segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Syphon Filter - Análise

Esta é a análise de Syphon Filter, lançado pela Sony Computer Entertainment em 1999 para o Playstation.


Introdução

A 989 Studios, fundada em 1995, não era muito conhecida, apesar de ter lançado games como Twisted Metal 3 e Cool Boarders 3. Portanto, o lançamento de Syphon Filter foi muitíssimo bem-vindo, e deixou clara a intenção da empresa de participar também no ramo dos jogos de ação, competindo com empresas como a Konami, a Rare e a Square. Syphon Filter conseguiu o seu espaço misturando toques já encontrados em outros games, mas misturados em uma experiência única. Leia a análise e saberá porque ele se tornou um dos maiores sucessos e um dos games mais inovadores do ano de 1999.

SYPHON FILTER


Informações técnicas

Publicado por: Sony Computer Entertainment
Desenvolvido por: Eidetic
Gênero: Third-Person Shooter
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 31 de janeiro de 1999
Faixa etária: Mature

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Syphon Filter é uma das mais básicas intrigas de ação possível. Envolve terrorismo, ameaças internacionais, traições e jogos de espiões, entre outros elementos já conhecidos.

O protagonista do game é Gabriel Logan. Dê uma olhada nele:


Logan é um agente da agência americana anti-terrorismo sagazmente nomeada The Agency... Trata-se de um agente especialmente treinado para missões de alto risco, incluindo missões furtivas. É um perito em praticamente todo tipo de arma e um atleta perfeito. Sua missão principal no jogo é impedir que um terrorista internacional chamado Erich Rhoemer destrua o mundo. Dê uma olhadinha em como é Erich Rhoemer (esta imagem não é a das melhores, mas a melhor que tenho):


Rhoemer é um cara do mal, que, simplesmente por ódio pela sociedade, resolveu ameaçar o mundo usando um vírus biológico de grande raio de alcance e extremamente mortal batizado como Syphon Filter (daí o nome do jogo). Rhoemer possui bombas repletas desse vírus, e está disposto a usá-las para causar o terror. Ah, e ele conseguiu mísseis e ogivas nucleares com esse vírus também.
Mas Gabe não está sozinho em sua caçada! Ele pode sempre contar com a ajuda de sua eterna parceira, a também agente oriental Lian Xing.


Nesse game, Lian não chega a ser necessariamente útil. Ela não é controlável e só participa no jogo entrando em comunicação pelo rádio para dar algumas pistas óbvias e algumas informações adicionais sobre o que fazer. Ela não participa muito da trama até o momento em que ela é sequestrada e tem de ser resgatada, mas acaba por aí também.

Bem, a trama de Syphon Filter é um pouquinho mais complexa do que isso, e envolve muitos personagens que são secundários, mas que desenvolvem seu papel para deixar o enredo mais dinâmico e com mais detalhes. Vou falar um pouco sobre eles:


Este aí é Jonathan Phagan, presidente e CEO das empresas PHARCOM. A PHARCOM é a empresa de pesquisas farmacêuticas que está desenvolvendo, na surdina, o vírus Syphon Filter. Phagan é rico e uma pessoa notória na sociedade, acima de qualquer suspeita, pelo menos a ponto de poder comparecer a festas de gala com a certeza de que não será incomodado pela polícia. Ele é sequestrado e eliminado no decorrer do jogo, sem muita participação, mas pelo menos ele chega ajudar com algumas informações úteis.


Esta é Mara Aramov, uma das peças-chave da história. Ela possui tanta participação na trama quanto qualquer outro personagem, apesar de só percebermos isso no final. Para questões comparativas, Aramov está para Syphon Filter assim como Ocelot está para Metal Gear Solid, ou seja, um elo que liga os diversos games de forma a manter uma mesma linha de acontecimentos. Ela começa como vilã, e, depois de ser capturada, acaba se tornando nossa informante e nossa aliada, ajudando Gabe Logan. Mas, no final, ela se mostra vilã novamente.


Este é Edward Benton, um agente da Agency que, na verdade, trabalha para Rhoemer. Trata-se de um informante secreto que é descoberto ainda no meio do jogo, e Logan tem de eliminá-lo.


Falando em traidores, este é Thomas Markinson. No começo, ele é o diretor de operações e o cara que manda Gabe para as missões. Ele começa a gerar suspeitas mais para o final do jogo, quando ele some e deixa de se comunicar com os agentes. Somente na última fase, ele se revela como o traidor principal, o cara que agenciava tudo. Ele queria derrotar Rhoemer, mas ele não queria salvar o mundo, pelo contrário: ele queria o Syphon Filter como moeda de troca com outras organizações criminosas, de forma a conseguir dinheiro e poder. Na verdade, toda a Agency é uma organização corrupta, e Gabe nunca desconfiou disso. Ele é morto pelo próprio Rhoemer, antes que ele acabasse dando com a língua nos dentes ainda mais.

No final, Gabriel Logan consegue impedir que Rhoemer domine o mundo, matando-o. Mas o que ele mal sabia é que, estragando os planos de Rhoemer, ele na verdade estava ajudando Mara Aramov, que era a verdadeira vilã no final das contas. Ela fingia estar do lado de Rhoemer apenas para botar as mãos no vírus Syphon Filter, e ela tramou todo o plano da guerra entre Phagan e Rhoemer para conseguir ficar com o vírus. Na verdade, ela trabalha para outro ser misterioso muito importante dentro da política e também dentro da Agency (claro que a agência corrupta tinha de estar a par de tudo isso), que não aparece nesse jogo, mas que será uma peça fundamental nos games seguintes da franquia.

Sobre o jogo

Syphon Filter é um jogo de tiro em terceira pessoa com toques leves de plataforma. Não tem como jogar Syphon Filter e não se lembrar de vários outros jogos, afinal, trata-se de uma mistura de estilos diferentes. Mas é uma mistura sólida e bem-feita.
Syphon Filter não é o tipo de jogo que deixa o jogador chateado por oferecer uma ação repetitiva: o jogo está sempre mudando, e as fases conseguem ser diferentes o bastante para que o jogador não se sinta fazendo sempre a mesma coisa. Em certos momentos, temos de simplesmente matar todos à nossa volta, como um bom third-person shooter. Em outros momentos, temos de invadir bases sem ser detectado, usando armas silenciosas e nos escondendo dos inimigos, como um bom stealth-action. Já em outros momentos, nós temos de escalar destroços, procurar saídas para certos locais, e resolver alguns quebra-cabeças simples, envolvendo exploração do cenário, como um bom platformer. Não há dúvida de que o estilo preponderante no jogo é a ação, mas não tem como negar que essa mistura toda de estilos deixa Syphon Filter rico como nenhum outro jogo.
Ressalto mais uma vez que as missões são muito variadas. Gabe vai para diferentes partes do mundo, indo de vários pontos dos Estados Unidos até o Cazaquistão e a Ucrânia para realizar as missões. Ele vai invadir bases secretas, capelas, centros de exposições, bancos, metrôs, armazéns, enfim, várias localidades diferentes.
E não são apenas as localidades que variam. A diferença na ação de uma fase para outra é drástica, exigindo do jogador habilidades múltiplas. Afinal, Gabe Logan é um agente completo, e ele não pode apenas saber usar uma metralhadora para sair matando quem aparecer pela frente. Ele também tem de saber usar pistolas com silenciador para tiros precisos na cabeça. Ele tem de saber usar rifles de precisão para disparos à longas distâncias. Ele tem de saber usar granadas de gás para derrotar uma quantidade maior de inimigos. Ele tem de saber agir sem ser percebido, tem de saber fornecer proteção total a outros agentes, e também resgatar reféns sob a mira do inimigo.
O jogo fornece adrenalina do começo ao fim, mesclando missões intensas, mesmo que de modos diferentes. Seja trocando tiros no meio da rua, ou invadindo bases secretas, ou seguindo alguém em uma festa, ou lutando contra chefes de fase, a ação nunca para, e isso é um diferencial. Mesmo quando o jogo propõe uma coisa nova ao jogador, ele não se torna chato, e essa é uma lição que outros games podem e devem aprender com Syphon Filter.
As partes de ação e de tiroteio são umas das mais legais. Gabe pode se esconder atrás de obstáculos, e usar a mira manual com os botões R2 e L2 para se deslocar para os lados, surpreendendo os inimigos enquanto está parcialmente protegido. Nesse game, os inimigos aparecem a todo instante, e é sempre bom estar protegido em algum lugar para trocar tiros com mais segurança. Se bem que, se o jogador quiser, ele pode bancar o Rambo e sair por aí com a arma mais potente nas mãos sem problemas.
Já as partes stealth são as minhas preferidas. Em algumas fases, Gabe não pode ser visto de jeito nenhum. Nessas partes, temos de nos esconder sempre, e prestar muita atenção em nossa volta. Além de evitar inimigos, temos de prestar atenção para evitar lasers, sensores de movimento, luzes e holofotes. Tudo isso pode ser destruído a tiros, contanto que ninguém veja, é claro. Armas silenciosas são obrigatórias nessas partes: nada de usar espingardas, metralhadoras ou lança-granas. Será na pistola e no rifle de precisão mesmo. Temos de usar estratégia para saber a hora certa de atacar, também. Quando houver mais de um inimigo em uma área, por exemplo quando estivermos seguindo uma pessoa na surdina, temos de esperar que um deles se afaste para que possamos matá-lo, por exemplo. São poucas fases em que temos que agir stealth, mas todas elas foram bem planejadas e estão entre minhas preferidas.
Não há necessariamente fases platformer, mas há momentos de platformer. Como quando Gabe tem de encontrar o modo adequado para se escalar os destroços, de modo a chegar a um ponto lá no alto. Ou quando temos de prestar atenção nas descida de um buraco às escuras. Há ainda algumas salas com armadilhas típicas de jogos platformer, como pisos que cedem, partes em que temos de saltar de uma área a outra, procurar passagens secretas, nos movimentar dependurado sob vigas e canos, ou rolar por buracos na parede. São toques bem-vindos ao game.
Há fases em que temos de enfrentar chefes. Os chefes são variados e pedem por ações extremas. A maioria deles usa coletes, e temos de usar de diferentes estratégias para derrotá-los, como usar armas específicas ou disparar em pontos fracos. São poucos, mas ainda assim interessantes.
E tem as fases do quebra-pau, que geralmente envolvem fugir de uma base que está prestes a explodir. Essas fases possuem tempo cronometrado e um número muito grande de inimigos, ou seja, exigem um comportamento totalmente diferente das outras. Nessas fases, não adianta nada querer se esconder, atirar com precisão ou passar desapercebido: o jogador tem é de liberar seu instinto selvagem, pegar sua arma mais poderosa e sair atirando sem nem olhar para trás. Os inimigos aparecerão de todos os lados, e pegarão pesado, usando granadas e armas poderosas, então o jogador terá de mostrar muita habilidade para passar por essas fases.
Logan possui um vasto arsenal à sua disposição, que vai desde pistolas e revólveres a diferentes tipos de metralhadoras, sem contar com rifles de precisão, granadas, lança-granadas e tal. Há até uma arma especial que é capaz de furar coletes à prova de balas, e que será muito requisitada, principalmente nas últimas fases. Tem algumas armas que são inusitadas e interessantes de se ver, como as granadas de gás, que fazem o inimigo sufocar em uma camada de gás (não entre na área, ou morrerá também), e a taser, uma arma que eletrocuta o inimigo até que ele toste. As armas são totalmente baseadas em armas reais. Mesmo que o jogador não conheça as armas, ele pode abrir a tela de inventário, e essa tela irá dispor de todas as informações necessárias sobre a arma, desde informações sobre a sua origem e tal, até noções importantes, como força do tiro, velocidade de disparo e número de balas por pente. Tudo para auxiliar o jogador a escolher a melhor arma para cada situação.
Para trocar armas, o jogador pode, se quiser, abrir o menu e escolher com calma. Mas, se ele quiser trocar de arma no calor da ação, sem precisar de menus, ele pode apertar apenas um botão para trocar rapidamente para a próxima arma ou abrir o inventário de armas no próprio jogo, deixando tudo ainda mais realista.
O sistema de vida do jogador é algo novo no gênero. Logan possui um colete à prova de balas, então, ao tomar tiros, enche-se uma barra chamada Danger. Quanto mais tiros tomamos, mais essa barra vai encher. Se essa barra encher ao máximo, as balas começarão a perfurar o colete de Gabe, podendo levá-lo à morte. Cabe ao jogador se esconder ou matar as pessoas que estão lhe atirando. Aí, a barra de Danger se esgota e começa tudo novamente. Caso Gabe receba dano, e ele pode trocar de colete pegando coletes de inimigos mortos ou encontrando em caixas.
Algo semelhante acontece ao se mirar no oponente. Há uma opção de mira automática. Ao mirar no inimigo, uma barra de Target começa a se encher. Quanto maior a barra de Target, melhor nossa mira sobre o inimigo, e maior o dano. Caso o inimigo esteja longe de Gabe, ou em movimento, a barra começa a cair e é maior a probabilidade de se errar o tiro. Isso impede que usemos em demasia a mira automática, como em outros jogos, no qual a mira automática é sempre infalível, podendo acertar inimigos correndo com a maior facilidade. Essa inovação, além de deixar os tiroteios mais realistas, adiciona bastante à série, dando a ideia de perigo constante, e forçando o jogador a usar mais a mira manual, geralmente esquecida. 
Syphon Filter apela bastante para um conceito que é o de tiroteio estratégico. No início do jogo, é relativamente simples matar a maioria dos inimigos usando a mira automática e correndo para cima deles sem medo, pois, geralmente, o inimigo está menos fortemente armado do que nós, e acabará morrendo primeiro. Mas, conforme o jogo prossegue, essa medida cai por terra. Conforme avança pelas missões, os inimigos aparecem em maior número, com armas cada vez melhores, até encontrar verdadeiros exércitos de inimigos, todos com estratégia de soldados de elite, portando coletes à prova de bala e metralhadoras especiais que furam coletes. Nesse caso, a velha tática já não funcionará, e terá de arrumar estratégias alternativas para lidar com hordas de inimigos. Esconder-se em pontos-chave, e matar um inimigo por vez, usando a arma mais adequada para cada um é a melhor saída. Se o inimigo usa uma espingarda, tente usar uma metralhadora mais rápida para ter vantagem. Se ele usa um rifle, tente correr para perto dele e arrebentar com uma espingarda, e assim por diante. O jogador tem de tomar estratégias o tempo todo, e isso é o tiroteio estratégico.
Tanto a mira manual quanto a mira automática funcionam muito bem. Os inimigos reagem de forma diferente quando alvejados em partes diferentes, e uma mancha de sangue aparece no local. Usando o rifle de longo alcance, por exemplo, podemos escolher o alvo que queremos acertar com certa tranquilidade, pois o próprio visor do rifle indica quando miramos a cabeça, ou a perna, ou o braço. Por falar em mira manual, caso não esteja acostumado a usá-la, pode ir se acostumando, pois, afinal, nenhum jogo incentiva tanto seu uso quanto Syphon Filter. Na maioria do jogo, uma boa mira será fundamental. Seja para atirar na cabeça de um inimigo que usa colete à prova de balas, acertar um homem à distância para que ele não possa nos ver, acertar um sniper estrategicamente escondido no telhado de um prédio, estourar a lâmpada ou um sensor à distância, libertar um refém atirando na arma de um homem que o ameaça, enfim, teremos de saber usar muito bem a mira manual, da forma mais rápida e eficiente possível.
Gabe pode usar um sempre útil mapa para se localizar pelas fases, caso se sinta perdido (e pode ficar mesmo), assim como para saber onde fica cada objetivo. As fases são extensas e repletas de detalhes, então é preciso tomar cuidado. Há um radar no canto inferior esquerdo da tela que nos mostra detalhadamente a localização de nossos inimigos. É sempre bom estudar o terreno com antecedência e estar preparado para uma emboscada.
Além de tudo, o jogador que explorar o terreno irá se dar muito bem. Há vários itens legais espalhados pelas fases. Muitas das armas mais poderosas, como lança-granadas ou as metralhadoras mais potentes, encontram-se escondidas nos cantos mais remotos das fases, em locais de difícil acesso, e, às vezes, até mesmo em salas secretas. Não é obrigatório, mas vale a pena explorar o cenário em busca de algumas dessas armas escondidas, pois elas podem aliviar a barra em um futuro próximo, facilitando um combate mais complicado ou até mesmo dando vantagem contra um chefe, por exemplo. Mas será preciso muita atenção para encontrar algumas dessas passagens secretas.
No decorrer do jogo, Logan recebe muitas chamadas. Algumas delas são para indicar novos objetivos ou para nos ajudar nas missões. Outras são para fornecer informações importantes sobre a história do jogo, e sobre os acontecimentos fora da missão. Por isso, é bom prestar atenção aos avisos que Logan recebe no decorrer da missão: sempre pode ser algo útil mais adiante.
Caso o jogador se sinta perdido com os controles, há uma opção no menu principal do jogo que pode ajudar. Não há um modo de treinamento, mas há um vídeo explicativo, que nos ensina todos os comandos principais do jogo, inclusive com direito a explicações detalhadas de cada ação. Obrigatório assistir a esse vídeo antes de partir para a ação, principalmente para os iniciantes em jogos de ação, até porque há alguns movimentos pouco convencionais no jogo, e você terá de se acostumar com eles. Também há um brevíssimo tutorial de jogo na primeira fase, caso precise.

Análise do jogo

Gráficos
Os gráficos de Syphon Filter não são perfeitos. Os personagens são bem feitos, os cenários são realistas e cheios de detalhes que impressionam em um jogo de ação. Encontra-se tudo o que se poderia encontrar em qualquer lugar real: as ruas possuem placas, possuem estabelecimentos bem demarcados, carros que explodem, postes de iluminação, enfim, um capricho em detalhes notável. Muita coisa pode ser destruída, apesar de não estar lá para isso, como copos, garrafas, janelas, lâmpadas, placas indicativas e outras coisas de vidro. Uma riqueza muito boa que permite uma interação com o cenário impressionante. Porém, são também nos detalhes que encontramos os principais defeitos gráficos. A falta de resolução nos cenários os torna, muitas vezes, feios e excessivamente serrilhados. Os vídeos de animação não são feios, mas estão longe de serem primorosos. Eles mas poderiam ter sido mais caprichados. O empenho da equipe com os gráficos foi considerável, mas nada além disso. 
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Som
Syphon Filter possui boa dublagem dos personagens, com direito a boa interpretação de voz e inclusive sotaques interessantes de se ouvir, que destacam bem a personalidade de cada personagem. Também possui bons efeitos sonoros, principalmente de tiros e explosões. Dá para medir facilmente a distância de uma explosão pelo som que ela faz, por exemplo. Com alguma perspicácia, podemos até nos orientar sobre onde está o inimigo pelo som do tiro: se está perto, longe, em um plano elevado ou no mesmo nível que a gente. Também podemos identificar a arma que ele possui pelo som do tiro, uma vez que cada arma possui um som característico. Ao andar por pisos de sons diferentes, também ouvimos sons diferentes: quando andamos no concreto, no metal ou na madeira, por exemplo. Ah, e sem contar as músicas excelentes que permeiam cada combate, cada batalha contra chefe, cada perseguição, dando clima de suspense e de adrenalina a cada momento. Sempre entra a música certa no momento certo. Um empenho realmente excelente, nesse quesito.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
Um dos pontos fortes do jogo, a jogabilidade de Syphon Filter se encaixa bem para qualquer situação. Seja quando se procura bancar o franco-atirador, quando se quer eliminar todo um exército inimigo, ou quando se quer simplesmente seguir sem ser visto. Há comandos que funcionam bem em qualquer situação. A falta de um comando que faz com que Gabe ande devagar é suprida pelo movimento que ele pode realizar agachado, segurando X. Gabe possui movimentos eficientes e variados. O sistema de mira, tanto automático quando manual, funciona bem, e não deixa o jogador na mão. Caso o combate corpo-a-corpo não estiver funcionando, role para bem longe, esconda-se atrás de uma parede e tente os head shots, como um bom agente treinado faria. Há comandos para agradar todos os tipos de jogador, desde os que gostam de uma ação stealth aos que gostam de tiroteios pesados e de tirar o fôlego. O empenho em fazer uma boa jogabilidade foi máximo.

● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Diversão
Syphon Filter não possui nenhum defeito em relação à diversão. A ação corre solta a todo instante, e nos sentimos em um filme de ação a todo momento. Seja quando estamos procurando por uma bomba de Syphon Filter, quando estamos protegendo o esquadrão de bombas enquanto ele desarma a bomba, ou quando estamos lutando contra um chefe estrategicamente protegido. A ação não enjoa, pois ela varia constantemente, nos pedindo às vezes para resolver quebra-cabeças ao melhor estilo plataforma, ou para agir secretamente. A variedade de situações anima bastante o jogador, além de distinguir facilmente uma fase da outra pelo clima proporcionado. Por esse empenho em fugir da mesmice, e por se preocupar com detalhes, Syphon Filter merece a nota máxima.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade
Infelizmente, Syphon Filter não foi feito para jogar mais de uma vez. Não há nada, nenhum detalhe nele, que nos anime a jogar uma segunda partida. Nenhuma nova animação, nenhuma sequência, nenhuma missão extra, nada. Não há nem sequer uma versão multiplayer. As missões não são avaliadas, então não poderemos fazer uma corrida contra o tempo, ou por melhor performance. Há um modo de dificuldade hard, mas ela só pode ser conseguida através de códigos especiais de cheat, então, teoricamente, ela nem deveria estar no jogo, e não é válida. Poderemos assistir a todos os vídeos do jogo no cinema, mas isso não é nem de longe gratificante. Uma pena, sem dúvida, mas podemos afirmar que a Eidetic teve um empenho zero em longevidade.
● Nota pessoal: 0/5 (Nenhum Empenho)

Inovação
A Eidetic pegou três dos estilos mais poderosos do momento: third-person shooter, stealth action e platformer, e criaram um jogo com o melhor de cada estilo, todos juntos em uma mistura que funciona muito bem, e é bem sólida. Não é a primeira vez que um jogo de ação com características stealth aparece no mercado, mas é raríssimo encontrar um game em que essa mistura funcione tão bem quanto em Syphon Filter. Os elementos de plataforma também foram muito bem distribuídos, deixando a interação imediata com o cenário algo inusitado, num jogo como este. Syphon Filter não possui uma essência inovadora, mas conseguiu feitos que nenhum outro game havia conseguido até então, servindo de patamar de qualidade para todos os jogos que viriam a tentar algo do gênero no futuro.  Além disso, sua jogabilidade possui elementos que deveriam ser obrigatórios em todo game. Está longe de ser uma cópia, tanto que tornou-se um jogo de referência. Por isso, podemos dizer que o empenho foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Soma Final: 22/30 (Muito Bom)

Em resumo: Syphon Filter nos trouxe uma mistura interessante de estilos, levando os jogos de ação a um outro nível. Incrementou diversos detalhes que seriam utilizados muito no futuro, como referência. A história é muito bem contada, e apresenta detalhes interessantes que devem ser conhecidos por qualquer fã da série. Syphon Filter é um jogo obrigatório para aqueles que gostam de uma boa ação e estratégia, mas atenção: é preferível alugar ou pegar emprestado do que realmente comprar, pois provavelmente só jogará uma única vez.

Análises profissionais

A média pela Metacritic para Syphon Filter é 90/100.

Detonado em Vídeo

Este detonado está em HQ e completíssimo. Mostra todas as fases, todas as animações e as melhores estratégias para cada fase, apesar de não mostrar a localização de algumas armas secretas. Mesmo assim, é o melhor detonado na internet, e o com melhor qualidade. Divirta-se!

Parte 1 - Mission 1: Georgia Street



Parte 2 - Mission 2: Destroyed Subway



Parte 3 - Mission 3: Main Subway Line



Parte 4 - Mission 4: Washington Park



Parte 5 - Mission 5: Freedom Memorial



Parte 6 - Mission 6: Expo Center Reception



Parte 7 - Mission 7: Expo Center Dinorama



Parte 8 - Mission 8: Rhoemer's Base



Parte 9 - Mission 9: Base Bunker



Parte 10 - Mission 10: Base Tower



Parte 11
- Mission 11: Base Escape



Parte 12 - Mission 12: Rhoemer's Stronghold (1/2)



Parte 13 - Mission 12: Rhoemer's Stronghold (2/2)



Parte 14 - Mission 13: Stronghold Lower Level (1/2)



Parte 15 - Mission 13: Stronghold Lower Level (2/2)



Parte 16 - Mission 14: Stronghold Catacombs (1/2)



Parte 17
- Mission 14: Stronghold Catacombs (2/2)



Parte 18 - Mission 15: PHARCOM Warehouses



Parte 19 - Mission 16: PHARCOM Elite Guards



Parte 20
- Mission 17: Warehouse 76



Parte 21 - Mission 18: Silo Access Tunnels



Parte 22 - Mission 19: Tunnel Blackout



Parte 23 - Mission 20: Missile Silo


Entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

2 comentários:

  1. Perfeita análise! Hoje em meio a febre dos emuladores em smartphones e tablets Android, todos voltam ao retrô, retrô análise é fundamental para conhecermos jogos que até então não tínhamos jogados. A análise está perfeita, várias imagens, vídeos, e claro um bom e longo review, parabéns! Ah, já tinha jogado syphon filter, mas nunca tinha jogado o 2 e o 3, já vou baixar no meu tablet! ;)

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  2. Muito boa análise, aproveitei meu período de quarentena por conta do sylphon filter da vida real (corona virus), para relembrar esta saga, jogando os games desta trilogia incrível do ps1, em minha época de ps1 cheguei a terminar todos os jogos (1º, 2º e o 3º), agora estou jogando a trilogia no batocera ;)

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