quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Brasil nos Games: É possível ser referência? - Crônica



Recursos nacionais, emprego dos sonhos, carreira, referência  internacional e essa tão falada sustentabilidade digital ... Se você acha que os games não conseguem significar isto de forma contundente, comece a olhar para o console ou o computador do seu filho ...

Pouquíssimos setores da economia têm um desempenho tão positivo quanto o de desenvolvimento de jogos e softwares. Desde 2001, o mercado vem crescendo e nesse ano (2011) alcançou o melhor resultado de sua história, cerca de US$ 10,3 bilhões de dólares em faturamento, dos quais US$ 7 bilhões apenas em vendas de games, isso sem contar os consoles caseiros.

Os produtores de games fizeram o que parecia impossível: bater a poderosa indústria do cinema de Hollywood, um fato que definitivamente não pode ser menosprezado. Também conta o fato de que nos anos anteriores o setor dos games registrou uma média de crescimento mantendo-se sempre na casa dos dois dígitos, passando a média de 15% ao ano. 

"Entre todas as tecnologias, está é uma das únicas que tem apresentado um crescimento extremamente relevante, principalmente depois dos ataques terrorristas de 11 de setembro de 2001", afirma um dos "CEO" brasileiros da Ignis Games, César Barbado  - Fonte de detalhes: UOL Jogos.

No Brasil esse mercado cresce ano a ano, porém, com o entreveiro chamado pirataria esse setor extremamente promissor acaba caindo por terra muitas das vezes em que alguma grande empresa internacional tenta pousar seus investimentos e sonhos por aqui.



Mercado de games segundo o canal por assinatura Globo News.

A Ubisoft possuía um de seus estúdios em Porto Alegre/RS, a falta de rendimento e rentabilidade, infelizmente deu fim ao sonho de muitos gaúchos. Creio eu que o mercado de games no Brasil poderia ser um dos mais influentes do planeta, rivalizando com países como Inglaterra, França, Itália e até mesmo EUA e Japão, devido à sua capacidade em fazer crescer e gerar empregos, dependendo das mãos que irão gerir tal negócio.

Assim como o mercado automobilístico ou o mercado imobiliário, o mercado de games depende de clientes específicos. Estamos falando de Brasil, um dos países mais respeitados mundo afora devido aos seus grandes jogadores e principalmente aos seus títulos mundiais em grandes campeonatos como os de FIFA, PES, Ragnarök, World of Warcraft, Perfect World, Gunz, Diablo e StarCraft. Sim, isso não é de hoje.

Por que os políticos insistem em proibir um game violento sendo que a conscientização dos pais deve ser o ponto de equilíbrio da questão ? Será que o mercado de games é tão inútil assim na mente deles ? Pessoas retrógradas impedem tal coisa sempre, e creio que isso por aqui ainda vá demorar um pouco para ser visto de forma diferente ...

Mesmo com uma base virtual territorial extremamente reduzida, limitada apenas aos games de PC, com sérios problemas estruturais, o Brasil praticamente triplicou seu faturamento com jogos, alcançando a marca de US$ 33 milhões de dólares em 2001 para praticamente US$ 100 milhões em 2004, segundo estimativas do famoso grupo Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos).

A perspectiva atual é de que o mercado brasileiro alcance em 2016 cerca de 3 bilhões de dólares, algo quase utópico, não acha ?

Isso fez impulsionar a chegada de algumas multinacionais que firmaram suas operações no Brasil. O surgimento de empresas locais e principalmente  o desenvolvimento de pesquisas na área valorizou e popularizou o conhecimento e a abrangência do setor.



Erinia (PC), Taikodom (PC), Cabal Online (PC), TriLinea ReAct (Xbox Live) e Eversion (Emulador): Exemplos de games brasileiros que deram certo.

Com uma política de investimentos no setor digital, uma cultura de carreira e ascensão para grandes talentos e claro, com uma globalização internacional em vários segmentos do setor de games, creio que o Brasil poderia finalmente vir a se tornar a potência tão bem vista e nunca bem falada nos dias de hoje onde todos nós estamos acostumados a ver e principalmente sentir, mas infelizmente nunca chegamos a acreditar de fato nisso.

A abrangência do setor brasileiro faz com que novas mentes criativas se formem, atualizando o universo digital por aqui. O lucro de lan houses e game-houses também não pode ser ignorado: Cerca de mais de 300 milhões/ano. Sinal de que brasileiro sim, gosta é de jogar videogame.

Faculdade de games ? Cursos no setor ? Desenvolvedoras nacionais ? Influência internacional ? Isso já temos, a questão é a ajuda matricial vir de dentro e não apenas de fora. A cabeça de muitos ainda anda vazia, cheia de hipocrisia e corrupção, esbanjando falso moralismo e muito "tradicionalismo" barato.

Acordem e tomem vergonha na cara: O Brasil já era pra ser faz tempo o que ainda não é: competente e  benemérito. Take care ! ^^

2 comentários:

  1. Pois é, lembro-me que o Pablo Miyazawa disse algo bem semelhante na entrevista que ele deu ao nosso blog. Ele comentou que o Brasil está pronto para crescer, temos nossos cursos, nossos "gênios" de programação em games, temos um bom comércio de produtos voltados para essa área, mas falta mesmo força de vontade.

    É só o brasileiro se tocar que esse mercado é, sim, viável de se trabalhar e ganhar dinheiro aqui mesmo dentro do país, e tudo isso irá mudar.

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  2. Nunca li nada com tanto prazer. @@"

    Boa reflexão, Milton.

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