quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tekken Tag Tournament - Análise

Esta é a análise de Tekken Tag Tournament, lançado pela Namco em 2000 para o Playstation 2.


Introdução

A franquia Tekken conquistou seu espaço entre os jogos de luta de maneira assombrosa. Quando todos já acreditavam que as franquias mais adoradas e queridos pelos gamers seriam para sempre Street Fighter e Mortal Kombat (talvez Virtua Fighter também), eis que a Namco apresentou ao mundo um concorrente de peso. Totalmente adaptado aos gráficos 3D e uma jogabilidade mais intuitiva e simplificada, a série foi tomando corpo até se tornar referência em seu meio. Hoje, Tekken vende mais que seus concorrentes, consegue maior espaço na mídia, e é considerado como a pupila dos olhos da Namco. Além de carro-chefe da empresa, ainda é usado como inspiração para um mar sem fim de outras franquias posteriores. Quando a Namco anunciou uma adaptação do recém-lançado Tekken Tag Tournament, o quarto game da série, até então nos arcades, para um console como o Playstation 2 (console sucessor daquele no qual a série fez sua estreia triunfal no console), os saudosistas já aguardavam por um sucesso. Quando o game foi lançado, então, junto do console nos EUA, a divulgação foi arrebatadora, e serviu para alavancar ainda mais a fama da franquia. Vamos para a análise.

TEKKEN TAG TOURNAMENT


Informações técnicas

Publicado por: Namco
Desenvolvido por: Namco
Gênero: Fighting
Diretor: Katsuhiro Harada
Plataforma: Playstation 2
Data de lançamento: 30 de março de 2000
Faixa etária: Teen

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música de abertura do jogo.

Sobre a história

Tekken Tag Tournament não possui história. Pois é. Pode parecer desanimador para os amantes de jogos de luta, e tal, mas esse jogo não seguiu a filosofia dos anteriores. Não se trata de uma continuação da série (a qual possui uma história), e sim apenas uma compilação de personagens com um novo modo de jogo, o Tag. Simplesmente isso. Não há heróis e nem vilões. Até mesmo personagens que haviam morrido na história dos jogos anteriores retornaram, como uma forma de "matar a saudade" de todos aqueles personagens épicos dos jogos até então. E é isso.

Sobre o jogo

A fórmula de combate de Tekken permaneceu praticamente inalterado, no que concerne os comandos e golpes. Cada botão representa uma parte do corpo, e realizamos os combos alternando e repetindo os botões na ordem em que poderíamos esperar de uma luta real (soco com o braço esquerdo, soco com o braço direito, chute com a perna esquerda, e assim por diante). Vários dos combos clássicos dos personagens conhecidos permaneceram do mesmo jeito, mas a Namco incluiu novos combos ainda mais especiais, com direito a alguns cotra-golpes e até contra-combos também, além de alguns carregamentos novos e novas possibilidades de golpes especiais.
Mas nada disso é uma grande inovação na série, que, em si, permanece muito igual aos demais. A grande novidade dessa versão é aquilo que dá nome ao jogo: o modo Tag. Modo Tag, como já deve conhecer, é aquele modo em dupla, no qual cada lado possui dois personagens que podem se alternar no decorrer da batalha. Não é nada de inédito: vários jogos de luta no passado já se encarregaram de apresentar ao mundo o modo Tag. Porém, a Namco acertou em cheio ao trazer um jogo Tag para a franquia Tekken!
O estilo Tag acabou combinando bastante com o estilo próprio de jogo de Tekken. Como cada jogador é baseado em estilos de luta reais, como kung-fu, Taekwondo, jiu-jitsu, ninjútsu, capoeira, muai tai e tal, a diversidade faz com que a escolha de apenas um personagem (portanto, um estilo de luta) seja complicado. Agora, escolhendo dois personagens, com dois estilos de luta diferentes, temos mais chances de podermos encontrar um estilo que seja eficiente contra o oponente. Caso não goste desse modo de jogo, bom... Não tem muita escolha, apesar de a Namco ter incluído o modo One on One, no qual se refere ao modelo antigo, um contra um. Mas o modo Tag é o predominante, afinal, é o maior diferencial do jogo.
O sistema Tag funciona assim: os comandos continuam iguais, para cada personagem. A diferença é que, ao se pressionar um dos botões superiores, imediatamente se troca um personagem pelo outro. A alternância é imediata, e o outro personagem tem a sua própria barra de vida. Se qualquer um dos dois personagens perder a barra de vida completa, a batalha termina, então, não permita que nenhum dos dois personagens seja derrotado. Se apenas um personagem for derrotado, mesmo que o outro ainda tenha sua vida cheia, o turno acaba de imediato.
O estilo de luta continua 3D, ou seja, ainda podemos nos mover livremente pelo cenário. Podemos usá-lo a nosso favor, com livre movimentação em diferentes planos, podendo, por exemplo, passar para trás do personagem com poucos movimentos. Essa movimentação lateral é muito eficiente, por exemplo, para se esquivar dos golpes do oponente. Serve como excelente forma de aplicar um contra-golpe.
Aprender os golpes e combos de cada personagem não é nada fácil. São muitos personagens, e cada um possui combos únicos e golpes especiais diversos. Mas a Namco sabe disso, e, mais uma vez, ela trouxe o Practice Mode. Falo disso com certo destaque porque, na minha opinião, a franquia Tekken possui um dos melhores modos de treino de todos os tempos. O Practice Mode é totalmente customizável. Dá para ver a lista de movimentos de cada personagem, editada por tipo de movimento (movimento comum, movimento especial, combo, contra-golpe, contra-combo, etc). É possível ver não só os comandos do tal movimento, como assistir a um vídeo explicativo sobre como realizá-lo. Aí, é só praticar repetidas vezes, comparando com o vídeo. Dá para escolher como o oponente se comportará, se ele deve se mover ou apenas ficar parado, se deve atacar ou apenas ficar na defensiva, e por aí vai. Trata-se de um excelente modo de treinamento, com tudo o que é necessário para tornar qualquer iniciante do gênero em um expert nos comandos do jogo.
Não há um modo história no jogo, até porque não há história para ser contada aqui. Tekken Tag Tournament foi pensado para ser lançado em arcades, e realmente foi feito para arcade. A versão para Playstation 2 é apenas uma adaptação da versão para arcade (muito semelhante ao que aconteceu, por exemplo, na primeira versão do jogo), por estilo seu estilo é bem arcade mesmo. A franquia Tekken sempre foi voltada para o arcade, mas esse jogo está ainda mais concentrado naquele estilão arcade que já vinha se perdendo nos jogos de luta mais tradicionais.
Na ausência de um modo história, o Arcade Mode é o que representa o "modo de jogo principal" do jogo. Nele, enfrentará vários oponentes em sequência até encarar o chefão principal do jogo, que é basicamente o mesmo para todos os personagens. Após fechar com cada um dos personagens, assistirá um vídeo especial comemorativo, apesar de que não há história para ser assistida. Todos os vídeos ficam armazenados no Theater Mode, de modo que possa assisti-los sempre que quiser, após habilitá-los. Vale a pena fechar com todos os personagens, de modo que possa habilitar todos os vídeos dos personagens.
A quantidade de personagens disponíveis é para se assustar. Logo de cara, podemos entrar na tela de seleção e encontrar 21 personagens prontos para serem selecionados. Todos os personagens famosos da série estão presentes, contando com alguns que vêm lá da primeira versão do jogo (e que, pelo modo história, já estariam mortos, mas fazem uma participação especial). 21 personagens é um número bem considerável para um jogo de luta, agora imagine você que, fechando o Arcade Mode com esses personagens, ainda irá liberar mais e mais personagens. A quantia total pode chegar a 39 personagens selecionáveis. É uma verdadeira coletânea de personagens clássicos, históricos e novos. Alguns aparecem de forma exclusiva, enquanto outros aparecem como "versão alternativa" de outros personagens. Tiger, por exemplo, aparece como uma versão alternativa de Eddy, e Kuma aparece como uma versão alternativa de Panda. Fora os personagens desbloqueáveis, há ainda roupas novas e secretas para cada personagem, e alguns podem ser desbloqueados também, então vale a pena fechar com todos eles.
Como se não fosse o bastante, ainda tem um modo especial de jogo chamado Tekken Bowl, que é liberado conforme se joga. Esse modo especial simula um jogo de boliche. Cada personagem possui suas técnicas próprias, como Bryan Fury, por exemplo, que possui o arremesso mais poderoso de todos, ou como o Yoshimitsu, que possui um sistema de mira no arremesso que é bem útil.
Se, por um lado, fechar várias vezes o jogo, com múltiplos personagens, é necessário para disponibilizar a grande quantidade de extras disponível, por outro, fechar o jogo não será problema para ninguém. O jogo em si é fácil. Talvez, um dos mais fáceis entre os Tekkens. Para um jogador com alguma habilidade em jogos de luta, dificilmente se verá com problemas para passar por algum oponente em específico, principalmente se treinar bem os combos especiais de cada personagem no Practice Mode. Como pode ser customizado, você sempre pode colocar uma dificuldade maior, alterar o número de turnos e tal, deixando o jogo do seu jeito.

Minha análise do jogo

Gráficos
Tekken Tag Tournament é um jogo lindo, talvez um dos mais bonitos a serem lançados no lançamento do Playstation 2. Cenários em 3D vívidos, impressionantes, com uma riqueza de detalhes fora de série. Basta ver os efeitos de água e de grama para perceber que se trata de um outro nível. A animação dos personagens, com todo o seu vestiário, o design e textura das roupas e dos rostos, um dos pontos fortes no quesito gráfico do jogo, também se mostrou muitíssimo bem efeito. Os efeitos especiais, com golpes de luz e tal, também ficaram bem feitos. Há ainda efeitos especiais de primeira qualidade nos cenários, como névoa em algumas fases, raios e efeitos do vento nas árvores, por exemplo, que, junto com outros elementos especiais, como a presença de outras pessoas torcendo ao redor da arena (tudo feito em animação por polígonos, precisa-se dizer), cria um efeito bacana que dá bastante realismo ao jogo. Para finalizar, as animações em CG do jogo também dão um show e tanto de apresentação ao jogo. Não há o que reclamar, empenho máximo por parte da Namco com a parte gráfica.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Som
A série Tekken sempre possuiu uma excelente qualidade na escolha de suas composições. Seja como for, essa versão também não fica atrás nesse aspecto. As músicas ditam o ritmo das partidas muito bem, com direito a remixes variados para cada situação. Seja a música de combates comuns, como a música de batalhas decisivas (chefões, por exemplo), ou a música dos mini-games, tudo foi feito de forma competente. Os efeitos sonoros também estão bem feitos, com direito ao som correto de chutes, socos, agarrões e tal. Até mesmo os gritos e comemorações de vitória de cada personagem está bem feito. Ficou bom para acompanhar a evolução da série para um console da nova geração, mas, por outro lado, ficou aquém do que se poderia imaginar. Não ficou ruim, mas poderia ter ficado melhor, já que sequer a dublagem dos personagens foi utilizada de forma apropriada. Para um console 128 bits, a qualidade sonora se manteve quase no mesmo nível do Tekken 3, em um console de 32 bits. Não dá para perceber tanto a diferença. De qualquer forma, o empenho da Namco foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Jogabilidade
O estilo de jogabilidade de Tekken já é bem conhecido. Para alguns, não passa de um esmaga botões no qual apertar aleatoriamente botões conferem combos eficientes. Ledo engano. Tekken possui um sistema de luta que propicia tanto o fácil aprendizado de iniciantes no gênero quanto o aperfeiçoamento de jogadores habilidosos. A verdade é que há uma variedade plena de combos e movimentos, envolvendo golpes especiais, contra-golpes e ataques especiais indefensáveis. Um jogador comum até conseguirá arrancar algumas vitórias na base do "sair apertando botões desordenadamente", mas as batalhas mais complicadas com certeza exigirão alguma estratégia para serem vencidas. Não que o jogo seja do tipo que apela muito para a estratégia, mas a riqueza de movimentos de cada um é tão grande que vale a pena dedicar nem que seja alguns minutos para saber os golpes. Não apenas os golpes em si, como alguns comandos legais característicos de cada, como a trocada de perna de ataque do Hworang, ou a esquiva rápida de Lei. Para praticar, tem o Practice Mode, um dos mais completos e interativos de todos os tempos, excelente para se praticar à exaustão e começar a jogar literalmente craque com aquele personagem que não costuma usar muito. Afinal de contas, por mais que um jogador pouco habilidoso pode se sair bem no modo single-player, ele será humilhado no modo multiplayer se não dominar alguns combos especiais, contra-golpes e se não souber usar o cenário 3D a seu favor. Há uma gama absurda de movimentos para aprender, e muitos personagens com técnicas diferentes para dominar, deixando o jogo muito viciante. Empenho máximo da Namco.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade
Considerando-se apenas a quantidade absurda de personagens que o jogo possui - afinal, mescla personagens de todos os Tekkens lançados até então, mais alguns novos - desde o começo e ainda para liberar, já chegamos à quantia de 39 personagens. Cada um deles é único, possui seus movimentos, seu estilo único de luta e seus combos. Fechando com os personagens, habilitamos outros, habilitamos novos modos de jogo, vídeos para assistir no Theater Mode, e novos trajes para cada um. Caso o jogador queira fechar com cada um deles no modo arcade, só para liberar tudo o que há para ser liberado, pode contabilizar mais de 12 horas de jogo. Agora, imagine só o tempo que levará para vencer os outros modos de jogo, como o Survival, o Team, o One on One... É muito conteúdo. Talvez, um dos jogos de luta com maior quantidade de conteúdo entre os lançados até então. Agora, some isso a um viciante modo multiplayer, repleto de modos diferentes de jogo, sempre fazendo uso do modo Tag. É um jogo de luta completíssimo ou não? Empenho máximo por parte da Namco, sem sombra de dúvida.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação
Tekken Tag Tournament possui, a princípio, uma grande inovação, que é o carro-chefe do game: o modo Tag. É de se admitir que o sistema Tag de combate altera bastante o modo como as batalhas são vistas pelo jogador, principalmente no modo versus. Muda as estratégias, muda o modo como se joga as batalhas, muda o modo como se enxerga o oponente. Mas não é só isso: o jogo trouxe mais coisas novas. Novos personagens, novos extras. Trata-se de uma coletânea de personagens antigos da série, encabeçada pelo modo Tag. O estilo principal do jogo permaneceu inalterado, mas a Namco ainda se deu ao trabalho de incrementar com novos combos e com uma variedade ainda maior de golpes para cada personagem. Com o modo Tag, alguns combos podem ficar ainda mais incrementados, e isso também tem de ser levado em consideração. Não é uma revolução do gênero, mas foi o Tekken que mais perto chegou de se reinventar lançado até então. Com boas ideias em quase todos os setores (até mesmo alguns extras inéditos interessantes), o empenho que a Namco teve com a inovação foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Diversão
Tekken Tag Tournament manteve o mesmo espírito da série, e está tão bom quanto antes. Tem tudo para ser um dos melhores jogos de luta já feitos, já que é a versão mais potente de uma das séries mais aclamadas da atualidade. Vários personagens, um sistema de luta que continua simples, porém viciante e repleto de variedades, e muitos extras para desbloquear. Como cada personagem possui um sistema único de golpes e movimentos, vale a pena jogar com todos eles, e no modo versus, vence aquele que dominar melhor os comandos. Um jogador casual conseguirá fechar o jogo apertando botões a esmo, mas terá de praticar bastante para vencer os amigos no modo versus. Conhecer as táticas individuais de cada personagem, saber usar o cenário 3D a seu favor, tudo isso conta. A verdade é que Tekken é viciante, talvez um dos mais viciantes jogos de luta lançados para o estilão 3D até hoje, e essa é a sua versão.mais completa, mais importante, mais caprichada. Depois que começa, não dá mais vontade de parar de jogar. O jogo pode ser um tanto fácil no seu modo principal de jogo, mas isso pode ser alterado, além de que há muitos e muitos modos de jogo para se tentar. Mas, mais uma vez, o modo multiplayer, com chance de até quatro jogadores jogarem juntos, dois em cada lado, é o que irá garantir a diversão por um bom tempo. Empenho máximo da Namco com a diversão.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 29/30 (Excelente)

Em resumo: Logo em seu lançamento, o Playstation 2 recebeu jogos do porte de Tekken Tag Tournament, Street Fighter EX3 e Dead or Alive 2: Hardcore, só para citar o gênero Fighting. Desses três, Tekken Tag Tournament se destaca pelo acréscimo do bom modo Tag de jogo, um sistema de combate ainda mais amplo e refinado, e o estilo inconfundível de Tekken, que é mais que suficiente para tornar um jogo um sucesso. Declarado por alguns como o melhor jogo da franquia, é sem dúvida um dos melhores jogos lançados na primeira geração de títulos para o console. Tekken revolucionou o gênero de luta 3D, e essa atual versão só encontra rivalidade em um outro jogo: Soul Calibur, do Dreamcast. Tekken Tag Tournament cravou de forma inquestionável sua presença no console, sendo elogiado pela mídia e pela crítica, e vendendo muito bem.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para Tekken Tag Tournament é 85/100.

Detonado em vídeo

Este é o melhor detonado em vídeo feito para esse game na internet. Trata-se apenas de uma compilação das lutas usando os personagens Law e Paul no arcade Mode, do começo ao fim. Vale a pena para se ver como funciona o jogo e o sistema Tag, com direito ao uso de bons golpes. Boa qualidade de som, de vídeo e de edição Vale a pena conferir.


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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