quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mission: Impossible - Análise

Esta é a análise de Mission: Impossible, lançado pela Infogrames em 1999 para o Playstation.


Introdução

Já é sabido que jogos de videogame baseados em filme não costumam sair lá muito bons. Muitas vezes, as produtoras do jogo confiam demais no sucesso do filme para emplacar o jogo, e se esquecem dos elementos que fazem de um jogo uma excelente pedida. Quando a Infogrames anunciou que faria um jogo estritamente baseado no sucesso Missão Impossível, todos já aguardavam o que parecia ser um fiasco. Após ser lançado em 1998 para Nintendo 64, suas notas se revelaram muito baixas, um fracasso de mídia. A chance que ela teve foi ao refazer o jogo para Playstation. Será que deu certo a adaptação a um novo console? É o que veremos nessa análise.

MISSION: IMPOSSIBLE


Informações técnicas

Publicado por: Infogrames
Desenvolvido por: X-Ample Architectures
Gênero: Stealth Action
Plataforma: Playstation e Nintendo 64
Data de lançamento: 29 de outubro de 1999
Faixa etária: Teen

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Qual música seria melhor para representar o jogo do que a própria música tema do filme, clássica? Afinal, ela também é a música tema do jogo. Caso não saiba, ela foi composta por Lalo Schifrin e tocada para o primeiro filme pelos membros do U2: Adam Clayton e Larry Mullen. Essa versão é a do segundo filme, na verdade, foi composta pela banda Limp Bizkit e se chama Take a Look Around.

Sobre a história (contém spoilers)

A história do jogo é idêntica à história do filme propriamente dito, afinal, trata-se de uma adaptação. Portanto, se você assistiu o filme não encontrará nenhuma grande surpresa aqui: os personagens continuam os mesmos, os vilões e os traidores também. Só há uma brusca ausência de informações (vários personagens não aparecem e muitas coisas deixam de ser contadas, deixando parte da trama "no escuro" por assim dizer), até porque uma ou outra parte da história foi adaptada para melhor se encaixar com o contexto do jogo. Portanto, para se entender bem a história do jogo, é imprescindível ter assistido o filme. Outra coisa: como é difícil encontrar imagens do jogo em si, usarei imagens dos filmes para substituí-las, ok?

A trama gira em torno de uma agência secreta chamada de Impossible Mission Force, ou IMF. Essa agência especializada em espionagem de alto escalão é independente de qualquer pátria, ou seja, não serve a uma nação em específico, apesar de que os Estados Unidos são os principais clientes. Sempre que o governo americano precisa de informações ou provas acerca de um atentado terrorista e não pode sujar suas próprias mãos para investigar, ela terceiriza o serviço contratando os agentes da IMF.


Este é o "cérebro" da agência. Seu nome é Jim Phelps, e no filme ele é interpretado pelo ator Jon Voight. Ele comanda uma equipe só dele, e coordena suas ações. Versátil e inescrupuloso, sempre temia pela segurança de seus agentes, de modo que, se um deles entrasse em perigo ou se algo desse errado, ele sempre dava um jeito de colocá-lo em segurança ou abortava a missão.

Ethan Hunt.jpg

Este é Ethan Hunt, interpretado pelo galã Tom Cruise. Ele é o protagonista do filme e consequentemente do jogo. Um dos mais versáteis e habilidosos agentes da IMF, suas inúmeras habilidades o tornam quase que um "pau para toda obra" dentro da agência. Capaz de invadir bases, assassinar pessoas e espionar sem fazer nenhum barulho, ele ainda é rápido e de um raciocínio fora do comum.

A primeira missão do jogo não tem nada a ver com o começo do filme. Ethan é enviado a uma base secreta no noroeste da Rússia com a missão de impedir que mísseis nucleares sejam comercializados no mercado negro. Hunt é acompanhado por agentes totalmente desconhecidos (não há qualquer menção a eles nos filmes), como John Clutter e Andrew Dowey. Ele consegue invadir a base, destruir o submarino e sair numa boa.

Aí a ação gira em torno de Praga, mais especificamente na embaixada americana, onde haverá uma grande comemoração com figuras do alto escalão. Uma agente da IMF chamada Candice Parker (ela não aparece no filme) foi sequestrada, e com ela os russos roubaram um disquete conhecido como NOC, ou Non-Official Cover. Esse documento é nada mais, nada menos do que uma lista contendo todos os dados acerca de todos os agentes de campo da IMF. Tem tudo, os nomes em código de cada um deles, junto do nome real, endereço, idade, familiares, tudo. Enfim, se os russos realente colocarem as mãos nesse disquete, será o fim da IMF, pois todos os seus agentes de campo serão facilmente reconhecidos em qualquer missão de infiltração. Para sorte deles, o disquete contém apenas metade dos dados, e eles estão muito bem criptografados, de forma que não será fácil ler as informações contidas nele. Eles precisarão de um supercomputador para decodificar a informação, e isso pode garantir a eles algum tempo para reaver o maldito disquete. Um agente chamado Robert Barnes foi até o local para resgatá-la mas acabou capturado.

A ideia é a mesma, mas a ação está bem diferente do filme em si. No jogo, Hunt deve entrar na base secreta dos russos sem ser visto, pela embaixada, usando disfarces de grandes generais e majores. Ele ainda conta com a ajuda de alguns agentes infiltrados na alta sociedade russa, como a agente Sarah Davies.


No filme, Sarah foi interpretada pela atriz Kristin Scott Thomas. Há anos infiltrada na alta sociedade de Praga, ela conhece pessoas importantes e é sempre convidada para festas e coquetéis com os principais líderes da comunidade local. Isso serve como excelente pretexto para conseguir informações e depois transferi-las aos agentes de campo.

Hunt até consegue chegar à base russa, e resgata Candice Parker, mas Barnes já está morto. Mas isso não é o bastante. Eles decidem ir até o local onde se encontra o supercomputador, de modo a reaverem o disquete com o NOC, e ainda de quebra inserir um vírus no supercomputador. No final, eles fogem da embaixada americana usando uniformes de bombeiros.

Ethan então é preso e interrogado pela CIA, que acusa Ethan de servir como bode expiatório para um contrabandista internacional conhecido como Max. Bem, isso é bem diferente do filme, mas no fundo dá no mesmo. O que importa é que Ethan tenta fugir do local, com a ajuda de Candice Parker. Ele foi envenenado por um café, mas consegue se curar na enfermaria. Aproveitando que se encontra na CIA, ele usa essa chance para roubar a segunda metade do arquivo NOC de dentro dos arquivos secretos da CIA. Caso não se lembre, é agora que ele faz aquela cena épica em que desce por um fio em meio a vários feixes de laser e tal.

Com uma cópia completa do disquete NOC, Hunt marca um encontro na Estação de Waterloo, em Londres, Inglaterra, com a poderosa traficante de informações inglesa, conhecida como codinome de Max.


Max foi interpretada nos filmes pela excelente atriz Vanessa Redgrave. Max não é necessariamente uma má pessoa: apesar de ser uma antagonista, ela não possui uma intenção maléfica declarada, e serve apenas como um elo de informações. Ela trafica informações, e visa apenas o lucro, podendo servir tanto ao bem, quanto ao mal, contanto que paguem seu preço. Ela deseja o NOC para vender no mercado negro.

Ethan comparece ao local para negociar o disquete. E é claro que ele não vai sozinho, e sim, acompanhado de dois outros agentes (que aparecem no filme, mas que, diferentemente do filme, não são apresentados no jogo, de modo que eles simplesmente aparecem do nada nessa missão).


Um deles é o agente Luther Stickell, o qual é interpretado no cinema pelo clássico ator Ving Rhames. Um hacker reconhecido, trata-se de um dos maiores entendidos de informática da IMF. Ex-agente da CIA e atualmente procurado em vários países por uma missão mal sucedida, ele estava disposto a apenas se esconder e levar uma vida sossegada, mas Hunt o convence a voltar à ativa.


Esse é Franz Krieger, interpretado nos cinemas pelo grande mestre Jean Reno. Inescrupuloso e um mercenário incorrigível, a audácia e a habilidade dele ainda assim o torna essencial na maioria das missões. Ele entra na missão por dinheiro, não por lealdade ou parceria, apesar de que isso não fica muito bem explicado no jogo, deve-se dizer.

Porém, Max trai Ethan e manda prendê-lo para matá-lo. Por sorte, Krieger e Sticknell estavam de tocaia usando um Sniper, e consegue salvar Ethan atirando nos guardas. Ethan segue Max até o interior de um trem com destino a Paris.

No interior do trem, Ethan encontra Max e a coloca para dormir com uma granada sonífera. Ele ainda desarma uma bomba armada por Max e faz uma incrível descoberta: Jim Phelps é o traidor. Phelps escapa para o topo do trem, e Ethan o segue até lá. Ethan ainda consegue impedir que Phelps fuja de helicóptero, explodindo o helicóptero com um lança-mísseis.

Ethan retorna para a CIA, que o isenta de qualquer suspeita anterior de ser um criminoso. Agora Ethan voltou a estar ok com a justiça, e mais do que isso, se tornou o líder da IMF, substituindo Jim Phelps. Nesse momento, o filme acaba... Mas o jogo continua! Diferentemente do filme, ainda tem uma última missão extra: invadir novamente a mesma base russa do começo do jogo, de modo a impedir que um perigoso traficante de armas consiga vender mais três mísseis nucleares ao mercado negro.









Sobre o jogo

Mission: Impossible é um Stealth Action. Ou seja, em diversas missões, o objetivo do jogo é realmente passar desapercebido pelos inimigos. Para isso, ele deve se mover lentamente, esconder-se da visão de inimigos ou câmeras, e usar armas silenciosas. O jogo peca um pouco nesse sentido por não possuir muitas funções de espionagem. Por exemplo, não é possível atacar inimigos pelas costas (eles sempre percebem nossa presença se fizer isso), assim como não dá para andar agachado, também. Coisas simples, mas que atrapalham um pouco o sentimento de "ser um espião" do jogo. Ethan pelo menos é capaz de saltar e escalar objetos, o que vem bem a calhar em algumas missões.
O jogo é dividido em missões. Ao início de cada missão, recebemos uma pequena descrição de o que está acontecendo, e então temos uma lista de objetivos a cumprir. Recebemos um informativo cada vez que um objetivo é cumprido, e também recebemos novos objetivos durante a fase. Após cumprir todos os objetivos, a missão sutilmente acaba e começa a próxima. Ao término de cada missão, receberá um password que poderá usar para voltar do mesmo ponto, mas também poderá salvar o jogo no Memory Card, se assim preferir.
A visão do jogo é móvel, de modo que podemos girar a câmera de modo a obter o melhor foco sempre que possível. Uma pena que isso não impeça a câmera do jogo de ser uma droga. Ela gira contra a nossa vontade, nos deixando tontos conforme nos movemos. Podemos até tentar consertar seu movimento, girando na direção oposta, mas quase nunca dá certo. Quando nos aproximamos de uma parede ou de um objeto em um campo aberto, então, a câmera sobe e nos deixa sem saber o que tem ao redor. É nesses horas em que somos alvejados ou detectados por inimigos que nem sequer podemos ver e revidar.
Ethan possui vários equipamentos para usar, e o mais útil deles sem dúvida é o fazedor de máscaras. A IMF possui um dispositivo que recria a face de qualquer pessoa. Podemos fazer isso para nos disfarçar de algumas pessoas e conseguir acesso a áreas restritas. Seu uso é restringido apenas a algumas missões (ou seja, não podemos usar o tempo todo), mas mesmo quando usamos, é muito interessante, e uma bela ideia. Além desse fazedor de máscaras, Ethan possui ainda explosivos, detectores de metal, bombas de fumaça, maçaricos, cartões, chips de hacker, sprays de tinta para confundir câmeras de vigilância, entre outas quinquilharias.
Ethan é perito em muitas armas, apesar de que ele não demonstra isso no jogo. Por algum motivo do qual eu não faço a menor ideia, passamos 98% do jogo usando apenas uma única arma: a pistola. Não tem outra! Esqueça metralhadoras, espingardas, granadas, rifles, tudo. Há algumas variantes, como uma pistola com silenciador, uma pistola mais forte e, em algumas fases, uma taser, mas o espírito continua o mesmo. Nem mesmo as armas de inimigos poderemos usar, se bem que os inimigos também usam pistola (vai se saber). A ideia é ter menos ação e mais Stealth Action, talvez. Vai ter de se virar é na base da pistolinha, mesmo, e, se acabar a munição (reze para isso não acontecer), terá de resolver tudo no tapa. Ethan pode trocar socos com adversários. É ineficaz, lento e tosco, mas possível.
Para não dizer que o jogo não deixa usar outras armas, tem duas missões no jogo em que poderá usar um rifle sniper, uma única missão em que poderá controlar uma metralhadora automática com munição infinita, uma fase em que poderá usar uma Uzi e mais uma em que poderá usar um lança-mísseis para destruir um helicóptero. E a variedade de armas acaba aqui. Nas demais fases, é pistola e punhos, punhos e pistola.
O sistema de mira do jogo é tão ineficiente quanto possível. Segurando R2, podemos usar de mira manual, mas fica muito complicado identificar onde a mira está efetivamente mirando. Tentar dar um tiro preciso à média distância (um tiro na cabeça, por exemplo), é uma missão impossível. Até acertar o corpo de um oponente a cinco passos de distância pode ser mais difícil do que parece. Ethan move a mira lentamente, e ela é imprecisa demais para que possa contar com ela.
Ethan possui também uma barra de vida, na forma de um pavio de pólvora (uma bem-intencionada referência à abertura do jogo e do filme). Ao receber tiros, choques elétricos ou qualquer coisa assim, ele perderá parte dessa barra. Para encher novamente, é preciso encontrar itens medicinais, só que as missões do jogo são tão curtas e fáceis que os itens medicinais nem existem. Quer dizer: eles só aparecem em uma única fase e fim de conversa. Em todas as outras, não terá como encher a vida. Caso a barra acabe, Ethan morre (assim como se cair em precipícios, ser preso ou cair em armadilhas). Se isso acontecer, o único jeito é começar a missão de novo. Pois é, não tem nenhum tipo de checkpoint no jogo.
Mas nem tudo é ruim. O jogo não tem checkpoint, mas tem algo que é bem equivalente: e tão útil como, além de ser bem inusitado: Quicksave. A qualquer momento de qualquer missão, poderá usar a opção Quicksave para salvar o seu estado. Então, se algo der errado, basta dar um Quickload que voltará exatamente àquele momento em que salvou. É muito interessante usar esse sistema, pois podemos fazer isso quantas vezes quisermos. Sendo assim, podemos dar Quicksave antes de qualquer momento mais difícil do jogo, tornando as missões mais fáceis e mais "aceitáveis". Esse sistema não é necessariamente original, tem vários outros jogos que permitem fazer isso também, mas foi uma boa ideia tê-lo incluído aqui.
Ethan possui um sistema de radar para se orientar. Tudo bem que a maioria das missões é linear e não tem como se perder ou coisa parecida, mas tem uma ou outra missão em que o radar vem bem a calhar. O radar não mostra a localização de inimigos ou câmeras, ou coisas assim. Ele mostra a posição de aliados e objetivos. Os pontos vermelhos são objetivos que precisam ser feitos, e os pontos verdes são aliados nossos, enquanto pontos brancos representam locais importantes onde temos que ir.
O jogo possui dois modos de dificuldade: Possible e Impossible, sendo o equivalente a médio e difícil, respectivamente. No modo Impossible, os inimigos tiram muito mais dano do que no modo Possible, por exemplo. Não há muitos motivos para se jogar o jogo no modo Impossible após se fechar no modo Possible, uma vez que não haverá mais nada para ver. Não há qualquer tipo de bônus, de extras, um final secreto, nada. Trata-se de um jogo feito para ser fechado uma única vez.

Minha análise do jogo

Gráficos
Os gráficos do jogo são muito abaixo da média. Quer dizer, basta olhar para o framerate do jogo, tanto nas missões em si quanto nas animações, para se perceber que a  X-Ample Architectures não teve capricho ao fazer o jogo. Tudo bem que o Playstation possui lá suas limitações, e que o jogo não é um dos mais feios do console, mas podia se fazer algo muito, mas muito melhor do que foi feito. A modelagem dos personagens está ruim, a animação dos adversários é patética de se ver, os efeitos especiais chegam a ser muitas vezes ridículos e os cenários são básicos demais. Parece exagero, mas realmente o jogo não é lá muito bonito, e ainda por cima é repleto de falhas. Atravessar paredes, coisas sumirem e ficar travado em objetos do cenário são coisas tão constantes que parecem comuns. Ficou melhor do que no Nintendo 64, mas nem tão melhor assim. Quando se percebe então que o jogo foi lançado no mesmo ano de Syphon Filter ou de Medal of Honor, chega a ser ofensivo comparar um com o outro. Apenas as animações que rolam entre uma missão e outra apresentam uma qualidade que se pode dizer digna de um Playstation, isso quando muito. No restante, os gráficos foram bem negligenciados. Infelizmente, eles não tiveram bons momentos na adaptação do jogo para o Playstation. Empenho mediano com os gráficos, foi o que eles tiveram.
● Nota pessoal: 2/5 (Empenho Mediano)

Som
Aqui entra uma controvérsia impressionante. As músicas presentes no jogo são muito boas. Desde a trilha principal do jogo, que é a mesma do filme, até as músicas que tocam em todo o jogo, todas elas são boas, bem selecionadas e trabalham bem para passar emoção ao jogador. Se fosse analisar o desempenho sonoro apenas pelas músicas, seria excelente. Mas os efeitos sonoros que o jogo possui (sons de tiros, explosões, golpes, gritos entre outros) são muito ruins. Aí, quando se depara com uma dublagem tão sofrivelmente ruim quanto a que eles fizeram, então, fica difícil chegar a um consenso. É bom que um jogo seja dublado, mas as vozes dos personagens ficaram muito estranhas, fora de tempo e apáticas demais, sem contar que às vezes ficam nada a ver com nada. Até nas conversas e nas narrações das ações, parecem vozes eletrônicas defeituosas falando. Juntando tudo, até consigo afirmar que a X-Ample Architectures teve um empenho considerável com a parte sonora, mas podia ter mandado bem melhor.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Jogabilidade
A jogabilidade do jogo é muito simples. Ethan se move de forma estranha, até aí tudo bem, mas o controle sobre ele é falho. O sistema de mira é horrível, e acertar um oponente atrás de você pode ser uma tarefa e tanto para se fazer com o lento e se noção processo de mira. Se mirando fica difícil acertar os alvos, sem mirar então a tarefa fica uma missão impossível. A câmera ainda atrapalha a todo momento, mostrando o que não é para mostrar, escondendo o personagem, bloqueando nossa visão e ficando torta. O típico jogo em que se pode morrer diversas vezes seguidas apenas por causa da péssima jogabilidade, que além de tudo ainda é repetitiva. Veja bem: não é só ter um controle básico demais e ruim sobre um personagem, e sim ter de sofrer por causa disso o tempo todo. Dá vontade de desistir de jogar, de tão ruim que é. Leva-se muito tempo para se "acostumar" com a situação e o jogo nem sequer possui tutorial ou modo de treinamento, fazendo com que o jogador tenha de se virar com esse problema desde o princípio. A produtora poderia ter consertado todos esses pontos fatais, mas entregou um produto repleto de defeitos ao consumidor. Empenho mínimo da X-Ample Architectures.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Minimo)

Longevidade
Mission: Impossible possui cerca de 20 missões. Parece uma boa quantidade de missões? Não vá se enganando não. Até porque a maioria dessas missões é curta demais, a ponto de ser completada em três minutos ou menos. Há algumas missões, é claro, que são um pouco mais trabalhadas, envolvem mais objetivos e são maiores, mas mesmo elas levam de cinco a seis minutos para serem completadas. E elas são poucas, tão poucas quanto algumas missões que levam menos de um minuto para se completar (é isso mesmo, tem missões que têm menos de um minuto de duração!). Aí não tem longevidade que dure, não é mesmo? Dessa forma, pode-se fechar o jogo em até duas ou no máximo três horas, isso se for com calma. Trata-se de muito pouca longevidade. O jogo ainda possui um modo de dificuldade mais difícil, o modo "Impossible", mas não há qualquer extra ou bônus adicional por fechar nesse modo mais difícil. Ou seja, o jogo não anima o jogador em nenhum momento a fechar o jogo uma segunda vez, após a sofrível e breve primeira vez. A  X-Ample Architectures teve empenho mínimo com a longevidade do jogo.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Inovação
Se pelo menos o jogo é tão ruim assim em tantos quesitos, será que pelo menos ele foi inovador? Receio dizer que não. Veja bem: Mission: Impossible já se encontra, desde seu lançamento, muito inferior a todos os outros Stealth Actions disponíveis no mercado. Chega a ser até hilário afirmar que ele é da mesma época que Syphon Filter e Medal of Honor, outros dois jogos de ação (excelentes, por sinal), e que veio depois de Metal Gear Solid, ícone do gênero. O jogo tinha tudo para, pelos menos, ter tentado aprender com a concorrência como se faz um bom jogo, mas nem a isso a  X-Ample Architectures se deu ao trabalho. Fez um jogo muito simples, básico, sem nada de novo ou excepcional, enfim, muito abaixo de outros jogos da concorrência. Se não fosse pelo Quicksave e Quickload, algo que achei interessante ver, não haveria nada nesse game do qual eu não sentiria falta jogando outros jogos. Uma pena, mas o empenho com a inovação foi mínimo.
● Nota pessoal: 1/5 (Empenho Mínimo)

Diversão
Bom, vamos ser honestos agora... Um jogo repleto de defeitos não pode ser bom de se jogar, né? De fato, Mission: Impossible não é lá muito bom de se jogar... Mas tem suas qualidades. À primeira jogada, qualquer jogador (até mesmo eu) vai sentir vontade de parar de jogar desde o começo, mesmo se for fã do filme. O jogo não cativa desde o princípio. Mas, caso o jogador persista, ele pode até começar a ir bem no jogo. Quero dizer: depois da metade do jogo, as missões começam a ficar mais legais, com mais tiroteios, e mais elaboradas. É um período curto até o final, é verdade, mas pelo menos tem uma ou outra missão que pode chamar nossa atenção e nos fazer esquecer que estamos jogando um jogo ruim. Por isso afirmo que o jogo tem sim suas qualidades, caso esteja disposto a vê-las. Ele não é tão ruim quanto parece, e, se for um fã do filme, até poderá achar satisfatório ter jogado esse jogo, mesmo passando por um começo conturbado e aturando um show de defeitos aqui e ali. Empenho considerável no fim das contas.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Soma Final: 11/30 (Ruim)

Em resumo: Mission: Impossible é um jogo ruim. Trata-se de uma boa ideia mas que não teve uma boa concepção. Eu adoro o filme, como muitas pessoas, mas infelizmente o filme não teve um jogo à altura (como a maioria deles). Repleto de defeitos, a adaptação ao Playstation parece ser superior à versão do Nintendo 64, é verdade, mas a conversão não ficou boa de jeito nenhum. Não vale a pena jogá-lo, em nenhuma circunstância, até porque tem dezenas de jogos melhores do que ele disponíveis para se jogar no console.


Análises profissionais

O Metacritic não possui uma média para Mission: Impossible.

Detonado em vídeo

Este é o detonado em vídeo completo de Mission: Impossible. Feito em boa qualidade, ele mostra do começo ao fim todas as missões no modo de dificuldade Possible. Vale a pena conferir.

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7


Parte 8


Parte 9


Parte 10


Parte 11


Parte 12


Parte 13


Parte 14


Parte 15


Parte 16


Parte 17


Parte 18


Parte 19


Parte 20


Parte 21


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
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