Esta é a análise de God of War: Ascension, lançado pela Sony Computer Entertainment em 2013 para o Playstation 3.
Introdução
A épica conclusão de God of War 3 deixou mais dúvidas do que certezas na mente dos fãs. Seria o fim? Ou apenas o início de uma nova saga? Enquanto os fãs discutiam as mais diferentes vertentes, uma coisa era certa: o estúdio Santa Monica estava trabalhando em um novo game da série God of War. O mistério foi revelado, e por fim Ascension foi apresentado ao público, trazendo um Kratos repaginado, novos personagens, ainda mais apelo gráfico, novos efeitos, uma nova mecânica de combate, e até mesmo um inédito modo multiplayer. Com tantas coisas novas, será que ainda assim esse game estaria à altura da afamada saga de Kratos? É o que veremos no decorrer desta análise:
GOD OF WAR: ASCENSION
Informações técnicas
Publicado por: Sony Computer Entertainment
Desenvolvido por: Santa Monica Studio
Gênero: Hack and Slash Action
Diretor: Todd Papy
Plataforma: Playstation 3
Data de lançamento: 12 de março de 2013
Faixa etária: Mature
Trilha-sonora da análise
Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?
Sobre a história (contém spoilers)
God of War: Ascension se passa antes dos acontecimentos de God of War. Na verdade, se passa ainda antes dos acontecimentos de Chain of Olympus, sendo assim o primeiro game na ordem cronológica da fatídica jornada de Kratos contra os deuses do Olimpo. As referências mitológicas continuam, e o game mostra um lado mais humano de Kratos, assim como o início de sua fúria.
Como não pode deixar de ser, o protagonista é Kratos:
Kratos era um dos maiores generais do exército espartano. Até que um dia, durante uma guerra contra os bárbaros, ele se viu diante da morte. Em um último lance de desespero, ele pediu ao deus da guerra, Ares, que lhe ajudasse a sair de sua enrascada. E então, Ares atendeu seu apelo. Salvou sua vida e lhe deu a vitória, mas, em troca, lhe obrigou a fazer um juramento. Kratos iria servir suas ordens para todo o sempre, e Ares lhe concederia todo o poder que almejasse.
Esse é Ares, deus da guerra:
E tudo estava indo bem. Ares ordenava que Kratos espalhasse temor, guerra e medo pelo mundo. Coisa que Kratos realizou sem esforço. Até que Ares armou para que Kratos matasse sua própria família. Kratos assassinou sua esposa, Lysandra, e sua filha, Calliope. Ao perceber isso, Kratos decidiu se vingar de Ares por tudo o que ele lhe fez. Tudo isso já havia sido explicado nos jogos anteriores, na verdade. A questão aqui é anterior à luta de Kratos contra Ares (retratado em God of War), e tem como vista um novo inimigo. Para entender melhor essa parte da história, será preciso contar sobre os seres primordiais.
Os seres primordiais são os primeiros seres a existirem no universo. Na verdade, foram eles que deram início ao universo em si, foram eles que criaram os planetas, estrelas e o cosmo, e deram vida aos titãs, que por sua vez deram vida aos deuses, e por aí vai. Há diversos seres primordiais, como o Aether, a personificação do ar, Ananke, personificação do destino, e Chaos, personificação do caos, entre diversos outros. A luta constante entre os primordiais deu origem ao mundo. E, para reger o mundo, era preciso leis. Leis e, claro, quem pudesse cobrar que elas fossem seguidas. Para reger as leis, cobrar obediência e punir os infratores, foram criados as fúrias.
As fúrias nasceram do ódio de Cronos ao matar seu próprio pai, Ouranos. São três irmãs que não são filiadas a nenhum deus. Elas não são deusas, nem titãs, e nem nada: são entidades próprias e não obedecem a ninguém, sendo temidas pelos próprios deuses. Elas regem o senso de justiça e de vingança do mundo, e punem aqueles que desobedecem às leis e aos juramentos feitos aos deuses. As fúrias são as seguintes:
Essa é Alecto, responsável por punir aqueles que usam da fúria contra os outros:
Essa é Megaera, responsável por punir traições familiares, traições conjugais e crimes relacionados a ciúme:
E essa é Tisiphone, responsável por punir os crimes de assassinato e aqueles que são cometidos contra membros da própria família. Ela é a guardiã do portal de Tártaro.
E assim as três fúrias governavam supremas pelo mundo, em busca de quem ousasse descumprir com as leis e os juramentos. O primeiro alvo das fúrias foi Aegaeon:
Aegaeon é um hecatonquiro. Hecatonquiros são seres mitológicos místicos, gigantes compostos por centenas de cabeças e de braços ao redor de seu corpo. Sua força bruta ajudo os deuses a vencerem os titãs na Grande Guerra. Há três hecatonquiros, e Aegaeon é um deles.
Enquanto os outros dois hecatonquiros lutavam do lado dos deuses na luta contra os titãs na Grande Guerra, Aegaeon ficou do lado dos titãs. Quando os deuses venceram a Grande Guerra, cabia às fúrias punir Aegaeon por sua traição ao juramento aos deuses. Como punição, eles foi aprisionado, debaixo do Monte Etna, e seu corpo passaria a ser usado como prisão para outros seres que ousassem desafiar os deuses ou as leis e juramentos estabelecidos.
Ares sempre quis tomar o Olimpo. Destronar Zeus seria uma tarefa árdua, mas o deus da guerra era ambicioso o suficiente para isso. As fúrias se aliaram a Ares em seu plano maléfico contra os deuses. Mas eles não poderiam lutar eles mesmos, já que há um código de conduta que impede um deus de atacar fisicamente outro deus. Ares precisaria de um guerreiro poderoso. Ele então teve um filho com a fúria Alecto, e assim nasceu Orkos:
Orkos é a personificação do dever e do código de conduta. Ele carrega em seu corpo o fardo de cada juramento feito no mundo. Na verdade, na mitologia grega de verdade, ele é filho de Alecto com Eris, mas no game, por questões de fazer prosseguir a história, eles preferiram que ele fosse filho de Alecto com Ares.
Mas Orkos era fraco. Não poderia liderar um exército na luta contra Zeus. Orkos foi descartado, e realmente abandonado por Alecto e por Ares. Ele foi injustamente ordenado a carregar o fardo de todos os juramentos feitos, como punição por sua incompetência.
No entanto, Ares viu em Kratos o potencial de ser o guerreiro que lideraria sua rixa pessoal contra os demais deuses do Olimpo. Foi ideia dele e de Alecto recrutar Kratos para seus domínios, escravizá-lo e fazê-lo poderoso, de modo a poder enfrentar os deuses. Mas ele não contava que Kratos se voltasse contra ele e quebrasse o juramente feito a ele.
Como Kratos quebrou seu juramento com Ares, ele passou a virar alvo das fúrias. As fúrias passaram a amaldiçoar Kratos com diversas visões e pesadelos, todos os dias e noites, acerca de suas maiores dores na vida: a perda de seus familiares. Kratos começava a enlouquecer aos poucos, com tanto sofrimento, até que ele recebeu a visita de Orkos.
Orkos explicou a Kratos que seus pesadelos são ocasionados pelas fúrias, e que a resposta para todos os seus problemas ficam com a famosa profetiza, Aleteia:
Aleteia é a profetiza de Delphi, que fica no Templo de Apolo em Monte Parnasso. Ela ajudou a profetizar muitas guerras e conflitos. Ao prever os planos de Ares, ela tentou avisar Zeus, mas foi capturada pelas fúrias por traição e seus olhos foram arrancados. Ela perdeu boa parte de seus poderes e foi punida a permanecer aprisionada dentro do Templo da Píton por toda a vida.
Kratos consegue chegar até o Templo da Píton, e para isso têm de enfrentar Pólux e Castor:
Pólux e Castor são irmãos gêmeos. Filhos de Tyndareus, rei de Esparta, eles são irmãos de Helena de Troia. Eles eram de muito privilégio. Eram argonautas, e patronos da segurança de Esparta, venerados pela cavalaria montada como protetores dos cavalos. Quando Castor morreu, Pólux pediu que seu corpo e o de seu irmão se fundissem, gerando assim apenas um corpo de gêmeos. Sua lenda, inclusive, deu origem à criação da constelação (e signo) de Gêmeos.
Kratos derrota Castor e Pólux e chega até Aleteia, que, infelizmente, está morrendo. Antes de falecer, ela informa Kratos que, para se livrar de seus pesadelos e poder se vingar de Ares, Kratos precisaria primeiro derrotar as fúrias. Mas as fúrias irão lhe enganar constantemente, lhe fazendo ter visões. Para conseguir vencê-las, portanto, Kratos deve ir até o Templo de Apolo e reaver seus olhos. Os olhos de Aleteia são os olhos da verdade, e, com eles, Kratos poderá ver além das ilusões e derrotar as fúrias.
Kratos consegue chegar ao Templo de Apolo e reavê os olhos de Aleteia. No entanto, bem nesse momento, as fúrias aparecem e pegam Kratos desprevenido. Eles conseguem aprisionar Kratos e levá-lo para ser torturado nos campos de Aegaeon.
Kratos consegue escapar de sua prisão e mata Megaera. Kratos é constantemente iludido e tentado a desistir de seus planos, em troca de favores. As fúrias tentam comprá-lo com favores sexuais, com aspiração ao poder e também com memórias de sua vida feliz ao lado da esposa, mas Kratos consegue se desvencilhar das ilusões e enfrenta as fúrias de uma vez por todas.
Kratos então se depara com Tisiphone e Alecto. Em uma batalha feroz, ele consegue matar as duas, pondo assim fim às suas ilusões.
Mas os pesadelos persistem. Kratos é então orientado por Orkos que, como é ele que é o guardião do fardo dos juramentos, Kratos deverá matá-lo também para se livrar do fardo de seu juramento. Ao fazer isso, Kratos consegue por fim se livrar do seu juramento contra Ares. Agora, ele é livre para enfrentar Ares conforme sua vontade. Mas os pesadelos ainda continuam. Kratos segue, então, em direção à sua luta definitiva contra Ares, ciente de que terá de vencê-lo para conseguir se livrar de seus pesadelos.
E essa é a história de God of War: Ascension. Espero que tenham gostado!
Sobre o jogo
God of War possui um estilo de jogo que é imutável. Já se tornou tradicional demais para se querer mudar agora. Talvez, alguns golpes novos, uma ou outra incrementação na mecânica de jogo, mas nada além disso. Tudo funciona bem demais, então não é preciso mexer. O jogo é o mesmo que vêm sido um sucesso.
God of War possui uma categoria especial dentro do gênero Hack and Slash e praticamente concede seu nome. Por mais que tenha havido outros Hack and Slash Action antes, o sistema de golpes que privilegia os combos, as esquivas precisas e a troca constante de armas e variedade de golpes, é a principal característica do game. E está tudo de volta aqui.
O aspecto cinematográfico do game permanece praticamente inalterado. Entre um cenário e outro, há lutas contra hordas de inimigos, e batalhas épicas contra chefes enormes que devem ser finalizados com Quick-Time Events. Qualquer um que tenha jogado os jogos anteriores já sabe muito bem o que esperar desse game. Também entre uma horda de inimigos e outra, há momentos Platformer, em que temos de realizar alguns saltos, e momentos de pensar, em que temos de usar as habilidades recém-adquiridas para realizar quebra-cabeças simples. São momentos raros, é verdade, já que o game privilegia bastante a pancadaria.
O molde do esquema de combate também é o mesmo. Intercalar golpes fracos e rápidos com golpes lentos e fortes é a chave para se construir a maioria dos combos. Os mesmos golpes do qual já está acostumado dos jogos anteriores estão de volta, para seu deleite. O saudoso combo "quadrado, quadrado, triângulo" continua aqui, tão eficiente quanto antes, assim como outros combos devastadores. Não há alterações importantes no quesito combos, mas há uma incrementação interessante: o modo de agarrar o adversário. Agora, Kratos pode agarrar um oponente à distância e puxá-lo para perto, agarrando-o sem precisar chegar muito perto. Com o oponente em mãos, pode-se apenas bater nele ou jogá-los nos outros adversários, da forma como preferir.
Conforme avança, Kratos adquire novos poderes. Diferentemente dos jogos anteriores, Kratos não adquire novas armas em si conforme avança. O jogo se atém completamente ao uso das famosas Blades of Chaos. A diferença é que adquirimos poderes que dão força elemental à lâmina. Cada poder dá direito a golpes diferentes, uma magia especial diferente e algumas características diferentes. O Fire of Ares, por exemplo, é a força elemental do fogo, e gera orbes dourados em seus golpes. O Ice of Poseidon é elemental do gelo, e gera orbes vermelhos. O Lightning of Zeus é elemental da luz, e gera orbes azuis. Já o Soul of Hades é elemental da escuridão, e gera orbes verdes.
A ideia de incluir armas elementais gera um novo estilo de jogabilidade que incentiva realmente o jogador a trocar de arma durante os combates. De forma geral, todas as armas possuem forças equivalentes, mas é ao seu elemento que deve se atentar. Os cenários são diversos e tematizados, e aparecerão diversos inimigos elementais no decorrer da aventura. Quando enfrentar um colosso de fogo, por exemplo, não adianta nada usar o Fire of Ares, que é de elemento de fogo, por exemplo. Causará bem pouco dano. Compensa muito mais usar o Ice of Poseidon, que, por ser elemental de gelo, gera muito mais dano em elementos de fogo. Assim como o Fire of Ares é eficiente contra elementais de gelo, o Lightning of Zeus é eficiente contra os elementais de escuridão e o Soul of Hades é eficiente contra os elementais da luz.
Parece bem estranho a inserção de habilidades elementais em um game como God of War, mas a mecânica até que ficou bem interessante. Como é possível trocar de arma rapidamente, não demorará para encontrar combos realmente eficientes usando as diferentes armas e poderes. Há um golpe especial do Ice of Poseidon que congela o oponente, por exemplo. Tente congelar o oponente e logo em seguida trocar de arma para o Fire of Ares e quebrar seu gelo com fogo. Matará o oponente na hora!
Em adição aos poderes elementais que Kratos vai adquirindo, Kratos vai adquirindo novos acessórios no decorrer do game. Esses acessórios podem ser usados em batalha e são extremamente úteis. Um desses acessórios permite a Kratos paralisar o oponente por alguns segundos, permitindo-lhe tempo de sobra para realizar diversos combos. Outro acessório, tão bom quanto, cria um sósia de Kratos em campo que vai até os oponentes e realiza alguns ataques eficientes e poderosos. Ambos os acessórios são infinitos, com a ressalva de que, após usar, tem de se aguardar alguns segundos para se poder usar novamente.
Para suprir a ausência de outras armas, o game inovou trazendo o molde de armas temporárias. Às vezes, pelo cenário, Kratos poderá encontrar armas das quais poderá usar em combate. Há cinco armas disponíveis: uma espada pesada, uma lança, um porrete, um escudo e um estilingue para ataques à distância. Cada arma possui uma durabilidade, de modo que Kratos pode usá-lo, mas sabendo que ela ficará gasta e se quebrará com o tempo. Kratos pode levar apenas uma única arma por vez, de modo que, se quiser pegar outra arma, terá de jogar fora a que está usando. É possível também arremessar as armas na direção dos oponentes, causando uma quantidade absurda de dano. Os inimigos também podem usar as armas do cenário, mas Kratos pode roubá-las de volta deles usando seu movimento de agarrar.
Outra coisa que foi implementada foi o poder Rage of the Gods. Esse poder foi totalmente reformulado. Agora, é uma barra que vai se enchendo conforme combos são realizados. Cada golpe que Kratos acerta, a barra enche, e toda vez que ele toma um dano, a barra diminui. Quando a barra se enche, todos os golpes de Kratos se tornam muito mais poderosos, e com emanações de energia que causam dano adicional. Ao fazer um combo com a Lightning of Zeus, por exemplo, com a barra Rage of the Gods cheia, raios cairão sobre os adversários em meio aos golpes. Portanto, vale muito a pena fazer combos e evitar tomar dano para poder encher a barra, dessa forma poderá causar muito mais dano nos adversários. O jogador também pode optar por esvaziar a barra automaticamente com um único poder, se assim preferir.
Assim como nos jogos anteriores, o jogador pode usar os orbes vermelhos acumulados para realizar upgrades. Pode-se incrementar cada arma, magia e acessório de forma separada. Acumular orbes é essencial no decorrer do game, e para isso o jogador deve explorar bem os cenários, em busca de diversos baús de orbes vermelhos, que concedem uma grande quantidade de orbes. Também se ganha orbes em batalhas, mas os orbes que se encontram em baús fazem toda a diferença.
Explorar os cenários também é importante para se encontrar baús com itens especiais. Assim como no jogo anterior, é possível acumular itens que aumentam a quantidade de vida e de energia mágica de Kratos. Isso incrementa o fator exploração para que o jogador fique atento em cada cantinho do cenário. Também é possível encontrar artefatos dos deuses, que libera novos poderes e habilidades para quando se for jogar o game mais uma vez. Para facilitar mais a exploração, é possível selecionar capítulos do jogo. Se deixou algum item para trás, não precisa rejogar o jogo inteiro: você pode selecionar qual capítulo de jogo quer jogar, contanto que já tenha passado por aquele determinado capítulo, claro. O game também possui um novo sistema de auto-save que salva o jogo automaticamente, diferentemente dos jogos anteriores.
O game possui três modos de dificuldade disponíveis de começo e mais um modo de dificuldade que é liberado ao se fechar o game pela primeira vez, como já é tradicional da série. Vale constatar que esse God of War é relativamente simples e fácil, se comparado com os outros. Há manhas demais no jogo que podem ser usadas, baús de vida e magia disponíveis à vontade, exigindo habilidades do jogador poucas vezes. É possível repetir os mesmos golpes repetidas vezes com sucesso, além do esquema "agarra, joga, agarra, joga", que é praticamente indefensável. Apenas em poucos momentos o jogo coloca o jogador de frente com uma quantidade realmente considerável de oponentes, de modo que não chega a ser, a princípio, tão desafiante quanto outros games da série já foram. Mas isso é bem relativo, até porque o jogador que já estiver acostumado com o sistema de jogo da franquia e quiser um desafio não precisa começar no modo Normal, ele pode ir direto no modo mais difícil. Aí sim, ele encontrará algum desafio relevante.
Vamos agora falar sobre o modo multiplayer online. Ele está acessível a qualquer momento, e se trata de uma excelente adição para o jogo. As batalhas multiplayer online convencional foram repaginadas e repensadas de modo que pudessem se encaixar bem em um combate aberto. Na verdade, pode-se dizer que a mecânica de combate single-player foi alterada por causa do multiplayer, como uma espécie de "treino" para que o jogador saiba como jogar online. Tudo o que há no single-player, há no multiplayer: armas, magias, agarrões, combos e tudo o mais.
O personagem criado pelo jogador se alia a um dos quatro deuses: Ares, Hades, Zeus ou Poseidon. Cada um deles concede poderes únicos, habilidades próprias e até uma arma diferente. Ares concede maior força bruta, enquanto Zeus concede maior habilidade mágica, por exemplo. São diferenças sutis, nada que mude drasticamente de um personagem para outro. Além do mais, é possível criar outros personagens na sua conta e ter um guerreiro servindo a cada deus, se preferir.
O modo online é baseado em combate em arenas. Há diversos modos de jogo disponíveis. O clássico um contra um está presente, mas, se preferir, tem modo team deathmatch, de 2 contra 2, e também modo Free for All com 4 jogadores. Caso não queira enfrentar oponentes humanos, há arenas cooperativas, no qual joga com outras pessoas para cumprir missões ou apenas matar um punhado de oponentes dentro de uma arena com tempo pré-determinado. Há vários modos de jogo, para todos os gostos, e você pode escolher qualquer um que quiser para poder se divertir.
As batalhas ocorrem em arenas completamente interativas. Há diversas arenas disponíveis, com direito a monstros mitológicos e NPCs pelo cenário. Há pontos de interação, armadilhas que podem ser armadas, itens e armas que podem ser encontrados e até mesmo outros personagens que podem contribuir na matança. Saber golpear, se defender e usar as magias na hora certa é bom, mas saber usar o cenário a seu favor em sua plenitude pode decidir partidas.
Além do mais, há "labors", ou trabalhos, que podem ser realizados. Capturar bases e matar inimigos presentes no cenário também rendem muitos pontos aos jogadores. Em uma das fases, por exemplo, há um ciclope gigante chamado Polifemo, e os jogadores devem trabalhar em conjunto para derrotá-lo, usando a Lança de Olimpo. Ações como essa rendem muitos pontos de experiência.
Conforme vai adquirindo experiência, o jogador avança de nível. Não só o jogador, como também sua arma, sua armadura e seus itens: tudo evolui. Além disso, é possível realizar upgrades em acessórios, armas e magias, além de habilidades, itens e artefatos. Quando alcança novos níveis, outras armas, magias, habilidades, armaduras e artefatos se tornam disponíveis para serem equipados, e, consequentemente, melhorados. Também se desbloqueia artefatos, que, quando equipados, lhe deixam ainda mais fortes. No entanto, independentemente de sua arma, armadura ou nível, é a sua habilidade que conta na hora de começar a carnificina. Há um modo de treinamento que lhe permite treinar o quanto quiser. Tenha paciência e aprimore suas habilidades de luta. Será gratificante.
Minha análise do jogo
Gráficos
A saga God of War sempre foi permeada por gráficos brilhantes. A Santa Monica não despreza o tratamento devido à parte gráfica, de forma alguma. Está tão brilhante quanto têm sido desde o primeiro game da franquia (inclusive, nas versões para PSP). O que já parecia brilhante e extremamente realista em God of War 3 foi remodelado, e o game está ainda melhor e mais realista. As cenas de animação continuam com o mesmo esmero e polidez de sempre. A animação dos personagens com o mesmo capricho e perfeição. E os cenários com a mesma fluidez e nível de detalhes. Mão é necessariamente uma evolução gráfica nem nada, mas está ainda melhor do que o game anterior, que já era estrondosamente lindo, então não há nada de que se reclamar. Até no modo multiplayer online a qualidade se mantém em altíssimo nível. O empenho da Santa Monica com os gráficos foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)
Som
A parte sonora também não apresenta grandes evoluções, mas se mostra no mesmo nível que se espera de God of War. O renomado compositor das antigas versões, Gerard Marino, que já até foi nomeado a prêmios BAFTA pelas composições criadas à série, não trabalha mais para o estúdio Santa Monica, e o compositor Tyler Bates (de filmes como 300, Watchmen e Conan, o Bárbaro) foi chamado para substituí-lo. Bates não é especialista em compor músicas para games, mas seu vasto currículo e experiência foram colocados à prova, e ele deu conta do recado direitinho. As composições estão tão épicas quanto sempre foram. A dublagem dos personagens também está fiel à série e feito em altíssima qualidade. Os efeitos sonoros e afins também estão excelentes, com direito até a alguns efeitos novos e característicos para cada arma de acordo com o ambiente, o que dá um toque ainda mais imersivo também. Enfim, o empenho da Santa Monica com a parte sonora foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)
Jogabilidade
A jogabilidade de God of War é tradicional e um marco entre os Hack and Slash Action, mas sofreu algumas poucas mudanças nessa versão. Os combos tradicionais permanecem, mas agora não há mais uma destoante variedade de armas, sendo que, na maioria das vezes, a mudança entre uma arma e outra é só o efeito especial resultante. Ao invés disso, o game incluiu armas temporárias que podem ser encontradas pelo cenário e usando por alguns momentos. Não é avanço, está mais para um retrocesso, na verdade. A jogabilidade, que já era consideravelmente limitada em outras versões, agora está ainda mais limitada. Nem mesmo o uso dos acessórios especiais (muito apelões, diga-se de passagem) torna o combate mais elaborado. Ele está mais básico e repetitivo do que nunca. Ao invés de incrementar com novas opções, a Santa Monica aparentemente quis simplificar o que já era simples demais (talvez em uma tentativa de aproximar do modo multiplayer). Não que a jogabilidade do game tenha ficado ruim, longe disso, ela é eficiente demais para ser considerada ruim. Apenas está mais repetitiva e mais simples do que as versões anteriores. Sem dúvida, essa é a mecânica de combate mais enfadonha da franquia God of War até então. O empenho da Santa Monica com a jogabilidade foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)
Longevidade
Já foi avisado desde o começo: esse God of War seria bem curto. Não é surpresa para ninguém, já que sua história genérica erve apenas como "plus" para o modo multiplayer, que é o mais interessante. Sim, ele é curto, mas não podemos dizer que a Santa Monica negligenciou completamente a longevidade não. Após fechar o game pela primeira vez, o jogador poderá desabilitar diversos extras, dos quais pode acompanhar e assistir. Há itens extras, que adicionam novos elementos ao jogo, tornando uma segunda jogatina mais divertida, por exemplo. Há um modo de dificuldade extra desbloqueado depois que se fecha o game pela primeira vez, também, para incentivar a jogar mais vezes. Há um bom número de itens escondidos pelos cenários e de locais secretos para serem descobertos, aumentando o tempo de jogo pela exploração. Enfim, elementos que já tinham em outros jogos da série, mas que continuam presentes adicionando mais algumas horas de jogo ao game. Por volta de 8 a 10 horas de jogo, talvez 12 caso fique vasculhando cada cenário. Média habitual da série, mas agora com um novo quesito que veio para adicionar vida útil de forma arrebatadora ao game: o modo multiplayer online. Depois de jogar o modo single player, pegar tudo e fechar no modo mais difícil, conheça o modo online. Irá se apaixonar e querer passar horas e mais horas jogando. Horas não, dias, semanas. Há muitas e muitas opções, estilos de jogo, modos de jogo, seja cooperativo ou versus, de modo que dificilmente irá enjoar do modo multiplayer. Prepare-se para muita pancadaria online, que é a casca, o recheio e a cereja do bolo nessa edição. Pergunto-me porquê eles não pensaram nisso antes... O empenho da Santa Monica com a longevidade desse game foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)
Inovação
God of War: Ascension tentou seguir à risca a ideia de que é preciso evoluir. Eu critiquei consideravelmente os jogos anteriores por apresentarem sempre a mesma mecânica, por não terem nem sequer tentado fazer alguma coisa diferente. Era apenas mais do mesmo. Pois bem, agora o pessoal da Santa Monica decidiu incrementar com algumas coisas que realmente mudam a mecânica de combate do jogo. Pouco, é claro, sem grandes reformulações, mas ainda assim perceptível. O sistema de combos permanece o mesmo, mas o novo modo Rage of the Gods incentiva o jogador a manter o combo o máximo possível. O novo sistema de agarramento à distância facilita bastante alguns combates, com novas variações. Já o sistema de armas temporárias pode não ter agradado a maioria, mas é bem interessante. Em diversos pontos, esse game se difere dos anteriores. Algumas vezes para melhor e outras para pior. Mas é uma variação necessária, uma tentativa de melhorar o que nem precisa ser melhorado, e que pode não ter dado tão certo, mas que eu incentivo enormemente que eles continuem tentando. Cada game precisa ser inovador em relação aos anteriores, e Santa Monica fez certo em tentar mudar um pouco o estilo já batido do game. Pode não ter sido assim tão bom, mas é assim que se aprende e que façam melhor na próxima. Bom, falando em inovação, também não podemos nos esquecer do modo multiplayer, basicamente a única grande inovação do jogo. E foi um excelente incremento. De certa forma, o modo single-player foi apenas feito para "justificar" o modo multiplayer, que é criativo, divertido e eficiente. Se encaixou tão bem que um fã mais hardcore da franquia pode até pensar em adquirir esse game apenas pelo modo multiplayer online. Enfim, Ascension entregou aos seus fãs uma boa dose de inovação nesse game, coisa que ficou devendo nos jogos anteriores. O empenho da Santa Monica em trazer uma experiência única foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)
Diversão
Verdade seja dita, esse God of War carece de "grandes momentos". Após passar por grandes momentos na franquia, com batalhas épicas e cenas de tirar o fôlego, esperava-se ainda mais, um game ainda mais épico e mais intenso do que foi God of War 3. Mas não é o que temos aqui. A história do game, além de mais curta, está mais previsível, sem muitos personagens e tem mais momentos chatos do que momentos empolgantes. Uma pena. Bem, se as cenas animadas e os diálogos não chegam aos pés do game anterior, pelo menos a parte do combate e tal poderia ser, né? Também não. O combate também está defasado e antiquado. Mesmo com as incrementações que a Santa Monica tentou realizar, esse game pareceu estar um passo atrás do anterior. Menos emocionante, menos épico, menos fluido e... Menos divertido. Analisando de forma geral, não aparenta ser para tanto, mas quando se compara os games da série, percebe-se o quanto esse se mostra menos divertido do que os outros. Batalhas simples, puzzles simples, história simples. Fãs da série irão considerar o game ainda fácil demais, e vão chegar ao final sem grandes dificuldades, sem muita emoção e ainda esperando um algo mais. Decepcionante, é verdade, já que todos esperávamos uma experiência única... Mas pelo menos você pode jogar online, e aproveitar o game bem mais. Na verdade, o game só não é decepcionante do ponto de vista da diversão porque o modo online compensa e muito essas falhas do modo single-player. O empenho que a Santa Monica teve com a diversão do game foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)
Soma Final: 27/30 (Excelente)
Em resumo: God of War: Ascension foi feito basicamente para trazer um modo online para os fãs de uma das séries mais amadas do Playstation. O modo single-player foi apenas incluído para dar um propósito para o modo multiplayer. Se for comprar esse game apenas pelo modo single-player, irá se decepcionar. A história está bem mais fraca, a jogabilidade mais simplificada e a dificuldade ainda menor. Em si, é um jogo menos caprichado do que os anteriores da franquia. Agora, a maioria dos fãs da franquia se interessou por esse game apenas pelo modo multiplayer. O modo online é divertido, é criativo e empolgante, coisa que o modo single-player não conseguiu ser tantas vezes. Recomendo aos fãs da série mais pelo modo multiplayer online, que está caprichado, do que por qualquer outro motivo.
Análises profissionais
A média pela Metacritic para God of War: Ascension é 80/100.
Detonado em vídeo
Esse é o melhor detonado em vídeo disponível na internet para esse game. Completo, mostra como passar por todos os desafios, encontrar todos os itens secretos e ainda as melhores estratégias para passar por todos os chefões. Os vídeos contam com excelente qualidade de imagem, som e edição. Vale a pena conferir!
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9
Parte 10
Parte 11
Parte 12
Parte 13
Parte 14
Parte 15
Parte 16
Parte 17
Parte 18
Parte 19
Parte 20
Parte 21
Parte 22
Parte 23
Parte 24
Parte 25
E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
O jogo está entre os mais difíceis da saga, o combo completo com o quadrado só é feito com a barra de fúria cheia, então isso dificulta um pouco na hora do combate e a parte do Desafio de Arquimedes, é umas das partes mais chatas e insuportáveis da franquia kkkk
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