e condições do que se ele estivesse jogando pelo modo história, o Musou Mode. Foi completado com o personagem Dian Wei, que é apenas um dos personagens do jogo (nem todas as fases estão disponíveis para ele). Apesar da qualidade de imagem, som e edição mediana, vale a pena conferir.

Parte 1 - Stage 1: Yellow Turban Rebellion


Parte 2 - Stage 2: Hu Lao Gate


Parte 3 - Stage 3: Battle at Guandu


Parte 4 - Stage 4: The Battle at Chi Bi


Parte 5 - Stage 5: Battle at Wu Zhang Plains (1/2)


Parte 6 - Stage 5: Battle at Wu Zhang Plains (2/2)


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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