terça-feira, 24 de abril de 2012

Resident Evil 2 - Análise


Esta é a análise de Resident Evil 2, lançado pela Capcom em 1998 para o Playstation.


Introdução

Resident Evil, clássico do Survival-Horror lançado em 1996, causou muita expectativa, e moveu uma legião de fãs. Após o primeiro game, muitas empresas criaram games similares, na tentativa de pegar uma carona no sucesso que a precursora estava deixando. Quando a Capcom anunciou que faria um novo Resident Evil, ela se propôs a trazer algo novo. Lançado em 1998, Resident Evil 2 é a prova de que a Capcom conseguiu provar para todos porque é a referência quando se trata de games da terror, trazendo um game excepcional que consegue ser um clássico tão bom quanto o anterior.

RESIDENT EVIL 2


Informações técnicas

Publicado por: Capcom
Desenvolvido por: Capcom
Gênero: Survival-horror
Diretor: Hideki Kamiya
Plataforma: Playstation, PC, Nintendo 64 e Dreamcast
Data de lançamento: 21 de janeiro de 1998
Faixa etária: Mature

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música Narrow and Close, uma das músicas temas do jogo, composta por Masami UedaShun Nishigaki Shusaku Uchiyama.

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Resident Evil 2 é uma continuação direta da história do primeiro game. Se não conhece a história do primeiro game, pode ser que se confunda ou não entenda a história deste. Caso não conheça bem a história do primeiro game, confira nossa análise de Resident Evil, a qual contém explicações sobre a história.

Os acontecimentos do segundo jogo ocorrem dois meses após o primeiro game. Os sobreviventes do primeiro game, ou seja, Jill Valentine, Chris Redfield, Barry Burton e Rebecca Chambers, retornaram sãos e salvos para a cidade. Uma vez de volta ao quartel general da S.T.A.R.S., na delegacia de Raccoon City, eles contaram para as autoridades responsáveis toda a versão deles, de que foram atacados por monstros, que a mansão servia o tempo todo de fachada para um laboratório secreto da Umbrella Corporation, e tudo o mais. É claro que ninguém acreditou: quem é que ia acreditar em uma barbaridade dessas? Desapontados com as injustiças do mundo, eles desistem. Todos se despedem e vão cada um pro seu canto; uns saem da cidade, outros começam a viajar pelo mundo em busca de provas contra a Umbrella Corporation. O que eles não contavam é que os monstros fossem acabar atacando a cidade e colocando Raccon City em estado de calamidade.
Pois foi bem isso o que aconteceu. Os zumbis tomaram a cidade de assalto, e nem as forças policiais, com barricadas e armas de última geração, conseguiram detê-los. Aparentemente, houve um surto de um novo vírus da Umbrella, ainda mais poderoso e devastador, dentro do sistema de esgotos. Aí, através da contaminação pelos ratos e pela água, todos os moradores da cidade acabaram infectados com o vírus e se tornaram zumbis mortos de fome.
Bom, e é bem nesse panorama que entram em cena os dois protagonistas desta nova história. Não se trata de nenhum dos personagens do primeiro game, e sim dois personagens completamente novos. Assim como no primeiro game, podemos escolher jogar com um dos dois personagens: Claire Redfield ou Leon Scott Kennedy. Cada um deles possui um CD exclusivo, e um papel específico na trama. Veja imagens dos dois:


Os dois são bem distintos, inclusive o motivo da chegada dos dois à cidade. Leon é um policial recém-formado que está vindo para Raccon para seu primeiro dia de trabalho na força policial da cidade. Já Claire é uma motoqueira que está procurando por seu irmão, o Chris Redfield, protagonista do primeiro game. Sabendo que ele mora em Racoon City, ela veio para a cidade procurá-lo. Os dois personagens chegam à cidade basicamente ao mesmo tempo, e bem no momento mais inoportuno: quando a cidade está praticamente destruída por monstros. Surpresos com a situação, ao invés de irem embora, eles correm para uma lanchonete, onde se encontram e juntam forças. Eles conseguem fugir em uma viatura deixada convenientemente no meio da rua, aberta e com a chave na ignição.
O problema é que Leon dirige muito mal, e, para o azar do casal, há um policial zumbi dormindo no banco de trás do carro. Assim, Leon acaba batendo o carro em um poste. Poucos segundos depois, ocorre um acidente estranho com um caminhoneiro zumbi, e os dois acabam se separando. Eles prometem se reencontrar na delegacia local.
Encontro marcado, o jogador controla um dos dois personagens em seus trajetos distintos até a delegacia. Na delegacia, eles se abrigam, enquanto procuram sobreviventes e bolam uma forma de escapar da cidade. Eles se separam para explorar a delegacia, e acabam se deparando com personagens diferentes.
Leon Kennedy encontra uma mulher chamada Ada Wong:


Ada é uma oriental muito misteriosa que está procurando por seu namorado, o pesquisador da Umbrella chamado John, que foi citado no primeiro game. Ela possui uma arma e quase atira em Leon na primeira vez que se vêem. Ela se mantém distante e gosta de ser independente, de modo que ela não aceita a ajuda de Leon e gosta de se virar sozinha. Ela parece ser do tipo independente, fria e calculista.

Logo os dois começam a criar laços efetivos. Há um momento em que o jogador pode até mesmo controlar  Ada Wong, mas é por pouco tempo. Leon chega a tomar um tiro para proteger Ada, e ela em troca faz um curativo em Leon. Depois, é a vez de Ada levar um ataque, e Leon a leva até um lugar seguro para poder curá-la e salvar a vida dela. Porém, mais para o final do game, ela revela que enganou Leon o tempo todo, e, na verdade, trata-se de uma espiã a mando de uma organização secreta que está atrás do vírus mais recente da Umbrella Corporation. Ela se envolve em um breve conflito interno, sem saber se pega o vírus e vai embora ou se beija Leon, mas acaba morrendo ao cair de uma altura imensa.

Já Claire Redfield explora o outro lado da delegacia, e encontra outros personagens. Primeiro, ela encontra o delegado da cidade, que ainda se encontra dentro da delegacia: Brian Irons.


Brian é um delegado corrupto, e o único motivo pelo qual ele não fez nada a respeito das acusações sobre a Umbrella é porque ele recebe grana por fora para defender a empresa. Ele é visto diante do corpo desfalecido da filha do prefeito da cidade, mas ele diz que ela foi morta por um zumbi. Na verdade, ele mesmo a matou, com a intenção de empalhá-la. Irons é um taxidermista fora de controle. Caso não saiba, taxidermista é aquele que empalha animais e/ou seres humanos. Ele é conhecido pelos policiais da delegacia por ser extremamente cruel e impositivo. Mas ele não contribui em nada com a história do jogo e logo morre cruelmente nas mãos de um monstro.

Claire também encontra uma menininha mimada e muito chata, chamada Sherry Birkin.


Ela é tosca e totalmente inútil para a história. Absolutamente imprestável, só sabe chorar e se sentar no chão em caso de perigo, sendo incapaz de se defender e bem lenta até para correr em linha reta. Um estorvo que a Claire tem de acompanhar em determinados momentos do jogo. Até chega a ser possível controlá-la no jogo, mas em apenas um momento, o qual é tão pedante que dá vontade de deixá-la morrer na boca dos cachorros zumbis. Ela é filha de William Birkin, o cientista maluco e vilão principal do jogo.

Como já era de se esperar, Leon e Claire logo encontram uma passagem secreta que leva aos subterrâneos da delegacia, a qual é, adivinhem só, um laboratório da Umbrella Corporation! Parece que a Umbrella possui laboratórios subterrâneos embaixo de toda a Raccon City, até mesmo embaixo do nariz dos policiais que deveriam proteger a cidade... E o pior é que ninguém sabia! Haja dinheiro e planejamento para fazer se obras subterrâneas tão extensas sem deixar pistas, hein?

Nesse meio tempo, conforme a trama se desenvolve, as causas por trás de todo o incidente começam a se explicar. Tudo aconteceu por causa desse homem aqui, chamado William Birkin:



William é o pesquisador-chefe da Umbrella. Uma das mais brilhantes mentes por trás da empresa, William é pai da Sherry e marido da Annette Birkin. Um bom pai e um bom marido, ele é bem dedicado ao seu trabalho. Foi ele que desenvolveu o G-Vírus, o novo vírus que transforma as pessoas em seres ainda mais grotescos e feios.

Só que essa sua nova concepção poderia ser a sua redenção dentro da empresa. Ambicioso, William queria ser promovido, e decidiu manter o vírus apenas com ele, enquanto negociava para quem ele deveria entregar a fórmula. Ele começou até mesmo a fechar acordos com o próprio governo americano, em busca de mais dinheiro e promoção pessoal. Mas é claro que a Umbrella não iria deixar assim tão barato. Indignada com as atitudes egoístas de Birkin, ela enviou uma equipe de mercenários atrás dele, com a clara intenção de matá-lo e reaver o G-Vírus.

O grupo consegue encontrá-lo, e o metralha. Após reaver o G-Vírus, eles fogem e deixam William mortalmente ferido. Sem outra alternativa, ele repara que ainda está com uma ampola de G-Vírus na mão. Usando uma seringa, ele injeta o conteúdo dentro de si mesmo, em uma tentativa desesperada de se manter vivo e de obter vingança. Birkin se transforma em um monstrengo enorme, e consegue ir atrás dos mercenários que o mataram. Ele impede a fuga dos mercenários e acaba espalhando o vírus no sistema de esgotos. Os ratos difundem o líquido pelos esgotos, contaminando a cidade inteira.

Também encontramos a esposa dele, Annette Birkin:


Annette é a esposa de William Birkin. Ela era apaixonada por ele e por sua família, mas, por ser uma cientista, também trabalhava duro para se consagrar dentro da Umbrella. Ela auxiliou William em todos os momentos, bons e ruins, e considerou a morte dele uma causa pelo qual lutar e se vingar.

Annette quer o G-Vírus, e está disposta a tudo para consegui-lo. Primeiro ele tenta acertar a Ada, mas acaba acertando o tiro de raspão em Leon, que faz o favor de se jogar na frente. Ela sempre soube que Ada era uma espiã, e até tentou avisar Leon. Ela acaba abandonando a Sherry, e nem se preocupa se a garota está viva ou morta. Ela até consegue obter o vírus, no meio do caminho, mas acaba morrendo sem ter a oportunidade de fugir.

Mas o que chama a atenção no jogo é a aparição de um outro monstro, que viria a se tornar bem popular: Mr. X.


Mr. X faz sua aparição apenas no segundo cenário do jogo, e trata-se de um inimigo bem linha dura, que enche o saco do começo ao fim do jogo, perseguindo o personagem em várias salas e botando o terror com seus socos poderosos. Trata-se de uma das armas mais mortais desenvolvidas pela Umbrella.

Para piorar um pouquinho mais as coisas, os protagonistas descobrem que um a bomba nuclear está prestes a cair na cidade, como um recurso muito inteligente do governo americano para salvar o resto do país de se contaminar com o vírus. Mas Leon, Claire e Sherry conseguem escapar da cidade usando o trem subterrâneo da Umbrella, apenas milésimos de segundos antes de a bomba atingir a cidade. A cidade é completamente dizimada com a bomba nuclear, mas de alguma forma muito misteriosa eles não são afetados. A história termina aí. Espero que tenham gostado.

Sobre o jogo

Resident Evil é um Survival-Horror como o jogo anterior. Ou seja, o jogador ainda controlará um personagem (ou Claire ou Leon) que estará acuado em uma área repleta de monstros. Nesse quesito, o jogo não mudou em nada. As mudanças foram mais sutis mesmo, com uma ou outra coisa nova adicionada aqui e ali.
O clima de terror continua intacto, aliás, pode-se dizer que foi melhorado. As ruas de Raccoon City estão repletas de monstros, e o jogador já começa o jogo em uma situação tensa, tendo de se livrar de diversos zumbis. Podemos morrer antes mesmo de dar nossos primeiros passos! Novamente, o jogador tem de encontrar munição espalhada pelo jogo, seja em latas de lixo, bancos ou em ônibus tombados. Para se livrar dos monstros, na maioria das vezes temos de nos desviar dos inimigos, pois, diferentemente do primeiro game, em que havia munição de sobra, agora com certeza não teremos munição para matar todos os inimigos. O jogador é obrigado a aprender a desviar e fugir da maioria dos inimigos, principalmente no início, se quiser sobreviver, e isso deixa o jogador ainda mais tenso e com mais receio de fazer alguma curva e encontrar um monstrengo à espreita.
Mas isso não quer dizer que o combate tenha sido deixado de lado para que corramos para lá e para cá. Não, não. A fuga dos monstros é aconselhada, para guardar munição, e tal, mas haverá momentos em que terá de empunhar sua arma e atirar muito. As cenas de ação continuam intensas e desafiadoras, com muitos monstros por todos os lados, e uma sensação de perigo constante. O método básico de empunhar a arma e travar a mira nos alvos antes de se atirar continua o mesmo do jogo anterior, então, se jogou o primeiro game, não terá problema nenhum com essa continuação, afinal, os comandos são os mesmos. A mesma jogabilidade truncada está de volta, sem alterações.
Os monstros aumentaram. Agora, há muito mais zumbis, aranhas e cachorros para enfrentar. Enquanto, no jogo anterior, era difícil encontrar mais de dois inimigos juntos, aqui será bem fácil se ver cercado por inimigos de todos os lados. Além de estar em maior número e atacando em grupos cada vez maiores, eles estão mais ferozes também. Os zumbis agora podem correr em sua direção, e atacar em bandos mais organizados. Sem contar que eles continuam aparecendo de surpresa, em momentos inesperados. Há novos inimigos, também, como os perigosos lickers, seres com línguas enormes e cérebros expostos que andam no teto e podem matar rapidamente; e os seres-planta, que cospem veneno e podem agarrar os personagens.
O número de armas também aumentou. Agora, além de pistolas, espingardas e lança-granadas, podemos usar metralhadoras, lança-chamas, revólveres e tal. Muito eficiente e com mais opções de estratégia de combate. O lança-chamas, por exemplo, é muito eficiente contra os seres-planta.
Até mesmo as ervas medicinais estão de volta, com todas as suas possíveis combinações. Além de ervas verdes, vermelhas e azuis, voltaram os sprays de primeiros-socorros. E eles nunca foram tão requisitados quanto nesse jogo.
Só que o velho sistema do inventário continua vigente. Isso quer dizer que os personagens possuem um inventário limitado para poderem guardar seus itens, seja armas, munições, chaves, itens de cura ou tal. Saber organizar bem o inventário é obrigatório. Para guardar os itens sobressalentes, mais uma vez temos de usar baús de itens. Os baús estão espalhados por vários cantos, e mais uma vez transportam magicamente os itens depositados de uns para os outros. Aqueles que jogaram o primeiro game não terão problemas, mas aqueles que ainda não passaram por esse tipo de experiência encontrarão problemas para escolher os itens que devem levar ou não, e precisarão perder tempo fazendo muitas viagens desnecessárias para recolher itens que não sabíamos que poderíamos precisar. Saiba que é sempre bom deixar espaços vazios no inventário para poder armazenar itens recém-encontrados. Ah, e também não se esqueça de levar itens de cura com você, só para garantir.
As diferenças gritantes entre homem e mulher continuam, e, mais uma vez, as mulheres levam muita vantagem em relação ao macho da espécie. Claire possui acesso exclusivo às armas mais poderosas do jogo, enquanto Leon possui algumas adaptações para as armas e um isqueiro. Fato curioso, sendo que ele não fuma.
Um dos fatos mais inovadores deste jogo é o uso de dois CDs. Cada CD é para um personagem. Após fecharmos o jogo com um personagem, podemos continuar a história com o outro personagem, vendo o "outro lado", ou seja, o que o outro personagem estava fazendo enquanto o personagem inicial estava fazendo alguma coisa. Isso ajuda bastante a explicar algumas animações e alguns acontecimentos aparentemente confusos. Além, é claro, de deixar a história mais densa, apesar de que algumas informações às vezes não batem, mas tudo bem. O que importa é que cada personagem possui sua participação para o enredo do jogo, e, para saber exatamente o que aconteceu, tem de se fechar o jogo com os dois personagens.
Aí é que entra a diferença deste jogo em relação ao primeiro: cada um possui um caminho distinto na delegacia. Cada um percorre salas diferentes, em uma ordem diferente, pega itens diferentes e enfrenta inimigos diferentes. O enredo de cada personagem é bem diferente um do outro, e se complementam nos pontos-chave, de modo que, para se entender toda a história, é necessário jogar e fechar com os dois.
Diferentemente do primeiro game, há interação direta na jogabilidade com os dois personagens. Como os dois personagens passam pelas mesmas localidades, há coisas interessantes para se fazer em equipe. Um armário, por exemplo, possui dois bons equipamentos. Cabe ao jogador escolher se pega tudo com um dos  personagens ou se deixa uma parte do equipamento para quando jogar com o outro personagem usando o mesmo save. Em outro momento, há uma porta que abre com duas impressões digitais. O jogador pode ir com um personagem, inserir as impressões digitais, e depois ir com o outro personagem para conseguir abrir a porta, conseguindo acesso à sala secreta com muitos itens. Esses elementos de interação de um personagem com o outro são muito bem-vindos para a franquia.
Porém, fora esses pequenos detalhes, não tem muito mais coisas diferentes não. Resident Evil 2 não nega que é uma continuação direta do primeiro game. A esperada continuação trouxe a mesma proposta, mas explorada de uma forma um pouco melhor, ainda que bem semelhante ao original.

Minha análise do jogo

Gráficos 
Os gráficos do primeiro jogo já eram bonitos? Eram. E, em menos de dois anos, eles conseguiram melhorar? É claro. Tudo no que se refere a gráficos foi melhorado e aperfeiçoado aqui nesse game. A começar pela animação dos personagens, que foi incrementado e se tornou mais realista. Eles possuem maior número de movimentos e podem se expressar mais. Os cenários também foram muito bem trabalhados, e passam toda a sensação de realismo possível. Os carros tombados, edifícios quebrados, enfim, a destruição e o caos na cidade, foram bem detalhados, e o fogo que sai dos destroços, assim como a fumaça que sai dos carros, enfim, tudo contribui para um clima de desolação. Sem contar que os cenários estão mais interativos. Além disso, se o jogo em si está mais bonito, o que dizer das animações? Não são vídeos gravados com atores reais, como no primeiro game, e sim animações completamente programadas. E elas estão muitíssimo bem feitas, com direito a efeitos muito interessantes de luz e de sombra. No todo, o empenho da Capcom em tornar esse o mais belo e realista survival-horror possível foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Som 
Os efeitos sonoros são responsáveis por 40% dos sustos que você irá tomar. Afinal, trata-se de uma cidade sitiada, e você estará envolto de monstros o tempo todo. Não há sentimento que seja maior do que a tensão que se sente ao se aproximar de uma virada no corredor e ouvir os passos de um monstro vindo atrás de você. Os efeitos sonoros de tiros, de explosões, os gritos, os grunhidos dos monstrengos, está tudo ainda melhor do que no primeiro game. Um trabalho perfeito feito com a única intenção de fazer o jogador sentir o mais puro medo de dar um passo em um local que não conheça. Se apenas os efeitos sonoros normais do ambiente já causam temor, as músicas orquestradas e selecionadas pelo compositor Masami Ueda e sua equipe multiplicam isso por cem. Para finalizar, as dublagens dos personagens também estão convincentes e bem feitas. Empenho máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade 
A jogabilidade de Resident Evil 2 é a mesma do primeiro game. Isso quer dizer que a jogabilidade possui as mesmas qualidades, mas também os mesmos defeitos do primeiro game. A questão da organização do inventário continua pesando, mas isso não chega a ser um defeito: faz parte das características do jogo. Mas o sistema de mira não melhorou nem um pouquinho. Esses sistema de mira, do tipo "empunhe a arma e vire-se na direção de seu alvo" era eficiente até demais no primeiro game, quando os inimigos eram poucos e o combate tinha menos expressão. Mas nesse game os inimigos são muitos e aparecem por todos os lados, exigindo combates rápidos e intuitivos. Infelizmente, os controles precisariam ter sido incrementados para facilitar o combate para essa nova realidade. Mesmo um jogador mais experiente vai encontrar problemas ao se encontrar cercado de zumbis e com controles truncados e travados. Sem contar que o ângulo de câmera costuma várias vezes esconder os inimigos na tela, e aí mirar fica impossível. Se isso já atrapalha os veteranos, imagina os novatos, então. Um jogador que esteja conhecendo os survival-horrors agora com certeza irá se frustrar por morrer diversas vezes sem nem conseguir chegar até a delegacia. Isso porque o jogo não traz nenhum tipo de tutorial e joga o personagem constantemente, desde o primeiro minuto de jogo, na cara dos inimigos. Em resumo: Resident Evil 2 possui um foco muito maior no combate intenso contra múltiplos inimigos, só que a jogabilidade não evoluiu, e, se já apresentava esse problema no primeiro game, agora esse mesmo problema se agrava e muito. A jogabilidade tinha de ter acompanhado melhor o ritmo do jogo, e a equipe de produção da Capcom não fez isso porque não quis. Por isso, posso dizer que o empenho da Capcom com a jogabilidade foi apenas mediano com esse game.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)


Longevidade 
A Capcom atendeu os pedidos do primeiro game, e aumentaram ainda mais a longevidade. O primeiro game possuía um jogo que não era bem curto, mas que tinha quatro finais e alguns extras. Pois bem: Resident Evil 2 possui um jogo tão curto quanto, e ainda quatro finais, mas um monte de extras e de coisas secretas para se fazer. Mesmo depois que o jogador fechar o jogo com os dois personagens, e realizar os dois cenários com os dois personagens, ainda vai ter coisas que ele pode não ter feito e vai querer fazer, como salas secretas, itens escondidos, e tal. Um exemplo são os filmes com fotos dos personagens, que estão secretamente espalhados pelos cenários, e que farão o jogador procurar muito mesmo, caso queira encontrá-los. E o melhor ainda não chegou: além dos extras habituais, que são armas secretas, roupas alternativas, e tal, tem um extra que é muito interessante: um mini-game de sobrevivência que o jogador abre ao se fechar o game e que permite ao jogador jogar com personagens totalmente inusitados uma situação de emergência com tempo cronometrado. Para liberar mais personagens para esse mini-game, o jogador tem de fechar o jogo com alguns requisitos, como fechar em tempo recorde, sem salvar o jogo, entre outras coisas. E isso, leitor, pode acreditar: vai levar um bom tempo. Até o jogador conseguir abrir e disponibilizar tudo o que o jogo tem a oferecer, o jogo estará dentro do videogame por várias semanas. E isso é o que importa. O empenho da Capcom com a longevidade foi ainda maior do que o primeiro jogo, ou seja, máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação 
É difícil considerar a inovação de uma sequência. Resident Evil foi uma quebra de paradigmas, um divisor de águas, o principal projetor de um gênero que hoje é amado por milhares de pessoas. Resident Evil 2 não tem mais esse objetivo. Ele não é um divisor de águas: ele simplesmente seguiu o que o primeiro game deixou. É um continuação, e a intenção dele não foi reinventar a roda, apenas poli-la. A inovação foi muito maior em outros survival-horrors concorrentes da franquia do que da própria continuação da franquia. É mais do mesmo, pouca coisa foi alterada. Eles podiam ter inovado mais, mas não quiseram. Talvez porque não quisessem afastar os fãs que curtiram o primeiro game, mas a verdade é que eles não se empenharam em fazer algo novo. Melhoraram uma coisa aqui e ali, mas o empenho com a inovação foi, ainda assim, apenas mediano.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Diversão 
Ah, mas a diversão se manteve intacta do primeiro ao segundo game. A Capcom conseguiu recriar o clima de suspense e de terror do primeiro game. Na verdade, ela ampliou essa atmosfera, e deixou o jogo muito mais tenso, com uma história ainda mais trabalhada e mais aterrorizante e com mais momentos de sustos do que o primeiro game. Desta vez, o jogador não se sente tranquilo em lugar nenhum, Quando ele menos espera, algo surpreendente acontece, e, quando ele percebe, está cercado por um monte de monstros e tendo de ser rápido nos controles para sobreviver. Não há local seguro em lugar nenhum, e o jogador irá pular da cadeira por vezes seguidas até o final do game. Além disso, o jogador irá querer ler os documentos para descobrir mais detalhes sobre a trama, de tão envolvente que ela é. Enfim, se você curtiu a atmosfera do primeiro game, saiba que a Capcom mandou ainda melhor nesse game.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Soma Final: 24/30 (Muito Bom)

Em resumo: Resident Evil 2 trouxe ainda mais daquilo que os fãs do primeiro game pediram. Ele não rompeu barreiras como o jogo anterior, mas atendeu o que os fãs queriam, então se tornou uma compra obrigatória para os amantes do terror. Não é à toa que se tornou um sucesso. Por muito tempo, foi o game mais vendido da história da franquia, e é um dos mais vendidos do console. No entanto, dentro de um retrospecto, o jogo trouxe poucas inovações, e também manteve alguns defeitos, por isso sua nota o caracteriza como um jogo inferior ao anterior, em parâmetro comparativo, na minha opinião, mas ainda é um game apaixonante. Se gostou do primeiro Resident Evil, o segundo é obrigatório.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para Resident Evil 2 é 89/100.

Detonado em Vídeo

Esse vídeo detonado foi feito para mostrar o cenário A de Leon. Ele não mostra os outros cenários e nem a versão da Claire. Está completo e mostra a localização de quase todos os itens (até mesmo alguns secretos), com raras exceções. Vale a pena conferir:


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

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