sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dragon Quest - Retrospectiva

Vamos retornar às nossas tão amadas retrospectivas. Agora, vamos falar de verdadeiros clássicos. Vamos falar sobre um dos principais precursores do RPG. Antes mesmo de surgir Final Fantasy e companhia, já havia uma franquia muito famosa que era um verdadeiro fenômeno. É claro que estamos falando de Dragon Quest.


Confira:

Sobre a Franquia

A série Dragon Quest se tornou famosa por ter apresentado muitos elementos novos para o Role-Playing Game, e praticamente apresentado o gênero aos EUA. Ela influenciou várias outras empresas e jogos que viriam depois dela. A série foi criada em 1986, começou com a Enix, pertence hoje à Square Enix, e seu criador é Yuji Horii.
Geralmente, nos games de Dragon Quest, controlamos um herói que tem de salvar o mundo das forças do mal. A ambientação é geralmente fantasiosa, com castelos, reis e princesas. Os combates são por turnos e os menus são por textos, geralmente. Também há foco na exploração.

Sobre o gênero

A série Dragon Quest não necessariamente inaugurou o gênero role-playing game, mas definitivamente o estendeu a um público muito maior do que o gênero havia conseguido atrair até então. Horii se baseou bastante nos jogos Ultima, de 1980, e Wizardry, de 1981, que são Role-Playing Games. Mas ele também inaugurou diversos elementos no gênero. Em jogos RPG, o jogador encarna um grupo de personagens, geralmente heroicos, que têm de enfrentar diversas adversidades para alcançar seu objetivo, o que pode ser salvar o mundo, salvar alguém ou qualquer coisa assim. As histórias são quase sempre fantasiosas, envolvendo batalhas épicas contra grandes monstros, alguns deles inspirados de diferentes mitologias. Os comandos são muitas vezes dados através de textos, e o jogador tem de elaborar estratégias usando diferentes poderes e habilidades dos personagens de seu grupo.

Demais elementos da franquia Dragon Quest

Dragon Quest é bem popular hoje em dia, e há uma grande mídia por traz do game. Seu aspecto mangá, mantido até hoje com a participação do desenhista Akira Toriyama na produção do jogo, ajudou a popularizar uma série de revistas mangá lançados com o nome da série. Geralmente os mangás contam histórias paralelas ao jogo, mas com ligação com os personagens do jogo. Mais tarde, animes foram criados para contar a história do jogo, e romances também. Além disso, as músicas orquestradas do jogo fazem muito sucesso. Tanto que CDs apenas com o áudio, contendo músicas compostas por Koichi Sugiyama, são vendidos. A série ainda possui uma grande franquia de brinquedos, indo desde bonequinhos pequenos até bonecos de ação maiores.

Esta é a capa de um dos mangás da franquia:


Esta é uma imagem do anime:


Também foram escritos diversos livros sobre o game, como esse aqui:


Este é um dos CDs de áudio da franquia:


Estes são os bonequinhos:



E estes são os bonecos de ação:



Sobre a Retrospectiva

Nós apresentaremos todos os jogos da série Dragon Quest aqui nesta retrospectiva, na ordem cronológica em que foram lançados. Obs: Não tratarei de jogos de celular aqui. Sente-se e aproveite.

DRAGON QUEST


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Chunsoft
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Yuji Horii
Plataforma: MSX e Nintendo Entertainment System
Data de lançamento: 27 de maio de 1986
Faixa etária: Everyone

Na década de 80, os role-playing games estavam começando a despontar.  Até que, em 1985, Yuji Horii veio com uma ideia completamente nova. Ele queria misturar elementos encontrados em diversos games, e misturá-los entre si. Misturando a exploração de mundo de games como Ultima com os encontros randômicos com inimigos de Wizardry, e com o jeito misterioso de contar histórias de Portopia Serial Murder Cases, do próprio Horii, algo muito bom estava por vir. O que Horii mal podia imaginar é que Dragon Quest, como seria lançado o jogo em 1986 para MSX, iria criar um panorama que serviria de pano de fundo para o lançamento do que a maioria dos games entende por role-playing game.
Yuji Horii dirigiu o jogo, e chamou o artista Akira Toriyama para desenvolver os gráficos ao estilo anime, e o compositor Koichi Sugiyama para compor as músicas. Nem é preciso dizer que o jogo usou todo o poderio do MSX, e se tornou uma referência, sendo o primeiro RPG a trazer músicas sofisticadas. O jogo foi lançado primeiro no MSX, e depois no NES. Meses depois de ser lançado no NES, recebeu uma versão traduzida e com melhorias gráficas para o inglês. Como havia na época um jogo de RPG de papel chamado Dragon Quest nos EUA, o nome não podia ser patenteado pela Enix. O jeito foi rebatizar o jogo, que passou a se chamar Dragon Warrior. Por esse motivo, o jogo é chamado de Dragon Quest no Japão e Dragon Warrior nos EUA.
A história envolve um herói, nomeado pelo jogador, que tem a missão de resgatar a filha do rei e derrotar o Dragonlord, grande figura maligna que planeja acabar com Alefgard. Uma história simples e intrinsecamente medieval. O jogador tem a liberdade de andar livremente pelo mundo, enfrentando monstros que aparecem randomicamente, um a um. Os combates são simples, e baseado na escolha de ações por turnos. Esse sistema simples seria uma marca registrada em role-playing games por mutos anos. Derrotando inimigos, o personagem ganha experiência, com o qual ele pode aumentar suas habilidades, e moedas de ouro, com o qual ele pode comprar melhor equipamento nas lojas das cidades. A história do jogo é contada unicamente pelos diálogos que ocorrem com personagens não jogáveis em cidades. São esses personagens que informam ao jogador seu próximo objetivo: resgatar alguém, derrotar algum vilão, salvar algum vilarejo, e por aí vai. então, cabe ao jogador ir e cumprir o objetivo. A ideia do jogo era uma só: que o jogo fosse simples o bastante para ser jogado por qualquer um. O público conhecia os RPGs apenas do ponto de vista de Dungeons & Dragons, que possuía combates ferrenhos que levavam muitas e muitas horas, e atraíam apenas um seleto grupo. Yuji Horii levou o RPG a um patamar mais simplificado, com ênfase na história, que atraiu muitas pessoas ao gênero. O jogo traz ainda dois finais, dependendo das escolhas do jogador nos diálogos. O jogo é relativamente curto, contendo apenas cinco cidades, cinco dungeons, apenas 10 magias e uma quantidade ínfima de itens. Porém, a sua importância está na concepção primorosa. Afinal, tudo o que se pode esperar de um RPG nos dias de hoje já havia em Dragon Quest.
Dragon Quest foi um sucesso estrondoso logo de cara. O game se tornou muitíssimo popular entre os japoneses, se tornando praticamente uma febre cultural do país. O jogo finalmente deslanchou entre os Role-Playing Games, iniciando uma frota de RPGs que seria inspirada basicamente em Dragon Quest. O jogo possui uma taxa de aceitação muito bom, com 84% de aprovação no GameRankings. E não foi só a crítica que curtiu as inovações do game, como também o público, afina, foram 1,5 milhão de cópias vendidas para o NES, uma soma invejável para um começo de franquia. Mais tarde, com um remake para o Super NES, o jogo vendeu mais 1,2 milhão de cópias. Ao ser lançado nos Estados Unidos, para NES em agosto de 1989, o jogo não fez nem metade do sucesso. Os americanos na época estavam bem mais ligados em games de tiro e de ação do que em jogos que tinham muitos diálogos e muita coisa para pensar. Eles preferem reflexos a estratégia, então demoraram a entrar no mundo dos RPGs, coisa que os japonese fizeram logo de cara. O jogo está presente na lista dos melhores games lançados no ano de 1986 e em algumas listas dos melhores games da história.

A Enix não perdeu tempo em estender a sua franquia a outras mídias. Chiaki Kawamata escreveu um mangá com a história do jogo, e publicou na Monthly Shonen Gangan. Mais tarde, a iniciativa deu origem a a uma série de mangás que teria 21 volumes. As músicas compostas pelo músico então iniciante Koichi Sugiyama foram remasterizadas diversas vezes, e já estão disponíveis em diversos CDs especiais.

DRAGON QUEST II


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Chunsoft
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Yuji Horii
Plataforma: Nintendo Entertainment System
Data de lançamento: 26 de janeiro de 1987
Faixa etária: Everyone

O sucesso de Dragon Quest clamava por uma continuação, e a mesma equipe de produção do primeiro game, composta pelo produtor Yuji Horii, pelo designer Akira Toriyama e pelo compositor Koichi Sugiyama. Contrapondo-se aos vários clones que estavam a despontar aqui e ali, a equipe focou mais uma vez na inovação, mantendo aquilo que fez sucesso no primeiro game e expandindo-o em todos os sentidos possíveis. Dragon Quest 2 foi lançado ao mesmo tempo para MSX e NES, menos de um ano após o primeiro.
Agora, a história do jogo circula ao redor do príncipe de Midenhall, com a missão de derrotar um feiticeiro maligno, logo após ele ter destruído o Castelo de Moonbroke. Mas, diferentemente do game anterior, ele não vai sozinho em sua aventura: ele é acompanhado por dois primos: o príncipe de Cannock e a princesa de Moonbroke. Esta adição de um grupo de mais de um personagem foi muito bem-vindo para a história. Andando em grupos, o combate também sofreu alterações. Enquanto, no primeiro game, apenas podíamos enfrentar um inimigo por vez, agora o jogador pode encontrar grupos com vários inimigos de uma vez, tendo de desenvolver mais e melhores estratégias de combate, usando as habilidades únicas de cada personagem. Assim como no primeiro game, ganha-se experiência e ouro, de forma que se pode conseguir mais poderes e comprar equipamentos melhores. Além disso, a exploração nunca foi tão enfatizada quanto nesse game. O mundo aberto é gigantesco, e repleto de locais secretos com muitos itens, incentivando o jogador a pegar seu navio (mais uma inovação na série) e navegar por todos os lados, tentando encontrar cavernas secretas ou itens secretos. Com muito mais cidades a explorar, inimigos, magias e equipamentos, enfim, com mais duração de jogo, Dragon Quest 2 corrigiu algumas falhas deixadas pelo jogo anterior, tornando esse game ainda melhor e mais popular do que o predecessor, e comparativamente melhor do que outros RPGs despontando no mercado, como Final Fantasy, que foi lançado ao final deste mesmo ano.
O jogo continuou sendo um sucesso comercial no Japão, na verdade, ainda maior do que o primeiro. O jogo já vendeu a bagatela de 2,4 milhões de cópias. Ao ser relançado para Super NES, o game vendeu mais 1,94 milhão de cópias. O jogo recebeu excelentes notas da crítica, ainda superiores às do primeiro game. Dragon Quest 2 é ainda mais lembrado em listas de melhores games de todos tempos, e é considerado um dos maiores clássicos do NES e um dos melhores RPGs já feitos.

DRAGON QUEST III


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Chunsoft
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Yuji Horii
Plataforma: Nintendo Entertainment System
Data de lançamento: 10 de fevereiro de 1988
Faixa etária: Everyone

O sucesso de Dragon Quest 2 não deixava dúvidas: teria de haver uma continuação. A mesma equipe de produção dos dois jogos anteriores se reuniram e criaram mais um game, a ser lançado menos de um ano depois do jogo anterior.
Dragon Quest 3 veio para fechar uma trilogia marcada desde o primeiro game. Na verdade, os três primeiros games formam uma trilogia que é fora de ordem: esse game, Dragon Quest 3, na verdade marca o princípio da trilogia, e mostra como tudo começou. A seguir, vem Dragon Quest, e, por fim, Dragon Quest 2, fechando a trilogia. A história do jogo se passa vários anos antes de Dragon Quest, e conta a história do demônio Baramos que quer destruir o mundo. Controlamos um herói, homem ou mulher (o jogador escolhe), filho do grande guerreiro Ortega. Ao realizar dezesseis anos, o personagem é convidado a seguir o rastro de seu pai e derrotar Baramos. Apesar de ser bem medieval a história, a ambientação é semelhante à atual, com nomes de cidades que fazem referência a cidades reais, como Romaly, Portoga, Jipang e etc.
Dragon Quest 3 trouxe tudo o que fez sucesso em outros games, como um grande mundo aberto, uma história não-linear, vários personagens em um grupo, batalha por turnos em primeira pessoa, e tudo o mais. Também adicionou novos elementos, tão importantes quanto os apresentados nos games anteriores. DQ 3 foi o primeiro da franquia a trazer um mundo persistente, ou seja, com passagem de dia e noite independente dentro do próprio game. Cada hora do jogo apresenta mudanças no cenário e na ambientação. Sendo assim, há inimigos e itens que só podem ser encontrados em um determinado momento do dia. Isso foi copiado e muito por outros games que viriam depois. Outra novidade foi o sistema de classes. Ou seja, o jogador pode escolher a classe de seus personagens, criando estratégias únicas e próprias. Conforme avança de níveis, o personagem poderá passar para outras classes, mais avançadas, adquirindo poderes especiais e exclusivos daquela classe. DQ 3 foi o primeiro RPG a apresentar o sistema de classes, aderido de RPGs de papel. Nem é preciso dizer que todos os demais games se inspiraram em Dragon Quest 3 nesse quesito. As classes disponíveis são: Hero, Soldier, Fighter, Pilgrim, Wizard, Merchant, Good-Off, Sage e Thief. Nesse game, o jogador pode ir a uma taverna e contratar novos membros da equipe. Ele pode organizar seu grupo como quiser, despedindo pessoas e chamando novas pessoas a qualquer momento.
Dragon Quest 3 fez ainda mais sucesso que os jogos anteriores. O jogo vendeu 3,87 milhões de cópias apenas no Japão. O remake vendeu mais 1,4 milhão de cópias. A febre pela franquia era tanta que o governo japonês exigiu que a Enix apenas lançasse games da franquia Dragon Quest aos finais de semana, para impedir que os alunos bolassem aula para comprar o jogo. Porém, assim como em versões anteriores do game, a versão americana, Dragon Warrior, não vendeu quase nada, apesar de ter recebido boas notas. A média de notas é de aprovação de 87% pelo GameRankings. Muitas pesquisas apontam Dragon Quest 3 como o melhor game do NES e como o terceiro melhor RPG de todos os tempos, atrás de Final Fantasy X e Final Fantasy VII.

DRAGON QUEST IV: CHAPTERS OF THE CHOSEN


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Chunsoft
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Yuji Horii
Plataforma: Nintendo Entertainment System
Data de lançamento: 11 de fevereiro de 1990
Faixa etária: Everyone

Em time que está ganhando não se mexe. Sendo assim, o mesmo trio maravilha da franquia Dragon Quest de até então criou o quarto game da franquia, lançado em 1990 para o NES.
Dragon Quest IV é dividido em cinco capítulos, sendo que cada um deles possui sua história e seu protagonista. Assim, a história se torna mais complexa. Na versão remake para Playstation e para Nintendo DS foi incluído um sexto capítulo. Além das novidades do game anterior, foram incluídas diversas novidades, como por exemplo o vagão (que permite ao jogador trocar os personagens do grupo a qualquer momento), e mini-games que valem moedas que podem ser trocados por itens. Há uma inovação no método de batalhas: o comando Tactics, que estabelece táticas de combate que podem ser empregados pelos outros personagens do grupo. Assim, o jogador controla totalmente o herói principal, enquanto dá ordens genéricas aos demais integrantes do grupo. Outro fator novo foi o de exploração de cenários. A partir desse game, o jogador podia entrar na casa das pessoas e abrir gavetas e sacos em busca de itens escondidos. Essa característica, que viraria uma marca registrada da série, trouxe muita longevidade ao game, que é ainda maior e mais dinâmico do que os games anteriores.
O jogo manteve o sucesso dos anteriores. O jogo vendeu muito bem, apesar de se manter inferior ao jogo anterior. No remake para o Playstation, vendeu mais 1,21 milhão de cópias, e, no remake para DS, pasmem, mais 3,12 milhões de cópias. De fato, os japoneses AMAM Dragon Quest, não resta dúvida. Além disso, Dragon Quest IV recebeu muitos prêmios. Foram várias as premiações de melhor RPG do ano de 1990, além de muitas recomendações e críticas favoráveis. A média no Metacritic é de 80/100. 

DRAGON QUEST V: HAND OF THE HEAVELNY BRIDE


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Chunsoft
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Yuji Horii
Plataforma: Super Nintendo Entertainment System
Data de lançamento: 27 de setembro de 1992
Faixa etária: Everyone

Mais uma vez, a equipe principal desenvolvedora do game se reuniu para a produção de Dragon Quest V. Ele foi lançado em 1992, para Super NES.
O jogo conta toda a história de vida de um herói (nomeado pelo jogador). Após a morte do pai, o garoto de seis anos é escravizado e forçado a trabalhar como escravo. Após fugir, dez anos depois, ele entra em uma aventura em busca de sua mãe, Mada. O jogo acompanha a trajetória do herói no decorrer do tempo, e vai até os 30 anos de idade, quando ele se casa e constitui família.
Uma das inovações deste game é a possibilidade de um inimigo aleatório se oferecer para lutar com você, e entrar em seu grupo. Eles lutam e evoluem como personagens comuns. Isso permite que o jogador tenha coleções de monstros em seu grupo, um total de 40 tipos diferentes. Futuramente, mais precisamente em 1998, esse fator, que se tornou muito popular, virou uma franquia especial de games, paralela a Dragon Quest, chamada de Dragon Quest Monsters. Ela também influenciou a vinda de outros games com a ideia de capturar monstros, como Pokémon, Digimon e semelhantes. Outra inovação é que, no decorrer do jogo, é possível engravidar uma personagem. Sendo assim, Dragon Quest V é o primeiro game da história a ter a possibilidade de se engravidar. Mais novidades: agora, os comandos de Tactics podem ser atribuídos individualmente, e não mais sendo uma ordem genérica ao grupo todo,  que permite uma variação muito maior de estratégias.
O jogo recebeu muitos elogios da crítica, e possui uma média de 84/100 no Metacritic.O jogo vendeu 2,79 milhões de cópias para Super NES, e isso porque o game jamais saiu do Japão. Isso mesmo, a versão Super NES não foi lançado fora do Japão. Porém, diversos fãs do game fizeram traduções não-oficiais do game para a América do Norte, permitindo que uma gama maior de jogadores conhecesse  jogador, mesmo que de forma ilícita. Um remake do jogo feito em 2004 para Playstation 2 foi considerado o mais bem-vendido remake da história da franquia, com 1,5 milhão de cópias. O remake do Nintendo DS, feito em 2007, vendeu 1,35 milhão. O jogo é considerado até hoje como um dos melhores jogos da frranquia, um dos melhores RPGs de 1992, e um dos melhores RPGs disponíveis para o DS.

DRAGON QUEST VI: REALS OF REVELATION


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Heartbeat
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Yuji Horii
Plataforma: Super Nintendo Entertainment System
Data de lançamento: 9 de dezembro de 1995
Faixa etária: Teen

A Chunsoft deu lugar a uma nova desenvolvedora, dentro da Enix, responsável unicamente neste novo Dragon Quest, chamada Heartbeat. A mesma equipe de sempre queria inovar, trazendo mais um Dragon Quest para os lares dos apaixonados pela franquia. Yuji Horii, Akira Toriyama e Koichi Sugiyama estão estão de volta, como sempre estiveram. O jogo ficou pronto em 1994, mas Yuji Horii quis incrementar bastante o jogo, enchendo-o de algumas ideias novas, então o lançamento atrasou mais um ano, até que todas as novidades fossem incluídas. De fato, o game foi lançado em 1995 para Super NES.
O jogo conta a história de um herói, que, juntamente com seus parceiros Milly e Carver, chegam ao castelo do rei demônio Murdaw. Após uma batalha mal-sucedida, eles perdem, e o herói desperta tempos depois bem distante dali. Ele sofre de amnésia, e se esqueceu completamente de tudo o que aconteceu até antes da batalha com Murdaw. Sendo assim, o jogador deve controlar a trajetória do herói, conforme ele prossegue em sua aventura recrutando aliados em mais uma aventura contra Murdaw, e tenta reencontrar seus amigos e se lembrar dos acontecimentos, que são cruciais para a história.

O jogo manteve as expectativas altas no mercado. Apesar de ter sido lançado apenas no Japão, e com o preço bem salgado para um game, de 11,970 ienes (algo como 100 dólares), o jogo vendeu muitíssimo bem. Foram 3,12 milhões de cópias. O jogo tinha a intenção de chegar ao mercado americano em 1996, com o nome de Dragon Warrior V, mas isso jamais aconteceu. Isso porque a Enix estava enfrentando problemas em trazer games da série para os EUA (após os fracassos humilhantes de vendas dos jogos anteriores, que eram bons de crítica, mas péssimos de publicidade no mercado americano), e procurou outras empresas que arcassem com o risco, mas nenhuma aceitou. Assim, o game só chegou aos EUA na mão de das que fizeram versões traduzidas não oficialmente ao inglês, e através de remakes. Ao ser relançado para o DS, em 2010, o jogo vendeu mais de um milhão de cópias só na primeira semana. Ao todo, foram 1,2 milhão de cópias. As críticas do jogo foram positivas, mas inferiores às apresentadas pelos jogos anteriores. O jogo mantém uma média de 76/100 no Metacritic.

DRAGON QUEST VII


Informações técnicas

Publicado por: Enix
Desenvolvido por: Heartbeat
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Manabu Yamana
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 26 de agosto de 2000
Faixa etária: Teen

Em 1996, Dragon Quest VII foi anunciado para Nintendo 64. Já em 1997, foi cancelado e anunciado, por sua vez, ao Playstation. Tal iniciativa (o primeiro game Dragon Quest lançado fora das plataformas Nintendo e MSX) gerou muita, mas muita especulação. Todos anunciavam este como sendo o melhor Dragon Quest de todos, e isso realmente movimentou a indústria japonesa. Outros RPGs, como Final Fantasy, tiveram suas datas de lançamento influenciadas pela proximidade do lançamento deste novo fenômeno de vendas. O jogo sofreu muitos atrasos, porque a equipe, composta por apenas 35 pessoas, queriam fazer um jogo grande, complexo, repleto de quebra-cabeças e de extras. Por falar em equipe, a equipe de produção da Enix sofreu breves mudanças. Yuji Horii saiu da direção para dar lugar a Manabu Yamata. Porém, ele continuou presente no time de produção, como designer. Shintaro Majima foi o diretor de arte, Akira Toriyama continuou fazendo a arte gráfica dos personagens e o Koichi Sugiyama continuou compondo as músicas do jogo. E aí, em 2000, a franquia Dragon Quest chega ao Playstation, disposto a atrair ainda mais fãs, principalmente fora dos Estados Unidos.
Este DQ conta a história de alguns jovens habitantes de uma cidade portuária que encontram, em algumas ruínas, a passagem para tempos antigos. Perdidos no passado, eles não têm escolha a não ser enfrentar as criaturas malignas, de forma a salvar o passado para consertar o presente.
Dragon Quest VII se apoia nos mesmos elementos que o tornaram um sucesso. Apesar de suas animações serem belamente renderizadas em 3D, a visão do jogo é em 2D. Os combates, a exploração e tudo o mais segue o mesmo princípio dos jogos anteriores, com um mundo aberto, ação não-linear, exploração total de cenário através de meios de transporte como barcos e aviões, e combates por turnos em primeira pessoa. A diferença são as novas classes, que permitem novas estratégias. Ao todo, as classes existentes no jogo são: Hero, Warrior, Fighter, Cleric, Mage, Bard, Dancer, Jester, Thief, Teen Idol, Pirate, Ranger, Dragoon, Paladin, Summoner e God Hand, entre mais algumas outras. Conforme dominar classes e habilidades, classes mais poderosas se tornarão disponíveis. Há muitos mini-games viciantes no jogo, como pôquer, caça-niqueis e painéis da sorte, que deixarão o jogador horas a fio tentando ganhar Tokens, que ele pode trocar por itens. O jogador pode capturar monstros, mas, diferentemente de Dragon Quest V, os monstros ficam apenas em exposição em um local específico, então não podemos levá-los conosco em combate. Por fim, uma característica do game que chamou muito a atenção dos jogadores no mundo todo foi a sua extensão. Sem realizar as side-quests, e fazendo apenas aquilo que o jogo pode, é preciso mais de 100 horas de jogo para se chegar ao final. Fazendo as side-quests, então, a duração do jogo aumenta ainda mais.
E a expectativa criada em torno do game não foi desmentida. Nada menos do que 4,06 milhões de cópias do jogo foram vendidas apenas no Japão, configurando esta como uma das maiores vendagens da história dos games no país. Finalmente lançado fora do Japão (isso não acontecia desde Dragon Quest IV), o jogo ainda assim não teve tanta repercussão fora do Japão. Um time de 20 tradutores e de 5 editores levaram mais de um ano para traduzir todo o texto do jogo para o inglês, e assim Dragon Warrior VII foi lançado em 2001. O jogo vendeu apenas um pouco mais de 200.000 cópias nos Estados Unidos, mas ainda assim foi uma quantia surpreendente para a Enix, que aplaudiu o efeito nos EUA. Ao todo, no mundo, foram 4,33 milhões de cópias vendidas. Quanto à crítica, a duração do jogo agradou bastante, mas os constantes atrasos que o jogo teve acabaram por deixá-lo muito defasado. Os gráficos estão bem pobres para uma época em que o Playstation 2 estava aparecendo na mídia, com gráficos primorosos. Por isso, o jogo teve uma média de aceitação abaixo do esperado: 78/100 no Metacritic. Não foi a pior média, mas esperava-se mais.

Os rumos de Dragon Quest, a partir de então, passariam a mudar drasticamente. Em abril de 2003, as empresas Square Corporation e Enix Corporation se fundiriam para criar uma nova empresa, a Square Enix. A partir de agora, os RPGs Final Fantasy, Chrono, Dragon Quest e tudo o mais seriam produzidos pela mesma empresa, o que foi um marco. Tal reformulação traria muita qualidade (e dinheiro) para a série. Também em 2003, finalmente a Square Enix comprou o direito de nome Dragon Quest nos EUA. O nome pertencia a uma empresa de RPGs de papel, mas tal empresa faliu, e finalmente conseguiram obter a licença. Isso quer dizer que o jogo não precisava mais ser modificado para Dragon Warrior para ser lançado nos EUA, daquele ano em diante, podendo permanecer Dragon Quest em todas as regiões do planeta.

DRAGON QUEST VIII: JOURNEY OF THE CURSED KING


Informações técnicas

Publicado por: Square Enix
Desenvolvido por: Level-5
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Akihiro Hino
Plataforma: Playstation 2
Data de lançamento: 27 de novembro de 2004
Faixa etária: Teen

Um novo Dragon Quest passaria a ser produzido pela equipe de produção Level-5, dentro da recém-inaugurada Square-Enix. O diretor do jogo foi Akihiro Hino, o diretor da Level-5. Mas os fãs não tinham com o quê se preocupar, porque os grandes nomes dos games continuavam ali presentes: Yuji Horii, criador do jogo, ainda era o designer, Akira Toriyama ainda era o artista por trás do design dos personagens e Koichi Sugiyama ainda era o compositor. Assim, Dragon Quest VIII foi lançado para Playstation 2 em 2004, no Japão, e em 2005 nos EUA.
A história gira em torno de um herói, sem nome e sem fala. Um belo dia, o bobo da corte do reino de Trodain, Dhoulmagus, rouba um cetro mágico e solta um feitiço no castelo de Trodain, transformando o rei em um monstro e a princesa em um cavalo. Apenas o guarda pessoal do rei, o nosso herói, permaneceu inalterado na forma humana. Então, juntos, eles devem viajar pelo mundo, em busca do paradeiro de Dhoulmagus. Pelo caminho, eles encontrarão muitos desafios e farão muitos amigos, em uma aventura sem precedentes pela maravilhosa época medieval.
Dragon Quest VIII chamou a atenção por mudar bastante sua apresentação. Com todo o poderio do Playstation 2 nas mãos, a equipe revolucionou a série. Este foi o primeiro Dragon Quest em 3D, diferente de todos os outros que eram 2D, e ele também trouxe à cena gráficos Cel-Shading que eram muitíssimo bem trabalhados, e traziam muitas semelhanças com os mangás produzidos em nome da franquia. Coisa de Akira Toriyama, é claro. Sem mencionar que, pela primeira vez, os personagens receberam atuações de voz. E tudo foi muito bem feito, com excelentes gráficos e vozes. Essa qualidade apenas tornou a série ainda mais popular. Ah, e outra alteração foi no combate. Agora, os personagens se enfrentam com uma perspectiva 3D, sem aquela perspectiva em primeira pessoa empregada até o jogo anterior. Novas características de combate foram incluídas, como a possibilidade de se customizar as habilidades de cada personagem da forma como bem quiser. Além de experiência e ouro, agora os personagens também ganham pontos de habilidade, que ele pode usar para customizar seus personagens da forma como bem entender, melhorando seus pontos fracos ou fortalecendo seus pontos fortes. Além disso, o jogador pode literalmente fabricar itens e armas usando um pote de alquimia e itens que ele encontra pelo cenário. Então, nunca a exploração esteve tão em alta quanto nesse jogo. O jogador se sente incentivado a realmente procurar por itens secretos em cada canto do mapa. Não apenas por itens visíveis em baús, como também por itens que ele pode usar em alquimia para fabricar mais itens. Há armas raras que só podem ser fabricadas com o uso de itens especiais e especialmente raros, muitíssimo difíceis de serem encontrados.
O lançamento do jogo foi feito com uma grande celebração, na loja Shibuya Tsutaya. O evento contou com a presença de Yuji Horii, diretor de criação do jogo e pai da série, e também de Yochi Wada, presidente da Square Enix. Ambos autografaram e cumprimentaram os compradores que compareceram ao evento. E eles ainda por cima recebiam um Slime, marca registrada da série, de pelúcia! O lançamento nos EUA também foi bem aguardado. Antes de lançarem, eles espalharam demos do jogo pelos shopping-centers americanos, criando muita expectativa. O jogo causou ainda mais furor quando se notificou que seria lançado com uma demo jogável de Final Fantasy XII. Nem preciso dizer que foi o Dragon Quest mais vendido de todos os tempos né? Vamos falar de números, agora. Só na primeira semana de lançamento no Japão, o jogo ultrapassou os 3 milhões de cópias vendidas. Esse é o recorde de jogo mais bem-vendido em tempo mínimo no Japão até hoje, e é o mais vendido para Playstation 2 por lá. A versão americana não fez feio, e, com tanta propaganda em cima do game, não fez feio. Foram quase 500.000 cópias vendidas só no lançamento. Hoje em dia, o jogo acumula mais de 6,8 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro, sendo o Dragon Quest mais vendido de todos os tempos, e deixando todos os outros no chinelo, em comparação. A crítica do jogo também foi excelente. O jogo mantém uma média de 89/100 no Metacritic, o que é uma média excelente, e, de fato, a maior de toda a franquia. Agora, referindo-se aos prêmios que ele obteve, foram muitos. Além de ser lembrado como o melhor RPG de 2005 por praticamente todas as empresas, o jogo ainda figura em boa parte da lista dos melhores RPGs da história, e na lista dos melhores jogos do Playstation 2 ele é uma figurinha carimbada. Finalmente, a série Dragon Quest alcançava os patamares que merecia também fora do Japão.

DRAGON QUEST IX: SENTINELS OF THE STARRY SKIES


Informações técnicas

Publicado por: Square Enix
Desenvolvido por: Level-5
Gênero: Role-Playing Game
Diretor: Akihiro Hino
Plataforma: Nintendo DS
Data de lançamento: 11 de julho de 2009
Faixa etária: Teen

Este foi o último Dragon Quest produzido, mais uma vez dirigido por Akuhirno Hino, da Level-5, mas ainda com o mesmo time principal de desenvolvimento desde, pasmem, o primeiro game. Trata-se de uma das poucas séries a possuírem tantos games feitos pelas mesmas pessoas. Ainda mais em RPG, gênero no qual é tão comum haver trocas constantes de pessoal. Mesmo com algumas decepções e insconstâncias, a equipe permaneceu firme e forte. Dragon Quest IX chegou ao Nintendo DS exclusivamente, e em 2009.
Dragon Quest IX veio para superar qualquer barreira, e trouxe muitas novidades. Para começar, ele é um exclusivo de um portátil, retornando para as plataformas da Nintendo. O jogo foi o primeiro a ter a possibilidade de encontros multiplayer online para combate entre jogadores e também para ação cooperativa em algumas missões. Esta novidade, acima de qualquer outra, foi a mais notável. O jogo fez tanto sucesso que bateu muitos recordes de jogo online. Para se ter uma ideia, o jogo entrou no livro dos recordes quando foi constatado a presença de, pasmem, 100 milhões de jogadores se comunicando anonimamente no jogo. Isso mesmo.
O jogo trouxe diferenças no seu formato, também. Os encontros randômicos foram parcialmente excluídos, e só existem quando se está navegando. Em terra firme, o jogador é capaz de ver os inimigos, decidindo se quer enfrentá-los ou não. Além disso, o personagem principal é completamente customizável. Podemos escolher tipo de cabelo, tom de pele, entre outras coisas, além de podermos customizá-lo no decorrer do jogo, também, com habilidades e tal. O sistema de classes foi incrementado para um sistema de vocações, no qual o jogador escolhe uma vocação para um personagem (quando possível) e ele vai ganhando poderes e habilidades de acordo com aquela vocação. Conforme o progresso no game, novas vocações se tornam disponíveis. O jogo também traz um sistema de combos ao combate, no qual ataques repetidos formam bônus e possuem dano incrementado. O jogo também trouxe muitas side-quests para serem realizadas tanto no decorrer quanto após o game, aumentando e muito a sua duração. Estas side-quests frequentemente trazem monstros e itens não presentes na história normal do game.
O jogo se deu muito bem. Quando a proximidade de lançamento do game foi grande, o número de Nintendo DSs vendidos aumentou em mais de 152%. 2 milhões de cópias do jogo foram pré-compradas no Japão. Ao todo, mais de 4,29 milhões de cópias foram vendidas, sendo um dos títulos mais vendidos do DS de todos os tempos. Em 2010, o jogo chegou aos EUA. Houve um evento de lançamento na Nintendo World Store, com a presença de Yuji Horii. Eventos no mundo todo foram patrocinados pela Nintendo, aumentando a publicidade do game, alguns inclusive figurando personalidades, como o ator e comediante Seth Green. O jogo começou bem vendido, sendo por duas semanas o game mais vendido para DS nos EUA, mas ele emplacou apenas com 1,02 milhão de cópias, nos Estados Unidos e na Europa. Ao todo, mais de 5,3 milhões de cópias, o que já é uma média muito boa mesmo. Sua média também foi boa, e o jogo mantém uma média no Metacritic de 87/100. 

Bem, é isso. Há um novo game sendo produzido pela franquia Dragon Quest, chamada pelo apelido de Dragon Quest X. Não houve um anúncio oficial do game, mas sabe-se que a mesma equipe de produção está envolvida em um projeto. O jogo já é um dos mais esperados pelas maiores empresas de mídia de games no mundo, incluindo a IGN e a Famitsu. Tudo leva a crer que o game será um exclusivo do Wii, e sairá no ano de 2012. Resta-nos aguardar por mais informações, e por informações concretas.

Bem, é isso. Curtiram a nossa retrospectiva especial de Dragon Quest? Tem algo a dizer sobre essa franquia? Vamos lá, entre na discussão. Diga o que pensa, comente!
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