quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

DMC: Devil May Cry - Análise

Esta é a análise de DmC: Devil May Cry, lançado pela Capcom em 2013 para o Playstation 3, Xbox 360 e PC.

DmC box art.png

Introdução

A série Devil May Cry ansiava por uma reformulação. Quando a Capcom colocou a franquia sob desenvolvimento da empresa Ninja Theory, fundada em 2000 e responsável por games como Heavenly Sword e Enslaved: Odyssey to the West, sabia-se que muito iria mudar. A desenvolvedora deixou bem claro que iria reformular a série, não seria uma continuação, e sim uma nova abordagem. O estilo único e inconfundível ficaria intacto, mas todo o trabalho de arte, a história e a narrativa dos personagens sofreria drásticas mudanças, na forma de uma modernização e "americanização" do padrão essencialmente japonês que era adotado na série até então. Os fãs logo começaram a chiar, a reclamar, até mesmo petições para que o jogo fosse fiel ao original foram feitas... E mesmo assim o game foi entregue a público com notáveis alterações na sua mecânica. Seriam essas mudanças para melhor ou para pior? É o que veremos no decorrer da nossa análise:

DMC: DEVIL MAY CRY


Informações técnicas

Publicado por: Capcom
Desenvolvido por: Ninja Theory
Gênero: Hack and Slash Action
Diretor: Tameem Antoniades
Plataforma: Playstation 3, Xbox 360 e PC
Data de lançamento: 15 de janeiro de 2013
Faixa etária: Teen

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música tema do jogo, composta pela banda Noisia.

Sobre a história (contém spoilers)

DmC: Devil May Cry propõe uma completa reformulação na trama da franquia até então. Esse game possui uma trama completamente independente, e não possui qualquer tipo de relação com personagens ou acontecimentos de outros jogos anteriores da série. Muitos dos personagens são os mesmos, mas a história de cada um deles foi reformulada e modernizada. Portanto, a história é completamente nova e pode ser compreendida mesmo que não tenha acompanhado os games anteriores da série. Porém, vale mencionar que o passado de alguns personagens não é contado no game, e sim em uma série de histórias em quadrinhos chamado de The Chronicles of Vergil, mas eu relatarei aqui o que for importante para que possa compreender ao máximo essa trama.

A história do jogo se passa na cidade fictícia de Limbo City. Sua localização não é informada, mas acredita-se que seja em algum ponto da América. Uma cidade comum, que possui tudo o que estamos acostumados a ver: parques de diversões, redes de televisão, uma zona industrial, clubes noturnos, enfim. Nessa história, vive o jovem rebelde Dante:


Dante teve uma infância problemática. Foi criado sozinho em um orfanato da cidade, e sempre teve de conviver com o fato de não se lembrar de nada sobre seu passado. De acordo com relatos médicos, ele sofreu meningite na infância, e isso afetou seu cérebro, deixando-o sem qualquer lembrança de sua infância, a não ser sonhos esporádicos e visões. Jamais conheceu seus pais, e se tornou uma criança rebelde desde jovem. Poderes especiais lhe fazem ver monstros e demônios pela cidade, os quais ninguém mais consegue ver. Ele teve de se defender desde jovem, e logo aprendeu a usar espadas e pistolas para auto-defesa. É claro que seus hábitos o tornaram visto como perigoso pela sociedade. Considerado violento, indisciplinado e louco por ter essas visões malucas, ele já arrumou problemas com a polícia, já foi preso e vive escondido. Seus maiores passatempos são pegar mulheres, beber refrigerante e matar demônios.

E assim era o dia-a-dia do jovem Dante. Até que, um belo dia, após uma grande noitada com muitas mulheres em uma boate local, Dante desperta ao som de batidas na porta. Uma garota desconhecida o desperta apenas para dizer que ele foi seguido por demônios e que corre perigo. Momentos depois, seu trailer é atacado por um enorme demônio e Dante tem de se livrar dele.

Com a ajuda da garota, Dante consegue derrotar o demônio enorme, em uma grande batalha no parque de diversões Funland e no Bellview Pier. Antes de morrer, o demônio informa que eles já conhecem o cheiro de Dante, e que irão persegui-lo até conseguirem matá-lo. Então, Dante consegue trocar algumas palavras com a garota que lhe ajudou, que se apresenta como Kat:

DmC Kat 01

Kat também teve uma infância conturbada. Ela é médium, e consegue ver os demônios que existem pela cidade, apesar de que em menor escala. Por poder ver demônios, ela sempre foi tratada como louca, e já visitou diversos psiquiatras e clínicas de reabilitação, que lhe entupiam de remédios e tentavam fazê-la esquecer de tudo o que via. Ela foi criada em orfanatos, até ser adotada, porém, seu pai adotivo tentou abusar dela, e ela teve de fugir de casa. Sozinha na rua, foi encontrada por um homem chamado Vergil, que cuidou dela e a recrutou para um grupo secreto chamado A Ordem.

A Ordem é um grupo de combate aos demônios fundada por Vergil. Ela reúne diversos homens que sondam informações sobre as atividades suspeitas dos demônios ao redor de Limbo City, e sobre como derrotá-los. Kat é uma das líderes desse grupo secreto. E ela convida Dante para conhecer o grupo. Dante rapidamente aceita, e, chegando ao esconderijo secreto do grupo, passa a conhecer Vergil:

Vergil dmc

Vergil também não se lembra de sua infância. Informaram-lhe que ele sofreu um acidente de carro na infância, e isso apagou sua memória completamente. Desde então, ele vem tentando se lembrar de quem é. Porém, desde criança, ele foi adotado por uma família rica e estudou nos melhores colégios. Um auto-didata e uma criança super-dotada, excepcionalmente inteligente, focou seus estudos no desenvolvimento de hardware. Antes mesmo de sair das escolas, já era um hacker conhecido e um perito em segurança de rede. Desenvolveu um software de segurança de dados que ficou mundialmente famoso e lhe rendeu uma fortuna milionária. Como ele também conseguia ver os demônios, ele decidiu investir toda a sua fortuna na fundação do grupo secreto A Ordem, e vem tentando descobrir o máximo que pode sobre os demônios.

Vergil demonstra saber mais sobre o passado de Dante do que ele próprio. Dante procura saber porque eles estão se metendo em sua vida, e Vergil lhe propõe uma viagem a um local que iria lhe fazer reaver a memória. Eles levam Dante até uma casa abandonada, que ele logo começa a se recordar como sendo a residência de sua infância. Ele vê imagens de sua mãe, Eva, e de seu pai, Sparda. E então, através de sonhos, ele começa a se lembrar aos poucos de quem era.

Dante é filho de uma anja, Eva, e de um poderoso demônio, Sparda. Seu nascimento data de muitos anos atrás, uma época em que os anjos travavam uma sangrenta guerra contra os demônios. Em meio à tamanha guerra, Sparda e Eva acabaram se apaixonando, e tendo dois filhos gêmeos, Dante e Vergil. O filho de um anjo com um demônio é chamado de nephilim, e trata-se de uma completa afronta à cultura de ambas as raças. Os nephilins possuem os poderes dos anjos e dos demônios, e são constantemente perseguidos por ambos e cruelmente assassinados antes que possam se tornar fortes demais. Quando Dante e Vergil ainda eram muito pequenos, os demônios conseguiram encontrar o esconderijo deles e invadiram o local. Eva foi assassinada brutalmente, mas Sparda conseguiu fugir com os dois filhos. Sabendo que eles correriam risco enquanto fossem conhecidos, Sparda apagou a memória dos dois, para a própria segurança deles, e os separou, entregando-os a orfanatos distintos.

Como prova de que Dante e Vergil são mesmo irmãos, ambos possuem uma parte do colar de proteção que lhes foi dado pela própria mãe deles, Eva. Sabendo da verdade, Dante decide se vingar da pessoa que matou sua mãe e seu pai. Vergil informa que sabe quem é essa pessoa: é ninguém menos do que Mundus:

Mundus DmC

Mundus é irmão de sangue de Sparda, pai de Dante e Vergil, mas sempre foi muito mais poderoso. Mundus era o mais poderoso e ambicioso entre todos os demônios. Sua ganância e seu poder eram tantos que ele conseguiu se tornar o rei dos demônios. Ele controla um exército de demônios, e governa sobre o portal que liga o mundo dos demônios ao mundo dos demônios, e nenhum ser vivente, nem demônio e nem anjo, é capaz de detê-lo. Na sua forma humana, Mundus é o presidente do maior instituto financeiro do mundo, e possui investimentos em todos os setores possíveis. Ele controla financeiramente diversos governos, incluindo os Estados Unidos da América, e também todas as grandes empresas do mundo. De certo modo, ele é o dono do mundo, já que é o seu dinheiro que financia quase tudo o que existe. Tanto poder serve apenas para aumentar sua ganância e sede por mais poder.

Mundus não só matou Eva como ainda retirou seu coração ainda batendo e o comeu. Sparda conseguiu fugir com seus filhos, e os escondeu, mas mesmo assim Mundus o encontrou e o matou. Mundus só tinha conhecimento de um único filho nephilim, Dante. Por isso, passou sua vida buscando-o, e, ao encontrá-lo, ficou sobre vigília, constantemente tentando matá-lo, com seus demônios, mas sem gerar muitos esforços, pois julgava que Dante não conseguiria se opor diretamente a ele. Ele nunca soube da existência de Vergil, o que lhe permitiu agir nas sombras sem ser ameaçado ou vigiado.

Vergil explica que cabe aos nephilim o poder de matar Mundus e salvar os humanos da escravidão a que eles estão submetidos sem nem saber. Se Vergil usar a inteligência e Dante a força, eles conseguirão deter Mundus. Mas não será fácil. Mundus possui uma grande teia de amigos importantes e influentes que colaboram para a sua causa atormentando os seres humanos. Se eles quiserem detê-lo, terão de irritá-lo, fazê-lo perder o controle, e para isso terão de destruir seus maiores aliados.

De início, Vergil recomenda que Dante destrua a fábrica de refrigerantes Virility. De acordo com as pesquisas de campo da Ordem, o refrigerante Virility, o mais popular do mundo na atualidade, na verdade é governado pelos demônios, e possui substâncias que deixam os humanos fracos, doentes e dóceis, e, principalmente, sem conseguirem ver corretamente os demônios que perambulam entre eles na Terra. Os refrigerantes são a causa da "cegueira" dos humanos com relação aos demônios, e Dante deve acabar com isso. Ele vai até a indústria de refrigerantes Virility e consegue descer à linha de produção, onde ele descobre de onde vem os fluídos que eles usam para fazer o refrigerante: da Succubus.

Poison DmC

Succubus é um demônio milenar, de 1200 anos de idade. A Succubus é famosa por ser jovem e sedutora, e por atrair as pessoas para armadilhas, mas na verdade agora a Succubus está velha, feia e asquerosa. Em uma forma semelhante a um verme, ela produz um veneno tóxico de dentro de seu corpo, o qual é diluído e usado para realizar os refrigerantes, infectando os humanos. Ela trabalha para Mundus.

Dante consegue eliminar a Succubus, e a indústria de refrigerantes finalmente deixa de existir. O próximo alvo da Ordem é invadir a sede do rede televisiva Raptor News. A Raptor News é um canal de televisão diversificado e com vários programas, mas controlado pelos demônios. Eles passam programas emburrecedores e que apenas deixam os seres humanos mais idiotas e alienados. Um dos programas de maior audiência do canal é o Jornal do Raptor, que passa apenas notícias falsas e mentirosas que deixam a população com uma falsa sensação de paz e tranquilidade, exatamente o que os demônios precisam para escravizá-la cada vez mais. Dante precisa acabar com esse canal de uma vez por todas.

No caminho até a torre de transmissão do canal, Dante acaba passando pela Penitenciária Central, e lá ele encontra um velho debilitado e cego chamado Phineas:

Phineas DmC

Phineas é um demônio muito velho e sábio. Ele tem conhecimento sobre muitas coisas, o que é suficiente para que ele corra muito risco. Ele é mantido aprisionado e sob tortura constante por Mundus. Ele só possui um olho, o qual é cego, e o outro olho é mágico e eletrônico.

Quando Dante encontra Phineas, ele está sem seu olho mágico. Ele clama por Dante que ele vá e recupere seu olho, o qual foi roubado pelas harpias. Em troca, ele promete revelar uma coisa sobre Mundus que poderá ajudar e muito a sua busca pela destruição dele. Dante faz o que o velho pede, e coleta seu olho mágico. Em troca, Phineas revela a Dante que Mundus engravidou uma mulher chamada Lillith. Ela é a meretriz que é a dona da boate noturna Devil's Dalliance. Ele informa ainda que Mundus ama seu filho mais do que qualquer coisa, e que ele faria tudo por ele.

Com essa nova informação, Dante chega até a torre de transmissão da Raptor News, onde ele encontra o apresentador oficial do noticiário de maior audiência do canal, Bob Barbas:

Bob Barbas

Bob Barbas é um demônio que usa a rede de televisão para se manifestar. Homem de confiança de Mundus, sua missão é contaminar os seres humanos com informações falsas e corruptas, mantendo-os alienados e dóceis. Sua rede de demônios é capaz de forjar qualquer tipo de notícia, imagem ou mesmo relatos e entrevistas, distorcendo a realidade de forma a não deixar dúvidas quanto à sua veracidade. É o braço-direito de Mundus. Ele ainda se faz passar por filantropo e um homem de Deus, citando Deus em todos os seus comentários por pura ironia.

Dante enfrenta Bob Barbas e consegue matá-lo. Porém, antes de ver Barbas morrer, ele apresenta uma última notícia no seu noticiário, reportando que a polícia já descobriu o esconderijo secreto da Ordem e que uma equipe da SWAT está invadindo o local nesse exato momento. Dante corre para lá, mas, estando no Limbo, ele não consegue interagir com a polícia ou impedir os homens de detonarem tudo. Eles estão com ordens de matar todo mundo da Ordem, sem prisões e sem questionamentos, sob acusação de atos de terrorismo. Dante apenas observa e tenta encontrar Kat antes dos policiais.

Dante consegue encontrar Kat, e a ajuda a se esconder dos policiais, até mesmo salvando-a algumas vezes. Por fim, eles chegam à sala onde ficam os servidores que contém todos os planos e histórico de ações da Ordem. Vergil está no local, mas também se encontra no Limbo. Ele precisa que Kat, que está no mundo real, vá e desligue os servidores. Dante discute com ele, que não há tempo, a força-tarefa da SWAT irá invadir a qualquer momento, mas Vergil insiste que se eles chegarem aos servidores, todos os planos de acabar com Mundus estarão por água abaixo. Dante ganha algum tempo, mas acaba ficando tarde demais. Todos os dados dos servidores foram transferidos para um local seguro, mas a SWAT invade o local, e não há mais tempo para Kat fugir. Ela se ajoelha e se rende, mas recebe um tiro no peito e é levada pelos policiais para interrogatório.

Dante e Vergil se reúnem em um novo local, e recebem um vídeo de Mundus. Mundus está com a Kat, e está disposto a fazer uma troca entre a Kat e o Dante. Como a Kat não revelou muita coisa, nem sobre tortura, Mundus ainda desconhece Vergil. Dante então tem uma ideia: sequestrar a amante de Mundus, a qual está grávida, e usá-la como moeda de troca contra a Kat. Eles discutem, mas Vergil acaba aprovando a ideia, e Dante vai até a boate Devil's Dalliance.

Chegando ao local, ele encontra a dona do local, Lilith:

Mission 13 01 DmC

Lilith é uma demônio que possui a forma feminina. Ela é uma prostituta, e amante de Mundus, gerando um filho dele na barriga. Ela é dona da boate Devil's Dalliance e é bem poderosa entre os demônios.

Chegando à boate, Lilith percebe a entrada de Dante e invoca seus demônios contra ele. Quando Dante finalmente consegue chegar até ela, ela decide pedir a ajuda de seu filho, para, de dentro de sua própria barriga, ajudá-la. Ela e o bebê enfrentam Dante, mas acabam perdendo.

Dante então envia um novo vídeo para Mundus, com uma contra-proposta: trocar Lilith por Kat. Mundus fica puto, claro, mas seu medo de perder sua amante e seu filho o aterrorizam a tal ponto que ele aceita a troca. Ambos se encontram em um pier e realizam a troca. Kat e Lilith trocam de lados bem lentamente. Porém, Vergil tem uma outra ideia: quando Lilith estava quase chegando perto da SWAT e Kat quase chegando perto de Dante, ele dispara na barriga de Lilith, com um rifle sniper, matando a criança. Rapidamente, ele consegue pegar a Kat e sair dali antes que a fúria de Mundus destrua tudo.

Agora que Mundus perdeu tudo o que tinha, sua amante, seu filho, seus aliados, ele está realmente muito nervoso. E agora é a hora de enfrentá-lo. Kat informa que, enquanto esteve sendo mantida refém dentro da base de operações de Mundus, o Edifício Financeiro Silver Sacks Tower, ela aprendeu tudo o que tinha de aprender para invadir o local e chegar até ele. Ela montou um plano engenhoso de invasão que aconteceria em duas frentes: Vergil no mundo real, invadindo centrais de comando e servidores para desligar alarmes e sistemas de segurança, e Dante no Limbo, chamando atenção para si pela porta da frente enquanto Vergil libera caminho às escondidas.

Sendo assim, Dante e Vergil começam a invasão ao Silver Sacks Tower. Lá dentro, Dante tem um encontro contra Drekavac:

Drekavac DmC

Drekavac na verdade é um monstro da mitologia eslávica, mas está presente no game. É um demônio oriundo da alma de uma criança não-batizada. Não é tão poderoso quanto outros demônios, mas pode dar trabalho, principalmente quando está junto de seu companheiro, Dreamrunner.

Em poucos minutos, eles chegam à cobertura do edifício, onde está Mundus. Eles atravessam a Caldeira das Almas e chegam até o escritório pessoal de Mundus. A ideia agora é fazer com que Mundus saia de seu escritório, para que Vergil entre e feche o portal para o mundo das trevas. Assim, Mundus irá perder seu poder e sua força, e também não poderá mais invocar sua legião de demônios para lhe ajudar. Dante entra no local e o provoca, com xingamentos e gozações, até que ele se irrita e sai do local para bater em Dante. Vergil entra e fecha os portões do inferno.

Dante acaba perdendo a luta contra Mundus, que fica perto de arrancar seu coração com as mãos. Mas ele é salvo por Vergil, que o golpeia pelas costas. Mundus cai mas continua firme e forte, e se transforma em um demônio imenso. Ele aprisiona Vergil dentro dele, e cabe a Dante lutar contra a sua forma externa. Ele consegue vencer o Mundus externo, entra em seu coração e enfrenta o Mundus interno. Com a ajuda de Vergil, ambos derrotam Mundus, matando-o de uma vez por todas.

Então, após derrotarem Mundus, os humanos finalmente despertam de sua visão corrompida e conseguem ver os demônios andando entre eles. Começa um caos instaurado em todo o planeta, uma luta dos humanos contra os demônios, agora visíveis e em sua forma física real. Em meio a todo esse caos, Vergil apresenta uma proposta bem indiscreta: governar a humanidade no lugar de Mundus.

Agora que Mundus está fora do poder, Vergil afirma que deseja governar a raça humana. Mas não através do desprezo e da escravidão, e sim através do controle e da caridade. Ele diz que os humanos são uma raça frágil e incapaz de proteger a si mesma, que só sabe causar guerras e sofrimentos aos outros. Dante diz que não é verdade, e que Kat é um exemplo disso, que os humanos possuem sua força e merecem a liberdade, mas Vergil diz que os humanos não nasceram para ser livres, e, que se não tiverem alguém para governá-los, logo seriam extintos por conta própria.

Dante não quer que Vergil governe os humanos, pois ele se tornaria um novo Mundus com a ascensão ao poder. Vergil não quer que Dante atrapalhe seus planos, então eles se enfrentam, no ápice de seu poder. Dante sai vitorioso, furioso e com sua força demoníaca ao extremo, e só não mata Vergil porque Kat o implora para deixá-lo viver. Dante acaba obedecendo, e volta ao normal. Vergil pede desculpas e diz que Dante jamais se tornará um humano. Vergil cria um portal dimensional e vai embora, muito ferido. Dante fica junto de Kat e pensa sobre o que ele deve fazer na vida. Ele é um nephilim. Sua missão é proteger os humanos da força dos demônios ruins. E o mundo real ainda está cheio deles. Há trabalho a fazer.

E essa foi a história de DmC: Devil May Cry. Espero que tenham gostado!

Sobre o jogo

Todos os jogos mais cedo ou mais tarde precisam passar por uma reformulação. Após quatro jogos, a franquia Devil May Cry já estava perdendo a atenção do público e a Capcom decidiu entregar a série a cargo de um novo estúdio, a Ninja Theory. Mesmo com a empresa prometendo manter o sentido original do game, sua ação desenfreada e tudo o mais que os fãs querem, não demorou para aparecerem as críticas. O novo Devil May Cry teve mudanças conceituais perceptíveis e uma alteração no design que deixou Dante bem mais novo, na adolescência e sem seus cabelos brancos emblemáticos. Isso já foi o estopim para choverem reclamações dos fãs. Mas será que eles mudaram mais do que isso na franquia?
DMC: Devil May Cry é um game inteiramente novo. A história será recontada, desta vez sobre uma perspectiva muito mais moderna. Enquanto o começo da série se passava em castelos medievais, com direito a cavaleiros de armadura e coisas do tipo, agora os cenários serão ruas movimentadas, prédios de negócios, danceterias, parques de diversão e centrais de televisão. Dante já estava velho, mas era sarcástico, divertido e debochado. Continua sarcástico e debochado, mas agora muito mais jovem e inconsequente. Continua um badass, continua chutando a bunda de demônios, mas agora de um jeito mais cool e mais dinâmico do que antes. O cabelo deixou de ser branco para um corte estiloso na cor preta, mais moderno e mais a ver com o momento pelo qual passa no game (um adolescente de cabelos brancos iria parecer desnecessariamente forçado no contexto mais realista do jogo). Enfim, os fundamentos são os mesmos, apenas as roupagens mudaram.
A história ficou bem mais refinada e sofreu sérias reformulações. Agora, Dante possui um passado diferente, não sendo mais meio humano, e sim meio anjo. O mundo real agora virou uma versão abstrata do mundo demoníaco, Limbo. Mundus virou um mega empresário que governa os humanos através de dívidas, fornecimento de crédito, alienação midiática, envenenamento por refrigerantes e monitoração constante. Vergil se tornou um hacker milionário e dono de uma corporação clandestina. Tudo está diferente do que estávamos acostumados a ver, mas a trama desse game é uma das mais bem feitas, bem pensadas e mais detalhadas que a série já teve.
Mas Devil May Cry não se baseia apenas na trama. Os fãs querem é muita ação, muitos golpes e pancadaria repleta de combos e movimentos legais. A Ninja Theory ouviu todos eles, e implementou nesse game um refinado sistema de combate que muito se assemelha aos jogos anteriores, só que bem melhor. O controle sobre Dante é bem semelhante, assim como o uso de espadas e armas de fogo para manter os combos, mas há diversas novidades interessantes que apresentarei agora.
Dante agora possui novos poderes, já que ele é um nephilim, meio anjo e meio demônio. E isso se reflete no seu comportamento e nos seus golpes. Uma novidade dessa versão é que agora Dante possui um "modo anjo" e um "modo demônio". Mantendo L2 pressionado, Dante entra em um modo anjo, e sua espada Rebellion se torna uma outra arma, angelical. Da mesma forma, mantendo R2 pressionando, Dante entra em modo demônio, e passa a usar uma outra arma, demoníaca. A transição é imediata, de modo que podemos emendar combos e mais combos de forma rápida e prática. Nunca foi tão fácil troca de armas em pleno combate, tornando o uso de armas diferentes algo muito mais corrente.
Além de trocar a arma Rebellion, cada modo possui habilidades especiais, que podem ser adquiridas. No modo demônio, Dante possui o movimento Demon Pull, que puxa os oponentes para perto dele. Já no seu modo angelical, ele possui o Angel Lift, que leva Dante até onde está o oponente. Usar Demon Pull e Angel Lift ajuda bastante a manter os combos sempre em atividade, e também deixa as batalhas mais dinâmicas e rápidas, com uma movimentação muito mais fluida por parte de Dante. Fora isso, há outras habilidades também. No modo angelical, Dante pode se esquivar mais longe, já no modo demoníaco, caso realize uma esquiva no tempo certo do golpe, irá obter um bônus no poder dos golpes por tempo limitado.
Para fazer jus a esse novo modo de combate, os inimigos também sofreram algumas alterações. A grande maioria dos demônios são neutros, ou seja, tomam dano tanto de armas angelicais quanto de armas demoníacas. Mas é claro que não podia faltar os demônios "elementais", né? Alguns demônios apenas tomam dano de armas angelicais, e outros apenas de armas demoníacas, e isso faz com que o jogador tenha que aprender a usar realmente bem ambos os modos de combate para ter sucesso.
E de que forma o jogador pode aprender a usar combos de forma eficiente até começar a despedaçar demônios interminavelmente? Praticando, não é? Pensando nisso, a Ninja Theory incluiu nessa versão do game um modo de treino, no qual o jogador pode selecionar algumas características e treinar seus golpes e combos prediletos contra inimigos que podem ou não atacar. Isso é simplesmente perfeito, pois permite ao jogador treinar uma série de golpes que não esteja conseguindo encaixar muito bem até ficar afiado, e então poder usar o que aprendeu contra os inimigos durante as missões. Uma boa ideia.
É claro que o game não estaria completo sem os chefes de fase imensos, né? Como já é tradicional da série, Dante terá de enfrentar alguns chefes de fase bem grandes, fortes e casca-grossa pelo caminho. Os chefões desse game não deixam a dever para nenhum chefe de um game anterior da franquia. Apesar do tamanho, cada chefão possui um modo fácil de matá-lo, o que permite ao jogador derrotá-los mais facilmente, contanto que ele aprenda as manhas de táticas de cada um.
O Devil Trigger, presente desde o princípio da série, também voltou. Após conseguir essa habilidade, Dante pode, com o pressionar de dois botões, entrar na sua forma pura nephilim, chamada aqui de Devil Trigger. Nesse modo, todos os inimigos ficam temporariamente imóveis, Dante fica bem mais forte, mais rápido e ainda por cima enche a vida gradativamente. Perfeito, não? Pois é, mas esse poder dura apenas enquanto restar uma barra especial, que se enche conforme Dante realiza combos. Saber usar o Devil Trigger deixa alguns combates bem mais simples, é verdade.
DmC: Devil May Cry possui um sistema de experiência também. Conforme vai aniquilando demônios, Dante adquire experiência e passa de nível. A cada nível que ele passa, ele ganha um novo ponto de atributo que é usado para comprar novas habilidades e golpes, deixando o combate bem mais versátil. Há uma excelente gama de movimentos especiais e de golpes secretos para desbloquear e comprar, e o jogador pode até mesmo praticar ou testar uma habilidade antes de comprá-la. O game permite que o jogador desative qualquer habilidade a qualquer momento, e que possa usar os pontos de atributo em outras coisas, o que nos permite mesclar ou variar as habilidades que compramos. Como a experiência permanece entre uma jogatina e outra, o jogador precisa fechar o game diversas vezes para conseguir pontos de atributo suficientes para conseguir todas as habilidades e movimentos.
Além de desbloquear habilidades, o jogador pode comprar itens usando orbes vermelhos. Orbes vermelhos são adquiridos matando demônios ou quebrando itens pelos cenários. Com esses orbes, o jogador pode comprar desde itens de cura e de vida até mesmo comprar upgrades para aumentar a sua barra de vida ou de Devil Trigger. É muito útil, portanto, adquira o máximo de orbes vermelhos que puder.
Além de lutas e massacrar demônios, Dante também possui movimentos de plataforma. Durante as fases, teremos de realizar saltos e pequenos voos, assim como usar elementos do cenário para conseguirmos avançar. Usando seu gancho, Dante consegue se lançar sobre argolas, assim como pode puxar partes do cenário para formar plataformas de apoio. Tudo para dar um ar de plataforma ao game.
Os cenários não são muito vastos, já que a linearidade é gritante, mas ainda há um pouco de espaço para exploração. Bem reduzido, na verdade. Os itens espalhados pelos cenários foram bem limitados, quando comparados aos games anteriores, e estão bem mais visíveis também. Dante deve usar algumas de suas habilidades ou armas especiais para conseguir acesso a algumas das salas secretas das fases, o que exigirá que o jogador volte a fases anteriores apenas para entrar em uma sala secreta que não podia por não ter uma determinada arma anteriormente, por exemplo.
Os itens colecionáveis incluem almas perdidas que precisam ser liberadas e chaves. Essas chaves abrem portais que levam a fases-bônus, que nada mais são do que pequenos desafios de tempo para o jogador, assim como já é típico na série. Completando esses desafios, Dante consegue fragmentos de itens que, quando acumulados, aumentam o total de vida e de barra de Devil Trigger de Dante. Há diversos portais espalhados pelos cenários do jogo, e eles são divididos em quatro categorias: bronze, prata, ouro e marfim, sendo essa a ordem crescente de dificuldade. Alguns desses desafios são bem fáceis, enquanto outros podem demandar um pouco mais de tempo e de trabalho. Cada portal abre com a chave de modelo correspondente, ou seja, não dá para abrir uma porta de ouro com uma chave de bronze e vice-versa. Além de encontrar as chaves, o jogador tem de encontrar os portais nas fases, que ficam em locais separados. E nem sempre as chaves dos portais estão presentes nas mesmas missões em que está o referido portal.
O game é separado por missões. Ao final de cada missão, o jogador recebe uma pontuação de acordo com o seu desempenho. A pontuação é baseada em três quesitos: a pontuação que fez durante os combates, o número de itens coletáveis da missão que coletou e o tempo que levou para concluí-la. Usar itens, morrer ou usar poderes especiais (como o Super Dante) diminuem a sua pontuação geral da missão. Para obter uma boa pontuação em combate, é preciso encadear bons combos, tomar o menor dano possível, e mesclar bem o uso de armas angelicais e demoníacas.
Obter bons rankings nas missões não serve para muita coisa a não ser uma coisa: liberar extras. Há alguns extras legais no game, incluindo vídeos, artes-finais dos personagens e cenários, modelos e making-of do game. Para liberar esses extras, o jogador deve completar as missões nos mais variados níveis de dificuldade e modos de jogo disponíveis, além de, claro, obter bons rankings em cada uma delas.
DmC: Devil May Cry é relativamente curto, a campanha total dura pouco mais, pouco menos de seis horas. Explorando bem os cenários, pode-se levar um pouco mais. Mas não pense que se trata de um game de apenas uma jogatina não. Há diversos modos de jogo presentes no game para depois que fechar o game pela primeira vez. Isso serve para incrementar a longevidade do game e não permitir que o jogador se enjoe do game tão cedo. A princípio, só há três dificuldades: Human, Devil Hunter e Nephilim. Após fechar o game pela primeira vez, em qualquer dificuldade, o jogador habilita a dificuldade Son of Sparda, que possui novos inimigos, mais fortes e mais resistentes. Fechando no Son of Sparda, habilita-se o Dante Must Die, que é ainda mais difícil do que o Son of Sparda. Fechando no modo Dante Must Die, adquirimos o poder Super Dante, que deixa Dante com Devil Trigger infinito. Também se libera, ao fechar no modo Son of Sparda, o modo de jogo Heaven or Hell, que permite a Dante e os oponentes morrerem com apenas um golpe. E então, fechando no modo Heaven or Hell, habilita-se o modo Hell and Hell, no qual Dante morre com apenas um golpe, mas os oponentes possuem vida cheia normalmente. Trata-se do modo de jogo mais complicado do game, e apenas os veteranos da série e apaixonados pela franquia conseguirão conclui-lo, após um bom tempo de prática. Seja como for, há muita coisa para se ver no game, e isso aumenta bastante a longevidade do game de forma geral, exigindo do jogador por volta de umas 40 horas de jogo para conseguir fazer tudo que o game permite.

Minha análise do jogo

Gráficos
É preciso mencionar uma coisa: o mundo dos demônios nunca foi tão bonito quanto nesse game. Limbo é de arregalar os olhos, tamanha a riqueza de detalhes e a seleção perfeita de design que foi atribuído a cada ambiente. Todos os cenários do jogo foram bem trabalhados e são ao mesmo tempo realistas e perturbadores, dando a impressão de Limbo ser mesmo uma versão distorcida e caótica da realidade. O trabalho artístico realizado é impecável e dá uma cara totalmente nova ao game. A melhoria chegou também à animação dos personagens, que agora está melhor, com mais pontos de movimentação e muito mais detalhes quando comparados ao game anterior. E isso se deve à utilização do Unreal Engine 3, quando comparado com a MT Framework 1.3 do game anterior. Claro que a Unreal Engine 3 não é a mais top no mercado atualmente, já está levemente defasada por ter sido desenvolvida em 2004 e a Unreal Engine 4 estar em desenvolvimento já há algum tempo, mas a engine ainda tem poderio para mostrar e a Ninja Theory soube usar seu potencial muito bem. Não é um dos gráficos mais belos da atualidade, com certeza, pois possui algumas falhas substanciais de framerate e até mesmo cenários se construindo durante as batalhas, problema já antigos da franquia mas que não comprometem a ação e a diversão em nenhum momento. Mas é o trabalho de design visual e os excelentes efeitos especiais que chamam a atenção. O empenho da Ninja Theory com os gráficos foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som
A franquia Devil May Cry sempre contou com uma excelente equipe de músicos e compositores que compunham as músicas do game. Masami Ueda foi a responsável pela trilha sonora do primeiro game, e desde então a Capcom contou com a colaboração de Tetsuya Shibata para compor a trilha sonora dos outros games da franquia. O trabalho sempre foi excepcional, de um grande primor técnico. Desta vez, a Ninja Theory optou por não chamar compositores japoneses para comporem para o game. Em seu lugar, ela preferiu chamar a banda norueguesa do gênero aggrotech Combichrist e uma banda de Países Baixos especializada em música eletrônica, mais especificamente neurofunk, dubstep, breakbeat e house. O resultado não ficou de nenhuma forma aquém dos demais jogos da série. As músicas escolhidas dessas duas bandas combinam perfeitamente com a sintonia e o estilo de jogo, e todas as composições parecem se encaixar no game como uma luva. Fora o trabalho com as trilhas sonoras, o trabalho de dublagem dos personagens também ficou bem feito, ainda melhor do que a dublagem que a série possuía até então. A Ninja Theory deu uma repaginada não só visual mas também sonora, com novos elementos sonoros, uso inteligente dos sons e das batidas para manter o ritmo de jogo e auxiliar nos combos. Enfim, não há nada para reclamar, o empenho da Ninja Theory com a parte sonora foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
No quesito jogabilidade, DmC apresenta muitos acertos mas também alguns poucos erros. O novo sistema de jogabilidades, refeito, é o mais amplo, dinâmico e divertido de toda a história da franquia. Agora, os golpes e combos ficam claramente indicados do lado direito, permitindo ao jogador saber porque ele não consegue acumular muitos pontos, ou como ele conseguiu chegar ao ranking SSS. Agora, é possível treinar e praticar muito os combos, e há uma excelente variedade de armas e habilidades à disposição do jogador, tornando as batalhas intuitivas e envolventes. Mas alguns fatores atrapalham um pouco. Primeiramente, não é possível identificar devidamente uma mira para quem Dante está apontando. Às vezes, durante um combate contra vários oponentes ao mesmo tempo (principalmente nos modos mais avançados, como o Dante Must Die), vemos um dos inimigos armando um ataque. Ao tentar dar um contra-ataque ou disparar nele, acabamos acertando outro inimigo nada a ver, e do qual nem mesmo estávamos voltados. A Ninja Theory poderia ter incluído um sistema de mira que pelo menos indicasse para quem estamos mirando antes de dar o golpe ou tiro, já que fica complicado sem nenhum tipo de indicação, até porque é meio confuso acertar quem realmente queremos. Eles poderiam até ter incluído um modo de "lock on" que trava a mira em um determinado alvo, útil para chefes, por exemplo (outros jogos do gênero já possuem algo semelhante). Além disso, a câmera do jogo funciona muito bem na maioria das vezes, mas em algumas batalhas ela se perde no cenário, e não mostra nada do que está acontecendo ao nosso redor, o que faz com que recebamos muitos golpes invisíveis pelas costas e percamos combos preciosos. Eles poderiam ter trabalhado melhor a câmera do jogo, ajudaria bastante. Mas enfim, mesmo com esses problemas, que já existiam em jogos anteriores da série e não são exclusividade dessa franquia de qualquer forma, posso garantir que a jogabilidade está em altíssimo nível. O empenho da Ninja Theory com a jogabilidade de DmC foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Longevidade
DmC é um jogo essencialmente rápido, não resta dúvidas. O modo principal de jogo leva de 8 a 10 horas para ser concluído, sem grandes dificuldades, pois o game é inteiramente linear e com poucas variações de caminho. É claro, há diversos itens escondidos, portais secretos e colecionáveis que permitem ao jogador passar algum tempo a mais explorando o cenário em volta, mas isso não irá aumentar tanto assim a longevidade não. No máximo, incluirá mais umas 2 ou 3 horas no tempo total, pois as fases são bem lineares e os desafios algumas vezes bem simples, o que facilita bastante. Agora, o que vai aumentar e consideravelmente a longevidade do game são os muitos e variados modos de jogo. A Ninja Theory incluiu no game os modos já habituais de jogo que os fãs estão acostumados: Son of Sparda, Dante Must Die, Heaven or Hell e Hell and Hell. A dificuldade crescente de cada confronto torna o game múltiplas vezes mais intenso e até mesmo melhor. DmC é o típico jogo em que, quanto mais difícil for, melhor, pois são mais inimigos, mais pontos, mais combos e mais intensidade de ação. Vale a pena refechar o game em cada um dos novos modos de jogo que vão sendo desabilitados, pois torna a experiência de jogo muito mais completa e viciante. Depois de fechar uma vez no Dante Must Die (o que não será nada fácil), os outros modos de jogo inferiores parecerão fichinha perto desse. É claro que não há nenhum final novo ou qualquer coisa do tipo que nos recompense por fechar múltiplas vezes nos demais modos de jogo, mas as recompensas do game vêm na forma de outros modos de jogo, de habilidades especiais (como o Super Dante, que permite ao Dante usar Devil Trigger infinitamente) e de conteúdo extra, na forma de imagens de conceito e making-ofs. Para desabilitar todo o conteúdo extra, não basta fechar em todos os modos de jogo, mas como também conseguir bons rankings em todas as fases. Será uma tarefa bem árdua, para não dizer demorada. Enfim, talvez o desafio dos modos mais difíceis seja mais indicado apenas para os fãs do game e da série, mas com certeza eles complementam o game de uma forma formidável. Seja como for, o game possui conteúdo de jogo total para aproximadamente 40 horas de jogo. É bastante tempo, para um Hack and Slash, não? O empenho da Ninja Theory com a longevidade do game foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação
A série já precisava mesmo de um ar fresco. Depois de quatro edições com poucas alterações relevantes entre si, a Capcom percebeu uma leve defasagem na série e optou por escolher uma empresa nova para realizar um produto novo que carregasse o nome da franquia. E o resultado não poderia ter sido melhor. A Ninja Theory recriou o universo do game, todos os conceitos e até mesmo o design que parecia intocável. Algumas coisas, mudou drasticamente, outras, apenas deu uma repaginada de leve para não desagradar tanto assim os fãs da série. A questão é que o jogo é novo, é fresco. Libertado dos padrões conceituais que permeavam a série até então, a Ninja Theory fez a série fluir como nunca. A história está melhor trabalhada e mais interessante, a narrativa está bem mais coerente, o design mais bonito, as batalhas mais inteligentes e dinâmicas... Enfim, muita coisa mudou no game. O espírito continua o mesmo, assim como a busca incessante por combos e pontuação. Mas as engrenagens que fazem tudo funcionar estão mais polidas. É literalmente um novo game, um reboot que dá um novo ar para a franquia e agrega muito valor a ela. Entre tantas mudanças, a mais interessante é a repaginação do sistema de batalha, que agora permite uma movimentação muito mais rápida com a inclusão dos Angel Lifts e Demon Pulls, e a possibilidade de trocar de arma intuitivamente para facilitar os vários combos. A Ninja Theory prometeu e fez: entregou um game repaginado e com várias novidades para dar novo fôlego à franquia que passava por um período de defasagem. O empenho da Ninja Theory com a inovação foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Diversão
DmC: Devil May Cry pode ter refinado todos os demais quesitos com relação aos games anteriores da franquia, mas será que isso o tornou mais divertido ou tão quanto os anteriores? A resposta é: sim. O novo sistema de batalha flui muito mais, e o jogador clama por mais e mais demônios para poder estraçalhar da forma mais elegante e cruel possível. Com os novos comandos de aproximação, o Demon Pull e o Angel Lift, emendar combos entre os oponentes se tornou muito mais simples e fácil. Leva-se menos tempo para se acostumar com esse sistema, que é muito mais recompensador e intuitivo do que jamais foi. As fases continuam lineares, é verdade, e com muito menos opções de exploração do que os jogos anteriores, mas dessa forma a ação se torna sempre frenética, os inimigos surgem em ondas com uma sucessão que não "deixa a peteca cair" em nenhum momento. Cada instante em que não há batalhas o jogador está sempre seguindo em frente, fazendo alguma coisa e ouvindo as breves piadas ácidas e sarcásticas de Dante. A trama do game, bem mais detalhada e melhor contada, poderia ter sido melhor explorada, pois é um diferencial do game em relação aos anteriores. Mas, mesmo assim, está boa, e serve para empolgar o jogador a cada nova missão concluída. Trata-se de um jogo rápido e viciante, que faz o jogador querer jogar mais e mais, mesmo após ter fechado nos vários modos de jogo disponíveis. Mesmo com alguns problemas de câmera aqui e ali, a Ninja Theory acertou em cheio, e o empenho dela com a diversão do game foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Soma Final: 26/30 (Excelente)

Em resumo: Choveram críticas sobre DmC desde muito antes de ele ser lançado, mas no final das contas todas as críticas se mostraram inócuas e despropositadas. Trata-se de um excelente game, refinado e concebido especialmente para essa geração. Vale lembrar que não é continuação, é um reboot sobre um novo ponto de vista, portanto, é claro que mudanças conceituais e de design precisariam ser feitas. E elas não comprometem o game em nenhum momento, pelo contrário, o deixaram mais belo e atraente para novos jogadores que agora têm a oportunidade de conhecer melhor a série. Eu o considero um dos melhores jogos da franquia lançados até hoje, superior em diversos aspectos, e o recomendo imensamente não só aos fãs da série como também aos que nunca jogaram nenhum game da franquia. Não se arrependerão em nenhum momento.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para DmC: Devil May Cry é 85/100.

Detonado em vídeo

Parte 1


Parte 2


Parte 3


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

Um comentário:

  1. CONTINUEM!!! Suas análises são as melhores que já vi!!!!!!

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