sábado, 11 de fevereiro de 2012

Nightmare Creatures - Análise

Esta é a análise de Nightmare Creatures, lançado pela Activision em 1997 para o Playstation.

File:Nightmare creaturescover.jpg

Introdução

A onda de Survival-Horror que viria ao Playstation depois do lançamento de Resident Evil, em 1996, só aumentava. Cada empresa tentava emplacar uma franquia nova no disputadíssimo mercado. E foi a vez da Activision de tentar, com essa nova franquia, abocanhar uma fatia do mercado. Nightmare Creatures veio com uma intenção clara: causar muito medo e sustos nos jogadores, enquanto apresenta uma história claramente macabra e adulta. Realmente, a experiência de jogo assustadora mesclada à ação rápida e a um design de fases à la Platformer era algo inusitado para a época, e agradou o público que estava ávido por novidades. Conheça melhor o que tem de bom (e de ruim) em Nightmare Creatures.

NIGHTMARE CREATURES


Informações técnicas

Publicado por: Activision
Desenvolvido por: Kalisto Entertainment
Gênero: Survival-Horror
Plataforma: Playstation, Nintendo 64 e PC
Data de lançamento: 30 de setembro de 1997
Faixa etária: Mature

Sobre a história (contém spoilers)

A história de Nightmare Creatures é ambientada dentro da mitologia gótica que era muito popular no século 19. Trata-se de uma história horripilante e macabra, com elementos de magia negra. A história ainda tenta contar uma "versão alternativa" para acontecimentos reais da história, e inclusive cita o nome de personalidades históricas reais. Leia por sua conta em risco.

A história se passa em Londres, no ano de 1666. Vários cultos demoníacos aconteciam em Londres daquela época, tentando reanimar demônios e monstros terríveis. Um deles se chama Brotherhood of Hecate, e se trata de uma das sociedades secretos de uso de magia negra mais poderosos do mundo. Eles usavam do disfarce de serem uma instituição de pesquisa para roubar corpos e realizar pesquisas secretas. Eles faziam experimentos secretos com corpos exumados, e almejavam criar exércitos de monstros e também descobrir um elixir que pudesse lhes dar poderes fora do comum. Um dos membros mais célebres dessa organização secreta era, de acordo com o jogo, Samuel Pepys.

File:Samuel Pepys.jpg

Veja bem, Samuel Pepys existiu de fato. Era um parlamentar inglês que nasceu em 1633 e morreu em 1703. Além de trabalhar no parlamento, era um administrador naval. Se tornou célebre por seus atos administrativos sob ordens do rei Charles II e James II. Ele influenciou e muito na profissionalização da administração da marinha, e também contribuiu historicamente por ter relatado, em seus diários, muitos dos vários fatos históricos da época, como a Grande Praga de Londres, a Segunda Guerra Anglo-Holandesa e o Grande Incêndio de Londres. Nunca, jamais, houve relatos de que ele pertencia a grupos satânicos, isso é total invenção da cabeça dos membros da Kalisto Entertainment. Saiba disso.
Bem, de qualquer forma, Samuel Pepys se preocupou com os rumos que as experiências estavam tomando.

O culto conseguiu encontrar uma fórmula para esse elixir, e ainda conseguem transformar diversos cobaias e corpos em criaturas infernais, como vampiros, zumbis e lobisomens. Receoso com o destino da humanidade, Pepys teme pelo fim da humanidade. Então, ele decidiu acabar com tudo de uma vez por todas. O próprio Pepys incendiou a base dos cultos satânicos, que, de acordo com o jogo, teria desaparecido sem deixar rastros, e ainda teria iniciado o famoso Incêndio de Londres, que aconteceu de 2 a 5 de setembro de 1666.

Porém, Pepys cometeu um erro. Ele destruiu todas as informações que ele pôde sobre o culto e seus atos, mas ele manteve anotações próprias em seu diário. Cerca de 170 anos depois, os diários acabaram nas mãos do perigoso cientista maluco e cultista satânico Adam Crowley.


Adam Crowley era um influente aristocrata e um brilhante cientista. Famoso por seus experimentos polêmicos, Crowley possuía amigos de peso dentro da alta sociedade, e nunca escondeu de ninguém sua aversão pela sociedade e sua sede por poder.
Quando Crowley descobriu os diários de Pepys, ele não tardou a recriar o culto satânico Brotherhood of Hecate. Usando do financiamento subversivo de amigos banqueiros, empresários e membros do governo, ele logo conseguiu ferramentas, instrumentos e corpos para realizar suas experiências. Em pouco tempo, seu gênio permitiu que ele recriasse o elixir da vida eterna, e conseguisse criar seus primeiros monstrengos. Tudo se concretizou em 1834. A sociedade então passou a temer Crowley, mas já não podiam fazer mais nada a respeito. Crowley e seu vírus se tornou um caso de calamidade pública, e ele ameaçou destruir toda a Londres, e depois o mundo.
Sem saber mais o que fazer para deter a força crescente de Crowley, um dos membros do culto roubou as notas de Crowley e as deixou aos pés de um padre chamado Ignatius Blackward.


Ignatius é um padre, mas também é especialista em cultos satânicos, escrita de cabala e ocultismo. Ele sabe lutar muito bem usando seus cajados com lâminas, e é um homem corajoso o bastante para enfrentar pessoalmente as forças ocultistas de Crowley.
Ignatius manda o diário para um amigo seu, o famoso imunologista americano Jean Franciscus, de Nova Orleans. O imunologista vem para Londres investigar o caso, junto com a sua filha, Nadia Franciscus.


Nadia é jovem, bela e ágil, e ainda sabe manejar uma espada, de modo que ela se encontra mais do que apta para lutar contras as forças demoníacas de Adam Crowley.
Acontece que Jean é brutalmente assassinado em meio às suas investigações em Londres. Nadia e Ignatius se encontram então no velório, onde um homem misterioso aparece e lhes deixa uma carta. Essa carta lhes pede que lutem contra Adam Crowley, e lhes fornece um endereço.
Chegando ao endereço marcado, Nadia e Ignatius começam uma caçada atrás de Adam Crowley. A caçada se estende por toda a Inglaterra, indo de Chelsea a Smithfield, então Marylebone, Bloomsbury e por fim terminando em Westminster. Sempre perseguindo o homem por ruas, templos, edifícios e até mesmo pelo mar, eles têm de enfrentar hordas e hordas de monstros no meio do caminho.
Quando finalmente os heróis conseguem encurralar Adam Crowley dentro de um local que parece um museu, eis que eles encontram Adam ferido e sangrando muito. Então, um monstrengo enorme extremamente rápido, feroz e dotado de asas aparece para nos enfrentar em uma luta pela vida ou morte. Acreditando ser esse nosso vilão, os heróis derrotam o monstro e o decapitam. Eles então vão embora, satisfeitos com seus atos. O incêndio que Adam Crowley causou em toda a Inglaterra seria conhecido futuramente como o segundo grande incêndio da Inglaterra (o de 1834, na verdade, e não o de 1940). Só que acontece que o verdadeiro Adam Crowley está vivo. Ele nos enganou nos fazendo acreditar que aquele monstrengo metamorfoseado era ele, quando era apenas um engodo para nos distrair enquanto ele fugia. E assim acaba essa história macabra e falsamente baseada em fatos reais.

Sobre o jogo

Nightmare Creatures é um Survival-Horror, mas ele foge do tradicional, que está acostumado a uma jogabilidade lenta e empacada, além de monstros lentos e combate mais devagar. Esse game é frenético, e seu sistema de combate não deixa nada a dever aos bons Hack and Slash Actions. Na verdade, Nightmare Creatures se inspira em diversos gêneros diferentes, e consegue criar uma mistura que é realmente muito interessante de se ver, e, principalmente, de se jogar.
Há dois personagens que poderá escolher: Ignatius, o padre, e a bela Nadia, que é uma especialista em imunologia e ginasta nas horas vagas. Cada um possui um sistema único de movimentação e de combos, sendo que cada um também porta a sua arma. No entanto, as diferenças se resumem à jogabilidade, uma vez que o prosseguir do jogo e o final é o mesmo para os dois personagens. Apenas cabe a diferença de que Ignatius é mais forte, enquanto Nadia é mais rápida nos golpes. Fica realmente a critério do jogador escolher com quem quer jogar, sem grandes diferenças entre um e outro.
O clima do jogo é muito assustador, como tem de ser em qualquer Survival-Horror que se preze. Todos os cenários se passam em locais-chave de filmes de terror, como cemitérios, pântanos e cidades desertas, passando ainda por florestas, parques, cavernas e muito mais. Cada fase é única, e todas são escuras, sangrentas e com monstros por todos os lados. O trabalho que foi feito com a caracterização dos cenários foi muito bem feito: eles estão detalhados e realmente servem para aquilo que se prezam a fazer: passar um clima de medo e de suspense a todo momento.
O personagem terá de enfrentar vários e vários monstros pelas fases. Os monstros são figurinhas carimbadas de contos famosos de terror, e vão desde zumbis e gárgulas até lobisomens e vampiros. Há uma boa variedade de monstros, e cada um tem a sua peculiaridade. Tem desde os grandalhões lentos até os irritantes bichos voadores que são hiper rápidos. Logo terá de se acostumar com o estilo de se atacar de cada personagem, e usar uma estratégia de combate contra cada um.
Os personagens são armados com armas brancas, como espadas e cajados cravados com lâminas. Usando essas armas, os personagens podem realizar uma série de combos especiais. Cada personagem possui os seus referidos combos, mas os combos sempre variam se acordo com dois botões: o de ataque com a arma e o de chute. É possível criar combinações incríveis, como uma em que o personagem dá uma rasteira no oponente, deixando-o no chão, e outra em que ele voa e dá um poderoso golpe vertical ao final. Realizar esses combos não é tão difícil, basta a combinação certa de botões; mas não adianta querer esmagar botões enlouquecidamente: terá de apertá-los em um determinado tempo. Alguns combos podem ser fatais em determinados inimigos. Para ver alguns golpes poderosos e os combos mais simples, basta acessar o comando View Controls, no menu de Pause.
Um elemento que chama muito a atenção em Nightmare Creatures é o desmembramento. Dependendo dos golpes que realizar nos oponentes, poderá arrancar braços, pernas, e até a cabeça. Ver o inimigo desmembrado não é a única coisa: o inimigo muda de acordo com o seu estado atual. Um zumbi sem uma perna, por exemplo, tema a sua mobilidade diminuída. Um monstro sem um braço também perde parte de seus ataques, e um inimigo sem cabeça geralmente fica atacando sem parar, e sem enxergar nada (alguns morrem quando perdem a cabeça). Você pode até mesmo dividir o inimigo ao meio, o que o elimina na hora. Realmente, arrancar membros dos inimigos pode ser uma excelente alternativa, e às vezes até cômica de se ver.
Não é só de golpes que vive o personagem, também. Eles são capazes de realizar vários movimentos, como se defender, pular, andar sorrateiramente, pular para os lados e pular para trás. Sem contar que a interação com o cenário é total: seja quebrando caixas, estourando janelas, arrombando portas e arrebentando cercas, até mesmo interagindo mesmo com alguns elementos do cenário que não interferem em nada. Por exemplo, na fase do porto, é possível cortar as cordas de alguns guindastes e jogar as caixas na água. Não tem porquê, mas pelo menos é uma coisa divertida de se fazer. Sem contar que algumas coisas, como quebrar janelas e vitrines, por exemplo, podem render itens escondidos ou mesmo liberar passagens secretas.
No decorrer das fases, o personagem encontrará diversos itens que poderá armazenar e usar a qualquer momento. Há alguns itens de cura, e o restante será usado para ataque. Há algumas armas de fogo letais, explosivos e poderes especiais, como um que paralisa os oponentes, um que congela e um que ateia fogo. Esses poderes são especiais e raros de se encontrar, de modo que é aconselhável que o personagem guarde-os para momentos de maior perigo, como quando se encontrar diante de vários inimigos, quase morrendo ou cercado por um inimigo poderoso.
Escondido em alguns locais secretos, também poderá encontrar armas mais poderosas. Essas armas causam mais dano nos oponentes, além de desmembrar inimigos mais facilmente. Vale a pena encontrar essas armas, mas saiba que terá de procurar bastante por elas.
Nightmare Creatures também tem um elemento especial que é bem polêmico: a barra de adrenalina. Além da barra de vida, o personagem possui ainda uma barra de adrenalina. Essa barra de adrenalina praticamente pode ser considerada a barra que mantém o personagem a salvo dos efeitos do vírus de Adam Crowley. Enquanto tiver adrenalina, o vírus não fará efeito no personagem, ou seja, ele continuará bem. Quando a barra se esvaziar, o personagem começará a perder vida, como se estivesse envenenado. A única forma de se curar isso é enchendo a barra, e, para se encher a barra, só tem uma forma: matando algum monstro. Eliminar qualquer monstro, independente de qual seja, será o bastante para encher a barra de adrenalina. Até aí, tudo bem. O problema é que a barra se esvazia muito, mas muito rápido, e vai ficando cada vez mais rápido conforme prosseguimos no game. Chega a ficar ridiculamente rápido. A ideia é causar um clima de desespero e tensão constante no jogador, tudo bem, mas isso nos impede de explorar as fases, e de procurar por passagens escondidas e pegar itens fora do caminho tradicional, pois estamos sempre com uma "bomba-relógio". Isso se o jogador não ficar perdido nas fases mais complicadas, e acabar morrendo simplesmente porque não encontrou um monstro para matar a tempo. É complicado isso.
O design das fases é bem interessante, e costuma ser bem "straightforward", ou seja, siga em linha reta e chegará ao final. Claro, há um ou outro desvio para se pegar itens secretos e tal, mas geralmente não se torna tão difícil passar as primeiras fases. Mas isso vai lentamente mudando conforme se prossegue. As fases vão ficando maiores e com mais caminhos. Como elas começam a ficar parecidas umas com as outras, e têm formatos labirínticos, isso pode confundir os desavisados, pela falta de um sistema claro de navegação. Sem contar que, muitas vezes, temos de acionar alavancas e mecanismos para abrir algumas portas, e então encontrar a porta recém-aberta pode não ser uma tarefa das mais fáceis. Mas não se preocupe: há um mapa, acessível a qualquer momento, que lhe permitirá identificar rapidamente os locais por onde já passou e por onde ainda não passou, para poder traçar melhor suas rotas e chegar ao final da fase com mais rapidez.
Entre algumas fases e outras, encontrará chefes de fase, que são nada mais do que monstros que precisam de uma estratégia mais elaborada para serem derrotados. Alguns apenas precisam de uma arma específica, ou de acionar alavancas em uma determinada ordem, ou mesmo de se destruir alguns pontos chave, e pronto. Nada que demande muito trabalho por parte do jogador.
No todo, Nightmare Creatures não chega a ser tão difícil. Há um bom número de inimigos, e eles tiram muita vida, mas, para compensar, há um bom número de itens de vida, que podem ser estocados e usados nos momentos-chave. O jogo não tem checkpoints, mas não é necessário: caso o jogador morra, poderá retornar do mesmo local em que morreu. Mas o estoque de vidas é limitado: tome cuidado, e tente sempre encontrar as vidas extras espalhadas pelas fases. Basta ter cuidado para saber levar o game numa boa. Não seja afobado nos combates, tenha paciência e aprenda a lidar com cada inimigo, e não encontrará dificuldade mesmo nas últimas fases. E saiba que, se estiver achando o jogo muito fácil ou muito difícil, pode escolher uma nova dificuldade ao jogar novamente, e isso acrescenta e muito ao game.

Minha análise do jogo

Gráficos
Podemos resumir os gráficos desse game em uma única palavra: assustador. Não resta qualquer dúvida de que a Kalisto Entertainment se focou ao máximo em atender às suas referências de o que seria um jogo gótico. O game é escuro na medida certa, os cenários são vastos, variados e detalhados, há interação total com objetos e itens que podem ser manipulados, e, para fechar com chave de ouro, a modelagem dos personagens, inclusive dos inimigos, está muito bem realizada. Não deixa nada a dever à modelagem usada em games de outros gêneros. Realmente, ver a chuva de sangue que ocorre quando se desmembra os oponentes é algo muito bacana de se presenciar. Trata-se de um patamar acima do que podemos encontrar em diversos jogos de ação por aí. Apenas alguns errinhos ou outro, como objetos que "desaparecem" na tela, e paredes que somem do nada podem manchar um pouco o que poderiam ser gráficos perfeitos. De qualquer forma, o empenho da equipe foi excelente, e saiba que são gráficos que usam bem o poderio do Playstation, condizente com sua época, é claro.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Som
O desempenho sonoro do jogo é incrível. As músicas que foram selecionadas para compor a trilha sonora estão muito boas. Elas passam realmente o clima exato de terror e de tensão em cada momento do game. Podemos inclui-la fácil como uma das trilhas sonoras mais aterrorizantes do gênero. Os sons dos monstros, o som de explosões, de desmoronamentos, de espadadas, tiros e afins também foram bem trabalhados, com destaque especial para o grunhido dos monstros maiores, que são de dar arrepio na espinha. Quanto ao desempenho vocal, os personagens não possuem necessariamente voz, mas a história do jogo é narrada em algumas animações, o que demonstra que o jogo possui sim trabalho de dublagem. Poderia ter ficado melhor com mais dublagem, principalmente dos personagens? Sim, poderia, mas foi uma opção da Kalisto Entertainment, e não chega a se fazer tanta falta no final, devido ao trabalho que foi realizado em outras dublagens e com o som de forma geral. Empenho máximo por parte da Kalisto Entertainment.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Jogabilidade
A jogabilidade é um dos diferenciais do game. O jogo é frenético, e o jogador não encontrará dificuldade para se locomover pelos cenários, saltar buracos e avançar. O sistema de combate do jogo foi muito bem pensado, também. Não se trata de comandos simples de Hack and Slash, do tipo que se pode esmagar botões apenas: o jogo lhe incentiva a realmente realizar combos, através da combinação precisa de botões. Os combos não apenas causam mais dano, como desmembram os inimigos, o que os tornam duplamente eficientes em batalha. Além disso, disponibilizando a lista de combos acessível a qualquer momento, apenas facilita e incentiva o uso dos combos e dos movimentos especiais. O uso de armas especiais e a exploração dos cenários também deixam o jogo bem interessante. O empenho por parte da Kalisto Entertainment com a jogabilidade foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Longevidade
Nightmare Creatures possui 20 fases. Levando-se em consideração que, para se passar cada fase, é preciso algo por volta de quinze minutos, o jogo possui em média cinco horas de jogo. Parece pouco, mas, tratando-se do gênero que é, e frenético do jeito que é, até que se pode considerar uma quantia considerável. Levando-se em consideração que o jogo ainda possui dois personagens, cada um com seu estilo de jogo específico, e tem três níveis de dificuldade, isso incrementa um pouco. No entanto, o jogo não possui mais de um final (é um único final para os dois personagens!), o que desanima um pouco aqueles que quiserem ver algo de novo na segunda jogada. Mesmo assim, vale a pena fechar pelo menos duas vezes, só por causa dos personagens e da dificuldade, de modo que esse jogo irá durar pelo menos uma semana em seu videogame. O empenho da Kalisto Entertainment com esse game foi pelo menos considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Inovação
Nightmare Creatures pegou a onda de Resident Evil e companhia, usando de seus elementos de terror para abocanhar uma fatia do mercado. Afinal, não podemos deixar de presumir que o público da época estava ávido por games desse tipo, decorrente do grande sucesso que os Survival-Horrors estavam fazendo. Mas o que chama a atenção é que, mesmo diante dessa perspectiva, a Kalisto Entertainment conseguiu criar um game que é realmente diferente dos demais. O jogo traz a dose certa de ação com muitos sustos e um clima de terror bem trash, algo até então pouco explorado. A ação rápida e frenética se distancia da ação mais contida e mais parada dos outros Survival-Horrors, e isso foi uma boa iniciativa. Até o clima de terror e alguns elementos Hack and Slash Action do jogo contribuem para uma experiência única, mesmo dentro do tão repetidamente requisitado gênero do Survival-Horror. Com alguns elementos que o separam dos demais, mas com o bom e velho espírito de sempre, Nightmare Creatures nos fornece uma experiência muito interessada e inusitada. Empenho excelente por parte da Kalisto Entertainment.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Diversão
A diversão de Nightmare Creatures é excelente. O jogo funciona bem, os personagens são bons de se controlar, as batalhas são divertidas, os sustos são constantes e o clima de suspense vai do começo ao fim. O que podemos esperar além disso de um Survival-Horror? O jogo atende a todas as especifidades que poderíamos querer, e veja que se trata de um jogo trash. Na verdade, o mais divertido dele é a sua intenção de ser trash, de ser fora do comum, de ser "estiloso". Mas nem tudo são flores: a câmera ainda é algo que eu tenho que reclamar. Ela acompanha bem o personagem na maioria das vezes, mas não será raro se deparar com uma situação de perigo simplesmente porque você está cercado de inimigos e a câmera não foca nenhum deles. Chega a ser ridículo! Enfrentar hordas de inimigos já é difícil, e, com uma câmera assim, chega a atrapalhar bem. O segredo é se afastar e atrai-los um a um, aí a câmera trabalha bem. Fuja das quinas, também, na hora do combate, se não quiser receber "ataques-surpresa". Outro problema a se questionar é a inclusão da barra de adrenalina. A ideia é boa, e passa a intenção de urgência, mas, em algumas fases, ela cai rápido demais! O jogador fica sempre no limite, tendo que correr, e mal consegue explorar algumas fases direito. Sem contar que o jogo pode ficar muito difícil para iniciantes. São problemas que poderiam ter sido melhorados, mas foram negligenciados. Mas, contando todos esses problemas, eles ainda não conseguem superar os pontos positivos do game, que, de uma forma geral, ainda se sobressaem. O empenho da Kalisto Entertainment foi considerável com a diversão.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Soma Final: 24/30 (Muito Bom)

Em resumo: Nightmare Creatures é uma obra rara e uma das minhas referência pessoais no gênero do terror. A Activision acertou em cheio em trazer esse game para o Playstation, e alcançou um público ávido por esse tipo de conteúdo. Até porque não há muitos jogos desse estilo, apesar da abundância na época de Survival-Horrors. Nightmare Creatures acerta naquilo que é mais importante, e, apesar de possuir alguns probleminhas técnicos, o jogo ainda é obrigatório para os fãs de terror trash.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Nightmare Creatures.

Detonado em vídeo

Este detonado em vídeo está completo, mostrando como chegar até o final do game usando o personagem Ignatius na dificuldade Hard. Esse detonado possui qualidade razoável, e está bem editado. Divirta-se!


Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7


Parte 8


Parte 9


Parte 10


Parte 11


Parte 12


Parte 13


Parte 14


Parte 15


Parte 16


Parte 17


Parte 18


Parte 19


Parte 20


Parte 21


Parte 22


Parte 23


Parte 24


Parte 25


Parte 26


Parte 27


Parte 28


Parte 29


Parte 30


Parte 31


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.

2 comentários:

  1. vai existir versão para o playstation 3 desse classico que é Nightmare Creatures ?

    sua analise foi muito bem feita concordo com todos os pontos..Parabens

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    Respostas
    1. Obrigado pelos elogios, anônimo!

      Então, até o momento, não há nenhuma informação se o Playstation 3 chegará a receber esse clássico para download pela PSN. Acho difícil isso acontecer, sabe porquê? A Kalisto Entertainment, desenvolvedora dos dois Nightmare Creatures, iniciou o desenvolvimento de um Nightmare Creatures 3 em 2000. Teve até um trailer muito bacana lançado em 2001, bem promissor. Mas a empresa declarou falência em 2002, ou seja, todos os projetos foram cancelados, e os direitos se perderam. Isso quer dizer que não tem nenhuma chance de haver um remake, um novo lançamento ou mesmo a permissão de uma versão para a PSN. Triste, mas é isso.

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