domingo, 4 de setembro de 2011

Arc the Lad - Análise


Esta é a análise de Arc the Lad, lançado pela Sony Computer Entertainment em 1995 para o Playstation.


Introdução

Arc the Lad pode não ser o mais famoso dos Tactical Role-Playing Games criados para o Playstation, mas foi o primeiro e um dos mais simbólicos. Arc the Lad é uma excelente obra de arte, que foi imensamente prejudicada pela falta de mercado existente para ele. O game foi lançado no Japão em 1995, mas só foi lançado fora do Japão em 2002, na coletânea Arc the Lad Collection. Ou seja, quando o mercado americano conheceu o game, ele já tinha sete anos de idade, e foi considerado "ultrapassado" e "fora de moda" pela maioria. Uma pena que ele tenha sido prejudicado por causa disso, mas vale a pena conhecer melhor porque ele ainda é tão amado e tão querido pelos fãs de TRPGs japoneses.

ARC THE LAD


Informações técnicas

Publicado por: Sony Computer Entertainment 
Desenvolvido por: Sony Computer Entertainment 
Gênero: Tactical Role-Playing Game 
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 30 de junho de 1995
Faixa etária: Teen

Sobre a história (contém spoilers)

A história é bem simples, típica daqueles RPGs japoneses. Ou seja, pode esperar por várias críticas ao nosso comportamento em relação à natureza, piadinhas infames e personagens bonitinhos e carismáticos, além de uma série de influências orientais na trama. Bom, vamos lá.

A história gira em torno de uma tocha sagrada chamada Flame Cion. As lendas dizem que, se essa tocha for apagada, demônios irão surgir sobre a terra. Mesmo assim, uma jovem chamada Kukuru resolveu ir lá apagara a tocha só porque deu vontade e alguém mandou ela fazer isso. Vejam, essa é a Kukuru:
Kukuru é uma membro de um clã chamado Sacred Clan White. O clã serve unicamente para proteger a tocha e impedi-la de ser apagada. Só que ela foi prometida em casamento para uma pessoa que ela nem conhecia direito, e que não aparece no jogo. E ela odiou tanto esse cara, mas tanto mesmo, que ela preferiu soltar os demônios sobre a terra e causar caos e destruição para toda a humanidade do que se casar com aquela pessoa. O rapaz deve ser bem feio mesmo.
Enquanto ela fazia essa besteira que culminaria na desgraça a ser consertada apenas no final do jogo, um velho jovem chamado Arc, do outro lado da cidade, planejava sair de casa. Vejam Arc:
Arc é um jovem pacato que é filho de um dos mais honoráveis soldados de seu país. 10 anos atrás, seu pai, chamado Yoshua, anunciou que iria embora em uma missão, para nunca mais voltar. E ele deixou claro, naquela época, que, 10 anos depois, seu filho precisaria também sair de casa e ir atrás dele, e que o destino da humanidade recairia sobre ele. Sim, parece que o pai dele também era vidente nas horas vagas. Bom, como praga de pai pega, Arc decidiu mesmo sair pelo mundo, sozinho e sem nenhum tostão no bolso, para procurar pelo seu pai desaparecido.
Bom, Arc aparece lá na Flame Cion a tempo de ver Kukuru apagá-la. Assim que a Kukuru apaga a tocha, aparece um demônio. Percebendo que fez merda, ela sai correndo, e encontra Arc. Ela conta tudo para ele, que decide ir lá acender a tocha de novo. Ele tenta, mas o demônio é mais forte que ele e o mata antes que ele possa fazer qualquer coisa. Morto, Arc é ressuscitado pelo guardião, que diz que ele não pode morrer, uma vez que seu pai prometeu que Arc conseguiria restaurar a paz no mundo. Ela lhe conta que ele é o único capaz de impedir a eliminação da sociedade e lhe concede alguns poderes. Ressuscitado, e agora com grandes poderes, Arc reacende a tocha.
Mas o mal já está feito, e a terra está passando por muito caos. Tanto que o rei de Seirya chama Arc para conhecê-lo. Como Arc é um garoto ainda, o auxiliar do rei, o ministro Andel, desconfia que Arc esteja mentindo sobre suas habilidades, e ordena um teste a ele: que ele vá resgatar soldados feridos em um acampamento ali perto.
Arc chega ao local e encontra todos os soldados mortos, com exceção de um, o mais medroso e fraco deles todos: Poco, o líder da bateria.
Na verdade, como você pode ver, Poco não é bem um soldado, e sim um músico. Ele é incapaz de usar uma espada, e só sobreviveu ao ataque de demônios porque se escondeu no mato. Mas ele diz que, quando está perto de Arc, ele se sente corajoso, e então ele consegue lutar. Ele mete porrada usando trombones e outros instrumentos musicais.
Após provar sua utilidade ao rei, o rei os manda irem lá para outro estado, usando uma nave voadora, para conversarem com um espírito da floresta sobre como salvarem o mundo. Kukuru, aquela inútil que é a causadora de tudo isso, diz que se sente no dever de ajudá-los e vai junto com Arc e Poco (que não tem motivo nenhum para se intrometer nessa questão, mas que não tem nada melhor para fazer, mesmo) em direção a Milmana.
Nesse momento, também, fica mais que claro que o ministro Andel é o vilão da história. Ele conversa com um demônio que aparece em um espelho, e ele o ordena que impeça os jovens de conseguirem seu intento. Mas Andel acaba não fazendo grande coisa para nos impedir, porque ele é um idiota.
Em Millmana, mais uma vez eles são confundidos com crianças inúteis e são postos à prova novamente por um general chamado Yagun (sob mando de Andel), e aí conseguem conversar com o espírito da floresta. O espírito não ajuda muito, na verdade; tudo o que ele diz é que o pai de Arc também passou por ali 10 anos atrás e que ele sabia que Arc viria. Tá, e daí? Bom, após essa jornada inútil, eles voltam ao castelo.
Eles chegam a tempo de verem um rapaz ser acusado de assassinato e preso no calabouço do castelo. O rapaz diz que é inocente e que não matou ninguém. Bem, essa afirmação é um tanto estranha, afinal, ele é um cara bem esquisito e que possui uma espada. Na tentativa vã de demonstrar sua inocência, ele foge da sua cela e mata todos os guardas que encontra pela frente. Sem dúvida, uma coisa que Tosh não é, é um assassino sanguinário implacável ... Veja Tosh:
O grupo acaba por encontrar Tosh bem em um momento em que diversos guardas do castelo se transformam em monstros horrendos. Eles matam todos e Tosh vai embora. Arc, Poco e Kukuru retornam ao rei, que lhes revela que ele é o tio de Arc. Yoshua, o pai de Arc, lhe disse algo sobre ir conversar com alguns guardiões, e então deixou ele no poder do reino.
Arc volta para casa, então, e vê que todo o vilarejo foi queimado e destruído da noite pro dia. Bem, como só tinha a casa dele no vilarejo, ninguém parece ter sentido falta. E nada se sabe acerca da mãe dele, também, mas ele não parece estar nem aí. Ele recebe uma carta do seu pai (?). A carta estranhamente não possui nenhum tipo de remetente ou indício de como seu pai sabia dos afazeres de Arc, mas diz que há um livro do qual Arc pode usar para encontrar os guardiões da natureza que ele tanto precisa procurar. Pai vidente é isso aí.
Arc e seu grupo vão até o local onde o livro estaria. Após enfrentar mais um monte de monstros, eles descobrem que o "livro" do qual o pai mencionou não é bem um livro, e sim uma pessoa! E o nome dela é Gogen. Veja-o:

Gogen é um feiticeiro de mais de centenas de anos de idade. Ele foi aprisionado pelos monstros em um mundo paralelo chamado de "mundo da ilusão" por mais de 3000 anos. Agora que está liberto, ele diz que sabe tudo sobre os guardiões, e explica que existem cinco guardiões, um para cada elemento: fogo, água, vento, terra e luz. Cada um se encontra em um continente, e, se conseguirmos libertar a todos, podemos então usar o poder da Arca Sagrada para criar um selo que possa lhes proteger dos demônios. Por fim, ele diz que está a fim de auxiliar o grupo dali em diante. Ou seja? Mais um integrante para a nossa equipe.
Só que os guardiões encontram-se em outro continente, então eles voltam para o castelo para pedir ao rei transporte para chegar até os outros continentes. O rei decide entregar a eles a sua aeronave especial, a Silver Noah, com direito a choffer e tudo o que tem direito. Antes de partirem, Tosh reaparece, dizendo que a sua espada conversou com ele (?) e o convenceu a seguir o grupo, dizendo que "seu destino está com eles". Bom, que seja, Tosh entra no grupo a partir daí.
Chegando em Alatos, o grupo encontra um mercador chamado Chongara. Veja-o:


Chongara é o mercador de artigos valiosos mais mesquinho que existe. Ele á capaz de trair a própria mãe se ele puder ganhar dinheiro com isso. A princípio, ele tenta passar a perna no grupo, extorquindo-os em troca de uma boa grana pela informação a respeito dos guardiões, mas, depois que ele descobre que o nome do garoto é Arc, ele se lembra de acontecimentos no passado. Ele, em um passado remoto, descobriu um item valioso, mas quase foi morto por uma armadilha. Quem o salvou foi Yoshua, pai de Arc. Yoshua não lhe pediu nada em troca, apenas uma coisa: que, no dia em que ele encontrasse um jovem chamado Arc, ele lhe ajudasse com tudo o que pode. Pois bem, esse dia chegou, e é hora de pagar pela promessa que fez. Adivinhe: Chongara entra para o grupo. Ele possui a habilidade de invocar monstros aprisionados em garrafas.
Eles conseguem encontrar e libertar o primeiro guardião, o Guardião da Luz. Só para constar, após libertarmos cada um dos guardiões, eles vêm com uma conversa chatíssima que é uma crítica à sociedade moderna. Eles criticam o modo como estamos administrando a natureza, a poluição do meio-ambiente, a falta de cuidado com o próximo, blá, blá e blá, enfim, todo aquele papo de RPGs que querem dar lição de moral no mundo. Então, eles vão a outro local chamado Greyshinne. Chegando a Greyshinne, eles vão a Amaidar Temple. Lá, o monge do templo instrui Iga, seu monge mais forte, a impedi-los de entrar no templo. Veja Iga:


Iga é um poderoso monge. Porém, ele perde para Arc em uma briga mano-a-mano. Por seus princípios, ele aceita a derrota como justa. Eles chegam até o líder do templo e Kukuru descobre que ele é um demônio. Eles enfrentam o demônio disfarçado de monge e o derrotam. Iga percebe seu erro ao estar sob ordens de um ser maligno, e diz que irá seguir o grupo para lutar pela paz e pela verdade, como uma forma de purificação espiritual. Ele é o sétimo e último integrante do grupo.
Aí, o grupo maravilha liberta o Guardião da Terra e vai para Niedel. Lá, após vencerem um torneio fajuto liderado por demônios disfarçados, eles conseguem libertar o Guardião do Vento. Próximo ponto: Zariban. Lá, o Guardião da Água está preso dentro de uma mina no meio de um deserto que está sob ataque de um general do mal. Eles eliminam o general e libertam o Guardião da Água. Aí, eles descobrem que o Guardião do Fogo, o último guardião, se encontra no castelo de Seyria.
Eles invadem o castelo na surdina e descobrem que Andel mantinha o guardião do fogo o tempo todo no subsolo do castelo, como forma de aquisição de energia ilimitada. Sagazmente, eles descobrem que Andel está do lado do mal. Após libertarem o guardião, um dos cientistas aciona um mecanismo de auto-destruição que colocará todo o castelo abaixo. O grupo consegue fugir, mas antes, eles encontram o rei prestes a morrer. Antes de falecer envenenado por Andel, ele revela que é tudo culpa dele. Foi o rei que mandou Yoshua, o pai de Arc, para outro continente, como uma forma de se livrar dele, para que ele pudesse assumir o trono. Mas ele diz que recebeu conselhos de Andel, e que está arrependido disso. Bem, aí, o castelo vai abaixo.
Andel, que não é bobo e nem nada, convence a todos que o rei foi assassinado, e que a explosão do castelo foi ocasionado por um "grupo de mercenários arruaceiros" liderado por um garoto chamado Arc. Bem inteligente da parte dele. Além disso, ele se tornou o mais novo governante de Seyria.
Com os guardiões libertados, eles retornam ao Flame Cion, a tocha do começo do jogo, e a apagam. Teoricamente, eles só precisam agora chegar até a Arca Sagrada para expulsar os demônios. Eles chegam até a arca, e enfrentam cópias idiotas de si mesmos (?) antes de finalmente libertarem a energia da arca. Por mais incrível que isso possa aparecer, a história acaba aqui, mas nada foi resolvido. Os demônios não foram expulsos, e nada aconteceu. A Arca simplesmente concedeu seu poder a Arc e companhia, de modo que ele possam se livrar dos demônios sozinhos. Legal, não? Para completar, ao saírem da arca, eles são cercados por soldados de Andel. Eles fogem (não sei porquê, uma vez que eles têm força suficiente para derrotarem centenas de demônios e não conseguem deter umas dezenas de soldadinhos), mas, enquanto estão fugindo, ocorre um terremoto e Kukuru fica presa no local. Um templo surge no terremoto. Os demais fogem para a aeronave Silver Noah e deixam Kukuru sozinha no local, com a intenção de descobrir que templo é aquele que surgiu no terremoto. A história acaba aqui, indicando que só obteremos as respostas para as perguntas que ficaram no ar no próximo game da série. Até lá, então!


Sobre o jogo

O jogo é um Tactical Role-Playing Game, e isso já resume tudo o que encontrará nele. O jogo se separa em várias missões, e todas possuem o mesmo objetivo: eliminar todos os inimigos. É isso aí: nada de variação nas missões, e nem objetivos que variam com a história: o jogo se resume a um deathmatch constante com um bando de monstros.
Os combates são realizados em campos extensos e quadriculados. Cada personagem possui um número de passos que pode dar, o qual determina o alcance de seus movimentos. O jogador simplesmente movimenta o personagem até um oponente e o ataca com o apertar de um botão. Assim como em diversos outros games do gênero, evita-se atacar um inimigo pela frente, pois isso facilita um contra-golpe, então vale a pena dar uns passos a mais para se posicionar ao lado ou atrás do oponente, onde será mais seguro. Após realizarmos nossa ação, o oponente tem a chance dele, e assim por diante.
Conforma prosseguimos, mais personagens entram para nosso grupo. Eles seguem o mesmo princípio de vários RPGs japoneses, inclusive com habilidades próprias já conhecidas (tem um guerreiro que é excelente em ataques físicos, um mago que é forte nas magias, um carinha cuja especialidade é fortalecer os companheiros, uma mina que é eficiente em curar os parceiros, um personagem que é capaz de invocar monstros, e assim por diante). Como cada um tem seus pontos fortes e fracos, vale a pena conhecer bem e explorar bem as vantagens de cada um para se dar bem nos combates. Lembre-se: não há tempo nas batalhas, então leve-as do modo mais seguro possível.
Após conseguirmos mais personagens para nossa equipe (podemos ter um total de 7 personagens diferentes), todos eles entrarão em batalha ao mesmo tempo. Isso mesmo: não teremos de escolher quais entram em cena ou não: todos irão entrar na batalha, independentemente de querermos ou não. O princípio de troca de turnos é simples: aquele que possuir mais agilidade tem seu turno primeiro. Isso também vale para os oponentes, é claro. Os personagens controlados pelo jogador não podem atravessar uns aos outros, no entanto.
Um belo incremento no jogo é que pelo menos aqueles menus todos que vemos em outros games do gênero (abre-se um menu para começar um turno, mais um menu para aceitar uma ação, mais um menu para aceitar a ação, outro menu para passar o turno, e assim por diante) foram reduzidos ao máximo possível. As ações são realizadas diretamente no apertar de botões, e o jogador pode decidir logo se vai atacar fisicamente, usar um item, lançar uma magia ou passar o turno. Isso deixa tudo mais simples e mais prático, e, com o tempo, o jogador nem perceberá que está realizando ações estratégicas dentro de um RPG.
Cada personagem possui HP e MP, como tem de ser. Vale lembrar que os personagens não recuperam MP no decorrer da batalha (a não ser que estejam equipados com itens específicos), de forma que, se ficar sem MP, já era, terá de partir para o ataque físico mesmo. Isso é meio ruim, pois dificulta a tomada de estratégias com personagens essencialmente mágicos.
Para atravessar o terreno, às vezes temos de passar por obstáculos como elevações, por exemplo. Para isso, os personagens possuem uma "taxa de pulo". Quanto maior esse valor, mais alto eles podem saltar, e logo eles poderão saltar amigos, companheiros, pedras e afins.
Os personagens recebem experiência a todo momento. Seja atacando ou sendo atacado, os personagens ganham experiência, e ela varia de acordo com a diferença existente entre a experiência do personagem e do oponente. Também é possível ganhar experiência ao se curar um companheiro, ou usar um item ou magia em um companheiro. Também, como não pode faltar, ao atingirmos um nível específico, evoluímos um nível, e com isso ganhamos atributos e fortalecemos nossas magias.
Se tornar mais forte é uma das maiores premissas do game, uma vez que as missões vão se tornando cada vez mais complicadas. Uma coisa que facilita um pouco é que, após cada batalha, o HP e MP de todos os personagens são completados novamente, e os mortos ressuscitam sem nenhum custo adicional. Isso ajuda bastante, mas alguns fatores ainda complicam, como o fato de que nem sempre é possível salvar o game após cada batalha, e há batalhas que demoram bastante. Por isso, vale a pena se dedicar um pouco de tempo no treinamento de personagens, nem que seja para evoluí-los de nível. O nível máximo é o 60, e vale para todos os personagens.
Viajar pelo mundo é simples e rápido. O jogador não tem de atravessar grandes áreas, como em outros RPGs, e nem tem de suportar aquelas batalhas randômicas chatas. Tudo é simples e direto. O jogo em si é bem linear: termina-se um local, e imediatamente abre-se o próximo local, sem muita oportunidade de escolha. Basta apontar o local no mapa em que queremos ir, e pronto: já estaremos lá. Além dos locais específicos do qual somos obrigados a ir, tem também outros locais, onde podemos conversar com algumas pessoas, procurar por itens ou mesmo participar de sidequests. Sem contar que há locais em que podemos apenas batalhar com alguns monstros pré-determinados, sem compromisso. É uma forma de treinar, apenas, e bem mais eficiente do que batalhas randômicas, diga-se de passagem.
O que não falta no game são oportunidades de evolução. Conforme prosseguimos, também vão se abrindo diversos desafios que atraem os jogadores que buscam por mais horas de diversão. São torneios que abrem, desafios impostos por alguns personagens (como eliminar uma série de oponentes), dungeons enormes (um deles possui 50 andares repletos de monstros e itens) e até alguns quizzes com curiosidades sobre o game. É possível ignorar completamente esses desafios, se quiser, mas, fazendo isso, o jogador perderá itens especiais e muita experiência extra, tornando então esses desafios quase que obrigatórios. Também é possível conseguir summons secretos para controlar, entre outras coisas especiais.
Em si, o game é simples assim: termine uma batalha e parta para a próxima. Não há nada que possamos fazer no game que não seja lutar, lutar e lutar. Isso não é de todo ruim, mas chega a ficar cansativo com o passar do tempo. Além das batalhas habituais, corriqueiras, você pode treinar e fortalecer os personagens com as batalhas extras e com as diversas sidequests opcionais. Caso você jogue o jogo diretamente para fechar, poderá fechá-lo em menos de 10 horas. Agora, se quiser fazer todas as imensas e complicadas sidequests do game, poderá levar mais de 20 horas. Ainda é pouco, comparado com outros games do gênero, e tudo parece ainda mais intenso porque em 90% do tempo você estará lutando e lutando, mas pode sim valer a pena se você curte esse tipo de jogo.

Minha análise do jogo

Gráficos
Os gráficos são simples, em 2D e com excelentes cenários coloridos de fundo. Os personagens são bem animados e engraçados, além de repletos de carisma. Efeitos interessantes, e tal, e tem até vídeos em CG aparecendo aqui e ali, para abrilhantar um pouco mais o game. O jogo é muito bonito, e apenas não recebe a nota máxima porque poderia ter sido ainda melhorado. Quando comparado com outros games do Playstation lançados na época, Arc the Lad ainda aparenta mais ser um jogo da geração passada (um mal que o efeito 2D causa nas pessoas), e um pouquinho mais de capricho e de empenho poderia ter jogado qualquer comparação com consoles 16 bits por terra. Ainda assim, o empenho da Sony foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som
Arc the Lad representou uma inovação interessante: trata-se do primeiro game do Playstation a apresentar músicas orquestradas. E o efeito é impressionante: as músicas são lindas, e muito bem selecionadas. As composições ficaram muito boas, e são uma beleza à parte do game. Cada área do jogo possui sua música simbólica, e as músicas condizem bem com o local que representam, e com o estilo do jogo. Também se pode encontrar bons efeitos sonoros no decorrer do jogo. Quanto à dublagem, bem, os personagens possuem sim voz. Eles não falam nos diálogos, e nem nas animações, mas eles soltam frases durante as batalhas, geralmente quando o personagem é atacado ou quando ele invoca um poder especial. Não houve uma redublagem, então as vozes continuam em japonês, mas elas ainda assim estão boas, e não tenho do que reclamar. Já se encontra em um patamar muito superior a outros RPGs, que simplesmente menosprezam trabalho de dublagem, e, por isso, merece consideração. Empenho máximo por parte da Sony.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
A jogabilidade é típica de todos os jogos do gênero. Batalhas por turnos, terreno quadriculado e controle sobre personagens diversos. Mas Arc the Lad se distancia de outros games por oferecer uma jogabilidade bem mais simplificada e fácil de se entender. Ele não possui aquele monte de telas e menus e sub-menus para se conseguir dar um ataque: tudo que podia ser simplificado o foi. Basta um botão para se dar um ataque direto. Com outro botão, podemos abrir um menu de fácil e rápido acesso a todas as magias do respetivo personagem. Com outro botão, podemos abrir um menu com todos os itens que podemos usar. Isso sem dúvida deixa o combate bem descomplicado, próprio para os iniciantes que acham jogos do gênero difíceis de se acostumar. Até mesmo para se customizar o personagem e equipá-lo com os itens que lhe incrementam os atributos, será tudo simples e sem demora: apenas quatro itens para cada personagem, e pronto. Mas há ainda quem ache que isso não é algo tão bom assim. Os amantes do gênero vão sentir falta justamente da complexidade do gênero, que teve, com a simplificação, uma queda brusca na diversidade de estratégias. Enquanto, em outros games, um jogador demorava para pegar as manhas, mas, no entanto, podia elaborar centenas de estratégias diferentes para cada batalha, nesse game os comandos foram simplificados, mas as estratégias se tornaram genéricas demais. O jogo está muito fácil, e isso vai com certeza desapontar os hardcore, que logo começarão a achar o sistema de batalha fácil demais, algo perto do monótomo. Por causa disso, o empenho da Sony com a qualidade da jogabilidade do game foi considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Diversão
Se você curte a pegada de estratégia nos Tactical RPGs, esse jogo vai te fazer delirar. Todos os elementos que podemos esperar de um game como esse está aqui, só que ainda mais incrementado, evoluído, mais simples e mais divertido. O jogo foi feito para atrair a vários públicos, mesmo os que nem sabem direito o que TRPG significa. A ação é rápida, e o sistema de batalha com o menor número de menus possível só deixa a mecânica de jogo mais fluida. As missões são simples e sem variações, deixando o jogador à vontade para tomar suas escolhas sobre como prosseguir em cada missão. As sidequests também são simples, e são adendos interessantes. Mas nem tudo é perfeito. Arc the Lad é fácil demais. Tão fácil que chega um momento em que ele deixa de representar um desafio ao jogador. As missões deixam o jogador muito livre, e como as batalhas se resumem sempre a troca de magias e de golpes, basta que um jogador treine um pouquinho em sidequests (nem precisa treinar muito não), para que ele fique tão forte a ponto de ser quase invencível mesmo nas batalhas finais. Essa facilidade acaba deixando o jogo mais repetitivo do que deveria ser, e isso é uma pena. A história sem grandes reviravoltas e inovações também não ajuda muito a manter o clima do jogo em alta do começo ao fim. Por esses motivos citados, o empenho da Sony em fazer um game divertido foi apenas considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Longevidade
Talvez uma das coisas que os amantes de RPG mais se sentirão insatisfeitos em relação a esse game será o tempo de jogo. Afinal, um jogador habitual de RPGs poderá fechar esse game em menos de 10 horas... Muito pouco para um RPG, que tem como uma de suas características mais comuns a longa duração. Esse problema é minimizado pela tentativa da Sony de alargar a experiência do jogo com a inclusão de diversos sidequests. O jogo possui algumas sidequests interessantes, outras nem tanto, mas todas elas fornecem muita experiência, uma boa dose de desafio, e, muitas, vezes, itens exclusivos. Isso é bom para desviar o jogador do caminho linear do jogo e passar mais tempo jogando. Caso um jogador queira fazer tudo o que é possível fazer, incluindo obter todos os itens e completar a lista de monstros, o tempo de jogo pode facilmente dobrar, indo para mais de 20 horas. Ainda não é o bastante para ser comparado com outros RPGs, mas já é alguma coisa. Ainda que o jogo não seja difícil e provocador o bastante para fazer um jogador querer fechar mais de uma vez, pode-se passar uma semana pelo menos curtindo o game numa boa. Empenho considerável da Sony com a longevidade.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Inovação
Ei, estamos falando de um legítimo TRPG japonês, e o primeiro Tactical RPG do Playstation! O modelo é o mais manjado possível, daqueles que as plataformas de 16 bits cansaram de se ver. Até mesmo a história do game pode ser bem batida quando se compara com outros games... Mas o jogo ainda possui muito valor original, e não é uma cópia completa. Diversos elementos na sua jogabilidade são únicos, e interessantes adições para os jogos do gênero, tornando esse game um dos mais versáteis e fáceis de se pegar, sendo assim uma bela porta de entrada para os iniciantes no gênero. Isso conta muito, uma vez que outros Tactical Role-Playing cismam em ser tão complicados, mas tão complicados, que acabam afastando até mesmo fãs dos RPGs convencionais. Esse toque a mais faz a diferença e separa Arc the Lad de outros jogos do gênero. Empenho considerável da Sony.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Soma Final: 21/30 (Muito Bom)

Em resumo: Arc the Lad foi muito bem-vindo no Playstation. O console em começo de carreira precisava de um game TRPG no bom e eterno estilo japonês para abrilhantar sua leva de jogos. Arc the Lad trouxe diversas características novas no gênero, e aproveitou bem o desempenho superior do console, mas acabou por pecar em quesitos que jogos desse gênero não podem pecar, como a longevidade e o sistema de batalha que ficou básico demais. Ainda assim, trata-se de um dos maiores clássicos do console, e uma obrigatoriedade aos amantes dos TRPGs japoneses tradicionais.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Arc the Lad.

Detonado em vídeo

Esse detonado está direto indicando como se chegar até o final do game. Ele não se desvia do caminho principal do game, não mostrando como completar caminhos alternativos e alguns sidequests, mas pelo menos ele está em boa qualidade. Ele é um detonado "cego", ou seja, o jogador fechou pela primeira vez o game, mas as estratégias apresentadas são todas muito boas e podem lhe ajudar a passar pelas partes mais difíceis. Vale a pena conferir. Divirta-se!

Parte 1





Parte 2





Parte 3





Parte 4





Parte 5





Parte 6





Parte 7





Parte 8





Parte 9





Parte 10





Parte 11





Parte 12





Parte 13





Parte 14





Parte 15





Parte 16





Parte 17





Parte 18





Parte 19





Parte 20





Parte 21





Parte 22





Parte 23





Parte 24





Parte 25





Parte 26



E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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