segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Grand Theft Auto - Análise


Esta é a análise de Grand Theft Auto, lançado pela Take-Two Interactive em 1998 para o Playstation.


Introdução

Grand Theft Auto revolucionou de certa forma a indústria dos games. Trazendo toda a polêmica de sua violência desmedida e inconsequente, aliada ao bom-humor e ao ritmo frenético e viciante das missões, o estilo inconfundível criado pela DMA Design (futura Rockstar North) seria copiado descaradamente por diversas outras empresas no futuro. Tamanho poder de criação e carisma merece ter o seu valor reconhecido, mesmo que o game inicial da franquia talvez não seja tão bom assim. Vamos conhecer um pouco melhor o começo de uma das mais vendas franquias de todos os tempos?

GRAND THEFT AUTO


Informações técnicas

Publicado por: Take-Two Interactive
Desenvolvido por: DMA Design (atual Rockstar North)
Gênero: Action
Plataforma: Playstation e PC
Data de lançamento: 30 de junho de 1998
Faixa etária: Mature

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Grand Theft Auto se confunde com a história real da maioria dos criminosos. Controlaremos seres sem nome e sem identidade conhecida, apenas apelidos e fama, em uma vida louca em busca por dinheiro e poder.
Há quatro personagens para escolher, mas nenhum deles possui uma história propriamente dita. Apenas temos de cumprir as missões que nos são dadas pelos maiores criminosos da cidade. Não há personagens principais para serem reconhecidos nesse game.
O local em que as missões acontecem é que merece destaque aqui. São três cidades, todas elas baseadas em cidades reais: Liberty City, baseado em Nova Iorque, San Andreas, baseado em São Francisco, e Vice City, baseado em Miami. Mais do que basicamente inspiradas, elas foram adaptadas. O design das fases é semelhante, e o nome dos bairros e pontos turísticos foi adaptada de forma bem-humorada para servir como caricaturas das versões reais. Vamos traçar um parâmetro comparativo aqui:

Este é o mapa da cidade de Nova Iorque:


E esta é a versão gamística de Nova Iorque, Liberty City:


Este é o mapa de São Francisco:


E este é o mapa da versão gamística de São Francisco, San Andreas:


Este é o mapa de Miami:


E este é o mapa da versão gamística de Miami, Vice City:


Interessante, não? Reparem no nome dos bairros escolhidos para o jogo!

Sobre o jogo

Alguma vez na sua vida, já pensou em ser um bandido? Um canalha mesmo, um cara do mau, daqueles que são capazes de vender a própria mãe em troca de algumas moedas, matar pessoas, sequestrar garotas indefesas e fazer serviços sujos para os chefes da criminalidade local? Bem, se nunca pensou em ser algo assim na vida real, Grand Theft Auto lhe permitirá ser isso na sua vida virtual.
Há um total de quatro personagens para escolher: Travis, Bubba, Troy e Kivlov. Não há qualquer diferença entre eles, fica a seu gosto pessoal. Todos são controlados do mesmo jeito, possuem a mesma movimentação e cumprem as mesmas missões. Só irá variar levemente a aparência do personagem (a cor de pele correspondente e o traje). Você ainda pode escolher o apelido que o personagem terá depois.
No comando de um calhorda qualquer, poderemos fazer tudo o que é considerado pelas leis modernas como antiético, imoral, sociopatia e perversão pura. Todo tipo de crime é válido: assaltar carros, atropelar pessoas, matar transeuntes, explodir prédios inimigos, causar chacinas, traficar drogas, contrabandear itens, receber ordens da máfia, trocar tiros com policiais, sequestrar vítimas, retirar informações de traidores, matar delatores e corromper oficiais da lei. Tudo isso será necessário fazer caso você queira terminar esse game.
A perspectiva do game é de cima. Assim, o jogador pode observar o personagem e tudo o que ocorre em sua volta. A distância da câmera é dinâmica, então, quanto maior a velocidade do personagem, mais distante a câmera fica, para que seja possível ter mais tempo de reflexo para realizar curvas, e tal. A ideia é também fazer parecer aqueles vídeos de perseguição policial, gravados de um helicóptero. Fica bem semelhante mesmo.
Quanto aos controles, os comandos são simples. O personagem é capaz de correr para a frente, andar para trás, saltar veículos, dar socos, atirar, arrotar, peidar (é sério!) e... Só. O jogo se foca na direção. De fato, você passará 95% do jogo dentro de algum veículo. Há muitos tipos de veículo no jogo, de carros conversíveis a pickups, de caminhões a viaturas, de motocicletas a limusines, de furgões a 4x4s. Cada um deles responde bem aos comandos e agem como os de verdade. A velocidade, a tração e a capacidade de curva é fiel ao modelo original de cada veículo. Há pontos fortes e fracos para cada um. Os automóveis mais rápidos costumam ser mais leves e menos resistentes a impactos, assim como os mais resistentes costumam ser mais lentos. Cabe ao jogador escolher que tipo de veículo ele quer usar em cada ocasião: em uma fuga, em um assassinato ou em um combate contra policiais e mafiosos.
Realizando malfeitorias, podemos ser flagrados pela polícia. Caso cometa algum crime (como usar uma arma de fogo ou atropelar alguém) na frente de um policial ou uma viatura, irá chamar a atenção das autoridades. Aparecerá então um nível de procurado. O nível de procurado varia de um ponto a quatro pontos. Um nível de um ponto indica que apenas uma viatura lhe segue. Dois pontos, duas viaturas. Três pontos significa um grande número de viaturas. Por fim, quatro pontos, a quantidade máxima, significa que a polícia estará realmente atrás de você, com direito a uso de armas de fogo de grande porte e barricadas policiais para detê-lo nas avenidas. A polícia vai deixando de lhe seguir aos poucos, se você conseguir se afastar do local do crime, mas também poderá se livrar instantaneamente da perseguição se entrar em uma oficina de spray para pintar o carro de outra cor e mudar as placas. Mesmo que a polícia veja você entrar no local, ela irá deixar de segui-lo e irá embora. Ah, claro, você também pode tentar subornar a polícia com itens especiais. Mas, caso seja alcançado por um policial, será preso imediatamente, perdendo uma parte da grana e suas armas.
O game possui três cidades, todas elas inspiradas em cidades reais, no seu modelo, no seu design e até mesmo em pontos turísticos. São elas: Liberty City, baseada em Nova Iorque, San Andreas, baseada em São Francisco, e Vice city, baseada em Miami. Logicamente, o tamanho das cidades está bem menor, mas ainda é possível reconhecer alguns pontos interessantes. Em Liberty City, por exemplo, o design das ilhas é idêntico ao de Nova Iorque. Sem contar que o nome dos bairros é uma sátira clara aos bairros reais. A versão gamística de Manhattan é Park (por causa do Central Park, que, aliás, está presente no jogo), a de Bronx é Brix, a de Brooklyn é Brocklyn, e a de Queens é Kings, só para citar alguns exemplos clássicos. Em San Andreas, podemos citar a Telephone Hill (versão gamística de Telegraph Hill), a Soviet Hill (versão de Russian Hill), e ainda a região de Marina (em homenagem à São Francisco Maritime National Historical Park). Em Miami, podemos citar Vice Beach (homenagem à Miami Beach), Coral City (homenagem a Liberty City), Miramire (homenagem a Miramar) e Richman Heights (homenagem a Richmond Heights).
O jogador repete cada cidade duas vezes antes de poder seguir para a cidade seguinte. Cada investida em uma cidade é conhecido como "missão". Cada missão envolve realizar missões para uma organização criminosa diferente, que vai desde uma facção de gângsters até a tríade chinesa, a máfia italiana e policiais corruptos. Basta atender os telefones públicos espalhados pela cidade para se aceitar as várias missões. O jogador não pode salvar o jogo dentro de uma cidade, e sim apenas entre uma cidade e outra. O jogo ainda fornece apenas cinco vidas para que o jogador possa cumprir essa fase. Se o personagem morrer cinco vezes, o jogador terá de recomeçar a fase do começo.
Aliás, permita-se comentar uma coisa peculiar no game: a navegação. A todo momento, o jogador será guiado por uma seta colorida no centro da tela, a qual indica a direção exata no qual se encontra o nosso próximo objetivo. Perceba que a direção apontada corresponde à direção fiel do local, não a forma mais simples de se chegar até ele. Por isso, será diversas vezes direcionado para becos sem saída, ruas em falso ou mesmo para a margem de um rio. E aí você tem de tentar "adivinhar" para qual direção fica a ponte que cruza o rio, já que não há um mapa interno no game que possa lhe ajudar. Para ajudar o jogador a se orientar, dentro da caixinha do game, vem um mapa de verdade de cada uma das três cidades, contendo informações úteis como oficinas de spray, delegacias, hospitais e tal. A ideia é que o jogador use esse mapa para se orientar no game. Para tornar isso mais fácil, o jogo informa o bairro no qual o jogador se encontra, assim como geralmente informa o bairro no qual está o objetivo a ser cumprido. Sendo assim, basta que o jogador olhe no seu mapa e trace o melhor caminho a ser seguido. Um método diferente de navegação, mas não deixa de ser funcional.
A ideia básica do game é ganhar dinheiro. Na verdade, não é bem dinheiro, e sim, pontos. Tudo no game vale pontos. Atirar em pessoas vale pontos. Explodir coisas vale pontos. Atropelar pessoas vale pontos. Atropelar pessoas com uma viatura vale o dobro de pontos. Enfim, qualquer coisa que você faz vale pontos. Mas nada rende mais pontos, ou seja, dinheiro, do que realizar as missões do jogo. Quanto mais perigoso as missões, mais pontos vale.
Uma coisa que vale a se pena se destacar são os multiplicadores. Cada vez que completamos uma missão, ganhamos um multiplicador, que multiplica todos os pontos que se ganhar no decorrer da fase dali em diante. Por exemplo, se uma ação rende 100 pontos, com um multiplicador essa mesma ação passará a valer 200 pontos. Com dois multiplicadores, 300 pontos, e assim por diante. Esses multiplicadores ajudam e muito a se conseguir altas somas de dinheiro. No começo, não irá perceber muita diferença, mas, depois que tiver uns cinco ou seis multiplicadores, poderá perceber o quanto irá faturar com coisas simples. Mas vale ressaltar que, cada vez que o seu personagem for morto ou preso, perderá um multiplicador.
Como já foi dito anteriormente, só podemos passar de fase ao alcançarmos a quantidade de dinheiro da missão. Tão logo a quantia necessária para se passar à próxima fase seja alcançada, não será necessário fazer mais nada, apenas chegar até a pessoa responsável por receber a grana e pronto. A questão é: se você for bem nas missões, essa quantia chegará muito mais rápido do que o previsto. A quantia da primeira fase, por exemplo, é um milhão de dólares. Há 10 missões disponíveis, mas, se completar apenas 5 dessas missões de forma satisfatória, acumulando multiplicadores, já deverá ser mais que o suficiente para acumular mais de um milhão de dólares. Você pode ignorar as outras missões e passar logo de fase.
A cada nova fase, aumenta-se a quantia necessária para se chegar à próxima. E vale lembrar que a quantidade de dinheiro que você possui zera, de modo que não adianta querer acumular mais dinheiro em uma fase para ter mais na outra. Sempre começará as fases com zero de dinheiro, e mais, com os multiplicadores no zero e sem nenhuma arma ou item.
Espalhadas pelas cidades, há diversas caixas. Há vários itens que podemos encontrar nessas caixas, e elas são a nossa única fonte de suprimentos. Podemos encontrar armas diversão, colete de proteção, "passe livre da prisão" (itens que lhe permitem sair rapidamente da prisão), e alguns itens especiais que aumentam a nossa velocidade por tempo determinado e que nos permite diminuir a procura da polícia.
Ainda dentro dessas caixas, poderemos encontrar missões secretas. Essas missões extras, chamadas simplesmente de Kill Frenzy, são missões em que temos de causar o maior número possível de pontos dentro do tempo determinado. Eles lhe fornecem uma arma, que pode ser uma metralhadora, pistola ou lança-chamas, e um tempo para que possa cumprir o número de pontos estipulado. Se cumpridas, essas missões extras podem render muitos pontos. Porém, se não forem cumpridas, não causarão prejuízo.
Além do mais, Grand Theft Auto é conhecido por fornecer liberdade total ao jogador. A partir do momento em que se começa uma fase, não há uma regra sobre o que você tem de fazer a seguir, e nem um tempo definido para se fazer tal coisa. Você recebe uma indicação de para onde tem de ir, só que em nenhum momento você é obrigado a fazer isso. Você possui uma cidade consideravelmente grande para explorar à vontade. Não está à fim de cumprir as missões e quer só sair por aí, dirigindo carros em alta velocidade, atropelando pessoas e conseguindo dinheiro de outras formas? Fique à vontade. Há muitas outras formas ilícitas de se conseguir dinheiro (e, consequentemente, passar de fase) que não envolvem as missões do jogo. Curta o game. Explore a cidade. Procure pelos segredos. Curta os vários detalhes que o game colocou à disposição do jogador. A proposta do jogo é divertir-se, e tudo com liberdade total.
Uma coisa a ser ressaltada são as estações de rádio. Há sete estações no game, e cada uma toca suas próprias músicas, e pertence ao seu próprio estilo. O jogador não pode escolher as músicas ou trocar a estação tocando: cada carro tem fixado a sua estação de rádio. E essa estação tem a ver geralmente com o próprio carro: por exemplo, carros esportivos costumam tocar músicas eletrônicas, enquanto pickups tocam  música country, e conversíveis tocam rock, lowriders tocam rap, e assim por diante.
Ah, e tem mais. Você por acaso não gostou das músicas que foram selecionadas para tocar no jogo? Ora, não tem problema. Você pode colocar a música que você quiser para tocar. Isso mesmo. A qualquer momento do jogo, pode pausar o game e colocar o seu CD de música predileto no Playstation. Continue jogando novamente, e então ouvirá as músicas do CD que você colocou. Você pode até trocar de faixa. Apenas não se esqueça de colocar o CD do jogo novamente quando for mudar de fase.

Minha análise do jogo

Gráficos
A DMA Design possuía um desafio muito grande: fazer os gráficos de um game que possui a proposta de possuir cidades imensas, abertas inteiramente sem nenhum loading e com liberdade total. Convenhamos que não é para qualquer um. E a DMA Design conseguiu a proeza. Optando por oferecer uma perspectiva superior, a cidade pode ser expandida o quando for necessário, e com riqueza de detalhes. É claro, os gráficos não são perfeitos: os personagens poderiam ter sido melhorados. Mas, para compensar, as ruas esbanjam detalhes e interatividade. Podemos derrubar latas de lixo, quebrar coisas e tal. É um toque bem bacana para a cidade. E os veículos também foram bem modelados, com um bom número de detalhes, sem contar que, quando batemos os veículos, podemos perceber as marcas das batidas no local exato. Apenas alguns efeitos poderiam ter sido aperfeiçoados. Os cantos ainda são serrilhados e as explosões poderiam ser melhores. É compreensível a dificuldade de concepção que a DMA Design teve de enfrentar, mas ela poderia ter caprichado um pouco mais para tornar esse game mais bonito, até pela capacidade do Playstation. Porém, mesmo assim, o empenho da DMA Design com os gráficos foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som
O desempenho sonoro foi o maior acerto da DMA Design. A trilha sonora que toca nas rádios do game foi excepcionalmente escolhida, e todas as faixas se encaixam com o game. As músicas são viciantes e muito boas de se escutar durante as perseguições policiais, principalmente. Fora isso, os efeitos sonoros foram bem trabalhados. as buzinas dos carros, o ronco dos motores, o cantar dos pneus e todos os elementos sonoros dos veículos foram fetos separadamente, e se assemelham bastante aos sons reais, variando de veículo para veículo. Os diálogos do game não fornecem diálogo, mas há dublagem nas animações, e elas estão bem executadas. Até mesmo os gritos esporádicos, resmungões e outros sons realizados pelos personagens no game (incluindo arrotos e peidos) são hilários e bem feitos. Além disso, a possibilidade de se colocar o seu CD para tocar no decorrer do jogo simplesmente elimina qualquer possibilidade de se reclamar de algum aspecto sonoro do game. Empenho máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
A jogabilidade de Grand Theft auto foi pensada exatamente para o game. Comandos simples, movimentos rápidos e precisos, focados no controle dos veículos. Para poder comportar toda a gama de movimentos de forma confortável, a DMA Design optou por uma perspectiva superior. Acontece que essa mesma perspectiva é a causa das principais falhas com a jogabilidade do game. A princípio, quando passamos por baixo de uma ponte, uma estrada ou um prédio, perdemos completamente a noção do quê está acontecendo lá embaixo. Podemos estar recebendo tiros de algum inimigo e nem vendo. Associando isso ao controle de um carro então, tudo piora ainda mais. É muito fácil passar correndo por baixo de uma ponte, bater em algum veículo por lá e nem ficar sabendo disso. Em uma fuga, isso só atrapalha. E não é só isso: a mira do jogo é péssima, uma das piores do Playstation. É um sofrimento conseguir acertar um tiro sequer, mesmo que o alvo esteja a poucos metros de distância do personagem. Isso torna as poucas cenas de tiroteio do jogo alguns dos momentos mais difíceis, pois o jogador se encontra totalmente vulnerável e com uma extrema dificuldade de conseguir acertar uma bala. Quando se junta isso ao fato de que é muito difícil controlar um carro em alta velocidade, percebemos que muita coisa precisa ser melhorada. Por essas falhas irritantes na jogabilidade, que atrapalham o jogo em momentos críticos, o empenho da DMA Design com a jogabilidade foi apenas mediano.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Diversão
Grand Theft Auto é um game que foi projetado para ser divertido ao máximo. Realmente, a sua liberdade total, suas missões sempre variadas e o ritmo de dificuldade sempre crescente entre as missões são uma fórmula muito bem formulada para a diversão máxima. Porém, falhas graves na estrutura do game impedem esse jogo de ser tão divertido quanto ele poderia. Não são apenas problemas mecânicos. As mortes punem o jogador a todo instante. É muito fácil morrer no game: durante uma fuga, é muito fácil acabar perdendo o controle do carro e caindo na água ou caindo de uma parte alta demais. Sem contar que o personagem morre muito rápido, e os problemas com a mira fazem com que ele seja um alvo fácil demais. As mortes em demasia deixam esse game muito frustrante, e o fato de não podermos salvar o jogo dentro das cidades apenas deixa tudo pior. Como se não bastasse as mortes prejudicarem o jogador na questão financeira (diminuindo os tão suados multiplicadores ganhados), ainda podem fazer com que o jogador tenha de reiniciar a fase inteira do começo. Isso é muito antiquado, e deixa o game muito mais perigoso e frustrante do que ele deveria ser. Não será difícil alguém desistir de continuar o game após morrer ou ser preso cinco vezes, quando estava prestes a conseguir a quantia necessária. Principalmente nas últimas fases, em que a quantia de dinheiro necessária e a dificuldade das missões beiram o absurdo. Sem contar que, impossibilitado de salvar o game dentro das cidades, o jogador fica à mercê da sorte, pois, se por algum motivo, ele precisar parar de jogar (queda de energia, ou mesmo por cansaço ou algum compromisso), ele terá de recomeçar a cidade desde o início. Totalmente desnecessário, isso. Por esses problemas, que poderiam ter sido solucionados pela DMA Design (a inclusão de um método mais eficiente para se salvar o jogo sanaria quase todos esses problemas), posso afirmar que o empenho com a diversão do game foi apenas mediano.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Longevidade
A longevidade do game deixa muito a desejar. Possuindo três cidades e duas fases em cada cidade, o jogo possui um total de seis fases. Conseguir a quantia necessária para avançar de uma fase para outra irá variar de acordo com o desempenho de cada jogador. Supondo que o jogador vá direto para as missões, ele precisará de algo por volta de cinco a quinze minutos para completar cada uma. Caso não seja morto ou preso, o jogador poderá passar de fase ao completar de cinco a dez missões. Sendo assim, ele pode vir a levar pouco mais de dez horas para se fecha o game, caso ocorra tudo bem. Levando-se em consideração que ele pode morrer algumas vezes - e ele vai morrer - esse tempo apenas aumenta. Talvez até o dobro de missões pode vir a ser necessário, e um jogador mediano levará de dezoito a vinte e cinco horas para fechar o jogo. Trata-se de uma quantidade razoável de horas. O problema é que a longevidade termina aqui. Apesar de o jogo fornecer quatro personagens para escolher, não há qualquer diferença entre eles. Não há seleção de dificuldade. Além disso, apesar de haver liberdade ao jogador para fazer o que bem entender, podendo vasculhar a cidade atrás de itens e de segredos, esses segredos não acrescentam em nada ao jogo. Não há nenhum extra, nenhum outro final, enfim, nada, exatamente nada, que possa fazer o jogador querer continuar após fechar. Talvez ele queira conhecer as outras missões, ou tentar encontrar os segredos, mas ele não será recompensado de nenhuma forma por isso. A DMA Design pecou nesse quesito. Apesar de Grand Theft Auto não ser um game de fim de semana, longe disso, ele também não fornece motivos para que um jogador continue jogando após fechar. O empenho da DMA Design com a longevidade foi apenas mediano, infelizmente.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Inovação
Ah, uma coisa não podemos negar: a DMA Design idealizou um game único quando projetou esse game. A proposta de Grand Theft Auto é ser diferente de tudo aquilo que a indústria gamística já pôde produzir até hoje. Não é só a violência e a crítica social que é motivo de assombro: a forma como a história é conduzida, a ação frenética, a liberdade de ação e o humor presente do começo ao fim são pontos-chave que viraram uma marca da série. GTA começou toda uma nova gama de games violentos e que oferecem liberdade total. Um antepassado do que viria a ser, anos depois, um open-world game, ou mesmo um sandbox, tudo começou aqui. Vale ressaltar que isso nunca foi pensado antes. A DMA Design não teve nenhum outro game realizado antes deste para se espelhar e tomar como um ponto de referência: ela atirou no escuro, ousou e conseguiu realizar um game diferente de tudo o que havíamos visto. Por conseguir surpreender o mundo, podemos dizer que o empenho da DMA Design com a inovação foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 20/30 (Bom)

Em resumo: Grand Theft Auto trouxe uma excelente ideia, mas que veio carregado de problemas técnicos. A perspectiva aérea complicou consideravelmente a jogabilidade, e, associado a um método ineficaz de se salvar o game, o jogo acabou não ficando tão bom quanto poderia ser. Mas, ainda assim, trata-se de uma excelente iniciativa, e que viria a colocar a indústria dos games de cabeça para baixo. Com muitas ideias inovadoras, o game deu origem a uma das mais aclamadas e mais conhecidas franquias de todos os tempos. Apesar disso, a concepção desse game saiu um pouco infeliz, de modo que apenas recomendo esse jogo aos amantes da franquia ou de um bom desafio, e mais ninguém.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Grand Theft Auto.

Detonado em vídeo

Este detonado em vídeo está completo, e mostrando a execução de todas as missões principais do game. O vídeo está em qualidade considerável, e as cenas foram bem editadas. A versão gravada foi para PC, mas as missões não se diferem na versão para Playstation. Apenas pode-se perceber uma melhoria significativa nos gráficos em comparação com a versão do console da Sony. Divirta-se!


Parte 1 - Chapter 1: Mission 1


Parte 2 - Chapter 1: Mission 2


Parte 3 - Chapter 1: Mission 3


Parte 4 - Chapter 1: Mission 4


Parte 5 - Chapter 1: Mission 5


Parte 6 - Chapter 1: Mission 6


Parte 7 - Chapter 1: Mission 7


Parte 8 - Chapter 1: Mission 8


Parte 9 - Chapter 1: Mission 9


Parte 10 - Chapter 1: Mission 10


Parte 11 - Chapter 1: Mission 11


Parte 12 - Chapter 2: Opening Mission


Parte 13 - Chapter 2: Mission 1


Parte 14 - Chapter 2: Mission 2


Parte 15 - Chapter 2: Mission 3


Parte 16 - Chapter 2: Mission 4


Parte 17 - Chapter 2: Mission 5


Parte 18 - Chapter 2: Mission 6 (1/2)


Parte 19 - Chapter 2: Mission 6 (2/2)


Parte 20 - Chapter 2: Mission 7


Parte 21 - Chapter 2: Mission 8


Parte 22 - Chapter 2: Mission 9


Parte 23 - Chapter 2: Mission 10 (1/2)


Parte 24 - Chapter 2: Mission 10 (2/2)


Parte 25 - Chapter 2: Mission 11


Parte 26 - Chapter 2: Mission 12


Parte 27 - Chapter 3: Mission 1


Parte 28 - Chapter 3: Mission 2


Parte 29 - Chapter 3: Mission 3


Parte 30 - Chapter 3: Mission 4


Parte 31 - Chapter 3: Mission 5


Parte 32 - Chapter 3: Mission 6


Parte 33 - Chapter 3: Mission 7


Parte 34 - Chapter 3: Mission 8


Parte 35 - Chapter 3: Mission 9


Parte 36 - Chapter 3: Mission 10


Parte 37 - Chapter 3: Mission 11


Parte 38 - Chapter 3: Mission 12


Parte 39 - Chapter 3: Mission 13


Parte 40 - Chapter 4: Mission 1


Parte 41 - Chapter 4: Mission 2


Parte 42 - Chapter 4: Mission 3


Parte 43 - Chapter 4: Mission 4


Parte 44 - Chapter 4: Mission 5


Parte 45 - Chapter 4: Mission 6


Parte 46 - Chapter 4: Mission 7


Parte 47 - Chapter 4: Mission 8 


Parte 48 - Chapter 4: Mission 9


Parte 49 - Chapter 4: Mission 10


Parte 50 - Chapter 4: Mission 11


Parte 51 - Chapter 4: Mission 12


Parte 52 - Chapter 4: Mission 13


Parte 53 - Chapter 5: Mission 1


Parte 54 - Chapter 5: Mission 2


Parte 55 - Chapter 5: Mission 3


Parte 56 - Chapter 5: Mission 4


Parte 57 - Chapter 5: Mission 5


Parte 58 - Chapter 5: Mission 6


Parte 59 - Chapter 5: Mission 7


Parte 60 - Chapter 5: Mission 8


Parte 61 - Chapter 5: Mission 9


Parte 62 - Chapter 5: Mission 10


Parte 63 - Chapter 5: Mission 11


Parte 64 - Chapter 5: Mission 12


Parte 65 - Chapter 5: Mission 13


Parte 66 - Chapter 5: Mission 14


Parte 67 - Chapter 5: Mission 15


Parte 68 - Chapter 5: Mission 16


Parte 69 - Chapter 6: Opening Mission


Parte 70 - Chapter 6: Opening Mission 2


Parte 71 - Chapter 6: Mission 1


Parte 72 - Chapter 6: Mission 2


Parte 73 - Chapter 6: Mission 3


Parte 74 - Chapter 6: Mission 4


Parte 75 - Chapter 6: Mission 5


Parte 76 - Chapter 6: Mission 6


Parte 77 - Chapter 6: Mission 7


Parte 78 - Chapter 6: Mission 8


Parte 79 - Chapter 6: Mission 9


Parte 80 - Chapter 6: Mission 10


Parte 81 - Chapter 6: Mission 11


Parte 82 - Chapter 6: Mission 12


Parte 83 - Chapter 6: Mission 13


Parte 84 - Chapter 6: Mission 14


Parte 85 - Chapter 6: Mission 15


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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