terça-feira, 22 de abril de 2014

InFamous - Análise

Esta é a análise de InFamous, lançado pela Sony Computer Entertainment em 2009 para o Playstation 3.

Infamous-cover.jpg

Introdução

Fundada em 1997, a Sucker Punch era uma desenvolvedora de games americana independente, mas que havia se focado em produzir games apenas para o Playstation 2. Em 2000, a Sony preferiu comprar a desenvolvedora de uma vez, e ela passou a ser subsidiária da Sony. Seu primeiro grande projeto foi Sly Cooper, de 2002. Após produzir três games da série em quatro anos, eles resolveram se focar em um novo game para a o novo console da Sony, o Playstation 3. Começaram a produção no final de 2005, um projeto ambicioso, e que demandaria tempo, pois a Sucker Punch era uma empresa relativamente pequena, composta por 60 funcionários. Eles queriam desenvolver um jogo de super-herói, em um mundo aberto, algo que eles nunca haviam feito antes. Inspirados em histórias em quadrinhos da DC e nos mais diversos filmes com temas pós-apocalípticos, a história escrita por Nate Fox tentava retratar o nascimento de um super-herói na era moderna, mas de forma que o jogador pudesse optar se ele viraria um herói ou um vilão. Após três anos e alguns meses de produção, InFamous seria lançado em 2009. Será que o game correspondeu às expectativas do que esperamos de um jogo de super-herói? É o que vamos ver agora!

INFAMOUS


Informações técnicas

Publicado por: Sony Computer Entertainment
Desenvolvido por: Sucker Punch Productions
Gênero: Open-World Action-Adventure
Diretor: Nate Fox
Plataforma: Playstation 3
Data de lançamento: 26 de maio de 2009
Faixa etária: Mature

Trilha-sonora da análise

Enquanto lê a nossa análise, que tal escutar o áudio que separamos mais abaixo?


Música tema do jogo, composta por Amon Tobin.

Sobre a história (contém spoilers)

A história do game se passa na cidade fictícia de Empire City, uma grande metrópole no qual moram milhares de pessoas. Um grande centro urbano, como outro qualquer, com pessoas apressadas, caos no trânsito e insegurança nas ruas. Até que, um belo dia, em um tempo incerto, ocorreu uma enorme explosão. Quatro quadras inteiras foram instantaneamente destruídas, e em seu lugar ficaram apenas destroços carbonizados. A mídia tratou logo de culpar o ocorrido como um ataque terrorista de algum grupo até então desconhecido, com muitos mortos e outros tantos feridos. Só uma única pessoa presente no local da explosão sobreviveu. Seu nome é Cole McGrath:

Cole's face

Cole sempre foi um jovem rebelde e problemático. Filhos de pais convencionais que tentavam sempre educa-lo da melhor forma possível, Cole cresceu achando que regras foram feitas para serem quebradas. Na adolescência, tornou-se um popular delinquente, invadindo locais proibidos e passando vários dias longe de casa. Junto com seus amigos, também de má índole, se envolveu em várias confusões e chegou a enfrentar problemas com a polícia. Tornou-se um perito em escaladas e fugas, e conhece os becos e passagens secretas de Empire City como poucos. Após crescer, seus pais lhe pagaram uma faculdade, mas ele saiu e resolveu viver sua vida. Para sobreviver, fazia bicos e virou um ciclista entregador. Sentia raiva por ser desimportante, se sentia excluído da sociedade. Viveu sentindo raiva e inveja de outras pessoas.

Cole esteve envolvido diretamente na explosão. Ele estava carregando um pacote misterioso, que lhe foi entregue por um cliente, como outro qualquer, quando de seu pacote veio a grande explosão que dizimou quadras inteiras. Cole, no entanto, sobreviveu quase intacto, apenas com dores e alguns arranhões. Sob ordens de helicópteros de resgate, ele desperta em meio ao caos que a cidade virou, e, na tentativa de sair do local, acaba desmaiando.

Cole é levado para o hospital pela sua namorada, Trish Dailey:

File:Trish.jpg

Trish é uma enfermeira do principal hospital de Empire City. Zelosa e carinhosa, ela conheceu Cole McGrath quando ele ainda estava no auge de seu comportamento rebelde. Foi ela a responsável pela sua recuperação, já que era a pessoa que mais o incentivava a ser alguém melhor e deixar de ser um arruaceiro irresponsável. Ambos mantinham um relacionamento firme e estável, inclusive pensavam seriamente em se casar. Mas tudo mudou com a explosão de Empire City. Trish tinha uma irmã mais nova, chamada Amy, que morreu na explosão. Trish perdeu sua referência familiar, e passou a se tornar uma pessoa triste e fria.

Outra pessoa que estava ao lado de Cole era seu grande amigo, Zeke Dunbar:


Zeke possui um passado muito semelhante ao de Cole. Tão semelhantes ambos são que só podiam ser melhores amigos. Zeke também foi um rejeitado pelos pais que desde a adolescência decidiu enfurecer a sociedade da melhor forma possível, e vive entre intrigas e problemas com a polícia. Já cometeu pequenos crimes, e se especializou em diversas coisas, desde o uso de armas de fogo até escalar prédios e obstáculos com as próprias mãos. Também sabe mexer muito bem com tecnologia e consertar coisas. O maior sonho de Zeke é um dia conseguir ser rico ou importante para poder esfregar na cara de todos que ele deu certo na vida. Até lá, continua desempregado e vivendo de bicos e favores. Grande companheiro de Cole, nos momentos bons e ruins, ambos confiariam a vida um no outro.

Cole entrou em um estado de coma profundo. Enquanto ele estava em coma, Empire City entrava em um estado de colapso total. Uma praga começou a contaminar as pessoas na cidade, logo após a explosão, e as pessoas contaminadas ficavam alucinadas e começavam a ferir outras pessoas. Como a praga se espalhava rapidamente, o governo preferiu conter a epidemia fechando todas as saídas da cidade e mantendo toda a Empire City em estado de quarentena. Isso fez com que a cidade ficasse sem apoio e sem lei. Os criminosos perceberam a carência de controle por parte da polícia, e tomaram o controle. Formaram uma gangue poderosa, chamando a si mesmos de Reapers, e simplesmente demonstravam sua força com um alto número de assaltos, assassinatos e estupros pela cidade. Com o caos instaurado pela cidade, criminosos no poder e cidadãos de bem acuados e sem terem como escapar, o cenário era o pior possível.

Depois que Cole despertou do coma, ele começou a perceber algo de estranho com seu corpo. O corpo de Cole absorvia e conduzia eletricidade, como se fosse um conduíte. No começo, seu poder era fraco e disperso, Cole causava apenas destruição, sem perceber do que era capaz. Com o tempo, foi se acostumando, e gostando. Ele descobriu que podia absorver energia elétrica, dar descargas de energia e também soltar raios por entre os dedos. Além disso, ele ainda tinha uma força além do comum, se sentia mais veloz e se machucava com raridade. Era quase um super-herói.

Mas nem tudo era motivo de comemoração. Como a Trish perdeu sua irmã na explosão, ela se tornou uma garota triste e angustiada. Até pelo fato de Cole ter sobrevivido, e ainda com poderes especiais, ela passou a desconfiar que ele havia sido o causador daquela explosão. Tudo era suspeito demais. Por mais que Cole explicasse que ele não tinha nada a ver e que era apenas uma coincidência, ela não queria mais ouvir. Trish terminou o relacionamento com Cole, e disse que não queria vê-lo nunca mais.

Zeke, por outro lado, ficou ao lado de Cole. Entusiasmado com os novos poderes adquiridos, Cole pensou em como poderia ganhar dinheiro com isso. Zeke deu a ideia de ambos carregarem baterias elétricas em troca de dinheiro. Seria um começo, até ele aprender a manobrar melhor seus poderes. Eles tentaram, mas não deu muito certo. As pessoas se assustavam com os poderes de Cole, o consideravam um monstro. Cole e Zeke tiveram de se esconder no telhado de um prédio desabitado, onde podiam ficar em paz e Coe pôde treinar seus poderes até ficar bom.

Um dia, saiu um anúncio na televisão de um grupo da resistência chamado Voice of Survival, dizendo que aviões militares iriam deixar caixas de suprimentos em uma praça da cidade, para os cidadãos comerem. Cole e Zeke foram para lá, mas, chegando lá, descobriram que os Reapers queriam tomar toda a comida para eles, matando pessoas inocentes com suas armas. Cole deteu os Reapers e conseguiu reaver a comida. Ele achava que as pessoas iriam vê-lo de uma forma melhor depois daquilo, mas então saiu um novo anúncio do Voice of Survival na televisão, anunciando Cole como o causador da explosão e uma pessoa maluca que precisava ser detida e que poderia ser perigosa. Imediatamente, os cidadãos de Empire City passaram e enxergar Cole com outros olhos. Ele era visto como uma ameaça.

Cole e Zeke decidem que já não podem mais viver ali em Empire City. Precisam fugir o quanto antes. E um grupo de manifestantes civis está justamente tentando furar o bloqueio policial de uma ponte para fugirem da área de quarentena. Cole se junta à multidão, e, usando seus poderes, abre fogo em meio à polícia. Mas é em vão. Ao final da ponte, encontram uma enorme barricada, e metralhadoras montadas matam todos que tentam se aproximar. Zeke leva um tiro, mas consegue escapar se jogando da ponte. Já Cole foge para um pequeno contêiner aberto ao lado.

Dentro do contêiner, Cole conhece Moya Jones:

1072430-gamefeaturesmoyalarge

Moya é uma misteriosa agente da FBI. Ela passou anos de sua vida se dedicando ao DARPA, sigla que quer dizer Defense Advanced Research Projects Agency, ou Agência de Projetos de Pesquisas Avançadas em Defesa. Essa agência americana realmente existe, e está envolvida no desenvolvimento de muitas coisas poderosas, misteriosas e secretas. Ela é esposa de John White, agente da NSA, ou National Security Agency, a Agência Nacional de Segurança.

Moya diz que seu marido, John White, esteve infiltrado em um grupo secreto chamado First Sons. Esse grupo desenvolvia tecnologias e formas de se aprimorar as habilidades dos seres humanos. Em meio a anos e anos de pesquisas, eles inventaram uma máquina que era capaz de um imenso poder. Essa máquina dava forças até então inimagináveis às pessoas. Eles batizaram essa máquina de Ray Sphere. E era essa máquina que Cole estava carregando no momento da explosão. Ela causou a explosão, e ela concedeu esses poderes especiais todos para Cole.

Moya explica que John White, seu marido, desapareceu depois da explosão. E ele possui segredos importantes sobre o Ray Sphere. Cole precisa encontrá-lo, já que terroristas estão atrás dele também, para poderem ter o segredo do Ray Sphere. Eles sabem que John está em Empire City, escondido, só não sabem exatamente onde. Cole a princípio diz que não é problema dele, mas Moya garante que, caso Cole encontre John, ela lhe concederá permissão para sair de Empire City e todos os seus crimes cometidos anteriormente serão apagados dos registros. Cole poderá viver uma vida normal novamente. A oferta é tentadora, e Cole aceita a proposta.

Cole começa a cooperar com Moya para localizar John White, e nesse meio tempo ele é chamado para cumprir outras missões para ela, sob ameaças de que ela não irá cumprir o combinado se ele não cooperar. Cole descobre que os Reapers estão contaminando a água de Empire City com um poderoso solvente que atua como alucinógeno e controle mental. É esse solvente que está causando a tal praga, que se alastra pela cidade, e transformando as pessoas em monstros.

O próprio Cole acaba sendo atingido no rosto por um pouco desse solvente, e começa a ter alucinações esporádicas. Ele tem visões e ouve vozes de uma mulher que aparentemente conhece Cole. Ele achava que iria enlouquecer, mas é Trish, sua ex-namorada, que o encontra e o ajuda a se livrar da substância. Ela se diz surpresa ao ver o tipo de pessoa em que Cole estava se tornando. Os poderes de Cole estavam subindo à sua cabeça, e ele realmente se via como um ser superior. Algumas pessoas sentiam pavor dele. Outras o veneravam como um super herói. E Cole estava gostando disso.

Pouco tempo depois, enquanto destruía um caminhão que carregava a substância tóxica, Cole acaba encontrando um homem misterioso de capuz branco. Esse homem encosta no rosto de Cole, e o faz ter visões sobre o futuro. Cole só vê morte, destruição e caos. Esse é o futuro reservado a Cole. Quando Cole desperta, o homem de capuz já desapareceu.

Então, Moya afirma que descobriu a localização da líder dos Reapers. Seu nome é Sasha:

Sasha's face

Sasha era uma moradora de Empire City. Vadia, teve vários relacionamentos com diversos homens, e chegou a ter um caso com Cole McGrath. Seus relacionamentos não demoravam muito, pois ela sempre teve surtos psicóticos e era conhecida por ser violenta. Ela chegou a fazer parte dos First Sons, tanto ajudando a desenvolver fórmulas e tecnologias como servindo de cobaias. Ainda antes da explosão, ela havia servido como cobaia em um experimento e adquiriu muitos poderes especiais. Depois da explosão, ela viu o terreno perfeito para tomar o controle, e se tornou a líder dos Reapers, reunindo todos os bandidos da cidade sob seu controle usando a toxina que ela mesmo espalhava pela cidade.

Cole vai até o covil de Sasha, a encontra e a derrota. Após derrotar Sasha, ele a agarra pelo pescoço e começa a ameaçá-la, querendo saber sobre o Ray Sphere. No entanto, ocorre um desmoronamento no local, e Cole fica aprisionado sobre rochas. Aparecem soldados bem treinados e levam Sasha do local a salvo. Quando Cole consegue escapar, é tarde demais.

Cole então acaba parando nos subúrbios de Warren. Cole faz mais algumas missões para Trish, e então descobre que Zeke foi sequestrado pelo homem de capuz branco. Cole consegue detê-lo, mas então ele briga com Zeke sobre como ele foi parar ali. Zeke diz que ele resolveu enfrentar os caras maus sozinho. Ele sente inveja dos poderes especiais de Cole, e ele também queria poder lutar pela liberdade do local. Cole briga com ele e Zeke fica chateado com Cole, achando que ele está excluindo Zeke de suas aventuras.

Trish pede a ajuda de Cole para transportar com segurança alguns pacientes para o hospital principal da cidade, o Bayview Hospital. Cole aceita ajudar, e consegue fazer a escolta do ônibus transportando as pessoas feridas até lá. Porém, chegando ao hospital, Cole se depara com um novo inimigo: Alden Tate.

Alden

Alden era o único filho de Richard Tate, líder e fundador dos First Sons. Seu pai era um cientista muito inteligente, e um dos mais promissores a conseguirem avanços nos estudos que possibilitaram a criação do Ray Sphere. Alden foi educado e preparado, desde criança, para ser o herdeiro de tamanho poder e também líder dos First Sons. Richard usava o filho como cabaia de seus experimentos, e ele passou a desenvolver super poderes. No entanto, um dos outros líderes dos First Sons tomou o poder, assassinou seu pai e exilou Alden. Alden cresceu nas ruas, onde teve de lutar pela sobrevivência, em meio à violência, fome e frio. Se tornou mais forte a cada dia, e seus poderes psíquicos só cresceram. Com bastante treino, passou a ter poderes telecinéticos realmente impressionantes, conseguindo erguer coisas pesadas apenas usando a mente. Quando ocorreu a explosão, ele percebeu a deixa e uniu os mendigos, debilitados e excluídos da sociedade para fundar um grupo de mercenários preparados para instaurar o caos, chamados de Dust Men. Sua maior vontade é acabar com os First Sons, que lhe foram retirados por direito.

Alden levita o ônibus no qual Trish e os pacientes estavam, e o deposita no alto do hospital. Cole consegue salvá-los, mas Alden escapa. A polícia local então decide unir todas as suas forças em um ataque combinado contra Alden. Usando carros fortificados e blindados, eles conseguem cercar a torre pessoal onde Alden se escondia e prendê-lo.

Alden então é levado para a penitenciária Eagle Point, onde a FBI pretende levá-lo a outro lugar, mais seguro. Antes que isso acontecesse, um grupo de membros do Dust Man atacam a penitenciária na tentativa de resgatar Alden. Cole ordena a Zeke que fique perto de Alden e não saia de perto dele de jeito nenhum. Cole vai enfrentar a força dos manifestantes, e, quando percebe, Zeke está próxima a ele, lutando junto. Cole pergunta porque ele veio até ali, e Zeke responde que os policiais conseguirão manter Alden preso sem ele. Cole vai para onde está Alden, mas é tarde demais. Alden conseguiu escapar, e deixou muitos policiais mortos na sua fuga. Cole culpa Zeke pelo fracasso da missão, e Zeke se irrita com Cole.

No dia seguinte, Cole recebe um contato direto do homem que estava procurando, John White:

John2

John era um ex-militar que foi contratado para a NSA para ser um agente de infiltração. Sua mais importante missão foi infiltrar dentro do famoso grupo dos First Sons. Levou anos para ser aceito dentro desse grupo secreto. Como agente infiltrado, acompanhou o desenvolvimento do Ray Sphere na mão de brilhantes cientistas e de muita gente lunática. Tornou-se próximo dos líderes. Tentou sabotar os planos deles, mas sem sucesso. Quando soube que eles iam acionar o Ray Sphere e matar muitas pessoas, tentou impedir, mas não pôde. Depois que o Ray Sphere foi acionado e causou a explosão, John conseguiu pegar o que restou do Ray Sphere, ainda em condições de uso. Se escondeu. Mas foi encontrado pelos homens do Dust Man, e levaram o Ray Sphere dele.

De lá para cá, John White veio observando Cole McGrath. Veio percebendo o aumento em seus poderes, e o identificou como alguém que ele pudesse confiar. Sem revelar muito sobre sua localização, John diz que sabe para onde os Dust Man levaram o Ray Sphere e como reavê-lo. Cole lhe diz sobre Moya, e John revela que não conhece nenhuma Moya. Ele diz que não é e nunca foi casado, e que, se fosse, não seria com uma agente do FBI, organização que ele odeia há muitos anos. Ou seja: Moya enganou Cole esse tempo todo, se fazendo passar por alguém que não existe...

Cole chama Zeke para lhe ajudar a pegar de volta o Ray Sphere. John dá a localização do esconderijo de Alden, e Cole e Zeke vão lá. Chegando ao local, Cole e Alden se enfrentam, enquanto Zeke consegue uma brecha na luta e consegue chegar até o Ray Sphere. E é então que Kessler aparece.

Kessler's face

Kessler é o misterioso homem de branco que Cole conheceu anteriormente. Ele é o principal líder dos First Sons, o homem que deu o golpe, matou Richard Tate, o pai de Alden, e tomou o controle. O cientista que ajudou a desenvolver o Ray Sphere, com a única intenção de usar seus poderes para benefício próprio. Ele não pretende "aprimorar as habilidades da sociedade", como os First Sons querem, e sim conseguir poder para dominar o mundo. E, quando o Ray Sphere ficou pronto, conseguiu o que queria. Conseguiu um poder superior a tudo aquilo que ele jamais sonhou. Seu sonho psicótico nunca esteve tão próximo de se realizar.

Alden odeia Kessler mais do que tudo, e Kessler quer o Ray Sphere mais do que tudo. Alden e Kessler passaram a se enfrentar, e Zeke ficou no meio do fogo cruzado, diante do Ray Sphere. Então, Zeke percebeu que ele tinha a chance de seus sonhos. Era só acionar o Ray Sphere e ele teria poderes especiais, provavelmente semelhantes aos de Cole. Ninguém mais iria ofendê-lo. Não iriam mais caçoar dele, e nem intimidá-lo. Ele estaria acima da lei e de todos. Era só acionar o Ray Sphere. E foi isso que ele fez.

Porém, o Ray Sphere não se acionou. Zeke ficou frustrado. Kessler disse a Zeke que ele sabia como fazer o Ray Sphere funcionar, ele só precisava seguir suas ordens. Zeke aceitou o pedido de Kessler, e jurou lealdade a ele. Kessler e Zeke foram embora, levando o Ray Sphere. Cole não podia acreditar no que aconteceu. Zeke, seu amigo de infância, o traiu em troca de poder.

No dia seguinte, Cole recebeu a notícia de John que Alden foi visto no bairro de Historic District, onde Kessler está escondido. Ele e a força dos Dust Man foram tentar deter Kessler à força. Mas ele ia acabar destruindo todo o Historic District. Cole chega ao local e enfrenta Alden em uma grande batalha em uma ponte. Cole consegue então vencer Alden.

Cole vai até Historic District, para tentar deter Kessler e seu exército bem treinado dos First Sons. Zeke está com ele, mas aparentemente ele ainda não conseguiu acionar o Ray Sphere. Kessler consegue contato com Cole, e o ameaça dizendo que vai matar Trish. Ele colocou bombas em dois prédios. Em um, está Trish. Em outro, oito médicos que trabalham no hospital local. Ambas as bombas explodirão ao mesmo tempo, e Cole só tem tempo de desarmar uma. Trish acaba morrendo no processo.

John consegue localizar o Ray Sphere. Moya tenta contato com Cole, mas Cole, ciente de que ela não é quem diz ser e só está tentando enganá-lo, a ignora. Zeke também tenta contactá-lo, para se explicar, mas Cole não quer ouvi-lo. Cole e John conseguem chegar ao local onde John informou, e realmente encontra o Ray Sphere. Cole consegue destruir o Ray Sphere, mas a explosão acaba matando John White.

Agora, só restam Cole e Kessler. Kessler convida Cole para um último confronto, o qual irá colocar um fim em suas desavenças. E o ponto de encontro é justamente o local no qual o Ray Sphere explodiu, dando poderes para Cole. Antes da batalha, Kessler revela que amava Trish, e que ele conhece Cole muito antes de tudo isso, desde que ele nasceu. Ambos se enfrentam, em uma luta feroz, e Cole sai vitorioso. Antes que Cole pudesse matar Kessler, ele coloca a mão no rosto de Cole e lhe conta toda a sua surpreendente história de vida. Uma história bem semelhante. Ele revela que Cole e Kessler são a mesma pessoa.

Cole então pode ver tudo sobre a perspectiva de Kessler. Em um futuro paralelo, o Ray Sphere foi inventado e usado para dar poderes a toda a humanidade. Cole estaria casado com Trish, e com dois filhos. Todos teriam grandes poderes especiais e habilidades. Mas então, Cole irá descobrir seu mais poderoso inimigo de todos os tempos, uma besta infernal chamada apenas de "The Beast". Com um poder absurdamente desumano, ela irá erradicar a humanidade e causar destruição a nível mundial. Nenhuma força no mundo é capaz de detê-la. Cole irá tentar detê-la, mas não consegue. Ele perderá. Sua esposa e seus dois filhos morrerão. The Beast governará imponente sobre todo o mundo.

Foi então que Cole teve uma ideia, visando deter The Beast no futuro. Ele queria preparar a si mesmo para isso, voltando ao passado. Usando o ápice de seus poderes, ele conseguiu voltar no tempo. Voltou para muito antes do Ray Sphere ser inventado. Criou o nome fictício Kessler para preservar sua verdadeira identidade. Matou Richard Tate, o então líder dos First Sons, e tomou o controle. Adiantou o desenvolvimento do Ray Sphere em muitos anos. Como ele já sabia como ele seria construído, foi fácil para ele, e ainda foi reconhecido como "gênio". A intenção de Kessler era concentrar o uso do Ray Sphere em uma só pessoa. Assim, essa pessoa seria forte o bastante para derrotar The Beast quando ela surgisse. E assim, ele armou um plano. Chamou sua versão mais jovem, até então apenas um entregador, e lhe deu o Ray Sphere na forma de um pacote. Então, acionou o instrumento. A explosão causou centenas de mortes, mas concedeu todo o poder do Ray Sphere a uma só pessoa, Cole McGrath. Assim, talvez, quando Cole chegasse ao tempo de Kessler, tivesse condições de enfrentar e deter a poderosa besta.

Cole fica triste ao perceber no quê ele viria a se transformar no futuro (Kessler), mas então ele percebe que não tem tempo a perder. Kessler foi derrotado, mas seu plano deu certo. Ele transformou a si mesmo, ou melhor, Cole, no homem mais poderoso da face da Terra. Bom ou ruim, ele seria muito forte, e a única pessoa capaz de deter a ameaça de The Beast. Apesar desse inimigo nem ter aparecido ainda, Cole sabia que tinha trabalho a fazer. Quando The Beast aparecesse, ele estaria preparado para derrotá-la.

E essa foi a história de InFamous. Espero que tenham gostado. Até a próxima!

Sobre o jogo

InFamous é um legítimo game de super-herói. Francamente baseado em histórias em quadrinhos, o game até mesmo possui animações em formato de desenho americano para passar essa impressão mesmo. Todo o estilo do game foi pensado nisso, e a proposta do game é clara: apresentar a ideia de como seria se uma pessoa comum recebesse poderes especiais? Seria algo benéfico ou maléfico? Com direito a muito humor e críticas sociais, InFamous deixa para o jogador escolher se ele controla um herói ou um vilão.
Cole McGrath é um entregador que, do nada, passou a ter super poderes. De quebra, ele se vê em meio ao caos, e se trata de uma nova vida para ele. De índole discutível, o rapaz acumulava passagens pela polícia e poderia usar os poderes para o mal, para buscar apenas o bem próprio, causando dor e sofrimento para as outras pessoas. Ou pode ser a sua chance de se regenerar, de salvar a pátria e finalmente ser bem recebido, se sentindo importante. Em meio a esse dilema pessoal, está a vontade do jogador.
InFamous possui um intricado sistema de karma, no qual o jogador recebe pontos de acordo com suas ações. Ajudar as pessoas, salvar cidadãos e se mostrar misericordioso rende pontos positivos de karma, enquanto agir de forma sádica, ferindo pessoas inocentes e distribuindo covardia, crueldade e violência contra as pessoas, rende pontos negativos. O diferencial de karma literalmente "mexe com Cole", mudando a sua aparência física e fornecendo a ele poderes diferentes, de acordo com suas escolhas.
O peso moral de suas atitudes é o grande foco do game. A todo momento, o senso de moralidade do jogador é colocado à prova. O caminho do mal é ligeiramente mais fácil e mais rentável, digamos assim. Afinal de contas, para quê ajudar uma pessoa necessitada em troca de algumas pedras se eu posso simplesmente tomar todas as pedras da pessoa à força, sem me dar ao trabalho de fazer nada? Cabe ao jogador definir, e o game irá se modificar. Caso Cole seja visto como um herói, as pessoas irão cumprimentá-lo nas ruas, pedir para tirar foto e apontar para focos de problema. Já se Cole for visto como um vilão, as pessoas o odiarão, jogarão pedras e sentirão medo ao vê-lo passar.
O game é um Action-Adventure que se passa em um vasto e interativo mundo aberto. O conceito de mundo aberto nos jogos de videogame vem sempre sofrendo adaptações, e InFamous apresentou uma nova proposta. Como os poderes de Cole são elétricos, ele depende da eletricidade local para poder se reabastecer e para se sentir confortável, de modo que ele depende da cidade tanto quanto a cidade depende dele. Desta forma, Cole precisa sugar energia de fontes elétricas próximas, sempre que se sentir ferido ou cansado. A cidade possui energia elétrica abundante, e Cole pode retirar sua energia de praticamente qualquer coisa: de postes a luminárias, de fiação elétrica a trilhos de trem. Tudo que é elétrico serve de fonte de energia, até mesmo, em último caso, a carga elétrica no corpo das pessoas.
Mas isso também leva às fraquezas de Cole. O fato de Cole ter o corpo todo eletrificado o impede de algumas coisas, como por exemplo dirigir um veículo (o veículo explodiria ao menor contato), usar uma arma de fogo ou até mesmo nadar. O simples toque com a água pode matar Cole, pois conduziria a eletricidade de seu corpo de volta contra ele. Fora que Cole se tornou totalmente dependente de energia elétrica, no sentido que, quando ele entra em uma área no qual a energia foi cortada, ele se sente fraco e vulnerável, dependendo de baterias ocasionais para se manter vivo.
Como Cole não pode usar armas, ele depende de seus próprios punhos para se defender. A força que ele tem também é sobre-humana, de modo que ele consegue derrotar os oponentes com poucos socos e pontapés, além de que seu corpo é bem resistente a balas e a queimaduras. Aprendendo com games anteriores do gênero, o sistema de combate do game é simples e intuitivo. Com apenas um botão, gera-se uma variedade pequena de golpes rápidos. O game não permite a criação de combos longos de forma eficiente, mas por outro lado os golpes físicos são sim bem eficientes a curta distância.
Mas o toque especial do game não são as porradas, e sim os golpes especiais do game. Afinal de contas, Cole é um super-herói, e conta com uma boa gama de poderes especiais para poder combater o crime (ou cometê-los). A princípio, ele possui apenas três poderes: o Lightning Bolt, que lhe permite disparar raios nos inimigos à distância, o Shockwave, que é uma onda de curta distância que é potente o suficiente para arremessar inimigos, carros e tudo o mais que tiver pela frente bem longe (útil para derrubá-los de locais altos) e o Thunder Drop, que permite a Cole saltar de locais altos e destruir os inimigos localizados mais abaixo em uma explosão elétrica.
A princípio, só são esses os poderes à nossa disposição, mas está longe de ser tudo. Conforme Cole prossegue no game, ele aciona terminais elétricos que fornecem mais energia elétrica para a cidade, e, quando ele faz isso, ele ganha novos poderes. Cole ainda se torna capaz de soltar granadas elétricas, grandes raios, escudos protetores de energia magnética e até mesmo soltar trovões poderosos que caem do céu e destroem tudo ao redor.
Além de ganhar novos poderes, o jogador ainda pode incrementar esses poderes, em uma tela de habilidades. Cole ganha pontos de experiência a cada missão cumprida, inimigo morto ou item colecionável adquirido, e, com esses pontos de experiência, ele pode melhorar suas habilidades, desenvolvendo raios mais poderosos, poder de recarga mais rápido, escudos mais duráveis e muito mais. É possível deixar Cole quase invencível em combate. Contanto que ele tenha energia, claro. Afinal, os poderes que ele utiliza consomem energia, e, se acabar, ele não poderá usar mais até se reabastecer. E quanto mais forte for o poder, maior será o gasto energético dele, portanto, cuidado quando estiver longe de fontes de energia.
Uma coisa legal do game são os Stunt Moves. Há 21 Stunt Moves no game, que são movimentos especiais que rendem pontos de experiência extras. Matar inimigos com disparos na cabeça, derrubá-los de locais altos, matar vários de uma vez, jogar as granadas deles de volta para eles, enfim, há vários movimentos especiais que rendem bastante experiência. Realizá-los não é obrigatório, mas é divertido.  E rendem mais experiência, de modo que também têm seu lado positivo.
Cole possui um sistema de energia que é bem comum hoje em dia. Quando ele é ferido, a tela vai ficando mais escura. Caso ele fique sem receber dano por alguns segundos, ele se recupera automaticamente. Ele é resistente, mas nem tanto: os inimigos possuem uma excelente mira, e acertarão muitos disparos em Cole. Basta poucos tiros para deixá-lo realmente ferido. Explosões, então, nem se conta: os lançadores de foguete se tornarão seus piores inimigos. Além disso, Cole pode se recuperar ao absorver a energia elétrica de qualquer coisa elétrica que tenha nas proximidades.
O mundo aberto do game funciona muito bem. A cidade é grande e vasta, e realista até certo ponto. Chega a ser grande na medida certa: nem tão pequeno a ponto de não ter como explorar e nem tão grande a ponto de demorar muito para ir de um ponto a outro. Vale lembrar que Cole não usa carros ou veículos, portanto, ir de um ponto a outro da cidade pode levar algum tempo. Cole deve ir na maioria das vezes a pé, mas aos poucos ele vai ganhando novos meios de mobilidade. Ele escala coisas e prédios com uma velocidade incrível, o que motiva o jogador a querer trafegar mais por cima dos prédios do que nas ruas movimentadas. Depois de algum tempo, Cole aprende a deslizar sobre fiações elétricas, o que lhe permite caminhar rapidamente sobre a fiação, atravessando uma boa parte do mapa em menos tempo. Quando ele aprende a planar, então, podemos ir de uma fiação elétrica a outra rapidamente, permitindo uma movimentação ainda mais rápida e intuitiva. Com um mundo aberto tão vasto, fica a carência de um sistema de locomoção melhor, já que não há Fast Travel e muitas vezes os objetivos são distantes entre si, desperdiçando tempo de trajeto. Para tentar compensar isso, no decorrer do game o jogador pode acionar os trilhos de trem, que percorrem boa parte da cidade, e podem ser usados para uma locomoção mais rápida de um ponto a outro. O problema é que a cidade é dividida em três ilhas, e não há muitos meios de se locomover de uma ilha a outra, já que nem os trilhos de trem servem, de modo que ainda assim a locomoção de um ponto a outro do mapa pode ser desnecessariamente demorado, quando comparamos com o mundo aberto apresentado por outros games do gênero.
Além das missões principais, o jogador terá à sua disposição diversas sidequests. As sidequests são apresentadas na forma de cidadãos comuns de Empire City que precisam de ajuda, e clamam por Cole. São missões muitas vezes simples, que incluem matar alguns inimigos, ou pegar alguns itens, ou destruir algumas coisas. Completando essas sidequests, além de experiência, o jogador pode liberar alguns checkpoints, ganhar itens e, mais importante, a cada sidequest completada ele libera parte do mapa como "dominado". Uma área dominada terá menor incidência de crimes e os inimigos não aparecerão naquela parte. Ou seja, serão áreas livres. Quanto mais sidequests fizer, mais território livre terá para poder explorar em paz, ou pelo menos para correr em momentos de aperto.
Há bastante o que explorar no mundo aberto do game. O jogador pode encontrar Blast Shards, que, quando coletados em determinado número, aumentam a capacidade de armazenamento energético de Cole, permitindo a ele soltar mais poderes sem ficar desgastado. Também é possível localizar Dead Drops, que revelam mais detalhes sobre a trama do game, fora diversas sidequests que são liberadas conforme a história prossegue. Há bastante coisa para se fazer, sem sombra de dúvidas.
InFamous é relativamente longo. Leva-se aproximadamente 8 horas para fechar o jogo normalmente, fazendo só o básico. Caso queira explorar tudo, pegar todos os itens colecionáveis e realizar todas as sidequests, pode contar aí com de 12 a 15 horas de jogo. É muito tempo? Ou nem tanto? De qualquer forma, vale lembrar que a trama do jogo acompanha seu desempenho nos momentos de decisão. Ou seja, tomando más atitudes, verá cenas completamente diferentes de caso escolha boas atitudes. Até mesmo o final do jogo muda, assim como os poderes mudam. Muita coisa só acontece em um determinado momento dependendo do nível de karma, se está positivo ou negativo. Sendo assim, não dá para se "ver tudo" jogando apenas uma vez, de modo que eu recomendo que feche o game pelo menos duas vezes, uma como herói e outra como vilão, para ter a experiência completa de jogo. InFamous exigirá fácil mais de 20 horas de jogo para aqueles que quiserem se aprofundar mais na trama e na experiência. Vale a pena cada minuto.

Minha análise do jogo

Gráficos
InFamous apresenta gráficos estonteantes. Um dos símbolos da sua geração, em sua época, o game apresenta efeitos visuais fantásticos e muito bem trabalhados. Poucos games apresentaram, nessa geração, tantos efeitos de luz e de eletricidade quanto esses. Chega a ser um espetáculo. A cidade, imensa e repleta de detalhes, com prédios em ruínas, avenidas cheias, e diferenças básicas de caracterização de um local para outro, também ficaram legais. A animação dos personagens, tanto de Cole quanto dos inimigos, ficou bacana, com exceção para alguns pedestres que insistem em correr na direção das paredes, entre outras atitudes esquisitas. As animações, tanto em forma de quadrinhos quanto as em efeitos especiais, ficaram bem legais e dão um outro nível para a apresentação da história do jogo. O problema é que o game não consegue manter toda essa qualidade por muito tempo. Quando se trafega rápido demais pela cidade, como por exemplo quando estamos deslizando por trilhos de trem, é fácil perceber quebras de textura, quedas de framerate, entre outros problemas nada legais. Outra coisa: atravessar paredes e carros não é nada incomum no jogo, poderá ver muito disso, principalmente com muitos elementos na tela. Às vezes, quando se começa a desencadear diversas explosões em sequência, elementos se perdem e ficam estranhos. De quebra, ainda não é difícil ver carros e pessoas brotarem "do nada". Enfim, são defeitos que não podem ser perdoados nessa geração de consoles, e é uma pena que eles estraguem uma experiência visual tão boa quanto é a do game, se não fossem esses defeitos. O game foi bem trabalhado, com capricho no design visual, mas esses problemas técnicos colocam boa parte do trabalho à margem. O empenho da Sucker Punch com os gráficos foi considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Som
A Sucker Punch contratou uma equipe de peso para fazer a trilha sonora de InFamous. O músico Amon Tobin, especialista em música eletrônica, ao lado de outros compositores, como James Dooley e Mel Wesson, seguiram as ordens do principal gerente de música da Sony, Jonathan Mayer. O som do game é basicamente todo urbano, e feito com instrumentos que simulam sons habituais do cotidiano. Não há grandes músicas de impacto, elas geralmente ficam mais inertes, presas ao ambiente, permitindo ao jogador se focar mais nos sons comuns da cidade. O maior destaque fica para Silent Melody, a música que foi apresentada na maioria dos trailers promocionais do game. Quanto à dublagem, ela é boa, mas não apresenta nada de mais. Os sons ambientes estão muito bons, incluindo o som de raios e explosões. Enfim, a Sucker Punch fez um bom trabalho com InFamous, na parte sonora. Nada excepcional, mas nada de ruim que possa ser notado, também. O empenho da Sucker Punch com a parte sonora foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Jogabilidade
Apesar de ser um super-herói, Cole não voa. Ele sequer tem super velocidade. A única coisa que diferencia a sua mobilidade para um humano comum é a sua extrema facilidade de escalar coisas. Cole não voa, mas ele sobe e se agarra em praticamente qualquer coisa. Não chega a ser um homem-aranha, mas com algum jeito, é possível subir em praticamente qualquer lugar do cenário. Toda a Empire City foi desenvolvida visando a possibilidade de ser inteiramente escalada e explorada. Mesmo pontos remotos do mapa e o alto de pontes e arranha-céu podem ser alcançados. O método de escalada é interessante, porém cansativo, já que é preciso ficar pressionando o botão X repetidas vezes, diferente do sistema prático e intuitivo de games como Assassin's Creed, por exemplo. Sem contar que o método é completamente impreciso, muitas vezes você quer descer de um local, e Cole teima em se agarrar em tudo, e em outras você quer subir em um lado e Cole se agarra em uma outra coisa nada a ver. A imprecisão no método de escalada e as giradas malucas de ângulo de câmera que acontecem às vezes são as maiores reclamações referentes à jogabilidade. De resto, o game funciona perfeitamente, o sistema de combate é rápido e variado, misturando elementos básicos de Third-Person Shooter com uma mecânica eficiente que deixa tudo mais dinâmico. Sistema de cover, de troca de lado na mira, de auxílio de mira, e até mesmo regulagens de precisão no disparo, tudo isso está presente, apesar de não ser realmente o foco do game, apenas para deixá-lo mais confortável para quem está habituado com TPSs. A jogabilidade do game é agradável, pode-se dizer assim, e não apresenta muitos pontos negativos, apenas quando você quer escalar alguma coisa e Cole se agarra do lado errado, algumas vezes levando a mortes ridículas até. Se não fosse a imprecisão e o modo cansativo como ocorrem as escaladas (algo comum do jogo, já que passamos muito tempo escalando coisas), a jogabilidade poderia ser perfeita. O empenho da Sucker Punch com a jogabilidade foi excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Longevidade
InFamous é relativamente longo. O game é vasto, são dezenas e dezenas de missões que levam Cole pela cidade efetuando vários tipos de ações, com direito a muitos combates frenéticos, tanto durante as missões quanto entre uma missão e outra. Afinal, o game existe dentro e fora das missões. A cidade imensa e detalhada possui seus segredos, seus itens escondidos, e dezenas de sidequests que imploram para serem realizadas. Por mais que elas sejam significantemente repetitivas, depois de um tempo, elas estão presentes, e irão consumir um bom tempo do jogador para serem completadas. Se é possível fechar o game normalmente, fazendo apenas o básico em 8 a 10 horas, precisará de 12 a 15 horas para fazer tudo, incluindo todas as sidequests e procurando por todos os itens escondidos. Vale lembrar que o game possui ainda não só dois finais, mas duas sequências de trama, praticamente falando, uma do lado positivo e outra do lado negativo. Caso queira deixar de ser herói para ser vilão, ou vice-versa, encontrará cenas completamente diferentes, um desenrolar da trama diferente e um final diferente. Ou seja: vale sim a pena rejogar o game, nem que seja apenas para vivenciar o outro lado da moeda. E, com isso, pode dedicar facilmente de 25 a 30 horas de jogo. Para um game restritamente offline e single-player, esse tipo de conteúdo adicional é muito importante e é um diferencial que pode atrair bastantes jogadores e agregar muito valor ao game. Eu não esperaria mais nada. O empenho da Sucker Punch com a longevidade de InFamous foi máximo.
● Nota pessoal: 5/5 (Empenho Máximo)

Inovação
InFamous trouxe um novo propósito para games de super-herói. Seu maior acerto é o mundo aberto, que é vivo, dinâmico e simplesmente perfeito. Andando pelas ruas, percebe-se que a cidade vive, podemos encontrar cidadãos tirando fotos, apontando outras pessoas feridas, ou nos chamando para resolver pequenos crimes. Haverá assaltos, sequestros e outros crimes pela cidade, e podemos interferir, como um verdadeiro herói faria. Isso é algo totalmente opcional, mas que ajuda a dar o sentimento de imersão que o game precisa. O modo como as pessoas reagem aos nossos atos, batendo palmas quando fazemos algo bom, ou vaiando e atirando pedras quando fazemos algo ruim, também é interessante dentro da dinâmica do jogo. Pouquíssimos jogos de super-herói conseguem passar essa perspectiva, de vivenciar o dia a dia da cidade que estamos salvando, e essa foi a grande sacada de InFamous. O lance de possibilitar ao jogador escolher ser bom ou ruim já é muito visado, e não é mais inovador, mas o modo como o game possibilita isso chama a atenção. Na verdade, o modo como o game realmente funciona já é digno de nota, pois poucos jogos de super-herói conseguem passar essa imersão que o game proporciona, de nos fazer entrar na pele do personagem e sentir como se fôssemos mesmo um herói - ou um vilão. A Sucker Punch merece consideração por esse excelente trabalho, que merece servir como um exemplo para gamer futuros que tentem trilhar por esse caminho. Não é nada fácil encontrar trabalhos que tenham ido tão bem, por isso afirmo que o game merece seu destaque como referência nessa geração desse quesito. O empenho da Sucker Punch com a inovação de InFamous foi simplesmente excelente.
● Nota pessoal: 4/5 (Empenho Excelente)

Diversão
Definir a dificuldade de um jogo de super-herói é complicado. Dar super-poderes sem parecer que o jogo é exageradamente fácil exige muito cuidado. E InFamous consegue esse limiar de forma convincente. A boa variedade de golpes e poderes de Cole é excelente para dar bons combates, rápidos e frenéticos, mas a grande quantidade de inimigos e a facilidade com que eles tiram dano fazem com que tudo não pareça fácil demais. O game é desafiante na medida certa, e, caso esteja achando tudo fácil demais, tente jogar no Hard. Quanto ao design de missões, elas chegam a ser bem repetitivas e cansativas em pouco tempo. Há pouca variedade de missões em si, o game tende a se repetir demais nos mesmos objetivos, o que não é muito legal. Como se não fosse o bastante, o mundo aberto até é vasto, mas de nada adianta fornecer um mundo aberto amplo se os métodos de locomoção não forem muito eficientes. Nem sempre poderemos contar com fiações elétricas ou trilhos de trem para agilizar as coisas, e demora-se muito para ir de um ponto a outro do mapa (coisa que é bem comum, entre as missões). A ausência de fast travel ou de um sistema de locomoção mais eficiente desperdiça muito tempo. Para deixar tudo ainda pior, a definição de checkpoints que o game possui é medonho. Algumas vezes, você atravessa a cidade, e acaba morrendo próximo a um ponto de retorno. Porém, ao invés de renascer próximo de onde morreu, o jogo te coloca como retorno do outro lado da cidade, obrigando você a percorrer tudo de novo sem necessidade. Chega a dar raiva muitas vezes. São coisas simples, mas que, acumuladas, retiram boa parte da diversão do game, que tinha tudo para ser legal, e é bem legal e interativo, porém demasiadamente repetitivo e com algumas coisas que não foram bem pensadas e que merecem ser levadas em consideração. A impressão que fica é que o empenho que a Sucker Punch teve com a diversão foi apenas considerável.
● Nota pessoal: 3/5 (Empenho Considerável)

Soma Final: 23/30 (Muito Bom)

Em resumo: InFamous é uma grande surpresa por parte da Sucker Punch, e um exclusivo de peso para o console, que merece ser lembrado. Um game de super-herói da era moderna, que foge das prerrogativas comuns e entrega um game realmente viciante e que lhe permite ser um superpoderoso sem parecer desgastante ou monótomo. O game é imersivo e repleto de grandes momentos, e o modo como a história é contada, com animações breves e cenas de quadrinhos, deixa tudo mais divertido. Dotado de proeza estética e uma cidade viva e imersiva, InFamous é uma grande pedida, e eu recomendo a todos que quiserem vivenciar uma grande aventura com muita ação.


Análises profissionais

A média pela Metacritic para InFamous é 85/100.

Detonado em vídeo

Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4


Parte 5


Parte 6


Parte 7


Parte 8


Parte 9


Parte 10


Parte 11


Parte 12


Parte 13


Parte 14


Parte 15


Parte 16


Parte 17


Parte 18


Parte 19


Parte 20


Parte 21


Parte 22


Parte 23


Parte 24


Parte 25


Parte 26


Parte 27


Parte 28


Parte 29


Parte 30


Parte 31


Parte 32


Parte 33


Parte 34


Parte 35


Parte 36


Parte 37


Parte 38


Parte 39


Parte 40


Parte 41


E aí, o que achou desta análise? Curtiu? Deixe-me seu comentário, ou entre em contato comigo pelo e-mail: adm_melhorfinal@hotmail.com ou pelo twitter: @AdmMelhorFinal.
Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário